Gol Linhas Aéreas Inteligentes
Gol Linhas Aéreas Inteligentes | |
---|---|
IATA | G3 |
ICAO | GLO |
Indicativo de chamada | GOL |
Fundada em | 15 de janeiro de 2001 (23 anos) |
Principais centros de operações |
|
Outros centros de operações |
Focus Cities
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Programa de milhagem | Smiles |
Frota | 139[1] |
Destinos | 84[2] |
Lounge | Class Comfort |
Sede | São Paulo |
Pessoas importantes | Paulo Kakinoff (CEO) |
Sítio oficial | www.voegol.com.br |
A Gol Linhas Aéreas Inteligentes é uma companhia aérea brasileira fundada e homologada em 2001.[3] É a segunda maior companhia aérea do Brasil em número de passageiros e em número de destinos oferecidos, operando em 60 aeroportos no território brasileiro e em 23 destinos internacionais, além de ser a terceira maior em frota de aeronaves. Em 2014, a Gol fechou o ano com uma participação de mercado de 32% do total de assentos oferecidos em voos domésticos e é a companhia com mais participação no mercado doméstico.[4]
Seus principais centros de operações são os aeroportos de Guarulhos, em Guarulhos, Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, aeroporto de Congonhas, em São Paulo, aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, e aeroporto de Punta Cana, em Punta Cana. A sede administrativa da companhia fica no aeroporto de Congonhas em São Paulo. A Gol opera apenas aeronaves Boeing 737 nas versões 737-700 e -800, com pedidos para a nova aeronave Boeing 737-8MAX.[5]
História
Fundação e início das atividades
A Gol foi fundada no dia 1 de agosto de 2000, com a razão social "GOL Transportes Aéreos Ltda". Foi a primeira companhia aérea fundada no Brasil no século XX e também foi a primeira companhia brasileira a adquirir o conceito de baixo custo,[6] o que oferece preços acessíveis nas passagens. A escolha do nome seguiu os seguintes critérios: ser monossilábico, fácil de memorizar e brasileiro. O nome "Gol" significa sucesso, conquista, alegria, vitória e possui a mesma pronúncia em qualquer lugar do país e do mundo.[7] A nova companhia recebeu autorização jurídica do Departamento de Aviação Civil, que regulava o setor de aviação comercial no país, em 8 de dezembro de 2000.[8]
A estreia da companhia aconteceu no dia 5 de janeiro de 2001, com evento realizado no hotel Hilton, em São Paulo. A cerimônia foi transmitida para as sete cidades onde a Gol iniciou suas atividades. Participaram o presidente da companhia, Constantino de Oliveira Júnior, e os principais executivos.[3]
A Gol iniciou suas atividades comerciais em 15 de janeiro de 2001, quando um Boeing 737-700, prefixo PR-GOE, decolou do aeroporto Internacional de Brasília para o Aeroporto de Congonhas, com clientes e convidados a bordo.[9] Quase no mesmo horário, outro Boeing 737-700, prefixo PR-GOL, decolou do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro-Galeão para o aeroporto de Congonhas. Em 17 de março, a Gol iniciou suas operações na ponte aérea Rio-São Paulo, a rota mais concorrida do Brasil.[3]
Voos internacionais
Ao final de 2005, a empresa iniciou seus voos internacionais entre São Paulo e Buenos Aires, posteriormente também começado a operar em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.[10]. Em 2006, a companhia começou a operar rotas diárias para Santiago, no Chile.[11] Em 2007, foi inaugurada uma rota diária para Lima, no Peru.[12]
Em 2015, a Gol testou novos voos charter para Miami, com escalas em Manaus (na ida) e Caracas (na volta).[13] Após este formato ser aprovado, iniciaram-se também voos para Orlando e Nova York, com escalas em Aeroporto Internacional de Las Américas, em Santo Domingo. Inicialmente estes voos foram apenas para clientes Smiles, sendo posteriormente expandido para todos os clientes.[14]
Apagão aéreo
No dia 29 de setembro de 2006, um Boeing 737 da Gol colidiu no ar com um Embraer Legacy 600. Investigações posteriores determinaram que o acidente foi causado por erros dos pilotos do Legacy e pela ineficiências dos controladores de tráfego aéreo brasileiros.[15] Neste acidente, 155 pessoas morreram, todas no Boeing 737 da Gol.[16] Este acidente, combinado com baixos salários e más condições de trabalho, foram as causas de uma greve no setor aéreo brasileiro, com atrasos e cancelamentos na maioria dos voos. Este movimento foi projetado principalmente pelos controladores, que decidiram reduzir ou paralisar sua jornada de trabalho.[17][18] O ano de 2007 foi o único em que a companhia fechou com déficit, causado principalmente pela crise e pelo acidente, ambos ocorridos no ano anterior.[19]
Compra da Varig
A Viação Aérea Rio-Grandense foi a primeira companhia aérea do Brasil, sendo também a maior companhia do país até 2000, quando sua marca começou a perder valor e suas dívidas foram se acumulando.[20][21] A companhia era a única brasileira até então a operar aeronaves de grande porte como Boeing 777, 767 e McDonnell Douglas MD-11, que foram vendidas para quitar parte de suas dívidas.[22] Mas em 2006, a companhia não conseguiu quitar suas dívidas e foi declarada falência e sua marca foi posta a venda.[23][24] Em 28 de março de 2007, a Gol comprou a marca da Varig, pagando o equivalente a 275 milhões de dólares.[25][26] Neste momento, a Gol mudou sua razão social para "VRG Linhas Aéreas S/A", continuou com o programa de fidelidade Smiles, que era utilizado pela Varig, adquiriu um Boeing 767 remanescente da companhia e pintou algumas aeronaves com a marca da Nova Varig.[27]
Nova logomarca e pinturas
Em 2015, após cerimônia realizada no centro de manutenção da companhia para comemorar o centésimo Boeing 737-800 recebido, a companhia anunciou a troca da logomarca e a nova pintura de suas aeronaves.[28] A nova logomarca apresenta dois elos entrelaçados, representando a vocação da companhia em unir pessoas e lugares.[29] Além das mudanças na logomarca e pintura, foi anunciada a instalação em toda a frota de um novo sistema de entretenimento de bordo, que contará com Wi-Fi, TV ao vivo e vídeos.[30] As poltronas das aeronaves serão fabricadas utilizando couro reciclável e a companhia apresentou oficialmente o snack Tribos, que será distribuído gratuitamente em todos os voos da companhia.[31][32]
Frota
Em janeiro de 2016, a Gol possuia uma frota de 139 aeronaves.[1]
Aeronaves | Quantidade | Pedidos | Passageiros | Notas | ||
---|---|---|---|---|---|---|
Boeing 737-700 | 34 | — | 144 | Rotas domésticas de baixa ocupação | ||
Boeing 737-800 | 8 | — | 189 | Rotas domésticas | ||
Boeing 737-800 Short Field Performance | 97 | 4 | 189 | Rotas domésticas e internacionais | ||
Boeing 737-8 MAX | — | 60 | TBA | Entregas a partir de 2017. | ||
Total | 139 | 64 |
Frota histórica
Aeronave | Quantidade | Anos de operação | Notas |
---|---|---|---|
Boeing 737-300 | 28 | 2004–2010 | |
Boeing 767-200 | 1 | 2007–2011 | Remanescente da Varig. |
Boeing 767-300 | 8 | 2007–2011 | Remanescentes da Varig. |
Destinos
Acordos
Interline
A Gol mantém acordos interline com algumas companhias.[33]
A Gol mantém acordos codeshare com algumas companhias.[33]
- Aerolineas Argentinas (Skyteam)
- Aeroméxico (Skyteam)
- Air Canada (Star Alliance)
- Air France (Skyteam)
- Alitalia (Skyteam)
- Copa Airlines (Star Alliance)
- Delta Air Lines (Skyteam)
- Etihad Airways
- KLM (Skyteam)
- Korean Air (Skyteam)
- Qatar Airways (Oneworld)
- TAP Portugal (Star Alliance)
Acidentes
Voo 1907
Em 29 de setembro de 2006, um Boeing 737-8EH da Gol ia de Manaus ao Rio de Janeiro, com escala em Brasília, cumprindo o voo 1907. Um Embraer Legacy 600 da companhia estadunidense ExcelAir ia de São José dos Campos à Miami, com escala em Manaus, cumprindo o voo de entrega da aeronave. Pouco antes das 17:00, o Boeing 737 e o Legacy colidiram a uma altitude de 37 000 pés (cerca de 11 000 metros), perto da cidade de Matupá, a 750 quilômetros (470 milhas) a sudeste de Manaus.[34][35] O winglet esquerdo do Legacy cortou cerca de metade da asa esquerda do avião da Gol. Isso fez com que o Boeing 737 perdesse sustentação, o que rapidamente levou o avião a cair e colidir com uma área de densa floresta tropical, a 200 quilômetros (120 milhas) a leste do município de Peixoto de Azevedo.[36] Todos os 154 passageiros e tripulantes a bordo morreram e o avião foi destruído, com os destroços espalhados ao redor do local do acidente.[15]
O Legacy, apesar de sofrer sérios danos ao estabilizador horizontal e ao winglet esquerdo, continuou voando, embora o seu piloto automático tenha sido desligado e tenha exigido uma quantidade incomum de força no manche para manter o nível de voo.[15][37] Com a ajuda de retransmissão de rádio de um Boeing 747 da Polar Air Cargo que sobrevoava a área no momento, a tripulação do Legacy pousou o jato na Base Aérea do Cachimbo, parte do Campo de Provas Brigadeiro Velloso, um grande complexo militar da Força Aérea Brasileira, localizado a cerca de 160 quilômetros (100 milhas) de distância do ponto onde ocorreu a colisão.[15][37] O passageiro e jornalista Joe Sharkey descreveu sua experiência a bordo do Legacy em um artigo para o The New York Times, intitulado "Colliding With Death at 37,000 Feet, and Living", apresentado em 01 de outubro de 2006.[38]
A Força Aérea Brasileira enviou cinco aeronaves e três helicópteros para a região, iniciando uma extensa operação de busca e salvamento. Cerca de 200 funcionários foram convocados para atuarem na operação, entre eles um grupo de nativos familiarizadas com a floresta.[40] O local do acidente foi encontrado em 30 de setembro pela FAB a 200 quilômetros a leste de Peixoto de Azevedo, próximo a uma fazenda de gado.[41][42][43] Foi relatado que o resgate teve dificuldade para chegar ao local do acidente devido à densa floresta.[44] A Infraero indicou a possibilidade de haver cinco sobreviventes, mas uma declaração posterior da Força Aérea Brasileira, com base em dados coletados pelo pelotão da FAB no local do acidente, confirmaram que não havia sobreviventes.[45] O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva declarou três dias de luto nacional.[46]
O acidente foi investigado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos e pelo National Transportation Safety Board. O NTSB, em conformidade com as disposições do regulamento da ICAO, participou no inquérito representando o país de registro, o país do operador do Legacy e o país onde foram fabricados os instrumentos da Honeywell em ambas as aeronaves.[47] O plano de voo do Legacy determinava que a aeronave deveria voar no nível de voo FL370 (aproximadamente 37 mil pés) até Brasília, na aerovia UW2, onde faria uma descida prevista para o nível de voo FL360 (aproximadamente 36 mil pés) e ingressaria na aerovia UZ6 no sentido nordeste em Teres, um waypoint localizado a 282 milhas náuticas (324 milhas, 522 quilômetros) a noroeste de Brasília, onde uma subida ao nível de voo FL380 (aproximadamente 38 mil pés) era prevista. De acordo com o plano de voo apresentado, o Legacy foi programado para estar no nível FL380, seguindo em direção a Manaus, ao passar o eventual ponto de colisão, que foi de cerca de 307 quilômetros (191 milhas) a noroeste de Teres.[15] A tripulação do Legacy afirmou em seus depoimentos e entrevistas subsequentes que foram autorizados pelo controle de tráfego aéreo a voar no nível de voo FL370 até Manaus.[15]
Em 10 de dezembro de 2008, mais de dois anos após o acidente, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos emitiu o seu relatório final, que descreve a investigação, resultados, conclusões e recomendações.[15] O relatório do CENIPA inclui uma seção denominada "Conclusões", que resume os fatos conhecidos e lista uma variedade de fatores relacionados com os controladores de tráfego aéreo e a tripulação do Legacy.[48][49] De acordo com o CENIPA, os controladores de tráfego aéreo contribuíram para o acidente por conduzir o Legacy a uma altitude incorreta e não alertar ou corrigir o erro durante a transferência de centros. O CENIPA também encontrou erros na forma de como os controladores lidaram com a perda de contato com o Legacy.[15][49] O CENIPA concluiu que os pilotos do Legacy também contribuíram para o acidente com a sua incapacidade de reconhecer que seu transponder foi inadvertidamente desligado, desativando assim o sistema anticolisão, bem como a sua formação insuficiente e preparação naquela aeronave.[15][49][50]
Incidentes
- No dia 20 de dezembro de 2003, o voo G3-1756 operado por um Boeing 737-700, de matricula PR-GOO, cumprindo a rota São Paulo-SP a Porto Alegre-RS via Navegantes-SC, derrapou no momento do pouso no Aeroporto de Navegantes devido a aquaplanagem. Com a derrapagem a aeronave saiu da pista por cerca de 120 metros e colidiu contra o murro do aeroporto, resultando em grandes avarias no nariz, motor esquerdo e na asa esquerda do avião. Porém, apesar do forte impacto, não houve nenhum ferido dentre as 149 pessoas a bordo.[51]
- No dia 16 de outubro de 2011, um Boeing 737-800 que ia do aeroporto de Congonhas para o aeroporto Santos Dumont perdeu parte dos instrumentos minutos após a decolagem. Com o tempo nublado, os pilotos tinham baixíssima visibilidade. Com isso, o controlador guiou o voo até Campinas. A aeronave fez um pouso de emergência no Aeroporto Internacional de Viracopos. Segundo a companhia, o problema foi ocasionado por um pequeno cabo que deveria estar conectado ao computador de bordo. Logo após, um Boeing 737-700 substituiu o referido avião e chegou ao Rio de Janeiro com um atraso de quatro horas.[52]
- Em 25 de setembro de 2015, um Boeing 737-800 que decolava do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro com destino o aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte, derrapou da pista após taxiar para a pista. Após uma mudança na direção dos ventos, o controlador de tráfego aéreo do aeroporto ordenou que se mudasse de pista, para que a aeronave decolasse sem problemas. Mas, ao fazer uma manobra, a aeronave derrapou e saiu da pista, mas não caiu na baía de Guanabara pois uma das rodas do trem de pouso atolou no gramado após a cabeceira da pista, deixando nenhum ferido.[53][54]
Ver também
Referências
- ↑ a b «Frota». Gol. Consultado em 4 de janeiro de 2016
- ↑ «Mapa de Rotas». Gol. Consultado em 4 de janeiro de 2016
- ↑ a b c «Memória». Gol. Consultado em 15 de janeiro de 2016
- ↑ Agência Nacional de Aviação Civil (2014). «Anuário Estatístico do Transporte Aéreo - 2014» (ZIP). Consultado em 8 de janeiro de 2016
|ultimo=
e|autor=
redundantes (ajuda) - ↑ «Nossa frota». Gol. Consultado em 15 de janeiro de 2016
- ↑ «Gol foi a primeira a operar no conceito baixo custo-baixa tarifa». O Globo. Consultado em 16 de janeiro de 2016
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