Gotlândia

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 Nota: Este artigo é sobre ilha da Gotlândia. Para outros significados, veja Gotlândia (desambiguação).
Ilha da Gotlândia
Gotland
57° 30' N 18° 33' E
Geografia física
País  Suécia
Localização Mar Báltico
Ponto culminante Lojsta hed - 82 m
Área 2994  km²
Geografia humana
População 61 001 (2021)
Densidade 18,4 hab./km²

Falésias calcárias na praia de Langhammar

A Gotlândia (EM SUECO Gotland; OUÇA A PRONÚNCIA!; EM GÚTNICO ANTIGO Gutland) é a maior ilha da Suécia e do mar Báltico.[1][2][3] Está situada a 90 km a leste da Suécia, assim como a 130 km a oeste da Letónia e 600 km a norte da Polônia. [4] [5] A ilha é ao mesmo tempo a província histórica da Gotlândia (Gotland), o condado da Gotlândia (Gotlands län), e a comuna de Gotlândia (Gotlands kommun).[6]

Pertencem à Gotlândia as pequenas ilhas de Fårö e Gotska Sandön ao norte, e as ilhas Stora Karlsö e Lilla Karlsö a oeste.[6][7] A antiga cidade de Visby é simultaneamente a capital da província histórica, a capital do condado e a sede da comuna.[6] É uma antiga urbe hanseática fundada no século X, rodeada de muros medievais praticamente intactos, e dispondo de vários edifícios históricos.[8][6][9]

Etimologia e uso[editar | editar código-fonte]

O nome geográfico sueco Gotland deriva possivelmente das palavras nórdica "gutar" (o nome do povo habitando a ilha; literalmente, "os homens") e de ”land” (terra ou ilha), significando ”terra dos gutas”. A forma ”Gotland” - com ”o” - parece ser uma influência do baixo-alemão medieval, talvez em combinação erudita posterior com ”goter” (godos). A província está mencionada como "Gutlandi", em escrita rúnica em sueco antigo no século XI, como ”Gutland” na Saga dos Gutas, em gútnico antigo no século XIII, e como ”Gutland” no século XIV. [10][11]

A forma Gotlândia é um aportuguesamento consagrado em textos em português, embora a forma original Gotland pareça ter igualmente uso considerável na língua portuguesa.[12][13]

História[editar | editar código-fonte]

O nome antigo da ilha é Gutland, e o nome dos seus habitantes Gutar (APORTUGUESADO Gutas). Os Alemães alteraram todavia o nome para Gotland, e os Suecos passaram a designar os habitantes de Gotlänningar (LITERALMENTE Gotlandeses).[14][15]

Na Saga dos Gutas, do século XIII, existe uma saga - de impossível verificação histórica - segundo a qual haveria um vínculo entre os Gutas da Gotlândia (Gutar) e os godos da Europa continental (Goter). Ainda de acordo com a referida saga, a Gotlândia teria sido, durante a Idade Média, uma nação independente, até à altura em que teria aceitado livremente a soberania do rei dos Suíones, em data incerta antes do século IX. A dúvida persiste sobre o carácter dessa união - aliança voluntária ou uma submissão forçada.
Depois desta união com os Suíones, a Gotlândia continuou gozando de uma significativa autonomia. Em 1361, a Dinamarca conquistou a ilha, que só foi recuperada pela Suécia em 1645, pela Paz de Brömsebro.[6][16]

Em 1678, Johan Cedercrantz foi nomeado governador (em sueco: landshövding) do Condado da Gotlândia.[6] Hoje em dia, a Princesa Leonor da Suécia é a duquesa de Gotlândia, título que lhe foi oferecido pelo avô, o Carlos XVI Gustavo, em honra do seu nascimento.[17]

Geografia[editar | editar código-fonte]

A Gotlândia é um grande rochedo planáltico de calcário - predominantemente plano - em pleno Mar Báltico, a cerca de 90 km da Suécia continental.[2] Tem um comprimento de 170 km e uma largura de 50 km.[18] Através dos tempos, as vagas e os ventos modelaram falésias (raukar) e grutas ao longo das costas da ilha.[6] Seu ponto mais alto é Lojsta Hed a apenas 83 metros acima do nível do mar.[6] e um lago chamado Tingstäde. Esta ilha está localizada numa das áreas com maior número de horas de sol da Suécia.[19][20][21]

Maiores centros urbanos[editar | editar código-fonte]

Economia[editar | editar código-fonte]

Igreja de Tofta

A sua economia distingue-se da economia do resto da Suécia, devido a ter um maior número de pessoas trabalhando no setor agrícola — cerca de 8% — e um menor número na indústria — uns 15%. Cerca de metade da força de trabalho está concentrada na área de Visby. [22][6]

A agricultura é um setor importante, com realce para o cultivo de beterraba-sacarina, morangos, batatas e cereais. A criação de ovelhas, vacas e porcos está aliada à produção de leite, carne de vaca e de porco. A indústria conta com 10 empresas com mais de 50 empregados, com relevo para a produção metalo-mecânica, alimentar e de cimento. [22][23][24]

A Gotlândia é igualmente uma grande atração turística, especialmente no verão. O turismo ocupa umas 2 000 pessoas, recebendo a ilha anualmente mais de 600 000 turistas. [6][25]

Transportes[editar | editar código-fonte]

A Gotlândia não tem vias férreas desde os anos 60. Os transportes internos são assegurados por uma rede de linhas de autocarros/ônibus. Visby está ligada diariamente por barco a Nynäshamn e Oskarshamn, e por avião a Norrköping e Estocolmo na Suécia continental.[26][27][28][6]

Património cultural[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Geografi - Gotland Fakta» (em sueco). Guteninfo. Consultado em 14 de abril de 2016 
  2. a b c d Magnus Bolle et al. (2004). «Gotland». Sveriges landskapssymboler (em sueco). Tollered: Pedagogisk information. p. 80. 108 páginas. ISBN 9186404296 
  3. Fernandes, Ivo Xavier (1941). Topónimos e Gentílicos. I. Porto: Editora Educação Nacional, Lda. 
  4. «Hansestaden Visby» (em sueco). Region Gotland. Consultado em 12 de março de 2014 
  5. «Distans Polen-Gotland» (em sueco). se.avstand.org. Consultado em 14 de março de 2014 
  6. a b c d e f g h i j k l m n «Gotland» (em sueco). Enciclopédia Nacional Sueca 
  7. Miranda, Ulrika Junker; Anne Hallberg (2007). «Gotland». Bonniers uppslagsbok (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag. p. 331. 1143 páginas. ISBN 91-0-011462-6 
  8. http://www.algonet.se/~hogman/swe_counties_info_eng.htm#I
  9. «Hansestaden Visby» (em sueco). Region Gotland. Consultado em 12 de março de 2014 
  10. Wahlberg, Mats (2003). «Gotland». Svenskt ortnamnslexikon (Dicionário dos nomes das localidades suecas) (em sueco). Uppsala: Språk- och folkminnesinstitutet e Institutionen för nordiska språk vid Uppsala universitet. p. 39. 100 páginas. ISBN 91-7229-020-X 
  11. Pamp, Bengt (1988). «Namn på länder och landskap – Gotland». Ortnamnen i Sverige (Nomes de localidades da Suécia) (em sueco). Lund: Studentlitteratur. p. 82, 85, 104. 199 páginas. ISBN 91-44-01535-6 
  12. «In Sorte Diaboli: cultura escrita e a construção do imaginário de demonização do pagão na Brennu-Njáls saga (séc. XIII)» (PDF). Universidade Estadual do Ceará. Consultado em 25 de janeiro de 2020. ... A adoção da vela foi a grande modificação e recentemente foi descoberto pedras pintadas com barcos com velas, tanto em Gotlândia como em Jutlândia... 
  13. «Reino Visigodo». Infopédia. Consultado em 25 de janeiro de 2020. ... oriundos de ilha escandinava, de Gotland, ou da península escandinava... 
  14. Bernt Enderborg. «Varför gute i stället för gotlänning» (em sueco). Guteinfo.com. Consultado em 12 de março de 2014 
  15. Elias Wessén. «Nordiska folkstammar och folknamn» (PDF) (em sueco). Fornvännen – Journal of Swedish Antiquarian Research. Consultado em 8 de maio de 2014 
  16. Dick Harrison (2002). Sveriges historia Medeltiden (em sueco). Estocolmo: Liber AB. 25 páginas. ISBN 91-47-05115-9 
  17. http://www.kungahuset.se/kungafamiljen/aktuellahandelser/aktuellt2014januarimars/hkhprinsessanleonorelilianmariahertiginnaavgotland.5.19aaa1d3143e3582c02f5c.html
  18. «Hansestaden Visby» (em sueco). Region Gotland. Consultado em 12 de março de 2014 
  19. «Gotlands klimat» (em sueco). SMHI (Instituto Sueco de Meteorologia e Hidrologia). Consultado em 12 de março de 2014 
  20. «Gotland: Klimat och historiskt väder» (em sueco). MittResVader. Consultado em 12 de março de 2014 
  21. Hans Bengtson. «Flest soltimmar» (em sueco). SMHI (Instituto Sueco de Meteorologia e Hidrologia). Consultado em 14 de março de 2014 
  22. a b c d e Lars Bergquist, Thomas Magnusson, Peter A. Sjögren e Thomas Fehrm (ilustrador) (2002). «Gotland». Norstedts första uppslagsbok. Kunskap från början (em sueco). Estocolmo: Norstedts ordbok. p. 125. 460 páginas. ISBN 9172273186 
  23. «Gotlands 100 största företag (As 100 maiores empresas da Gotlândia (em sueco). helagotland.se. Consultado em 26 de janeiro de 2018 
  24. Rydstedt, Bjarne; Georg Andersson, Torsten Bladh, Per Olof Köhler, Karl-Gustaf Thorén, Mona Larsson (1987). «Jordbruk och fårskötsel». Land och liv 1 (em sueco). Estocolmo: Natur och kultur. p. 93. 216 páginas. ISBN 91-27-62563-X 
  25. Rydstedt, Bjarne; Georg Andersson, Torsten Bladh, Per Olof Köhler, Karl-Gustaf Thorén, Mona Larsson (1987). «Gotland - semesterön». Land och liv 1 (em sueco). Estocolmo: Natur och kultur. p. 92. 216 páginas. ISBN 91-27-62563-X 
  26. Daniel Åhlén. «Gotländsk järnvägshistoria - en sammanfattning (História das ferrovias da Gotlândia - um resumo (em sueco). Gotlandståget - Gotlands Hesselby Jernväg. Consultado em 26 de janeiro de 2018 
  27. «Busstidtabeller (Horários das linhas de autocarros/ônibus (em sueco). Region Gotland. Consultado em 26 de janeiro de 2018 
  28. http://www.gotland.se/85715
  29. http://www.bikersstop.se/bikersstops/location/405
  30. http://www.svenskakyrkan.se/default.aspx?id=652472
  31. http://apachepersonal.miun.se/~akejohan/gotland.htm

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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