Goal-Line Technology

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Goal-Line Technology, GLT ou, em português, Tecnologia da Linha de GolPB ou Tecnologia da Linha de GoloPE, é a tecnologia usada em estádios de futebol para saber se uma bola ultrapassou ou não a linha de fundo entre os postes da baliza.[1]

Essa tecnologia foi usada pela primeira vez na Copa do Mundo de Clubes da FIFA de 2012, no Japão.[2][3]

Em agosto de 2013, a primeira intervenção oficial (e correta) do aparato. Na primeira rodada do campeonato inglês (partida Chelsea 2 x 0 Hull City), em um lance, o goleiro defendeu a bola em cima da linha, e o hawk-eye não informou ao relógio do árbitro que a bola havia entrado.[4] Em 15 de junho na Copa do Mundo no Brasil em 2014 no jogo França x Honduras no Beira-Rio a tecnologia foi usada pela primeira vez interferindo na escolha da arbitragem, o árbitro da partida recebe a indicação de gol num aparelho semelhante a um relógio que usa no pulso.

História[editar | editar código-fonte]

A primeira polêmica a respeito de um "gol fantasma" no futebol, aconteceu na Copa do Mundo de 1966, e ficou conhecida como Wembley-Tor

Porém, apesar de muitos protestos, durante anos, a International Football Association Board (IFAB), resistiu às pressões.

Com o aumento exponencial da quantidade de câmeras em campo, transmitindo as partidas com riqueza de detalhes, os erros de arbitragem se tornaram cada vez mais perceptivos.[5] Assim, a entidade começou a ceder à tecnologia após a polêmica gerada por um gol legal do inglês Frank Lampard sobre a Alemanha, anulado erroneamente na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.[6] Na Eurocopa de 2012, houve mais um gol fantasma. Imagens de televisão mostraram que a Ucrânia foi prejudicada pela não marcação de um gol. Após este lance, o presidente da FIFA, à época, afirmou:

Assim, a IFAB aprovou a utilização deste tipo de tecnologia no futebol no dia 5 de julho de 2012. A decisão da IFAB foi ratificada em votação dentro do Conselho da FIFA, em Zurique, no mesmo dia.[8] Foi a primeira vez que foi permitido aos árbitros ter o auxílio de elementos externos para tomar suas decisões em campo.[5]

A FIFA, porém, não montou um padrão para a aplicação da tecnologia nos jogos. Após a Copa das Confederações de 2013, que foi o primeiro evento de seleções a contar com a tecnologia, cada federação interessada em utilizá-la estará livre para instalar o sistema que achar mais viável, criando diferenças entre torneios e entre clubes.[9]

Uso em Copas do Mundo[editar | editar código-fonte]

  • A primeira Copa a utilizar esta tecnologia foi a Copa do Mundo FIFA de 2014, no Brasil.
  • No dia 15 de Junho de 2014, no jogo França x Honduras, válido pela 1a fase da Copa do mundo FIFA de 2014, pela primeira vez em uma competição oficial da FIFA, um gol foi validado com o uso desta tecnologia. Após a bola bater na mão do goleiro hondurenho Noel Valladares, a bola passou centímetros a linha do gol, e o gol só foi validado após o "ok" no relógio do árbitro.[10]

Lista dos gols validados com o uso da tecnologia em Copas do Mundo FIFA[editar | editar código-fonte]

# Jogador (que marcou o gol) Tempo
(min)
País Favorecido Gol Resultado
final
Adversário
(que tomou o gol)
Árbitro (que validou o gol) Estádio Edição Fase Data Ref
1. Noel Valladares (GC) 48'  França França 2–0 3–0 Honduras Honduras Brasil Sandro Meira Ricci Estádio Beira-Rio 2014 1a fase 15 de junho de 2014 [10]
2. Bryan Ruiz 44'  Costa Rica Costa Rica 1–0 1–0 Itália Itália Chile Enrique Osses Arena Pernambuco 2014 1a fase 20 de junho de 2014 [11]
3. Aziz Behich (GC) 81'  França França 2–1 2–1 Austrália Austrália Uruguai Andrés Cunha Arena Kazan 2018 1a fase 16 de junho de 2018 [12]
4. Juan Quintero 39'  Colômbia Colômbia 1–1 1–2 Japão Japão Eslovénia Damir Skomina Arena Mordovia 2018 1a fase 19 de junho de 2018 [13]

Tecnologias[editar | editar código-fonte]

As chamadas Tecnologias da Linha do Gol se basearam, basicamente, em dois modelos: câmeras espalhadas pelo estádio, e projetos que envolviam a criação de um campo electromagnético, com uma bola dotada de um sensor.[14]

Para obter credenciamento da FIFA, as tecnologias devem passar primeiramente por um teste no EMPA.[15] Após os dados dos testes terem sido coletados, eles são fornecidos à International Board, para uma decisão final sobre a tecnologia.

Abaixo a lista das tecnologias.

Tecnologia baseada no uso de câmeras[editar | editar código-fonte]

Nome
Tecnologia
Criadores (Empresas/Pessoas) Explicação da Tecnologia Onde foi Utilizada
Goalminder Inglaterra Harry Barnes e Inglaterra Dave Parden
  • Tecnologia baseada em câmeras instaladas dentro da baliza, que enviam imagens que provam que a bola entrou.[16][17]
Ainda em fase de testes
Hawk-Eye Inglaterra Roke Manor Research
  • Utilização de sete câmeras atrás de cada baliza. As câmeras, apontadas para a linha do gol, captam 500 imagens por segundo, fazendo uma leitura 3D da bola e enviando o resultado para um software que processa a imagem. A confirmação do gol é enviada para o relógio usado pelo árbitro.[18]
  • Tecnologia semelhante as já usada no tênis e no críquete.[19] * O voleibol também está usando esta tecnologia
  • A partir da temporada 2013-2014, é usada no campeonato inglês.
  • Foi a primeira a ser "usada oficialmente", após um lance polêmico na primeira rodada do campeonato inglês, em agosto de 2013.[4]
  • Tecnologia aprovada pela FIFA.[20]
GoalControl 4D Alemanha GoalControl GmbH
  • Conjunto de 14 câmeras (7 câmeras para cada baliza), todas conectadas a um computador que analisa as imagens e envia um sinal para o relógio dos árbitros[21]

Tecnologia baseada no uso de campo eletromagnético[editar | editar código-fonte]

Nome
Tecnologia
Criadores (Empresas/Pessoas) Explicação da Tecnologia Onde foi Utilizada
Cairos GLT system Inglaterra Cairos Technologies AG
em parceria com
Alemanha Adidas
  • Sensor usado dentro da bola que envia sinais a uma central de "GPS". Um computador analisa os dados, e diz se a bola "passou a baliza" ou não.[23]
GoalRef Alemanha Fraunhofer Society
em parceria com
Dinamarca Select Sport
  • Em cada meta são instaladas 10 antenas que criam um campo magnético. Neste caso, quando a bola, dotada de três microchips, supera a linha branca, o árbitro é avisado por meio de um sinal eletrônico em seu relógio.[24]
  • Essa tecnologia foi testada no Mundial de Clubes da FIFA de 2012.[18]
  • Tecnologia aprovada pela FIFA.
Impire AG

Falha no sistema e controvérsias[editar | editar código-fonte]

Em junho de 2020, depois de mais de 9 mil jogos mundo afora e uma infinidade de testes[25], o sistema Hawk-Eye, utilizado na Premier League, falhou ao não detectar que a bola havia atravessado a linha e não apontou que foi gol.[26] O sistema não funcionou pois as câmeras do sistema Hawk-Eye são colocadas no alto do estádio. Assim, quanto mais alto e largo o jogador, maior a probabilidade de a bola ser obstruída, existindo, desta forma, um ponto cego para as câmeras.[27] Nos testes de simulação, os “bonecos” que simulam os jogadores têm 1,65 m de altura e 1,40 m de largura entre os ombros.[27]

Segundo a empresa que opera o sistema, a falha se deu pois "as sete câmeras localizadas nas arquibancadas ao redor do gol foram significativamente obstruídas pelo goleiro, defensor e pela trave. Esse nível de obstrução nunca foi visto antes em mais de 9 mil jogos que o sistema Hawk-Eye Tecnologia da Linha de Gol esteve em operação".[26]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. pt.fifa.com/ Arquivado em 9 de junho de 2013, no Wayback Machine. Tecnologia da Linha do Gol
  2. [1] Fifa aprova o uso de bolas com chip: Mundial de Clubes terá a tecnologia
  3. [2] Fifa confirma a utilização de tecnologia na linha do gol na Copa do Mundo de 2014
  4. a b placar.abril.com.br/ Arquivado em 7 de junho de 2014, no Wayback Machine. Tecnologia entra em campo pela primeira vez em jogo do Chelsea
  5. a b lancenet.com.br/ Futebol foi resistente ao uso da tecnologia durante os 150 anos de existência
  6. al.ce.gov.br/ Arquivado em 29 de outubro de 2013, no Wayback Machine. Agenda Cultural – Tecnologia da linha do gol é tema do História das Copas
  7. esportes.terra.com.br/ Fifa comenta "gol fantasma" da Ucrânia: tecnologia é necessária
  8. espn.com.br/ Histórica, FIFA aprova tecnologia para linha do gol, e Mundial de Clubes deste ano será o pioneiro
  9. a b estadao.com.br/ Fifa usa tecnologia no gol, mas não cria padrão
  10. a b esportes.terra.com.br/ Benzema marca dois, tecnologia da linha de gol é usada e França vence na estreia
  11. globotv.globo.com/ Multicâmera - Gol Costa Rica - Bryan Ruiz, aos 44 do 1º tempo
  12. esporte.uol.com.br/ França é salva por tecnologia da arbitragem e vence a Austrália no sufoco
  13. gazetaesportiva.com.br/ Japão conta com expulsão relâmpago, bate Colômbia e se vinga de 2014
  14. opovo.com.br/ Os desafios com as tecnologias da linha do gol
  15. pt.fifa.com/[ligação inativa] FIFA realiza primeiro treinamento para credenciar institutos
  16. «About Goalminder - Goal Line Technology - Visually Informed». Consultado em 13 de março de 2012. Arquivado do original em 15 de dezembro de 2011 .
  17. «Goalminder aims to end goal-line errors». menmedia.co.uk. 11 de outubro de 2011. Consultado em 13 de março de 2012 
  18. a b c folha.uol.com.br/ Fifa apresenta nova tecnologia da linha do gol para as Confederações
  19. estadao.com.br/ Campeonato Inglês escolhe sistema Hawk-Eye para linha do gol
  20. «Fifa licencia mais um tira-teima eletrônico para a Copa». Jornal do Comércio. Consultado em 19 de março de 2014 
  21. globoesporte.globo.com/ Fifa apresenta tecnologia da linha do gol e diz que decisão ainda é de juízes
  22. globoesporte.globo.com/ Fifa repetirá tecnologia da linha do gol usada na Copa das Confederações
  23. «company». Cairos.com. Consultado em 13 de março de 2012. Arquivado do original em 3 de março de 2006 
  24. jovempan.uol.com.br/ Arquivado em 6 de novembro de 2013, no Wayback Machine. Adeus gol fantasma!
  25. globoesporte.globo.com/ Entrou ou não entrou? Em volta do Inglês, tecnologia da linha do gol tem primeira falha em 9 mil jogos
  26. a b uol.com.br/ Empresa reconhece falha de tecnologia em gol no Inglês e se desculpa
  27. a b globoesporte.globo.com/ Entenda a falha da tecnologia no Campeonato Inglês e por que o VAR não corrigiu o erro

Ligações externas[editar | editar código-fonte]