Grupo Oi

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Grupo Oi
Empresa de capital aberto
Gênero Telecomunicações
Fundação 2 de outubro de 2013 (10 anos)
Sede Rio de Janeiro
Locais Brasil
Presidente Rodrigo Abreu
Pessoas-chave Rodrigo Abreu (COO & Presidente)
Antecessora(s) Telemar

Portugal Telecom

Grupo Oi é uma empresa multinacional brasileira que atua no ramo das telecomunicações e tecnologias de informação. Foi fundada em 2 de outubro de 2013 com o nome CorpCo,[1] após comunicado da fusão da Oi com a Portugal Telecom, tendo como CEO Zeinal Bava. [2]

No processo de fusão, a Oi recebeu ativos da PT Telecom (incluindo ativos da empresa na África e na Ásia) e incorporou a Telemar. [2]

No entanto, os ativos operacionais portugueses foram vendidos para a empresa de telecomunicações neerlandesa Altice em 2015 e a fusão não foi concluída.[3]

História[editar | editar código-fonte]

Logo da Oi (2022)

Em 2 de outubro de 2013 a Oi e a Portugal Telecom formalizam a fusão das duas companhias, tendo envolvido os acionistas da Oi, da Portugal Telecom e da Telemar Participações, com sede no Brasil e operações no Brasil e em Portugal. A fusão resultaria na criação da CorpCo, na qual a Portugal Telecom teria cerca de 38% e os acionistas brasileiros ficariam com 62%. A Oi se tornaria subsidiária da Corpco e a PT seria extinta.[4][5][6]

A nova empresa teria operações em todos os países que falam a língua portuguesa e mais de 100 milhões de clientes, dos quais 70 milhões estão no Brasil.[2][7] Para a fusão ser completada com êxito seria necessário um aumento de capital de 13,1 bilhões de reais (4360 milhões de euros) na Oi, sendo que o mínimo seria de pelo menos 7 bilhões de reais (2300 milhões de euros).[8] Com dados de 2012, a fusão das duas empresas criaria um nova companhia com faturamento de quase 40 bilhões de Reais (13,000 milhões de euros) e lucro de 12,77 bilhões de reais (4250 milhões de euros), porém as dividas da nova empresa seriam de 41,2 bilhões (13,700 milhões de euros), cerca de 3,3 vezes o lucro total do grupo.[9]

Foi informado que a CorpCo seria cotada nas bolsas de valores de São Paulo, Lisboa e Nova Iorque[10] e seria sediada na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil.[11]

No primeiro semestre de 2014, na operação de capitalização, a Oi captou no mercado cerca de R$ 8,25 bilhões em dinheiro - com o aporte dos atuais acionistas da Oi, como BNDES e os fundos de pensão, além de novos investidores internacionais - e recebeu R$ 5,71 bilhões em ativos da PT (incluindo ativos da empresa na África e na Ásia). Ao todo, a capitalização da Oi somou R$ 13,96 bilhões.[12]

Posteriormente, ocorreu a conversão das ações da Telemar Participações (Tmar), holding de capital fechado que controla a Oi e onde estão Andrade Gutierrez, La Fonte, PT, BNDES e os fundos de pensão, em ações diretas da Oi. A Telemar Participações foi incorporada em 1º de setembro de 2015.[12]

Calote à Portugal Telecom e saída de Zeinal[editar | editar código-fonte]

A Portugal Telecom havia comprado títulos de dívida da Rioforte, holding da Espirito Santo Investment Bank (principal acionista da Portugal Telecom, com 10% da empresa) no valor de € 897 milhões (quase R$ 2,7 bilhões) em notas promissórias.[13] No entanto, a Rioforte acabou não pagando o montante devido à Portugal Telecom, com vencimento ocorrido em julho de 2014.[14][15] Com isso, foi negociado entre a Oi e a Portugal Telecom para que a empresa portuguesa tivesse apenas 25,6 por cento na CorpCo, ante 37 por cento, além da renegociação da dívida da Rioforte.[13]

Desde a fundação da empresa, Zeinal Bava presidente da empresa e Abílio Martins que atuava como executivo, renunciaram o cargo em 8 de outubro de 2014 devido a reivindicação de acionistas da Oi.[16] Nisso, foi acordado que ele não deverá exercer nenhum cargo em empresa de telecomunicações durante três anos e recebeu 5,4 milhões de euros pelo pagamento desses anos.[17]

A fusão das empresas na Corpco não foi concluída.[18]

Os acionistas da operadora Portugal Telecom (PT-SGPS) aprovaram em 22 de janeiro de 2015 a venda do negócio operacional em território português ao grupo francês Altice por 7,4 bilhões de euros.[18]

O grupo empresarial antes chamado de Portugal Telecom, SGPS, SA dividiu-se na PT Portugal SGPS, SA - empresa com ativos como MEO - , vendida ao grupo Altice, e na PT SGPS, uma holding financeira com 25,6% da Oi e com o investimento de risco avaliado em aproximadamente 900 milhões de euros. Após 29 de maio de 2015, a PT SGPS passou a ser designada Pharol, SGPS S.A., com sede no Amoreiras Plaza.[18]

Venda de participações[editar | editar código-fonte]

O Grupo Oi foi acionista de diversas empresas nacionais e internacionais de telecomunicações, algumas delas participações herdadas através da antiga PT Participações, após a aquisição do controle da Portugal Telecom. A subsidiária responsável pela gestão da participação social em outras sociedades é a PT Participações, que controla a Oi Investimentos Internacionais S.A. e a Africatel GmbH, a qual tem como controlada a Africatel Holdings B.V..[19]

A Oi e a Hispasat fundaram em 2002 a Hispamar Satélites; empresa brasileira especializada em satélites, atuante em mais de 30 países. Era detentora de 20% da companhia.

Em janeiro de 2013, a Portugal Telecom vendeu a sua participação de 28% na Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) ao grupo Citic por US$ 411,6 milhões. [20]

Em janeiro de 2015, foi aprovada a venda dos ativos operacionais portugueses e húngaros para a empresa de telecomunicações neerlandesa Altice.[21]

Em maio de 2019, realizou a alienação dos 40% que detinha da Cabo Verde Telecom para o Instituto Nacional de Previdência Social e a empresa pública Empresa Nacional de Aeroportos e Segurança Aérea (ASA) de Cabo Verde por R$ 67 milhões.[19]

Em janeiro de 2020, alienou as participações sociais detidas nas companhias angolanas Unitel S.A. (25%) e Multitel – Serviços de Telecomunicações Lda. (40%) para a Sonangol por US$ 1 bilhão.[19]

Em novembro de 2021, a participação de 51% da Companhia Santomense de Telecomunicações foi alienada à Visabeira Global por US$ 6 milhões.[19]

No mesmo mês, ocorreu a alienação e transferência das ações de emissão da Directel e suas subsidiárias (Kenya Postel Directories Limited, ELTA - Empresa de Listas Telefónicas de Angola, LTM - Listas Telefónicas de Moçambique e Directel Cabo Verde).[19]

Em dezembro de 2021, vendeu a totalidade de suas ações na Hispamar Satélite para a Hispasat por R$ 50 milhões.[19]

Em maio de 2023, a Oi vendeu a participação majoritária que detinha na Timor Telecom, operadora de telecomunicações do Timor-Leste por US$ 21,1 milhões para o governo timorense. O controle da Timor Telecom era exercidos pelas empresasː TPT, que possuía 54,01% das ações da companhia, e PT Participações, com 3,05%. Ambas são controladas (TPT) ou pertencem integralmente (PT) à Oi. Com a venda, o Estado do Timor-Leste ampliou sua fatia sobre a empresa de 20,59% para 77,65%.[22]

Empresas do grupo[editar | editar código-fonte]

Holding Oiː
  • Brasil Telecom Call Center
  • Companhia ACT de Participações (50%)
  • Companhia AIX de Participações (50%)
  • CVTEL BV
  • Oi Brasil Holdings Cooperatief U.A
  • Oi Serviços Financeiros
  • Oi Soluções
  • Paggo Soluções e Meios de Pagamentos (50%)
  • Pharol SGPS (10%)
  • Pointer Networks
  • PT Participações SGPS S.A.
    • Africatel Holdings BV (86%)
    • Africatel Management GmbH
    • Oi Investimentos Internacionais
    • Seguradora Internacional de Moçambique (5,84%)
  • Rio Alto Gestão de Créditos e Participações
  • SEREDE - Serviços de Rede S.A
  • V.TAL - Rede Neutra de Telecomunicações S.A. (34,12%)

Serviços oferecidosː[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Cátia Simões (2 de abril de 2015). «Acordo mata CorpCo e permite venda das opções de acções da Oi». Diário Económico. economico.sapo.pt. Consultado em 11 de maio de 2016 
  2. a b c Laporta, Taís (2 de outubro de 2013). «Infográfico: entenda a criação da CorpCo, fruto da fusão Oi/PT». IG Economia. Internet Group. Consultado em 10 de outubro de 2014 
  3. G1, Do; Paulo, em São (22 de janeiro de 2015). «Acionistas aprovam venda da PT Portugal; Oi diz que fica mais forte». Negócios. Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  4. Brito, Ana (2 de outubro de 2013). «PT e Oi assinam acordo para pôr fusão em marcha (Fusão entre empresas portuguesa e brasileira gera sinergias de 1800 milhões de euros. Acções da PT em alta na bolsa. Zeinal Bava será o CEO da nova empresa)». Público. Consultado em 15 de abril de 2017 
  5. «União de Oi e Portugal Tel cria empresa com receita de quase R$ 40 bi». Portal Terra. Telefônica. 2 de outubro de 2013. Consultado em 15 de abril de 2017 
  6. «A trajetória da Oi: do posto de supertele à ruína financeira». epoca.globo.com. Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  7. «País sediará CorpCo com mais de 100 milhões de clientes - Economia - Estadão». Estadão 
  8. «'É irrelevante' detalhe sobre aumento de capital, diz futuro CEO da CorpCo». Negócios. 2 de outubro de 2013 
  9. «Fusão entre Oi e Portugal Telecom cria gigante de R$ 40 bi | VEJA.com». VEJA.com. 2 de outubro de 2013 
  10. «PT e Oi anunciam fusão. Zeinal fica CEO (act)» 
  11. «Empresa resultante da união Oi-Portugal Telecom terá sede no Rio». Valor Econômico 
  12. a b «Entenda a operação de fusão entre Oi e Portugal Telecom». O Globo. 17 de julho de 2014. Consultado em 16 de maio de 2023 
  13. a b Paula Lobo, Ana (16 de julho de 2014). «Oi assume calote, mas revê acordo e garante fusão com a Portugal Telecom». Convergência Digital. Universo Online. Consultado em 10 de outubro de 2014 
  14. Noonan, Laura; BuggeAxel Bugge, Axel (22 de julho de 2014). «Problemas da família Espírito Santo aumentam com a Rioforte». Exame. Grupo Abril. Consultado em 10 de outubro de 2014 
  15. Reuters (30 de junho de 2014). «Portugal Telecom diz que dívida da Rioforte vence logo». InfoMoney. Consultado em 16 de maio de 2023 
  16. Pereira, Ana Torres (9 de outubro de 2014). «Brasileiros da Oi forçam renúncia de Zeinal Bava». Jornal de Negócios. Cofina Media. Consultado em 10 de outubro de 2014 
  17. Pereira, Ana Torres (9 de outubro de 2014). «Zeinal Bava sai da Oi com cheque de 5,4 milhões de euros». Jornal de Negócios. Cofina Media. Consultado em 10 de outubro de 2014 
  18. a b c «Percurso | A Empresa | PT SGPS». pharol.pt. Consultado em 16 de maio de 2023 
  19. a b c d e f Oi (2022). «Formulário de Referência - 2022 - OI S.A. - EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL». Consultado em 13 de maio de 2023 
  20. Operadora, Redação Minha (14 de janeiro de 2013). «Portugal Telecom vende participação em companhia de Macau». Minha Operadora. Consultado em 14 de maio de 2023 
  21. G1, Do; Paulo, em São (22 de janeiro de 2015). «Acionistas aprovam venda da PT Portugal; Oi diz que fica mais forte». Negócios. Consultado em 14 de maio de 2023 
  22. Bucco, Rafael (9 de maio de 2023). «Oi vende participação em operadora do Timor-Leste». TeleSíntese (em inglês). Consultado em 18 de agosto de 2023 
  23. «Planos de internet Oi Fibra, Oi Play, 2ª via». Oi. Consultado em 14 de maio de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]