Ghoul

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Amine Descoberta com o Goule, da história de Sidi Nouman, Mil e Uma Noites

Ghoul (do inglês, pronunciado "gul"), encontrado em dicionários como guli, gulio, goula ou até gula,[1] também normalmente traduzido em obras de fantasia como carniçal, é um ser semelhante a um demônio ou humanóide monstruoso originário da religião árabe pré-islâmica associado a cemitérios e ao consumo de carne humana. Na ficção moderna, o termo tem sido frequentemente usado para um certo tipo de monstro morto-vivo. Por extensão, a palavra ghoul também é usada em sentido depreciativo para se referir a uma pessoa que se delicia com o macabro ou cuja ocupação envolve diretamente a morte, como um coveiro ou ladrão de túmulos.[2]

Na mitologia árabe, sua origem, é um monstro canibal que habita debaixo da terra e outros lugares desabitados. O nome de origem da criatura é الغول (ghūl), significando demônio. Da língua árabe, o termo الغول, "al-ghūl", significa "o ghoul" e seu nome feminino é "ghouleh", enquanto o plural é "ghilan". Ghoul então é o nome de um demônio habitante de desertos que assalta túmulos, bebe sangue, rouba moedas e come cadáveres. A literatura popular mais antiga que faz referência ao ghoul é a obra As Mil e Uma Noites.

A estrela Algol tem seu nome originário da criatura.

Referências fictícias[editar | editar código-fonte]

Literatura[editar | editar código-fonte]

O Poeta Lord Byron referiu-os no poema “The Giaour” #1813#: “…Go - and with Gouls and Afrits rave; / Till these in horror shrink away…”[3]

Há referência a esta criatura mitológica na clássica obra da literatura árabe, “As Mil e Uma Noites”, da qual se retira a seguinte passagem: "Não ignorais que as goules de um e de outro sexo são demônios errantes. Vivem geralmente nas ruínas, de onde se lançam de repente sobre os transeuntes, a quem matam e cuja carne devoram. Quando estes faltam, vão de noite aos cemitérios para alimentar-se da carne dos mortos"

Nos contos de H. P. Lovecraft se tem uma ótima retratação desses seres, tem feições caninas, pele escamosa e pelos em algumas partes do corpo, costumam andar em grupos organizados e não são seres totalmente maus, já que podem fazer amizade com humanos e até ajudá-los. Geralmente os humanos que tem amizade com eles costumam se transformar em Ghouls naturalmente.

Na novela Drácula de Bram Stoker, o personagem Reinfield, que foi hipnotizado pelo vampiro para ser seu servo é muitas vezes descrito como tendo características de um ghoul.

Os Morlocks são espécies mitológicas de ghouls canibais presentes em vários contos de RPG.

Em As Crônicas de Nárnia, de C.S.Lewis, feios e perigosos ghouls estão na Mesa de Pedra com a Feiticeira Branca na morte de Aslam. No filme de 2005, os ghouls são orcs pequenos e pálidos que carregam lanças.

Em Harry Potter, ghouls são criaturas inofensivas que vivem em casas de bruxos, fazendo barulho e ocasionalmente grunhindo. O contexto sugere que, no universo de Harry Potter, ghouls estão mais próximos de animais do que de seres humanos. Na versão brasileira, ghouls são chamados "vampiros".

No livro Os ritos do Dragão de Greg Stolze, Drácula refere se a si como ghoul, pois é assim que os muçulmanos chamam as criaturas como ele.

No anime e mangá Tokyo Ghoul, o mangá e o anime é todo voltado para ghouls que fala sobre um garoto chamado Kaneki Ken que por acidente vira um ghoul.

Folclore brasileiro[editar | editar código-fonte]

Existe o mito da criatura chamada de Papa-figo, "figo" no sentido de fígado. Um homem velho que perambula pelos cemitérios à noite, violando túmulos para se alimentar dos fígados dos cadáveres.

Jogos e televisão[editar | editar código-fonte]

No jogo Wizard101 é um feitiço de ataque da escola da morte. Monstra uma espécie de zumbi com terno e cartola desgastados e uma pá.

O filme britânico The ghoul, de 1933, conta a história de uma besta egípcia que tem algumas relações com o deus Anúbis.

No jogo The Witcher 3: Wild hunt, o jogador pode enfrentar carniçais (ghouls) que possuem a aparência de um ser humano quadrúpede com a pele desgastada e decomposta. Eles são comumente encontrados procurando alimento nas florestas, campos de batalha abandonados, cemitérios ou em vilas abandonadas, se alimentando de corpos. O jogador também pode encontrar um variante de ghoul, o carniçal atroz, que possui espinhos nas costas e dá mais dano. Eles são fracos contra prata, óleos e fogo.

A série Sobrenatural no episódio 4x19 (O Irmão) descreve ghouls como criaturas das sombras, que se alimentam de cadáveres e eventualmente de gente viva e que após se alimentarem assumem a forma e as lembranças do defunto do qual se alimentaram.

No mangá Rosario + Vampire o personagem principal, Tsukune, se transforma em um Ghoul após receber o sangue da vampira Moka. Aqui eles tomam características semelhantes às dos vampiros.

No jogo Tibia, Ghoul são seres que os jogadores o assimilam a um tipo de zumbi, é tachado como um Undead (Morto-Vivo)

No jogo Warcraft 3 e nos outros da série, ghouls são seres canibais e os monstros básicos da raça dos Mortos-Vivos (Undead).

Em Monster in My Pocket #37, o ghoul é um monstro com grandes dentes, muda de forma e carrega uma pá.

No anime Hellsing, ghoul é um tipo de escravo do vampiro. Uma vez o vampiro ter mordido um humano, este pode se transformar ou em vampiro ou em ghoul (depende do vampiro). No anime, sua pele é cinza, e seus poderes semelhantes aos do vampiro, porém eles não tem consciência.

Na série de jogos Fallout, Ghouls eram humanos que sofreram prolongada exposição a radiação, porem em quantidade não suficiente para matá-los, que vivem geralmente em túneis de trem e locais escuros. São criaturas deformadas com a pele necrosada, voz rouca, estéreis, porem ágeis e fortes, com expectativa de vida superior a dos humanos e resistentes a radiação. Vem em duas variações: ghouls inteligentes, que agem como pessoas comuns; e feral ghouls, que são iguais zumbis selvagens.

No MMORPG Ragnarok Online, os Ghoul ou Carniçais (versão em português) são criaturas semelhantes aos Zombies, porém mais poderosos e que rendem maior quantidade de experiência. Eles são da propriedade Morto-Vivo (Undead).

No jogo The Elder Scrolls III: Morrowind, há uma criatura chamada Ash Ghoul, que são monstros humanoides com nariz de tamanduá no lugar do rosto e pele cinzenta. São servos de Dagoth Ur, e podem transmitir doenças ao jogador.

Na série de jogos de luta Darkstalkers, onde os personagens costumam ser monstros como lobisomens e vampiros, há um ghoul, conhecido como Lord Raptor, que antes de ser ressuscitado como ghoul era um astro de uma banda de metal que se suicidou em um show ao vivo. Do contrário de ghouls comuns, é racional e não tem vontade de carne humana. Usa seus ossos como armas pontudas e uma de suas pernas se torna uma motosserra.

No jogo Batman Arkham City, que faz parte do Universo DC (via DC Comics) existe o Ra's Al Ghul seria um dos vilões de Batman

No mangá Tokyo Ghoul, em que o personagem principal, Kaneki Ken, é quase devorado por Rize que revela ser um Ghoul mas acidentalmente ela é morta por vigas, quando estava prestes a matá-lo, após isso os órgãos de Rize são transplantados em Kaneki que se transforma em um meio Ghoul com sua aparência humana e somente um de seus olhos mudam de cor. Kaneki é um único entre ambos os mundos, o humano e o ghoul. Nesse mangá os Ghouls tem aparência humana, seus olhos mudam na hora que vão atacar, se defender ou devorar alguém, e possuem habilidades sobre humanas.. Inclusive um chamado kagune que é uma arma que nasce com os ghouls e se pega por um "pombo" se torna uma quinque.

No jogo Terraria, Ghoul é um morto-vivo, rápido e de diferentes formas.

Aparecem em alguns jogos da série Castlevania, geralmente tem a mesma aparência dos zumbis, porém mais fortes.

Em agosto de 2018, a Netflix lançou a minissérie indiana Ghoul, em que a criatura atua como antagonista principal.

Referências

  1. Alves, Adalberto (14 de fevereiro de 2014). Dicionário de Arabismos da Língua Portuguesa. [S.l.]: INCM 
  2. Al-Rawi, Ahmed K. (2009). «The Arabic Ghoul and its Western Transformation». Folklore. 120 (3): 291–306. ISSN 0015-587X. JSTOR 40646532. doi:10.1080/00155870903219730 
  3. The Giaour by Lord Byron
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