Glueball

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Na física de partículas, glueball ou gluônio[1] é uma partícula composta e hipotética.[2] Ele consiste unicamente de partículas glúon sem valência de quarks.[3] Tal estado é possível devido às cargas de cor carregadas pelos glúons e descritas pela teoria da força forte. Os glueballs existem em níveis de energias acessíveis aos colisores atuais, segundo a física teórica; entretanto, cálculos feitos em 2015 sugerem que uma partícula vista no Large Hadron Collider é um glueball[4].

Glueballs são extremamente difíceis de identificar em aceleradores de partículas por causa da sobreposição quântica com os demais estados de méson ordinários.

História[editar | editar código-fonte]

Os cientistas previram a existência da partícula, conhecida como odderon, a contrapartida do pomeron que carrega paridade de carga ímpar foi introduzida em 1973 por Leszek Łukaszuk e Basarab Nicolescu[5], descrevendo-a como uma conjunção rara e de curta duração de três partículas menores conhecidas como glúons. Potencialmente foi observado apenas em 2017 pelo experimento TOTEM no LHC.[6] Desde então, os pesquisadores suspeitam que o odderon pode aparecer quando prótons se chocam em velocidades extremas, mas as condições precisas que o fariam surgir permanecem um mistério.[7]

Após essas colisões de partículas, os cientistas observaram para ver o que acontecia. Eles teorizaram que os odderons apareceriam em taxas ligeiramente diferentes nas colisões próton-próton e próton-antipróton. Essa diferença se revelaria em um ligeiro descompasso entre as frequências dos prótons ricocheteando em outros prótons e as frequências dos prótons ricocheteando nos antiprótons. As colisões do LHC e do Tevatron aconteceram em diferentes níveis de energia. Mas os pesquisadores por trás deste novo artigo desenvolveram uma abordagem matemática para comparar seus dados. E produziu este gráfico, que eles chamaram de "money plot", mostrando que as colisões próton-antipróton não se alinham perfeitamente com as linhas de colisões próton-próton.[8]

Essa diferença é o sinal revelador do odderon - demonstrado com significância estatística de 5 sigma, o que significa que a probabilidade de um efeito como esse emergir aleatoriamente sem o odderon envolvido seria de 1 em 3,5 milhões. Odderon são construídos de três quarks e muitos glúons, em vez de prótons. Esses quarks são os pesos pesados do mundo subatômico, relativamente volumosos e responsáveis por compor a massa de prótons e nêutrons e a carga eletromagnética.[9]

Os cientistas já haviam confirmado a existência da dupla glueball, mas em 2021 observam com confiança a tripla glueball chamada odderon, aquela que em 1973 estava prevista a existência.[10]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Tecnológica, Site Inovação (23 de outubro de 2015). «Físicos encontram partícula de pura força». Site Inovação Tecnológica. Consultado em 11 de setembro de 2021 
  2. MATHIEU, VINCENT; KOCHELEV, NIKOLAI; VENTO, VICENTE (janeiro de 2009). «THE PHYSICS OF GLUEBALLS». International Journal of Modern Physics E (01): 1–49. ISSN 0218-3013. doi:10.1142/s0218301309012124. Consultado em 13 de abril de 2021 
  3. Mathieu, Vincent; Buisseret, Fabien; Semay, Claude (26 de junho de 2008). «Gluons in glueballs: Spin or helicity?». Physical Review D (11). ISSN 1550-7998. doi:10.1103/physrevd.77.114022. Consultado em 13 de abril de 2021 
  4. Sticky Stuff: Elusive Glueballs Possibly Found in Atom Smasher por Tia Ghose em "Livescience" (2015)
  5. Łukaszuk, L.; Nicolescu, B. (1 de outubro de 1973). «A possible interpretation of pp rising total cross-sections». Lettere al Nuovo Cimento (1971-1985) (em inglês) (7): 405–413. ISSN 1827-613X. doi:10.1007/BF02824484. Consultado em 13 de abril de 2021 
  6. «Did TOTEM experiment discover the Odderon?». Physics Letters B (em inglês): 414–418. 10 de março de 2018. ISSN 0370-2693. doi:10.1016/j.physletb.2018.01.054. Consultado em 13 de abril de 2021 
  7. «The Physics of Glueballs» (PDF). Fevereiro de 2009 
  8. Janowski, Stanislaus; Giacosa, Francesco; Rischke, Dirk H. (2 de dezembro de 2014). «Is f0(1710) a glueball?». Physical Review D (11). 114005 páginas. ISSN 1550-7998. doi:10.1103/PhysRevD.90.114005. Consultado em 13 de abril de 2021 
  9. «Glueball - A Particle Purely Made of Nuclear Force». SciTechDaily (em inglês). 20 de outubro de 2015. Consultado em 13 de abril de 2021 
  10. April 2021, Rafi Letzter-Staff Writer 13. «After 48-year search, physicists discover ultra-rare 'triple glueball' particle». livescience.com (em inglês). Consultado em 13 de abril de 2021