Wilma de Faria

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Wilma de Faria
Wilma de Faria
52.ª Governadora do Rio Grande do Norte
Período 1 de janeiro de 2003
até 31 de março de 2010
Vice-governador Antônio Jácome (2003-2007)
Iberê Ferreira de Souza (2007-2010)
Antecessor(a) Fernando Freire
Sucessor(a) Iberê Ferreira de Souza
39.ª Primeira-dama do Rio Grande do Norte
Período 15 de março de 1979
até 15 de março de 1983
Governador Lavoisier Maia
Antecessor(a) Teresa Maia
Sucessor(a) Anita Maia
Deputada federal pelo Rio Grande do Norte
Período 1 de fevereiro de 1987
até 1 de janeiro de 1989
Secretária do Trabalho e Bem-Estar Social do Rio Grande do Norte
Período 15 de março de 1983
até 15 de julho de 1985
Governador José Agripino Maia
Antecessor(a) Marlúsia Saldanha
39.ª e 41.ª Prefeita de Natal
Período 1 de janeiro de 1997
até 5 de abril de 2002
Vice-prefeito Marcílio Carrilho (1997-2000)
Carlos Eduardo Alves (2001-2002)
Antecessor(a) Aldo Tinoco Filho
Sucessor(a) Carlos Eduardo Alves
Período 1 de janeiro de 1989
até 1 de janeiro de 1993
Vice-prefeito Ney Lopes
Antecessor(a) Garibaldi Alves Filho
Sucessor(a) Aldo Tinoco Filho
14.ª Vice-prefeita de Natal
Período 1 de janeiro de 2013
até 1 de janeiro de 2017
Prefeito Carlos Eduardo Alves
Antecessor(a) Paulinho Freire
Sucessor(a) Álvaro Dias
Vereadora de Natal
Período 1 de janeiro de 2017
até 15 de junho de 2017
Dados pessoais
Nome completo Wilma Maria de Faria
Nascimento 17 de fevereiro de 1945
Mossoró, Rio Grande do Norte
Morte 15 de junho de 2017 (72 anos)
Natal, Rio Grande do Norte
Nacionalidade brasileira
Alma mater Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Prêmio(s) Ordem do Mérito Militar[1]
Cônjuge Lavoisier Maia (c. 1959; div. 1991)
Hérbat Spencer (c. 1992; div. 2001)
Maurício Souza (c. 2008; m. 2017)
Partido ARENA (1966-1979)
PDS (1980-1988)
PDT (1988-1994)
PSB (1994-2016)
PTdoB (2016-2017)
Religião catolicismo
Profissão professora, política

Wilma Maria de Faria GOMM (Mossoró, 17 de fevereiro de 1945Natal, 15 de junho de 2017), também conhecida como Wilma Maia,[2] foi uma professora e política brasileira filiada ao Partido Trabalhista do Brasil (PTdoB). Foi a primeira mulher prefeita de Natal entre 1989 e 1993 e 1997 e 2002, e a primeira mulher governadora do Rio Grande do Norte de 2003 a 2010. Como esposa, à época, do 44.º governador potiguar, Lavoisier Maia, foi primeira-dama do estado entre 1979 e 1983.[3] Era vereadora em Natal até a data de sua morte.

Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde foi professora do Departamento de Educação do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, ela licenciou-se para exercer o cargo de Governadora.

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Filha de Morton Mariz de Faria e de Francisca Sally Paraguaio de Faria, Wilma era neta de Paulina Engrácia de Medeiros Mariz, irmã mais velha do ex-governador Dinarte de Medeiros Mariz. Era prima legítima do Ministro do Superior Tribunal de Justiça Gurgel de Faria. Casou-se aos 17 anos com o médico Lavoisier Maia em 1959[carece de fontes?] e tiveram quatro filhos: Ana Cristina, Márcia, Lauro e Cíntia. Se separaram em 1991, e se casou em seguida com o ex-chefe da Casa Civil de Natal, Hérbat Spencer Batista Meira. Ela teve dois irmãos gêmeos, Nelson Newton de Faria e Newton Nelson de Faria.[4][5]

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Primeira-dama do Rio Grande do Norte[editar | editar código-fonte]

Wilma de Faria iniciou sua vida pública em 1979 ao se tornar primeira-dama do Rio Grande do Norte, e, como tal, coordenou o Programa Nacional do Voluntariado (Pronav), assumiu a presidência da Legião Brasileira de Assistência (LBA) no Estado, presidiu a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), como também criou e presidiu o Movimento de Integração e Orientação Social (MEIOS).[6]

No ano de 1979 participou, no México, como convidada especial, de seminário internacional sobre o problema populacional na América Latina, além de fazer viagem de estudos ao Centro Agronômico Tropical de Investigação e Ensino, em San José, na Costa Rica, a convite do Instituto Interamericano de Ciências Agrícolas.

Deputada federal[editar | editar código-fonte]

Em 1983, Wilma de Faria assume a Secretaria de Trabalho e Bem-Estar Social durante o primeiro governo de José Agripino Maia,[7] cargo do qual se desvencilhou em 15 de julho de 1985[8] ― dia do lançamento de sua candidatura ― quando, filiada ao PDS, disputa a sua primeira eleição e perde a prefeitura de Natal para o então deputado estadual Garibaldi Alves Filho. Em 1986, é eleita deputada federal, pelo número 1111, e atua na Assembleia Constituinte. Seus votos em temas relacionados a direitos sociais e dos trabalhadores fizeram-na figurar entre os deputados nota 10, distinção concedida pelo Departamento Intersindical de Assuntos Parlamentares (DIAP).

Prefeita de Natal[editar | editar código-fonte]

Em 1988, Wilma já estava filiada ao PDT e vence a eleição para a prefeitura de Natal cumprindo um mandato de quatro anos (sendo a primeira mulher a assumir o cargo) ao final do qual, com a sua popularidade em alta, consegue eleger Aldo Tinoco Filho como seu sucessor em 1992 quando já estava separada de Lavoisier Maia, fato esse que culminou no seu ingresso ao PSB. Em 1994, disputa a eleição para governador e fica em quarto lugar. Em 1996, já rompida politicamente com Tinoco, volta a disputar a Prefeitura de Natal com o apoio de José Agripino Maia e vence novamente[9].

Governadora do Rio Grande do Norte[editar | editar código-fonte]

Wilma de Faria (a quarta da direita para esquerda) em encontro com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o então vice-presidente José Alencar, e outros 26 governadores em 6 de março de 2007.

Em 1999, rompe politicamente com José Agripino Maia e em 2000 recebe o apoio do então governador Garibaldi Alves Filho na sua reeleição para a Prefeitura de Natal. Em abril de 2002, renuncia à prefeitura para disputar o governo do estado, sendo eleita com 820 541 votos, correspondentes a 61,05% dos votos válidos[10].

Em 2006, candidata-se à reeleição para governadora, junto com o parceiro de chapa, Iberê Ferreira. Numa disputa histórica com Garibaldi Alves, venceu no segundo turno com 824.101 votos, correspondentes 52,38% dos votos válidos[11].

Em 2008 através da Operação Hígia da Polícia Federal viu seu filho, Lauro Maia Neto, ser preso junto com outros integrantes do governo suspeitos de desviar R$ 36 milhões.[12][13]

Entre 14 e 17 julho de 2018 uma pesquisa IBOPE/Tribuna do Norte consultou 812 eleitores sobre quem teria sido o melhor governador do Rio Grande do Norte nos últimos 30 anos (Desde 1987). Wilma foi citada por 30% dos entrevistados, em seguida, Garibaldi Alves Filho (20%), na terceira colocação José Agripino Maia com 17%. Ainda segundo a pesquisa Ficam Geraldo Melo (11%), Rosalba Ciarlini (6%), Robinson Faria com 2%. Nesta sondagem 5% dos entrevistados não indicam nenhum e 8% não sabem.[14]

Candidatura ao senado em 2010[editar | editar código-fonte]

Wilma de Faria na disputa ao senado em 2010.

Ao fim de março de 2010, Wilma de Faria decidiu renunciar ao governo do Rio Grande do Norte e deixá-lo a cargo de seu vice, Iberê Ferreira, para que pudesse se candidatar a senadora nas eleições gerais de 3 de outubro do mesmo ano. Em 31 de março de 2010, Wilma renunciou oficialmente ao governo do Estado.[15]

Foi a 3ª colocada nas eleições em 2010 para senadora com 651 358 votos (21,89% dos válidos), tendo sido derrotada pelo peemedebista Garibaldi Alves Filho – o 1° colocado, reeleito com 1 042 272 votos (35,03% dos válidos) – e pelo democrata José Agripino – o 2° colocado, reeleito com 958.891 votos (32,23% dos válidos)[16].

Vice-prefeita de Natal[editar | editar código-fonte]

Na eleição municipal de Natal em 2012, Wilma de Faria era apontada como uma das principais candidatas a prefeita de Natal, pelo PSB. Em maio daquele ano, no entanto, desistiu de se candidatar à prefeitura para que seu partido apoiasse a candidatura de Carlos Eduardo Alves, do PDT.[17] Em junho, o apoio foi concretizado com a confirmação de que Wilma sairia como candidata a vice-prefeita na chapa de Carlos Eduardo.[18] Na eleição de 7 de outubro, Carlos Eduardo foi para o segundo turno contra Hermano Moraes, do PMDB, vindo a se eleger prefeito de Natal no segundo turno, em 28 de outubro. Dessa forma, Wilma foi eleita vice-prefeita da cidade.[19]

Candidatura ao senado em 2014[editar | editar código-fonte]

Em 2014 tentou uma vaga para o senado com o apoio das oligarquias Alves, Rosado e Maia, que também apoiavam o candidato derrotado ao governo do Estado, Henrique Eduardo Alves. Não sendo eleita, ficou em segundo lugar com 636 896 (43,23%) dos votos, perdendo para a então deputada federal do PT, Fátima Bezerra que obteve 808 055 (54,84%) dos votos [20].

Vereadora de Natal[editar | editar código-fonte]

Em 2016, a ex-governadora deixou o PSB após perder a presidência estadual para o deputado federal Rafael Motta, decidindo então se filiar ao PTdoB, legenda que era presidida pelo deputado estadual Carlos Augusto Maia, recém-filiado ao PCdoB. Assim, o comando da legenda passou a ser dela. Candidatou-se a vereadora em Natal, pelo número e foi eleita com 4 421 votos na chapa PTdoB/PSDB que era encabeçada pela candidata a prefeita, sua filha Márcia Maia[21].

Wilma assumiu a cadeira de vereadora em 1 de janeiro de 2017. Em 18 de abril, no entanto, afastou-se temporariamente para conduzir o tratamento de um câncer, sendo substituída pelo suplente Dickson Júnior, do PSDB.[22]

Morte[editar | editar código-fonte]

Wilma de Faria morreu em 15 de junho de 2017, aos 72 anos, em Natal, em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Wilma também foi vítima de um câncer no sistema digestório, diagnosticado dois anos antes.

Seu corpo foi velado na Catedral Metropolitana de Natal. Seu corpo foi enterrado no cemitério Morada da Paz.[23]

Homenagens Póstumas[editar | editar código-fonte]

No ano de 2019, a Câmara Municipal de Natal aprovou a criação da Comenda Wilma de Faria, que é entregue à benfeitores que atuam em prol do bem-estar social.

No ano de 2022, Márcia Maia representou sua mãe na entrega do Diploma Bertha Luz, como homenagem póstuma, proposta no Senado Federal, pela Senadora Zenaide Maia.

No ano de 2023, a TV Câmara Natal, por meio do programa documental Personalidades retratou a história pessoal e política da ex-governadora

Desempenho em Eleições[editar | editar código-fonte]

Ano Eleição Partido Candidata a Votos % Resultado Ref
1985 Municipal de Natal/RN PDS Prefeita 82.136 44,63% Não Eleita [9]
1986 Estadual do Rio Grande do Norte PDS Deputada Federal 143.583 n/a Eleita [9]
1988 Municipal de Natal/RN PDT Prefeita 93.728 46,92%
(1º Turno)
Eleita [9]
1994 Estadual do Rio Grande do Norte PSB Governadora 35.591 3,83%
(4º Lugar)
Não Eleita [9]
1996 Municipal de Natal/RN PSB Prefeita 92.244 35,79%
(1º Turno)
Eleita [9]
136.396 51,68%
(2º Turno)
2000 Municipal de Natal/RN PSB Prefeita 178.016 57,71%
(1º Turno)
Eleita [9]
2002 Estadual do Rio Grande do Norte PSB Governadora 492.756 37,59%
(1º Turno)
Eleita [10]
820.541 61,05%
(2º Turno)
2006 Estadual do Rio Grande do Norte PSB Governadora 764.016 49,58%
(1º Turno)
Eleita [11]
824.101 52,38%
(2º Turno)
2010 Estadual do Rio Grande do Norte PSB Senadora 651.358 21,89%
(3º Lugar)
Não Eleita [16]
2012 Municipal de Natal/RN PSB Vice-Prefeita
Titular: Carlos Eduardo (PDT)
153.464 40,42%
(1º Turno)
Eleita [9]
214.687 58,31%
(2º Turno)
2014 Estadual do Rio Grande do Norte PSB Senadora 636.896 43,23%
(2º Lugar)
Não Eleita [20]
2016 Municipal de Natal/RN PTdoB Vereadora 4.421 1,21% Eleita [21]

Referências

  1. BRASIL, Decreto de 20 de março de 2006.
  2. «Deputada Federal WILMA MAIA». Portal da Câmara dos Deputados. Consultado em 7 de março de 2023 
  3. «Vida, política e mídia: a construção da imagem pública de Wilma de Faria». Consultado em 7 de março de 2023 
  4. «Folha de S.Paulo - Dois ex levam briga de casa para as urnas - 29/5/1994». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 2 de abril de 2019 
  5. «Folha de S.Paulo - Vilma Maia agora é Faria - 2/10/1996». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 2 de abril de 2019 
  6. «Parlamentares Constituintes». Portal da Câmara dos Deputados. Consultado em 23 de janeiro de 2020 
  7. «Diário de Natal (RN) - 1980 a 1989 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 25 de fevereiro de 2023 
  8. «Diário de Natal (RN) - 1980 a 1989 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 25 de fevereiro de 2023 
  9. a b c d e f g h «Vilma Maria de Faria». FGV. Consultado em 15 de outubro de 2022 
  10. a b «Wilma de Faria é a nova governadora do Rio Grande do Norte». Folha de São Paulo. Consultado em 15 de outubro de 2022 
  11. a b «Wilma de Faria garante mais 4 anos ao PSB no Rio Grande do Norte». UOL. Consultado em 15 de outubro de 2022 
  12. «PF prende filho da governadora do RN suspeito de fraude» 
  13. «Governadora se diz "surpresa" com prisão de seu filho». Arquivado do original em 14 de junho de 2008 
  14. «wilma-a-apontada-como-melhor-governara-dos-aoltimos-30-anos» 
  15. Wilma comunica renúncia e Iberê assumirá governo
  16. a b «RN elege Garibaldi e Agripino para o Senado». G1. Consultado em 15 de outubro de 2022 
  17. Tribuna do Norte. «Wilma oficializa hoje que não é candidata à Prefeitura». 23 de maio de 2012. Consultado em 20 de outubro de 2012 
  18. Tribuna do Norte. «Wilma confirma que será vice de Carlos Eduardo». 23 de junho de 2012. Consultado em 20 de outubro de 2012 
  19. G1 RN (28 de outubro de 2012). «Carlos Eduardo é eleito prefeito de Natal». G1.globo.com. Consultado em 3 de janeiro de 2013 
  20. a b «Em nota, derrotada para o Senado no RN cita influência nos resultados». G1. Consultado em 15 de outubro de 2022 
  21. a b «Veja os 29 vereadores eleitos em Natal 2016». G1. Consultado em 15 de outubro de 2022 
  22. Tribuna do Norte (18 de abril de 2017). «Wilma de Faria se afasta da Câmara Municipal de Natal para tratamento de saúde». Tribunadonorte.com.br. Consultado em 16 de junho de 2017 
  23. Tribuna do Norte (16 de junho de 2017). «Morre ex-governadora Wilma de Faria». Tribunadonorte.com.br. Consultado em 16 de junho de 2017 

Ver também[editar | editar código-fonte]

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