Gomes Eanes de Zurara

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Gomes Eanes de Zurara
Gomes Eanes de Zurara
Estátua de Zurara no pedestal do Monumento a Luís Vaz de Camões, da autoria de Victor Bastos (Praça Luís de Camões, Lisboa)
Nascimento 1410
Morte 1474 (64 anos)
Nacionalidade Portugal Português
Ocupação Guarda-mor da Torre do Tombo

Gomes Eanes de Zurara (14101474), também grafado como Gomes Eanes de Azurara, foi o 5.° Guarda-Conservador da Livraria Real, depois de Fernão Lopes, de 1454 a 1475, foi Guarda-mor da Torre do Tombo.

É perceptível nas suas obras a atenção dada à nobreza próxima do rei Afonso V de Portugal, e aos seus “feitos heróicos”, e a de minimizar a ação de nobres que deveriam ser esquecidos, ou postos nas sombras, como o infante D. Pedro de Coimbra e seus seguidores[1].

Biografia[editar | editar código-fonte]

Efígie de Gomes Eanes de Zurara no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, Portugal.

Cerca de 1440, ele teve acesso à corte por conta de sua proximidade ao referido Fernão Lopes e a Mateus de Pisano – humanista italiano que foi preceptor de D. Afonso V[1].

Em 1449, Zurara recebeu uma encomenda do monarca D. Afonso V e começou a escrever sua primeira crónica[1].

Em 1451, foi nomeado guarda-conservador da Livraria Real e, em 1454, substituiu Fernão Lopes (1385-1459) como guarda-mor da Torre do Tombo e cronista régio[1]. Alguns autores esguardam esta substituição, como tendo sido politicamente motivada, dadas as afeições políticas de Fernão Lopes que, depois da Batalha da Alfarrobeira, deixaram de ser as dominantes.[2] [3]

Zurara também foi agraciado com o título de cavaleiro e comendador da Ordem de Cristo por D. Henrique – governador desta ordem militar de 1420 até 1460 –, além de ser cavaleiro da casa do próprio rei D. Afonso V, mesmo que o seu nome não conste dentre o rol dos moradores do paço real[1].

Deslocou-se, em 1467, a Alcácer Ceguer, com o fim de completar a sua crónica do conde D. Duarte de Meneses. Nas suas crónicas, sem deixar de ser probo, fixa-se na apreciação das grandes figuras, espelhando heroísmo e feitos paradigmáticos, exaltando o valor das épicas personagens de que se ocupa.

Nos seus escritos, reflectindo o ambiente subsequente ao encontro de Alfarrobeira, Zurara está para o seu antecessor, Fernão Lopes, como a crónica dos heróis estará para a crónica de um povo.

Há, em Mangualde, uma escola muito conhecida, nomeada em sua honra: a Escola Básica do 2.ºe 3.º Ciclo Gomes Eanes de Azurara[4].

Obra[editar | editar código-fonte]

  • 1450 - "Cronica del Rei D. Joam I de boa memória. Terceira parte em que se contam a Tomada de Ceuta" (Lisboa, 1644)
  • 1453 - "Cronica do Descobrimento e Conquista da Guiné", também chamada «Crónica dos Feitos da Guiné» (Paris, 1841)
  • 1463 - "Cronica do Conde D. Pedro de Menezes" (in: Inéditos de Historia Portugueza, vol. II. Lisboa, 1792)
  • 1468 - "Cronica do Conde D. Duarte de Menezes" (in: Inéditos de Historia Portugueza, vol. III. Lisboa, 1793)

Crónica dos Feitos da Guiné[editar | editar código-fonte]

A Crónica dos feitos da Guiné de Zurara é a primacial fonte histórica, que sustenta a concepção moderna que se urde do Infante D. Henrique e do período do henriquino dos Descobrimentos, compreendido entre 1434 e 1448. A obra foi encomendada pelo próprio Infante D. Henrique, [5] pelo que lhe é sobremaneira lisonjeira, o que não inspira grandes visos de imparcialidade, aos olhos dos historiadores modernos. [6] Não obstante, à mingua de outras fontes históricas disponíveis, a obra de Zurara continua a ser tanto objecto de estudo, como sustentáculo de fundamentação de muito historiadores modernos.[7]

Zurara terá feito menção de se ter baseado nos relatos das expedições constantes de um manuscrito compilado por um suposto «António Cerveira»[8], no entanto, nunca foi encontrado nenhum exemplar desse relato original[9]. Com efeito, até à publicação da «Primeira Década da Ásia», de João de Barros, em 1552, não havia quaisquer obras publicadas a respeito dos descobrimentos henriquinos, salvo dois livros de memórias, redigidos por Alvise Cadamosto (publicados inicialmente em Itália em 1507)[10][11][12].

João de Barros afirmou ter exarado a sua obra de 1552, baseando-se numa cópia do manuscrito das crónicas de Zurara, que encontrara, avulso, nos arquivos. Porém, pouco mais de uma década depois, Damião de Góis (em 1567), deu conta do desaparecimento do manuscrito das crónicas de Zurara. [13]

Seguiu-se uma caça à cópia desse manuscrito, que saiu gorada. O clérigo espanhol Bartolomé de las Casas, na década de 40 do século XVI, terá dado a entender que deteria uma cópia das crónicas de Zurara, contudo, nunca se chegou a aferir se isso seria verdade. [14]

Frontispício da Crónica dos Feitos de Guiné (códice de Paris)

Foi só em 1839 que se descobriu uma cópia intacta e em formidável estado de conservação das crónicas de Zurara, acantonadas na Real Biblioteca de Paris (hodiernamente Bibliothèque nationale de France), mercê dos esforços de Ferdinand Denis. É de assinalar que, nesta cópia descoberta em Páris (crismada o “códice de Paris”), está incluído um frontispício com o retrato de um homem de bigode ralo, de chapeirão borgonhês encasquetado, que se presumiu de imediato tratar-se do Infante D. Henrique (máxime tendo em conta que, até então, ainda não se havia identificado qualquer representação gráfica do Infante).[15]

Luís António de Abreu e Lima (Visconde de Carreira) fora indigitado, pela coroa portuguesa, como enviado extraordinário, para representar o reino português em França, nesta altura. Luís de Abreu e Lima terá, então, diligenciado pela primeira publicação da crónica de Zurara, já em 1841, prefaciada e anotada por Manuel Francisco de Macedo Leitão e Carvalhosa (Visconde de Santarém).[16][17]

A publicação obteve muito significativa tiragem de vendas, nacionais e internacionais, especialmente tendo em conta que, à data, os atritos diplomáticos entretidos por Portugal, França e Inglaterra, em relação à ocupação dos territórios da África Ocidental, eram muito badalados, tendo vindo em 1885 a culminar na realização da conferência de Berlim. O visconde de Santarém ter-se-á valido da obra para justificar o precedente histórico da presença portuguesa nesses territórios em África. [18]

Uma segunda cópia do manuscrito foi descoberta pouco depois, em 1845, por J.A. Schmeller na Biblioteca Estatal da Baviera, em Munique, incluída num acervo de relatos sortidos de expedições portuguesas, compilado em 1508 pelo tipógrafo alemão Valentinus Moravus (conhecido em Portugal sob o nome de Valentim Fernandes), que se teria fixado em Lisboa. No entanto, esta versão encontrava-se eivada de excertos truncados. [19]

Historiografia moderna e controvérsias[editar | editar código-fonte]

A historiografia moderna, onde se perfilam autores como Veiga Simões, Duarte Leite, António José Saraiva, Vitorino Magalhães Godinho, José de Bragança, entre outros [20], tem vindo a descredibilizar extensivamente a obra de Gomes Eanes de Zurara, em larga medida, mercê do cariz manifestamente parcial e faccioso das suas redacções. Alguns historiadores modernos, como Alfredo Pinheiro Marques, na sua obra «A maldição da memória do Infante Dom Pedro», inclusive categorizam os escritos de Zurara como «autênticos panegíricos» à imagem do Infante D. Henrique, em muito ficando a dever à verdade factual.[21][22]

Com efeito, contra a credibilidade da obra de Zurara pesam os extensivos plágios por si perpetrados, dentre os quais se destacam capítulos integrais do «Livro da Virtuosa Benfeitoria», do Infante D. Pedro, situação esmiuçada pelo Dr. Duarte Leite e ulteriormente, também, pelo prof. Joaquim de Carvalho.[23][24][22][25]

A isto acresce que há vários autores, com destaque para Alfredo Pinheiro Marques, que especulam que Zurara terá tido um papel activo na obliteração da memória histórica e do legado do Infante D. Pedro, na medida em que Zurara se encontrava colado à facção política que se defrontou na batalha de Alfarrobeira contra o Infante D. Pedro.[2][3][22][24][21]

Outro factor que impende negativamente sobre a probidade geral de Gomes Eanes de Zurara foi a sua participação activa num crime de falsificação de documentos régios, delito, então, punido com pena de morte.[26][27]

Em 1479, D. João II, dois anos antes de assumir a coroa oficialmente, deu seguimento a uma devassa (investigação judicial) que desvendou abusos e aleivosias, perpetradas pela nobreza e pela Ordem de Cristo.[27] Concretamente, no que é pertinente ao caso em apreço, descobriu-se que a duquesa de Viseu, D.ª Beatriz, viúva do infante D. Fernando, com ligações à ordem de Cristo, diligenciou no sentido de que fosse adscrito um documento falso a uma ordenação de D. Fernando de 1373, por forma a conferir à Ordem de Cristo total jurisdição sobre as cidades de Tomar, Pombal e Soure.[21]

Esse documento falsificado, provou-se no âmbito da sindicância judicial, teria sido forjado por Gomes Eanes de Zurara que, enquanto cronista-mor e guardador-mor da Torre do tombo, dispunha dos meios para perpetrar o crime e, enquanto assecla assumido da Ordem de Cristo, tinha o móbil. Zurara, já defunto à data do fim da investigação judicial, foi declarado culpado e condenado postumamente.[21][27]

Em 2017, Ibram X. Kendi, na sua obra, «Stamped From The Beginning», aventa as crônicas de Zurara como os primeiros escritos de cunho português, que tacham os povos subsaarianos como pagãos arredados da fé cristã, que se encontravam à mercê da escravização, às mãos dos mais variados povos.[28]Sendo certo que o próprio autor reconhece que será pouco provável que as obras de Zurara tenham tido significativa influência direta na enformação da mundividência portuguesa da época, quanto à perceção dos povos subsaarianos, especialmente tendo em conta que se perderam nos arquivos em 1567[29]. Além disso, o autor reconhece a possibilidade de muitos dos trechos, que se debruçam a respeito dos escravos africanos, na crónica dos feitos da Guiné, serem integralmente plagiados por Zurara de autores mouros, dada a propensão de Zurara para fazer extensivos plágios e a considerável similitude de certos trechos, citando para o efeito outros autores que abordaram reflexamente esse assunto.[30][31] [32]

Referências

  1. a b c d e Modelos de ação bélica na Crônica de D. Duarte de Meneses - contexto, texto e representação, por André Luiz Bertoli, Mirabilia 15, Jun-Dez 2012 - ISSN 1676-5818
  2. a b Rodrigues Russo, Rute Isabel (2019). «A Crónica de D. Pedro I: a estratégia cronística em Fernão Lopes». Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto. p. 17. 199 páginas  «Em 1454 é substituído por Gomes Eanes de Zurara, por estar supostamente velho e incapaz de realizar o cargo, mas segundo J. G. Monteiro este afastamento pode ter tido como móbil a sua ligação ao grupo do regente D. Pedro que fora derrotado em Alfarrobeira em 1449.»
  3. a b Monteiro, João Gouveia (1988). «Fernão Lopes: Texto e Contexto». Coimbra: Livraria Minerva. p. 73 « Nota 92. (…) citando A. J. Saraiva, não era frequente aposentar alguém por motivos de velhice.» «Vasco Fernandes de Lucena foi nomeado guardador-mor da Torre do Tombo e cronista –mor do reino após Fernão Lopes sendo, contudo, mais velho que este último»
  4. «Escola EB 2,3 Gomes Eanes de Azurara». Eco-Escolas (em inglês). Consultado em 1 de fevereiro de 2021 
  5. Zurara, Crónica dos feitos da Guiné, (Ch.1, p.3).
  6. v.g. Leite 1941; Magalhães Godinho 1945; Diffie & Winius 1977, p. 48n;Russell 2000, p. 5
  7. Zurara, Gomes Eanes de (1896). The Chronicle of the Discovery and Conquest of Guinea (em inglês). [S.l.]: B. Franklin 
  8. Zurara (ch.32, ch. 56 and ch.84)
  9. Monumenta Henricina (Almeida, Costa Brochado & Dinis 1967, vol 8: p.87). Em todo o caso, o historiador Teixeira da Mota é da convicção que Duarte Pacheco Pereira poderá ter tido acesso a fontes alheias a Zurara (Teixeira da Mota 1946, pp. 12–13), pelo que se concebe a possibilidade de os manuscritos originais de António Cerveira ainda existirem nos arquivos, por torno de 1507 a 1510. Todavia, de acordo com João de Barros, em 1552 já se teria perdido esse manuscrito original. Por seu turno, a crónica de Zurara foi conservada, às esconsas do olhar público, durante séculos. (Barros 1552)
  10. «Reese Catalogue 250 - Section II». web.archive.org. 16 de outubro de 2006. Consultado em 1 de fevereiro de 2021 
  11. Cadamosto, Alvise (1937). The Voyages of Cadamosto, Series II, Vol. LXXX. London, UK: G. R. Crone - Hakluyt Society 
  12. Kerr, Robert (1811). A General History of Voyages and Travels to the End of the 18th Century (em inglês). [S.l.]: J. Ballantyne & Company 
  13. Góis 1905, Ch.6.
  14. Leite 1941; Teixeira da Mota 1946, p. 13.
  15. Leite 1941
  16. «Chronica do Descobrimento e Conquista da Guiné, escrita por mandado de El-Rei D. Affonso V, sob a direcção scientifica, e segundo as instrucções do illustre Infante D. Henrique, pelo Chronista Gomes Eannes de Azurara, fielmente trasladada do manuscrito original contemporaneo, que se conserva na Bibliotheca Real de Pariz, e dada pela primeira vez á luz per deiligencia do Visconde de Carreira, Enviado Extraordinario e Ministro Plenipotentiario de S. Majestade Fidelissima na corte da França, precedida de uma Introducção, e illustrada com algumas notas pelo Visconde de Santarem, Socio da Academia real das Sciencias de Lisboa, e de um grande numero d'Academias e sociedades sabias em Hespanha, França, Italia, Inglaterra, Hollanda, Suecia, e America, etc., e seguida d'um Glossario das Palavras e Phrases Antiquadas e Obsoletas». Publicado em Paris por J.P. Aillaud, totalizando 474 pages, com o retrato no frontispício. copy online
  17. Santarém 1841
  18. Santarém 1841; Teixeira da Mota 1946, pp. 15–17.
  19. (Schmeller 1847); (Beazley & Prestage 1896–1899, p. lvi).
  20. Galvão de Queirós, Sílvio (1997). «Pera espelho de todollos uios: A imagem do Infante D. Henrique na Crônica da Tomada de Ceuta». Niterói: Universidade Federal Fluminense. p. 69. 287 páginas «Zurara tem sido acusado de plágio e as suas obras desacreditadas, por respeitáveis historiadores portugueses, tais como Duarte Leite, José de Bragança, Vitorino Magalhães Godinho e Joaquim Carvalho, dentre muitos outros (…)»
  21. a b c d Marques, Alfredo Pinheiro (1994). A maldição da memória do Infante Dom Pedro: e as origens dos descobrimentos portugueses. [S.l.]: Centro de Estudos do Mar 
  22. a b c Pinheiro Marques, Alfredo (1996). «Vida e Obra do Infante D. Pedro». Lisboa: Gradiva. pp. 86–87 «Zurara calou quase tudo o que dizia respeito ao infante D. Pedro e tentou atribuir tudo ou quase tudo ao seu próprio senhor. E, para cúmulo da ignomínia- sinal da infâmia e da lamentável miséria que se iria viver nos tempos que se avizinhavam – o cronista henriquino quis embelezar um pouco da sua prosa com alguma erudição clássica e com alguma afectação de conhecimentos da Antiguidade foi saquear páginas inteiras precisamente aos escritos do infante D. Pedro, sobretudo no Livro da Virtuosa Benfeitoria. É puro plágio, praticado por alguém que havia sido nomeado cronista precisamente no rescaldo da batalha da Alfarrobeira. Praticado sobre alguém que acabava de ser morto e silenciado nesta mesma batalha»
  23. CARVALHO, Joaquim de (1949). « SOBRE A ERUDIÇÃO DE GOMES EANES DE ZURARA (notas em torno de alguns plágios deste cronista)»,. Coimbra: Universidade de Coimbra. 160 páginas  «Pode ver-se nesta prática a influência dos escritos de Afonso o Sábio, notadamente da General Historia, de cujas laudas Zurara plagiou vários trechos de índole científica, como pela primeira vez mostrou o Dr. Duarte Leite, e das Tábuas Alfonsinas, cuja utilização a Crónica de Ceuta acusa na menção das diversas eras (caps. LXXXVII e CV), como notou Esteves Pereira.» « O passo não oferece hoje dúvidas: o Visconde de Santarém apontou-lhe a fonte e pôs em relevo a alteração do nome Musilon Emporium, do texto de Orósio, em Mossile Nemporyo, do passo da Crónica; e o Dr. Duarte Leite descobriu que não só o passo, mas todo o cap. 61 a que ele pertence, foi totalmente traduzido da General Estoria, de Afonso o Sábio.» e ainda «isto é tirado de qualquer crónica de Espanha, pois veremos que Zurara desconheceu os escritos do segundo autor mencionado e o mesmo digo do terceiro, cujo nome não acode mais à sua pena»
  24. a b Galvão de Queirós, Sílvio (1997). «Pera espelho de todollos uios: A imagem do Infante D. Henrique na Crônica da Tomada de Ceuta». Niterói: Universidade Federal Fluminense. p. 70. 287 páginas «Acusam ainda, outros historiadores, dando seguimento à referida linha critica, que o apagamento da memória daquele infante (D. Pedro) foi feito em benefício da imagem do Infante D. Henrique (…) e mais acusam que terá sido realizada a promoção da imagem henriquina através do labor cronístico de Zurara, que plagiou o Livro da Virtuosa Benfeitoria de D. Pedro.»
  25. Barreto, Luís Filipe (1989). Gomes Eanes de Zurara e o problema da «Crónica de Guiné». Lisboa: STVDIA. 90 páginas «Zurara prossegue como eco do Infante D. Pedro, autor da “Virtuosa Benfeitoria”, plagiando-o desfaçadamente (…)»
  26. Almeida Costa, Mário Júlio (2012). História do Direito Português 5.ª ed. Coimbra: Almedina. p. 287. 608 páginas. ISBN 978-972-40-4665-5 
  27. a b c Saraiva, José António (1990). O Crepúsculo da Idade Média em Portugal. Lisboa: Gradiva. 306 páginas. ISBN 9789726621577 
  28. Kendi, Ibram X. (2016). Stamped from the Beginning. New York, USA: Nation Books. pp. 22–27. ISBN 9781568584638 
  29. Kendi, Ibram X. (2016). Stamped from the Beginning. New York, USA: Nation Books. 24 páginas. ISBN 9781568584638 «However, it is widely uncertain whether Zurara’s works had any appreciable effect in shaping the Portuguese worldview regarding Africans(…)» «(...)his works were widely unaccessible to most scholars and by 1567 they were deemed lost from the portuguese archives (...)»
  30. Kendi, Ibram X. (2016). Stamped from the Beginning. New York, USA: Nation Books. pp. 27, 517. ISBN 9781568584638 «It should also be noted that, given Zurara’s tendency for wholesale plagiarism, which has been thoroughly exposed by several authors, it is plausible that his justifications to the enslavement of africans are either plagiarized or heavily based on the writings of mourish authors6 (...)» «(...)as is proposed by Bernard Lewis op. cit. p. 48-9 and Touria Khannous op. cit. p.66-80 (…)»
  31. Touria Khannous (2013) "Race in pre-Islamic poetry: the work of Antara Ibn Shaddad, African and Black Diaspora". An International Journal, 6:1, 66-80, DOI: 10.1080/17528631.2012.739915
  32. Bernard Lewis, ‘The African Diaspora and the Civilization of Islam’, in M.I. Kilson & R.I. Rotberg, The African Diaspora (Harvard University Press, 1976), 48-9.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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