Gastropoda

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaGastropoda
Ocorrência: Cambriano Inferior - Recente

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Sub-classes
Orthogastropoda

Eogastropoda

Os gastrópodes (Gastropoda, do grego gaster, estômago + pous, podos, pé) constituem uma grande classe de moluscos definida pela primeira vez por Georges Cuvier em 1797[1], sendo a mais bem sucedida dentro do seu filo. Conta com cerca de 60 mil a 75 mil espécies atuais que incluem os caracóis e lesmas terrestres (ca. 1/3 das espécies), bem como um grande número de formas marinhas e de água doce (ca. 2/3). O registo fóssil dos gastrópodes é igualmente abundante.

Características gerais e ecologia

A grande maioria dos gastrópodes tem o corpo protegido por uma concha, com formato helicoidal sobre o lado direito embora algumas formas (como as lapas) tenham evoluído uma concha mais simples. Os gastrópodes apresentam uma cabeça bem marcada, munida de dois ou quatro tentáculos sensoriais e uma boca com rádula. A cabeça encontra-se unida a um pé ventral musculado em forma de pala. O seu desenvolvimento embrionário caracteriza-se por torção da massa visceral, coberta pelo manto, que surge no adulto enrolada sobre um dos lados de forma a ser acomodada na concha. As lesmas têm uma concha apenas vestigial e, em consequência, os efeitos deste enrolamento são diminutos sendo o corpo linear.

O modo de alimentação dos gastrópodes é bastante variado e controla o tipo de rádula presente em cada espécie. Os gastrópodes herbívoros têm rádulas fortes que usam para raspar algas do substrato rochoso ou triturar folhas e caules. As formas detritívoras e filtradoras têm uma rádula simples ou ausente. Os gastrópodes carnívoros têm peças bucais sofisticadas e algumas formas, como os Conus, são predadores activos que caçam pequenos peixes com uma espécie de arpão. Muitos dos gastrópodes marinhos têm modo de vida endobentónico, isto é, vivem enterrados no subsolo. Estas formas apresentam um sifão extensível que actua como um respirador, permitindo ao animal o contacto com a água carregada de oxigénio.

O sistema respiratório dos gastrópodes é igualmente variável consoante o modo de vida. As formas marinhas respiram através de branquias, enquanto que as terrestres têm uma cavidade no manto muito vascularizada que toma a função de pulmão. Todos os gastrópodes terrestres pertencem à ordem Pulmonata; as outras formas são parafiléticas.

Algumas formas de gastrópodes marinhos são bastante coloridas, como forma de camuflagem, enquanto outras são bastante venenosas.

História geológica

Os primeiros gastrópodes (eg. Chippewaella, Strepsodiscus) surgiram em ambiente marinho, no Câmbrico superior e diversificaram-se rapidamente. No Ordovícico o grupo estava já presente numa grande variedade de ambientes aquáticos, incluindo de água salobra e doce, mas ao longo de todo o Paleozóico a classe dominante de moluscos foram os bivalves.

O primeiro exemplo de gastrópode terrestre (Maturipupa) surge em níveis de carvão do Carbónico da Europa, mas até ao Mesozóico estas formas são raras. O género Helix, que inclui as espécies mais familiares de caracol durante o Cretácico.

No início do Cenozóico, marcada pelo evento KT, os gastrópodes tornam-se muito abundantes e mais diversificados, com todos os grupos actuais já individualizados.

Classificação

1-concha, 2-figado, 3-pulmão, 4-anus, 5-poro respiratório, 6-olho, 7-tentáculo, 8-gânglios cerebrais, 9-ducto salival, 10-boca, 11-, 12-glândula salival, 13-poro genital, 14-pênis, 15-vagina, 16-glândula mucosa, 17-oviducto, 18-saco de dardos, 19-pé, 20-estómago, 21-rim, 22-manto, 23-coração e 24-vasos deferentes

Tradicionalmente, a classe Gastropoda é divida em três sub-classes:

  • Pulmonata - organismos terrestres com “pulmões”, hermafroditas
  • Opisthobranchia - organismos marinhos com brânquias à direita e na zona posterior do coração, hermafroditas, concha reduzida
  • Prosobranchia - organismos marinhos com brânquias na zona anterior ao coração, sexos separados

Porém, com o advento das técnicas de sequenciação de ADN, estes grupos provaram ser parafiléticos, o que obrigou a uma revisão da taxonomia do grupo, que está ainda longe de ser consensual.

Segue-se a taxonomia mais aceite hoje em dia, com o posicionamento antigo entre parênteses (Pros, Prosobranchia; Opist, Opistobranchia).

CLASSE GASTROPODA Cuvier, 1797

Referências

Ligações externas

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