Grande Chartreuse

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Grande Chartreuse
Grande Chartreuse
Tipo
Início da construção Século XV e Século XVI
Fim da construção Consagração a 13 de Outubro de 1133
Religião Católica
Ano de consagração 1715
Website Chartreux.org
Geografia
País  França
Região  Ródano-Alpes
Coordenadas 45° 21' 48" N 5° 47' 37" E

A Grande Chartreuse (em português: Grande Cartuxa) nome pelo qual é conhecido o Monastère de la Grande-Chartreuse, é o primeiro mosteiro e a casa-mãe da Ordem dos Cartuxos, criado em 1084 e situado na comuna francesa de Saint-Pierre-de-Chartreuse, junto ao monte SOM, a norte de Grenoble, na Isère.

A implantação dos Cartuxos no Maciço da Chartreuse, nome que os monges adotaram para a sua ordem, remonta ao fim dos anos 1080. Segundo as regras cartuxas, o mosteiro não se visita, mas existe um museu de mostra determinados momentos da vida do mosteiro.

História[editar | editar código-fonte]

Dos primeiros edifícios construídos pelo São Bruno não resta nada depois que uma avalanche destrua tudo em 1132. Os sobreviventes escolheram um local mais seguro, ainda mais profundo no vale isolado e iniciaram a construção do actual mosteiro que se iniciou rapidamente e a igreja, único edifício construído em pedra, foi consagração já a 13 de Outubro de 1133 por um antigo Cartuxo, Hugues, o segundo do nome, sucessor de Santo Hugues de Grenoble. Este mosteiro chamado de Guiges só subsistiu 150 anos destruído que foi por vários incêndios [1].

Depois do incêndio de 1676, Dom Innocent Le Masson (literalmente; Dom Inocente O Pedreiro) reconstruiu o mosteiro segundo um nono esquema arquitectural e o qual ficaria como 'modelo' dos futuros mosteiros dos Cartuxos.

O mosteiro da Grande Chartreuse é classificado como Monumento histórico da França em 1920 [2].

Expulsão dos monges[editar | editar código-fonte]

A expulsão dos Cartuxos em 1903.

A Revolução Francesa por decreto de 2 de Novembro de 1789 pôs os bens da Igreja e o das congregações à disposição da nação e o Prior Geral, Dom Nicolas-Albergati de Geoffroy, foi expulso da Grande Chartreuse a 17 de Outubro de 1792.

Regresso à vida monástica[editar | editar código-fonte]

Em 1940, o consul francês de Livorno aconselha o Prior Geral e aos monges de Farneta de voltarem para França pois a entrada da Itália poderia impedir a passagem na fronteira, pelo que se foram instalar na Abadia de Farneta. Depois de terem tentado entrar em contacto, sem resultado, com o governo em Bordéus para se instalarem na Grande Chartreus, ultrapassam a oposição do prefeito da Isère, mas são apoiados pelo prefeito de Saint-Pierre-de-Chartreuse, Sr. Villars, que requisita o mosteiro "para abrigar os refugiados'' [3]. A 9 de Junho, o Ministro do Interior, Georges Mandel regulariza a situação.

O mosteiro[editar | editar código-fonte]

Uma vez que se entra no domínio do mosteiro, à esquerda fica a capela dedicada a Notre-Dame-de-la-Salette e por detrás dela a antiga lavandaria ocupada hoje em dia pelas celas dos frades.

No primeiro plano e à esquerda fica a cour d'honneur na qual uma construção é particularmente notável e que data do século XVI, as quatro alas maciças do edifício do Chapitre Général. As sete instalações que se seguem são ocupadas pelo pessoal administrativo.

De todo este conjunto unicamente só o museu - com uma pequena loja de recordações, de imagens actuais ou antigas e de venda do licor - e uma outra pequena capela (Résurrection) está aberta ao público.

Economia[editar | editar código-fonte]

No início a comunidade vivia unicamente do que criava para se alimentar (vegetais e gado) mas a partir do século XIX para poderem fazer face às despesas de conservação, iniciam a venda de um licor cuja fabricação é um segredo não divulgado pelos monges deste mosteiro [4].

Vista panorâmica[editar | editar código-fonte]

Vista panorâmica do Mosteiro da Grande Cartuxa.

Galeria[editar | editar código-fonte]

Lista de Abades[editar | editar código-fonte]

Este artigo lista cronologicamente os superiores gerais que são chamados ministros gerais na ordem cartuxa.

  1. 1084-1090: Bruno de Colônia
  2. 1090-1100: Lanuinus
  3. 1100-1101: Pedro I
  4. 1101-1109: João I
  5. 1109-1136: Guigues I
  6. 1136-1139: Hugo I.
  7. 1139-1151: Anthelmus von Belley
  8. 1151-1174: Basile
  9. 1174-1180: Guigo II.
  10. 1180-1233: Jancelin
  11. 1233-1236: Martin
  12. 1236-1242: Pedro II.
  13. 1242–1247: Hugo II (1ª vez)
  14. 1247–1249: Bernard I. de La Tour (1ª vez)
  15. 1249-1253: Hugo II (2ª vez)
  16. 1253–1257: Bernard I. de La Tour (2ª vez)
  17. 1257-1267: Riffier
  18. 1267-1272: Gérard
  19. 1272-1276: Guillaume I. Fabri
  20. 1276-1277: Pierre III. de Montignac
  21. 1277-1313: boson
  22. 1313-1329: Aymone d'Aosta
  23. 1329-1330: Jacques de Vevey (1ª vez)
  24. 1330-1338: Clair de Fontenay (1ª vez)
  25. 1338-1341: Jacques de Vevey (2ª vez)
  26. 1341-1341: Clair de Fontenay (2ª vez)
  27. 1341-1346: Henri Pollet
  28. 1346-1361: Jean II Birelle
  29. 1361-1367: Elzéar de Grimoard
  30. 1367-1402: Guillaume II De Raynal
  31. 1402-1410: Boniface Ferrier
  32. 1410-1420: Jean III. de Griffenberg
  33. 1420-1437: Guillaume III. de Lamotte
  34. 1437-1463: François I. Maresme
  35. 1463-1472: Jean IV Van Rosendael
  36. 1472-1481: Antoine I. Dellieux
  37. 1481-1494: Antoine II du Charne
  38. 1494-1503: Pierre IV, Roux
  39. 1503-1521: François II du Puy
  40. 1521-1535: Guillaume IV. Biebuick
  41. 1535-1540: Jean V. Guilhard
  42. 1540-1546: Pierre V. Marnef
  43. 1546-1553: Jean VI. Volon
  44. 1553-1554: Damien Longoni
  45. 1554-1566: Pierre VI. Sarde
  46. 1566-1586: Bernardo II Carasse
  47. 1586-1588: Jérôme I. Lignano
  48. 1588-1594: Jérôme II Marchant
  49. 1594-1600: Jean-Michel de Vesly
  50. 1600-1631: Bruno II d'Affringues
  51. 1631-1643: Juste Perrot
  52. 1643-1649: Léon Tixier
  53. 1649-1675: Jean VII Pégon
  54. 1675-1703: Le Masson inocente
  55. 1703-1731: Antoine III. de Montgeffond
  56. 1731-1732: Ambroise Crollet
  57. 1732-1737: Étienne I. Richard
  58. 1737-1758: Michel I. Bruno de Larnage
  59. 1758-1778: Étienne II. Biclet
  60. 1778-1791: Hilarion Robinet
  61. 1791-1801: Nicolas-Albergati di Geoffroy
  62. 1801-1813: Antoine IV Vallet
  63. 1813-1816: Romuald Moissonnier
  64. 1816: Bonaventure Eymin
  65. 1816-1824: Grégoire Sorel
  66. 1824-1831: Benoît Nizzati
  67. 1831-1863: Jean-Baptiste Mortaize
  68. 1863-1877: Charles-Marie Saisson
  69. 1877-1879: Roch Boussinet
  70. 1879-1892: Anselme-Marie Bruniaux
  71. 1892-1905: Michel II Baglin
  72. 1905-1911: René Herbault
  73. 1911-1938: Jacques-Marie Mayaud
  74. 1938-1967: Ferdinand Vidal
  75. 1967-1997: André Poisson [5]
  76. 1997-2012: Marcelino Theeuwes
  77. 2012-2014: François-Marie Velut [6]
  78. desde 2014: Dysmas de Lassus [7]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • René Bourgeois, L'expulsion des chartreux. 1903, Presses Universitaires de Grenoble, 2000.
  • Limor Yagil, Chrétiens et Juifs sous Vichy, 1940-1944, sauvetage et désobéissance civile, Paris, Cerf, 2005, p. 204, n. 1 « La Grande Chartreuse, en plus du camouflage d'armes, ouvrit ses portes aux juifs et à différentes personnes pourchassées »

Link Externo[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Coutumes de Chartreuse» (em francês). Visitado: Março 2014 
  2. «Patrimoine» (em francês). Visitado: Março 2014 
  3. Limor Yagil; op. cit.
  4. «La Chartreuse» (em francês). Visitado; Março 2014 
  5. http://www.gcatholic.org/orders/156.htm
  6. Mitteilungen des Ordens vom 22. September 2012
  7. Pressemitteilung des Ordens vom 7. November 2014

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Grande Chartreuse