Franz Müller-Lyer

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F. Müller-Lyer
Franz Carl Müller-Lyer
Nome completo Franz Xavier Hermann Müller
Nascimento 5 de fevereiro de 1857
Baden-Baden
Morte 29 de outubro de 1916 (59 anos)
Munique
Nacionalidade alemã
Ocupação Médico, sociólogo

Franz Carl Müller-Lyer (Baden-Baden, 5 de fevereiro de 1857; Munique, 29 de outubro de 1916) foi um psiquiatra, sociólogo e escritor alemão, mais conhecido por haver descoberto a ilusão de ótica que leva seu nome.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho do médico Hermann Müller, que atuava no hospital municipal de Baden-Baden, Mûller-Lyer mudou-se para Rastatt, onde concluiu o ginásio; dali foi a Estrasburgo onde prestou o serviço militar e iniciou a faculdade de medicina em 1876, que concluiu quatro anos depois, defendendo a tese: "Os transtornos mentais em doenças febris agudas".[1]

Já em 1881 consegue o emprego como médico-júnior no hospital da Universidade de Estrasburgo; em 1883 trabalhou no laboratório do médico Emil du Bois-Reymond. Dali teve uma breve passagem por Londres e mudou-se em 1884 para Paris onde trabalhou na clínica de Jean-Martin Charcot e no laboratório de Étienne-Jules Marey. Três anos depois estabelece sua clínica em Dresden, mudando-se finalmente em 1888 para Munique.[1]

Em 1889 descobre a ilusão geométrica que recebe seu nome - a ilusão de Müller-Lyer, que rendeu diversos estudos posteriores.[1]

Em 1915 presidiu a Deutschen Monistenbundes (Liga Monista Alemã), fundada em 1906.[1][nota 1]

Ideias[editar | editar código-fonte]

No final da década de 1880 Mûller-Lyer volta-se para os estudos sociológicos, sob influência das ideias de Auguste Comte e Herbert Spencer, defendendo a ideia de uma sociedade culturalmente evolutiva.[1]

Torna-se, portanto, defensor de que toda pesquisa científica deva ser baseada unicamente nas leis naturais, levando a ciência a ser positiva. Suas teorias culturais apresentam uma síntese biológica dos princípios darwinianos com os parâmetros sociológicos, que absorveu da teoria marxista.[1]

Seus trabalhos apresentam as fases evolutivas das áreas pesquisadas, efetuando comparações e analogias, que apontam para um progresso cultural. Para ele as leis básicas do desenvolvimento cultural da humanidade evoluem por indução e de modo consciente; as mudanças, portanto, ocorrem pelo domínio cultural mais evoluído; mais tarde rejeitou as ideias comunistas de Marx, e as transformou num modelo de "individualismo social", que identificou no estudo do desenvolvimento da família; defendeu então a necessidade do "casamento livre", que caracterizou como sendo aquele em que haveria uma relação de igualdade entre os parceiros, onde ambos teriam iguais direitos políticos e sociais: apenas uma sociedade que está estruturada no "individualismo social" poderia levar o homem à felicidade e à perfeição; ao desejo de alcançar este objetivo Müller-Lyer chamou de "princípio da euforia".[1]

Principais obras[editar | editar código-fonte]

  • Sociologia como um programa de reforma social
  • Formas de casamento, família e parentesco
  • Sociologia do sofrimento
  • A família
  • Fases do amor
  • Nacionalismo e internacionalismo
  • O sentido da vida e da ciência
  • Formas de dominação cultural

Notas e referências

Notas

  1. Esta sociedade, idealizada por Ernst Haeckel, veio a ser extinta, em dezembro de 1933, pelo nazismo.

Referências

  1. a b c d e f g h s/a (1997). «Müller-Lyer, Franz Carl (eigentlich Franz Xaver Hermann Müller)» (em alemão). Deutsche Biographie. Consultado em 28 de dezembro de 2013