H. P. Lovecraft

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H. P. Lovecraft
H. P. Lovecraft
Lovecraft em junho de 1934
Nome completo Howard Phillips Lovecraft
Pseudônimo(s)
  • Lewis Theobald
  • Humphrey Littlewit
  • Ward Phillips
  • Edward Softly
Conhecido(a) por
Nascimento 20 de agosto de 1890
Providence, Rhode Island, EUA
Morte 15 de março de 1937 (46 anos).
Providence, Rhode Island, EUA
Causa da morte Câncer intestinal e desnutrição
Nacionalidade estadunidense
Progenitores Mãe: Sarah Susan Phillips Lovecraft
Pai: Winfield Scott Lovecraft
Cônjuge Sonia Greene (1924-1926)
Ocupação Escritor
Gênero literário Terror, fantasia, ficção científica
Movimento literário Cosmicismo
Magnum opus "O Chamado de Cthulhu"
Principais interesses Astronomia, Literatura
Assinatura
Página oficial
www.hplovecraft.com

Howard Phillips Lovecraft (Providence, Rhode Island, 20 de agosto de 1890Providence, Rhode Island, 15 de março de 1937), mais conhecido como H. P. Lovecraft, foi um escritor estadunidense que revolucionou o gênero de terror, ficção estranha, ficção científica, fantasia e horror, atribuindo elementos típicos dos gêneros de fantasia e ficção científica principalmente nos Mitos de Cthulhu.[1]

Lovecraft originou o ciclo de histórias que, posteriormente, foram agrupadas nos Mitos de Cthulhu e o grimório fictício conhecido como Necronomicon — atribuído em suas histórias a um estranho árabe chamado Abdul Al Hazred — através do qual os seres humanos em suas histórias entravam em contato com o panteão de entidades criadas pelo autor. Lovecraft era assumidamente conservador e anglófilo, o que pode ser observado em seu poema An American To Mother England,[2] publicado em janeiro de 1916.[2] Seu estilo literário emprega arcaísmos, além de vocabulário e ortografia marcadamente britânicos — fato que contribui para a atmosfera de suas histórias, como no conto O Caso de Charles Dexter Ward, que contêm referências a personagens que viveram antes da independência das Treze Colônias, bem como os comércios existentes entre os séculos XVII e XVIII. [1]

Questões gerais sobre o autor[editar | editar código-fonte]

H. P. Lovecraft chamava seu princípio literário de "Cosmicismo" ou "Horror Cósmico", onde a vida é incompreensível ao ser humano e o universo é infinitamente hostil aos seus interesses. Suas obras expressam uma profunda indiferença às crenças e atividades humanas, assim como uma atitude pessimista e cínica, muitas vezes desafiando os valores do Iluminismo, Romantismo, Cristianismo e Humanismo.[3][4] Os protagonistas de Lovecraft eram o oposto dos tradicionais por, momentaneamente, anteverem o horror da última realidade e do abismo. [1]

Em vida, H. P. Lovecraft teve um número relativamente pequeno de leitores. No entanto, sua reputação se elevou postumamente. Hoje, ele é considerado um dos escritores de terror mais influentes do século XX. Joyce Carol Oates disse que H. P. Lovecraft, assim como Edgar Allan Poe no século XIX, tem exercido "uma influência incalculável sobre sucessivas gerações de escritores de ficção de horror",[5] e Stephen King classificou Lovecraft como "o maior praticante do século XX do conto de horror clássico".[nota 1][1][8]

Nascido em Providence, Rhode Island, Lovecraft passou a maior parte de sua vida na Nova Inglaterra. Após a institucionalização de seu pai em 1893, ele viveu afluente até que a riqueza de sua família se dissipou após a morte de seu avô. Lovecraft então viveu com sua mãe, em reduzida segurança financeira, até sua institucionalização em 1919. Ele começou a escrever ensaios para a Associação de Imprensa Amadora Unida e, em 1913, Lovecraft escreveu uma carta crítica para uma revista "pulp" que acabou levando ao seu envolvimento com revistas pulp. Tornou-se ativo na comunidade de ficção especulativa e foi publicado em várias revistas pulp. Lovecraft mudou-se para Nova York, casando-se Sonia Greene em 1924, e mais tarde tornou-se o centro de um grupo maior de autores conhecido como "Círculos de Lovecraft". Eles o apresentaram à editora Weird Tales, que se tornaria sua editora mais proeminente. O tempo de Lovecraft em Nova York afetou seu estado mental e suas condições financeiras. Ele retornou a Providence em 1926 e produziu algumas de suas obras mais populares, incluindo O Chamado de Cthulhu, Nas Montanhas da Loucura, As Sombras Sobre Innsmouth e As Sombras Fora do Tempo. Ele permaneceria ativo como escritor até sua morte por câncer intestinal aos 46 anos. [1]

A obra literária de Lovecraft é baseada na ideia de cosmicismo, que foi simultaneamente sua filosofia pessoal e o tema principal de sua ficção. O cosmicismo postula que a humanidade é uma parte insignificante do cosmos e pode ser varrida a qualquer momento. Ele incorporou elementos fantásticos e de ficção científica em suas histórias, representando a fragilidade percebida do antropocentrismo. Isso estava ligado às suas visões ambivalentes sobre o conhecimento. Suas obras foram em grande parte ambientadas em uma versão ficcional da Nova Inglaterra. O declínio civilizacional também desempenha um papel importante em suas obras, pois ele acreditava que o Ocidente estava em declínio durante sua vida. As primeiras opiniões políticas de Lovecraft eram conservadoras e tradicionalista; além disso, ele manteve uma série de opiniões racistas durante grande parte de sua vida adulta. Após a Grande Depressão, Lovecraft tornou-se socialista, não acreditando mais que uma aristocracia justa tornaria o mundo mais justo. [1]

Ao longo de sua vida adulta, Lovecraft nunca foi capaz de se sustentar com os ganhos como autor e editor. Ele era praticamente desconhecido durante sua vida e foi publicado quase exclusivamente em revistas pulp antes de sua morte. Um renascimento acadêmico do trabalho de Lovecraft começou na década de 1970, e ele agora é considerado um dos autores mais significativos do século XX de ficção de terror sobrenatural. Muitas adaptações diretas e sucessores espirituais se seguiram. Obras inspiradas em Lovecraft, adaptações ou obras originais, começaram a formar a base do Cthulhu Mythos, que utiliza personagens, cenários e temas de Lovecraft.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

H. P. Lovecraft era o único filho de Winfield Scott Lovecraft, negociante de joias e metais preciosos, e Sarah Susan Phillips, oriunda de família notória, que podia traçar suas origens diretamente aos primeiros colonizadores americanos. Winfield e Sarah casaram-se numa idade relativamente avançada para a época. Quando H. P. Lovecraft tinha três anos, seu pai sofreu uma aguda crise nervosa que o deixou com profundas sequelas, obrigando-o a passar o resto de sua vida em clínicas de repouso.[9]

Lovecraft com aproximadamente 9 anos de idade.

Assim, ele foi criado pela mãe, pelas duas tias e pelo avô, Whipple van Buren Phillips. Lovecraft era um jovem prodígio que recitava poesia aos dois anos e já escrevia seus próprios poemas aos seis. Seu avô encorajou seus hábitos de leitura, arranjando-lhe versões infantis da Ilíada e da Odisseia e introduzindo-o à literatura de terror ao apresentar-lhe histórias clássicas do terror gótico.

Lovecraft era uma criança constantemente doente. Seu biógrafo, L. Sprague de Camp, afirmou que o jovem Howard sofria de poiquilotermia, uma raríssima doença que fazia com que sua pele fosse sempre gelada ao toque. Dados seus problemas de saúde, ele frequentou a escola apenas esporadicamente, mas lia bastante.

Seu avô morreu em 1904, o que levou a família a um estado de pobreza, devido à incapacidade das filhas de gerirem seus bens. A família foi obrigada a se mudar para acomodações menores e insalubres, o que prejudicou ainda mais a saúde de Lovecraft. Em 1908, ele sofreu um colapso nervoso — acontecimento que o impediu de receber seu diploma de graduação do ensino médio e, consequentemente, complicou sua entrada numa universidade. Esse fracasso pessoal marcaria H. P. Lovecraft pelo resto de seus dias.

Durante a juventude, Lovecraft dedicou-se a escrever poesia, mergulhando na ficção de terror apenas a partir de 1917, quando publicou seu primeiro trabalho profissional: o conto Dagon, na revista Weird Tales. Lovecraft, junto de Clifford Martin Eddy Jr., foi um ghostwriter da revista Weird Tales, inclusive escrevendo uma história para Harry Houdini, chamada Sob as Pirâmides (Under the Pyramids, também conhecida como Imprisoned with the Pharaohs). Sua mãe não chegou a ver seus trabalhos publicados, pois morreu em 1921 após complicações de uma cirurgia.

H. P. Lovecraft trabalhou como jornalista por um curto período, durante o qual conheceu Sonia Greene, com quem viria a casar. Ela era uma judia natural da Ucrânia, oito anos mais velha que ele, o que fez suas tias protestarem contra o casamento. O casal mudou-se para o Brooklyn, na cidade de Nova Iorque, cidade da qual Lovecraft nunca gostou.[10] O casamento durou poucos anos e, após um divórcio amigável, Lovecraft regressou a Providence, onde moraria até morrer. O período imediatamente após seu divórcio foi o mais prolífico de Lovecraft, no qual ele se correspondia com vários escritores estreantes de horror, ficção e aventura. Entre eles, seu mais ávido correspondente era Robert E. Howard, criador de Conan, o Bárbaro. Algumas das suas mais extensas obras foram escritas nessa época, como Nas Montanhas da Loucura e O Caso de Charles Dexter Ward, seu único romance.

Seus últimos anos de vida foram bastante difíceis. Em 1932, sua amada tia Lillian Clark, com quem ele vivia, faleceu. Lovecraft mudou-se com Annie Gamwell, sua outra tia e companhia remanescente, para uma pequena casa alugada que se situava atrás da biblioteca John Hay. Para sobreviver, considerando-se que seus próprios textos aumentavam em complexidade e número de palavras, dificultando as vendas, Lovecraft apoiava-se como podia em revisões e ghost-writing de textos assinados por outros, inclusive poemas e não-ficção. Em 1936, a notícia do suicídio do seu amigo Robert E. Howard deixou-o profundamente entristecido e abalado. Nesse ano, a doença que o mataria (câncer no intestino) já avançara o bastante para que pouco se pudesse fazer contra ela. Pelos meses seguintes, Lovecraft aguentou dores cada vez mais crescentes, até que, em 10 de março de 1937, viu-se obrigado a internar-se no Hospital Memorial Jane Brown, onde morreria cinco dias depois.

Howard Phillips Lovecraft foi enterrado no dia 18 de março de 1937, no cemitério Swan Point, em Providence, no jazigo da família Phillips.[11] Seu túmulo é o mais visitado do local, mas passou décadas sem ser demarcado de forma exclusiva. No centenário do seu nascimento, fãs norte-americanos cotizaram-se para inaugurar uma lápide definitiva, que exibe a frase "Eu sou Providence", extraída de uma de suas cartas.

Obra[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Lista de obras de H. P. Lovecraft
H. P. Lovecraft e as criaturas criadas por ele.

Muitos dos trabalhos de Lovecraft foram diretamente inspirados por seus constantes pesadelos, o que contribuiu para a criação de uma obra marcada pelo subconsciente e pelo simbolismo. Suas maiores influências foram Edgar Allan Poe, por quem Lovecraft nutria profunda afeição, e Lord Dunsany, cujas narrativas de fantasia inspiraram suas histórias em Terras de Sonho. Lovecraft é um dos poucos autores cuja obra literária não tem meio-termo: volta-se única e exclusivamente para o horror, tendo como finalidade perturbar o leitor, depois de atraí-lo para o ambiente e o clima daquilo que lê. Muitas vezes, H. P. Lovecraft parte de uma situação, à primeira vista, banal para, paulatinamente, revelar o horror por trás dela — assim acontece no romance O Caso de Charles Dexter Ward, no qual a atmosfera de normalidade se desfaz à medida que o autor revela, aos poucos, o resultado da pesquisa que o citado Charles fizera tentando encontrar seu antepassado que havia sido obscurecido propositadamente.

Além da atmosfera banal, outro ingrediente da fórmula lovecraftniana para seduzir o leitor é o uso da primeira pessoa: a maior parte de seus contos — como O Chamado de Cthulhu, Um Sussurro nas Trevas, A Cor que Caiu do Céu, Sombras Perdidas no Tempo e Nas Montanhas da Loucura — é narrada em primeira pessoa. Em algumas histórias, todos os acontecimentos são vividos pelo narrador, como em Sombras Perdidas no Tempo. Em outras, o narrador convive com alguns personagens e toma parte dos fatos (em geral, a pior delas).

Um rascunho de Cthulhu, feito por Lovecraft

As constantes referências nas histórias de Lovecraft a horrores, monstros e divindades ancestrais acabaram por gerar algo análogo a uma mitologia, popularmente conhecida como Cthulhu Mythos, expressão criada após a morte do autor pelo escritor August Derleth, um dos muitos escritores a basearem suas histórias na mitologia criada por Lovecraft. O Cthulhu Mythos contém vários panteões de seres extradimensionais que reinaram sobre a Terra há milhões de anos. Estes seres eram tão poderosos que eram ou podiam ser considerados deuses. Alguns deles, inclusive, teriam sido os responsáveis pela criação da raça humana e teriam uma intervenção direta em toda a história do universo. Algumas das histórias de Lovecraft mostram a paixão deste por gatos, que o levou a criar a fictícia cidade de Ulthar. Esta última é mencionada na história "Em Sonhos, à Procura da Desconhecida Kadath".

Lovecraft criou também um dos mais famosos e explorados artefatos das histórias de terror: o Necronomicon, um fictício livro de invocação de demônios escrito pelo também fictício Abdul Alhazred. Até hoje, é popular o mito da existência real deste livro, fomentado especialmente pela publicação de várias edições falsas do Necronomicon e por um texto, da autoria do próprio Lovecraft, explicando sua origem e percurso histórico.

Lovecraft também escreveu o ensaio "O Horror Sobrenatural na Literatura", ainda considerado o mais importante sobre o gênero, mesmo tendo se passado mais de setenta anos da sua publicação. O surgimento, posteriormente, de autores como Robert Bloch e Stephen King não alterou este fato.

Racismo[editar | editar código-fonte]

O racismo é o ponto mais controverso da obra de Lovecraft, pois algumas passagens deixam transparecer suas ideias abertamente racistas. No conto Herbert West: Reanimator, por exemplo, há o seguinte trecho: "O negro foi nocauteado e um breve exame nos revelou que ele assim ficaria. Ele era uma coisa grotesca, parecida com um gorila, com braços anormalmente longos que eu não poderia evitar de chamar de patas dianteiras (...). O corpo deve ter parecido ainda pior em vida — mas o mundo contém muitas coisas feias."

Contos como O Horror em Red Hook e O Chamado de Cthulhu também contém elementos racistas e frases com esse tipo de conotação, além de um profundo sentimento anti-imigração. Em uma carta endereçada a Lillian D. Clark em 1926, Lovecraft afirma que qualquer um que não tivesse "a pele clara dos nórdicos" era inferior. O autor não demonstrava apreço uniforme por todos os povos brancos, demonstrando mais estima por povos ingleses ou de ascendência inglesa.[12] Alguns pesquisadores consideram que o preconceito exibido por Lovecraft era mais culturalmente brutal do que biológico, pois ele mostrava simpatia a estrangeiros que adotavam a cultura anglo-saxônica, chegando ao ponto de se casar com uma mulher de origem judaica.[12]

Para alguns autores, como o escritor britânico China Miéville e o escritor francês Michel Houellebecq, o ódio de raça é um elemento central na obra de Lovecraft.

"Suas criaturas monstruosas seriam representações de seus temores e fobias raciais", escreve Miéville na antologia The Age of Lovecraft. Para Miéville, o anti-humanismo na obra de Lovecraft era baseado em um "ódio de raça assassino".

Em um ensaio polêmico sobre a obra de Lovecraft, o francês Michel Houellebecq atribui a força criadora do autor ao seu ódio racial, dizendo que sua criatividade é oriunda de um profundo ódio de raça.[13]

"É o ódio racial que provoca em Lovecraft esse estado de transe poético em que ele excede a si mesmo na pulsação rítmica e louca das frases malditas; é ele [o ódio] que ilumina seus grandes textos com um brilho hediondo e cataclísmico", escreve Houllebecq no ensaio H.P. Lovecraft - Contra o mundo, contra a vida (Nova Fronteira, 2020).

O biógrafo de Lovecraft S.T. Joshi tem uma opinião diferente. Para ele, o elemento racista não seria elementar aos contos do autor e o preconceito seria uma característica das obras da juventude do americano, e que teria se atenuado ao longo de sua vida, principalmente a partir do momento em que ele se casou com Sonia Greene, que tinha ascendência judaica. Para Joshi, seus escritos posteriores exibem um racismo que se atenuou para um elitismo/classismo que considerava superiores todos aqueles que se "enobreçam através da alta cultura". No conto O Horror de Dunwich, de 1928, por exemplo, Lovecraft descreve com diversos adjetivos negativos a população mais pobre do interior da Nova Inglaterra, nos Estados Unidos.

No entanto, diversos dos contos em que há presença de ideias abertamente racistas são posteriores ao seu casamento com Sonia Greene, em 1924. O Chamado de Cthulhu é de 1926 e o Horror em Red Hook é de 1925. Para Michel Houellebecq, foi o período em que o autor viveu dificuldades em Nova York, após seu casamento, em que "suas opiniões racistas se transformam em uma autêntica neurose racial”.[13]

O racismo do autor foi um dos motivos que levou a premiação World Fantasy Award a modificar o design de seu trófeu,[14] que até 2014 trazia um busto de Lovecraft.[14]

Visões pessoais[editar | editar código-fonte]

Política[editar | editar código-fonte]

Lovecraft começou sua vida como um conservador, que foi provavelmente o resultado de sua educação conservadora. Sua família apoiou o Partido Republicano por toda a sua vida. Embora não esteja claro com que consistência ele votou, ele votou em Herbert Hoover na eleição presidencial de 1928. Rhode Island como um todo permaneceu politicamente conservador e republicano na década de 1930. O próprio Lovecraft era um anglófilo que apoiava a monarquia britânica. Ele se opôs à democracia e pensou que a América deveria ser governada por uma aristocracia. Esse ponto de vista surgiu durante sua juventude e perdurou até o final da década de 1920. Durante a Primeira Guerra Mundial, sua anglofilia o levou a apoiar fortemente a entente contra as Potências Centrais. Muitos desses poemas anteriores foram dedicados a assuntos políticos atuais, e ele publicou vários ensaios políticos em seu jornal amador, The Conservative. Ele não tomava bebidas alcoólicas e apoiou a implementação da Lei Seca, que foi uma das poucas reformas que ele apoiou durante a primeira parte de sua vida. Embora permanecendo abstêmio, mais tarde ele se convenceu de que a Lei Seca era ineficaz na década de 1930. Sua justificativa pessoal para seus primeiros pontos de vista políticos baseava-se principalmente na tradição e na estética. [15]

Como resultado da Grande Depressão, Lovecraft reexaminou suas opiniões políticas. Inicialmente, ele pensou que as pessoas ricas assumiriam as características de sua aristocracia ideal e resolveriam os problemas da América. Quando isso não ocorreu, ele se tornou um socialista. Essa mudança foi causada por sua observação de que a Depressão estava prejudicando a sociedade americana. Também foi influenciado pelo aumento do capital político do socialismo durante a década de 1930. Um dos pontos principais do socialismo de Lovecraft era sua oposição ao marxismo soviético, pois ele pensava que uma revolução marxista traria a destruição da civilização americana.[15]

Lovecraft pensava que uma aristocracia intelectual precisava ser formada para preservar a América. Seu sistema político ideal é descrito em seu ensaio de 1933 "Some Repetitions on the Times" ("Algumas repetições sobre os tempos"). Lovecraft usou este ensaio para ecoar as propostas políticas que foram feitas ao longo das últimas décadas. Neste ensaio, ele defende o controle governamental da distribuição de recursos, menos horas de trabalho e um salário mais alto e seguro-desemprego e pensões de velhice. Ele também destaca a necessidade de uma oligarquia de intelectuais. Na sua opinião, o poder deve ser restrito àqueles que são suficientemente inteligentes e educados. Ele freqüentemente usou o termo "fascismo" para descrever esta forma de governo, mas, de acordo com S.T. Joshi, tem pouca semelhança com essa ideologia.[15]

Lovecraft tinha opiniões variadas sobre as figuras políticas de sua época. Ele era um ardente defensor de Franklin D. Roosevelt. Ele viu que Roosevelt estava tentando orientar um meio-termo entre os conservadores e os revolucionários, o que ele aprovava. Embora achasse que Roosevelt deveria estar adotando políticas mais progressistas, chegou à conclusão de que o New Deal era a única opção realista de reforma. Ele achava que votar em seus oponentes da esquerda política seria um esforço desperdiçado. Internacionalmente, como muitos americanos, ele inicialmente expressou apoio a Adolf Hitler. Mais especificamente, ele pensava que Hitler preservaria a cultura alemã. No entanto, ele achava que as políticas raciais de Hitler deveriam ser baseadas na cultura e não na descendência. Há evidências de que, no final de sua vida, Lovecraft começou a se opor a Hitler. De acordo com Harry K. Brobst, o vizinho de baixo de Lovecraft foi para a Alemanha e testemunhou judeus sendo espancados. Lovecraft e sua tia ficaram irritados com isso. Suas discussões sobre Hitler terminam após esse momento.[15]

Ateísmo[editar | editar código-fonte]

Lovecraft era ateu. Seus pontos de vista sobre religião são descritos em seu ensaio de 1922 "A Confession of Unfaith" (Uma confissão de falta de fé). Neste ensaio, ele descreve sua mudança do protestantismo de seus pais para o ateísmo de sua vida adulta. Lovecraft foi criado por uma família protestante conservadora. Ele foi apresentado à Bíblia e aos mitos de São Nicolau quando tinha dois anos. Ele aceitou passivamente os dois. Ao longo dos próximos anos, ele foi apresentado aos Contos de Fadas e Mil e Uma Noites de Grimms, favorecendo o último. Em resposta, Lovecraft assumiu a identidade de "Abdul Alhazred", um nome que mais tarde usaria para o autor do Necronomicon. Segundo esse relato, seu primeiro momento de ceticismo ocorreu antes de seu quinto aniversário, quando questionou se Deus é um mito depois de saber que Papai Noel não é real. Em 1896, ele foi apresentado aos mitos greco-romanos e tornou-se "um genuíno pagão".[16]

Isso chegou ao fim em 1902, quando Lovecraft foi apresentado ao espaço. Mais tarde, ele descreveu este evento como o mais pungente de sua vida. Em resposta a essa descoberta, Lovecraft passou a estudar astronomia e descreveu suas observações no jornal local. Antes de seu décimo terceiro aniversário, ele se convenceu da impermanência da humanidade. Aos dezessete anos, ele havia lido escritos detalhados que concordavam com sua visão de mundo. Lovecraft deixou de escrever positivamente sobre o progresso, desenvolvendo sua filosofia cósmica posterior. Apesar de seu interesse pela ciência, ele tinha aversão à literatura realista, então se interessou pela ficção fantástica. Lovecraft tornou-se pessimista quando entrou para o jornalismo amador em 1914. A Grande Guerra parecia confirmar seus pontos de vista. Começou a desprezar o idealismo filosófico. Lovecraft passou a discutir e debater seu pessimismo com seus pares, o que lhe permitiu solidificar sua filosofia. Suas leituras de Friedrich Nietzsche e H.L. Mencken, entre outros escritores pessimistas, promoveram esse desenvolvimento. No final de seu ensaio, Lovecraft afirma que tudo o que ele desejava era o esquecimento. Ele estava disposto a deixar de lado qualquer ilusão que ainda pudesse ter.[16]

Raça[editar | editar código-fonte]

A raça é o aspecto mais controverso do legado de Lovecraft, expresso em muitos comentários depreciativos contra raças e culturas não-anglo-saxônicas em suas obras. Estudiosos argumentam que essas atitudes raciais eram comuns na sociedade americana de sua época, particularmente na Nova Inglaterra. À medida que envelhecia, sua visão de mundo racial original tornou-se um classismo ou elitismo que considerava a raça superior para incluir todos aqueles autonobrecidos pela alta cultura. Desde o início, Lovecraft não tinha todos os brancos em alta consideração, mas sim os ingleses estimados e os descendentes de ingleses. Em seus primeiros ensaios publicados, cartas particulares e declarações pessoais, ele defendeu a segregação racial para preservar a raça e a cultura. Seus argumentos foram apoiados usando depreciações de várias raças em seu jornalismo e cartas, e alegoricamente em suas obras de ficção que retratam raças não humanas. Isso é evidente em seu retrato dos "Deep Ones" em The Shadow over Innsmouth. Seu cruzamento com a humanidade é enquadrado como um tipo de miscigenação que corrompe tanto a cidade de Innsmouth quanto o protagonista.[17]

Inicialmente, Lovecraft mostrou simpatia pelas minorias que adotaram a cultura ocidental, chegando ao ponto de se casar com uma mulher judia que ele considerava "bem assimilada". Na década de 1930, as opiniões de Lovecraft sobre etnia e raça haviam se moderado. Ele apoiou as etnias preservando suas culturas nativas; por exemplo, ele pensava que "um verdadeiro amigo da civilização deseja apenas tornar os alemães mais alemães, os franceses mais franceses, os espanhóis mais espanhóis, etc". Isso representou uma mudança de seu apoio anterior à assimilação cultural. Sua mudança foi parcialmente o resultado de sua exposição a diferentes culturas através de suas viagens e círculos.Tradições culturais de Quebec e das Primeiras Nações em seu diário de viagem de Quebec. No entanto, isso não representou uma eliminação completa de seus preconceitos raciais.[17]

Temas[editar | editar código-fonte]

Cosmicismo[editar | editar código-fonte]

"Agora, todos os meus contos são baseados na premissa fundamental de que as leis, interesses e emoções humanos comuns não têm validade ou significado no vasto cosmos em geral. Para mim, não há nada além de puerilidade em um conto em que a forma humana – e as paixões, condições e padrões humanos locais – são retratados como nativos de outros mundos ou outros universos. Para alcançar a essência da externalidade real, seja de tempo, espaço ou dimensão, deve-se esquecer que coisas como vida orgânica, bem e mal, amor e ódio, e todos os atributos locais de uma raça insignificante e temporária chamada humanidade, têm algum significado. existência em tudo. Apenas as cenas e personagens humanos devem ter qualidades humanas. Estes devem ser tratados com realismo implacável, (não com romantismo), mas quando cruzamos a linha para o desconhecido sem limites e hediondo – o Lá fora assombrado pelas sombras – devemos nos lembrar de deixar nossa humanidade e terrestrialismo no limiar." H.P. Lovecraft, em nota ao editor de Weird Tales, sobre a reapresentação de "O chamado de Cthulhu".[18]

O tema central da obra de Lovecraft é o cosmicismo. O cosmicismo é uma filosofia literária que argumenta que a humanidade é uma força insignificante no universo. Apesar de parecer pessimista, Lovecraft se considerava um indiferentista cósmico, o que se expressa em sua ficção. Nela, os seres humanos estão frequentemente sujeitos a seres poderosos e outras forças cósmicas, mas essas forças não são tão malévolas quanto indiferentes à humanidade.[19]

Ele acreditava em um universo sem sentido, mecânico e indiferente que os seres humanos nunca poderiam entender completamente. Não há permissão para crenças que não poderiam ser apoiadas cientificamente. Lovecraft articulou essa filosofia pela primeira vez em 1921, mas ele não a incorporou completamente em sua ficção até cinco anos depois. "Dagon", "Além da Muralha do Sono" e " O Templo " contêm representações iniciais desse conceito, mas a maioria de seus contos iniciais não analisam o conceito. "Nyarlathotep" interpreta o colapso da civilização humana como sendo um corolário do colapso do universo. "O Chamado de Cthulhu" representa uma intensificação deste tema. Nele, Lovecraft introduz a ideia de influências alienígenas sobre a humanidade, que viria a dominar todas as obras subsequentes. Nessas obras, Lovecraft expressa o cosmicismo através do uso da confirmação em vez da revelação. Os protagonistas lovecraftianos não aprendem que são insignificantes, mas já sabem disso e o confirmam por meio de um evento.[19]

Conhecimento[editar | editar código-fonte]

A ficção de Lovecraft reflete suas próprias visões ambivalentes sobre a natureza do conhecimento. Isso se expressa no conceito de conhecimento proibido. Nas histórias de Lovecraft, a felicidade só é alcançável através da ignorância feliz. Tentar saber coisas que não devem ser conhecidas leva a danos e perigos psicológicos. Este conceito cruza-se com várias outras ideias. Isso inclui a ideia de que a realidade visível é uma ilusão que mascara a terrível realidade verdadeira.[20]

Da mesma forma, também há interseções com os conceitos de civilizações antigas que exercem uma influência maligna sobre a humanidade e a filosofia geral do cosmicismo. Segundo Lovecraft, o autoconhecimento pode trazer ruína para quem o busca. Esses buscadores se tornariam conscientes de sua própria insignificância no cosmos mais amplo e seriam incapazes de suportar o peso desse conhecimento. O horror lovecraftiano não é alcançado através de fenômenos externos. Em vez disso, é alcançado através do impacto psicológico internalizado que o conhecimento tem sobre seus protagonistas. Em "O Chamado de Cthulhu", "A sombra sobre Innsmouth" e "Sombras fora do Tempo" apresentam protagonistas que experimentam horror externo e interno através da aquisição de autoconhecimento. O Caso de Charles Dexter Ward também reflete isso. Um de seus temas centrais é o perigo de saber muito sobre a história da família. Charles Dexter Ward, o protagonista, se envolve em pesquisas históricas e genealógicas que acabam levando à loucura e à sua própria autodestruição.[20]

Declínio da civilização[editar | editar código-fonte]

Durante grande parte de sua vida, Lovecraft foi fixado nos conceitos de declínio e decadência. Mais especificamente, ele achava que o Ocidente estava em um estado de declínio terminal. A partir da década de 1920, Lovecraft se familiarizou com o trabalho do teórico conservador-revolucionário alemão Oswald Spengler, cuja tese pessimista da decadência do Ocidente moderno formou um elemento crucial na visão de mundo antimoderna geral de Lovecraft. As imagens spenglerianas de decadência cíclica são um tema central em "Nas montanhas da loucura". S.T. Joshi, em HP Lovecraft: O Declínio do Ocidente, coloca Spengler no centro de sua discussão sobre as ideias políticas e filosóficas de Lovecraft. Segundo ele, a ideia de declínio é a única ideia que permeia e conecta sua filosofia pessoal. A principal influência spengleriana em Lovecraft seria sua visão de que política, economia, ciência e arte são aspectos interdependentes da civilização. Essa percepção o levou a abandonar sua ignorância pessoal sobre os desenvolvimentos políticos e econômicos da época depois de 1927. Lovecraft havia desenvolvido sua ideia do declínio ocidental de forma independente, mas Spengler deu-lhe uma estrutura clara.[21]

Ciência[editar | editar código-fonte]

Lovecraft mudou o horror sobrenatural de seu foco anterior em questões humanas para um foco em questões cósmicas. Dessa forma, ele fundiu os elementos da ficção sobrenatural que considerava cientificamente viáveis com a ficção científica. Essa fusão exigia uma compreensão tanto do horror sobrenatural quanto da ciência contemporânea. Lovecraft usou esse conhecimento combinado para criar histórias que referenciam amplamente as tendências do desenvolvimento científico. Começando com " A casa evitada", Lovecraft incorporou cada vez mais elementos tanto da ciência einsteiniana quanto de seu próprio materialismo pessoal em suas histórias. Isso se intensificou com a escrita de "O Chamado de Cthulhu", onde ele descreveu influências alienígenas na humanidade. Essa tendência continuaria ao longo do restante de sua carreira literária. " A cor do Espaço Exterior" representa o que os estudiosos chamam de pico dessa tendência. Ele retrata uma forma de vida alienígena cuja alteridade a impede de ser definida pela ciência então contemporânea.[22]

Outra parte desse esforço foi o uso repetido da matemática em um esforço para fazer suas criaturas e cenários parecerem mais estranhos. Tom Hull, um matemático, considera que isso aumenta sua capacidade de invocar uma sensação de alteridade e medo. Ele atribui esse uso da matemática ao interesse infantil de Lovecraft pela astronomia e sua consciência adulta da geometria não euclidiana. Outra razão para seu uso da matemática foi sua reação aos desenvolvimentos científicos de sua época. Esses desenvolvimentos o convenceram de que o principal meio de compreensão do mundo da humanidade não era mais confiável. O uso da matemática por Lovecraft em sua ficção serve para converter elementos sobrenaturais em coisas que têm explicações científicas no universo. "Os sonhos na casa da bruxa" e "Sombras Fora do tempo" ambos têm elementos disso. O primeiro usa uma bruxa e seu familiar, enquanto o último usa a ideia de transferência de mente. Esses elementos são explicados usando teorias científicas que eram predominantes durante o período de Lovecraft.[22]

País de Lovecraft[editar | editar código-fonte]

O cenário desempenha um papel importante na ficção de Lovecraft. O país de Lovecraft, uma versão fictícia da Nova Inglaterra, serve como o centro central de seus mitos. Representa a história, a cultura e o folclore da região, conforme interpretado por Lovecraft. Esses atributos são exagerados e alterados para fornecer um cenário adequado para suas histórias. Os nomes das localidades da região foram influenciados diretamente pelos nomes das localidades reais da região, o que foi feito para aumentar seu realismo. As histórias de Lovecraft usam suas conexões com a Nova Inglaterra para imbuir-se da capacidade de incutir medo. Lovecraft foi inspirado principalmente pelas cidades e vilas de Massachusetts. No entanto, a localização específica do país de Lovecraft é variável, pois mudou de acordo com as necessidades literárias de Lovecraft. Começando com áreas que ele considerava evocativas, Lovecraft as redefiniu e exagerou sob nomes fictícios. Por exemplo, Lovecraft baseou Arkham na cidade de Oakham e o expandiu para incluir um marco próximo. Sua localização foi mudada, pois Lovecraft decidiu que ela teria sido destruída pelo recém-construído Reservatório de Quabbin. Isso é mencionado em "A cor do espaço exterior", já que "o matagal maldito" foi submerso pela criação de uma versão fictícia do reservatório. Da mesma forma, as outras cidades de Lovecraft foram baseadas em outros locais em Massachusetts. Innsmouth foi baseado em Newburyport, e Dunwich foi baseado em Greenwich. As vagas localizações dessas cidades também contribuíram para o desejo de Lovecraft de criar um clima em suas histórias. Na sua opinião, um estado de espírito só pode ser evocado através da leitura.[23]

Recepção crítica[editar | editar código-fonte]

Literário[editar | editar código-fonte]

Os primeiros esforços para revisar uma visão literária estabelecida de Lovecraft como um autor de "pulp fiction" (literatura comum e de baixa qualidade, Pulps foram os sucessores dos penny dreadfuls, dime novels e revistas de ficção curta do século XIX) foram objetados por alguns críticos eminentes; em 1945, Edmund Wilson zombou: "o único horror real na maioria dessas ficções é o horror do mau gosto e da arte ruim". No entanto, Wilson elogiou a capacidade de Lovecraft de escrever sobre seu campo escolhido; ele o descreveu como tendo escrito sobre isso "com muita inteligência". De acordo com L. Sprague de Camp, Wilson mais tarde melhorou sua opinião sobre Lovecraft, citando um relato de David Chavchavadze que Wilson havia incluído uma referência Lovecraftiana em "Little Blue Light: A Play in Three Acts". Depois que Chavchavadze se encontrou com ele para discutir isso, Wilson revelou que estava lendo uma cópia da correspondência de Lovecraft. Dois anos antes da crítica de Wilson, as obras de Lovecraft foram revisadas por Winfield Townley Scott, o editor literário do Jornal de Providene (The Providence Journal). Ele argumentou que Lovecraft era um dos autores mais importantes de Rhode Island e que era lamentável que ele tivesse recebido pouca atenção dos críticos tradicionais na época. O colunista de Mistério e Aventura Will Cuppy do New York Herald Tribune recomendou aos leitores um volume das histórias de Lovecraft em 1944, afirmando que "a literatura de horror e fantasia macabra pertence ao mistério em seu sentido mais amplo".[24]

Em 1957, Floyd C. Gale, do Galaxy Science Fiction, disse que Lovecraft era comparável a Robert E. Howard, afirmando que "eles parecem mais prolíficos do que nunca", observando o uso de L. Sprague de Camp, Björn Nyberg e August Derleth de suas criações. Gale também disse que "Lovecraft no seu melhor poderia construir um clima de horror insuperável; no seu pior, ele era risível." Em 1962, Colin Wilson, em seu levantamento das tendências antirrealistas na ficção The Strength to Dream, citou Lovecraft como um dos pioneiros do "ataque à racionalidade" e o incluiu com M.R. James, HG Wells, JRR Tolkien e outros como um dos construtores de realidades mitificadas lutando contra o que ele considerava o projeto fracassado do realismo literário. Posteriormente, Lovecraft começou a adquirir o status de escritor cult na contracultura dos anos 1960 e as reimpressões de sua obra proliferaram.[24]

Michael Dirda, um revisor do The Times Literary Supplement, descreveu Lovecraft como um "visionário" que é "corretamente considerado como perdendo apenas para Edgar Allan Poe nos anais da literatura sobrenatural americana". Segundo ele, as obras de Lovecraft provam que a humanidade não pode suportar o peso da realidade, pois a verdadeira natureza da realidade não pode ser compreendida nem pela ciência nem pela história. Além disso, Dirda elogia a capacidade de Lovecraft de criar uma atmosfera estranha. Essa atmosfera é criada através do sentimento de incorreção que permeia os objetos, lugares e pessoas nas obras de Lovecraft. Ele também comenta favoravelmente a correspondência de Lovecraft e o compara a Horace Walpole. Particular atenção é dada à sua correspondência com August Derleth e Robert E. Howard. As cartas de Derleth são chamadas de "deliciosas", enquanto as cartas de Howard são descritas como sendo um debate ideológico. No geral, Dirda acredita que as cartas de Lovecraft são iguais ou melhores que sua produção ficcional.[24]

O revisor da Los Angeles Review of Books, Nick Mamatas, afirmou que Lovecraft era um autor particularmente difícil, em vez de ruim. Ele descreveu Lovecraft como sendo "perfeitamente capaz" nos campos da lógica da história, ritmo, inovação e geração de frases citáveis. No entanto, a dificuldade de Lovecraft o tornou inadequado para literatura de baixa qualidade (pulp fiction); ele foi incapaz de competir com os protagonistas recorrentes populares e histórias de donzelas em perigo. Além disso, ele comparou um parágrafo de The Shadow Out of Time com um parágrafo da introdução de The Economic Consequences of the Peace. Na visão de Mamatas, a qualidade de Lovecraft é obscurecida por sua dificuldade, e sua habilidade é o que permitiu que seus seguidores sobrevivessem aos seguidores de outros autores proeminentes, como Seabury Quinn e Kenneth Patchen.[24]

Em 2005, a Library of America publicou um volume das obras de Lovecraft. Este volume foi revisado por muitas publicações, incluindo The New York Times Book Review e The Wall Street Journal e vendeu 25 000 cópias em um mês após o lançamento. A recepção crítica geral do volume foi mista. Vários estudiosos, incluindo ST Joshi e Alison Sperling, disseram que isso confirma o lugar de HP Lovecraft no cânone ocidental. Os editores de The Age of Lovecraft, Carl H. Sederholm e Jeffrey Andrew Weinstock, atribuíram o aumento do interesse popular e acadêmico em Lovecraft a este volume, juntamente com os Penguin Classics.volumes e a edição da Biblioteca Moderna de At the Mountains of Madness. Esses volumes levaram a uma proliferação de outros volumes contendo as obras de Lovecraft. Segundo os dois autores, esses volumes fazem parte de uma tendência na recepção popular e acadêmica de Lovecraft: o aumento da atenção de um público faz com que o outro também se interesse mais. O sucesso de Lovecraft é, em parte, o resultado de seu sucesso.[24]

O estilo de Lovecraft tem sido frequentemente sujeito a críticas, mas estudiosos como ST Joshi argumentaram que Lovecraft utilizou conscientemente uma variedade de dispositivos literários para formar um estilo único de sua autoria - estes incluem ritmo prosapoético, fluxo de consciência, aliteração e arcaísmo consciente. De acordo com Joyce Carol Oates, Lovecraft e Edgar Allan Poe exerceram uma influência significativa sobre escritores posteriores no gênero de terror. O autor de terror Stephen King chamou Lovecraft de "o maior praticante do conto de terror clássico do século XX". King afirmou em seu livro de não-ficção semi-autobiográfico "Danse Macabre" que Lovecraft foi responsável por seu próprio fascínio pelo horror e pelo macabro e foi a maior influência em sua escrita.[24]

Filosófico[editar | editar código-fonte]

Os escritos de HP Lovecraft influenciaram o movimento filosófico realista especulativo durante o início do século XX. Os quatro fundadores do movimento Ray Brassier, Iain Hamilton Grant, Graham Harman e Quentin Meillassoux, citaram Lovecraft como inspiração para suas visões de mundo. Graham Harman escreveu uma monografia, Weird Realism: Lovecraft and Philosophy, sobre Lovecraft e filosofia. Nele, ele argumenta que Lovecraft foi um autor "producionista". [25]

Ele descreve Lovecraft como um autor exclusivamente obcecado por lacunas no conhecimento humano. Ele vai mais longe e afirma que a filosofia pessoal de Lovecraft está em oposição tanto ao idealismo quanto a David Hume. Em sua opinião, Lovecraft se assemelha a Georges Braque, Pablo Picasso e Edmund Husserl em sua divisão dos objetos em diferentes partes que não esgotam os significados potenciais do todo. O anti-idealismo de Lovecraft é representado por meio de seu comentário sobre a incapacidade da linguagem para descrever seus horrores. Harman também credita a Lovecraft partes inspiradoras de sua própria articulação da ontologia orientada a objetos.[25]

De acordo com a estudiosa de Lovecraft, Alison Sperling, essa interpretação filosófica da ficção de Lovecraft fez com que outros filósofos da tradição de Harmon escrevessem sobre Lovecraft. Esses filósofos procuram remover a percepção humana e a vida humana dos fundamentos da ética. Esses estudiosos usaram as obras de Lovecraft como o exemplo central de sua visão de mundo. Eles baseiam esse uso nos argumentos de Lovecraft contra o antropocentrismo e a capacidade da mente humana de compreender verdadeiramente o universo. Eles também desempenharam um papel na melhoria da reputação literária de Lovecraft, concentrando-se em sua interpretação da ontologia, o que lhe confere uma posição central nos estudos do Antropoceno.[25]

Legado[editar | editar código-fonte]

Lovecraft era relativamente desconhecido durante sua vida. Embora suas histórias tenham aparecido em proeminentes revistas pulp (literatura de baixa qualidade, mais conhecidas como pulp fiction), como Weird Tales, poucas pessoas sabiam seu nome. No entanto, ele se correspondia regularmente com outros escritores contemporâneos, como Clark Ashton Smith e August Derleth, que se tornaram seus amigos, embora nunca os tenha conhecido pessoalmente. Este grupo ficou conhecido como o "Círculo de Lovecraft", já que seus escritos emprestavam livremente os motivos de Lovecraft, com seu incentivo. Ele emprestou deles também. Por exemplo, ele fez uso de Tsathoggua de Clark Ashton Smith em The Mound. [26]

Após a morte de Lovecraft, o Círculo de Lovecraft continuou. August Derleth fundou a Arkham House com Donald Wandrei para preservar as obras de Lovecraft e mantê-las impressas. Ele acrescentou e expandiu a visão de Lovecraft, não sem controvérsia. Enquanto Lovecraft considerava seu panteão de deuses alienígenas um mero dispositivo de enredo, Derleth criou uma cosmologia inteira, completa com uma guerra entre os bons Deuses Anciões e os Deuses Exteriores malignos, como Cthulhu e seu grupo. As forças do bem deveriam ter vencido, prendendo Cthulhu e outros sob a terra, o oceano e outros lugares. As histórias de Cthulhu Mythos de Derleth passaram a associar deuses diferentes aos tradicionais quatro elementos de fogo, ar, terra e água, que não se alinhavam com a visão original de Lovecraft de seu mito. No entanto, a propriedade da Arkham House por Derleth deu a ele uma posição de autoridade em Lovecraftiana que não se dissiparia até sua morte, e através dos esforços de estudiosos de Lovecraft na década de 1970.[26]

As obras de Lovecraft influenciaram muitos escritores e outros criadores. Stephen King citou Lovecraft como uma grande influência em suas obras. Quando criança, na década de 1960, ele se deparou com um volume de obras de Lovecraft que o inspiraram a escrever sua ficção. Ele continua argumentando que todas as obras do gênero de terror que foram escritas depois de Lovecraft foram influenciadas por ele. No campo dos quadrinhos, Alan Moore também descreveu Lovecraft como tendo sido uma influência formativa em seus romances gráficos. Os filmes do diretor John Carpenter incluem referências diretas e citações da ficção de Lovecraft, além do uso de uma estética e temas Lovecraftianos. Guilherme del Toro foi igualmente influenciado pelo corpus de Lovecraft.[26]

Os primeiros World Fantasy Awards foram realizados em Providence em 1975. O tema era "The Lovecraft Circle". Até 2015, os vencedores recebiam um busto alongado de Lovecraft, desenhado pelo cartunista Gahan Wilson, apelidado de "Howard". Em novembro de 2015, foi anunciado que o troféu World Fantasy Award não seria mais modelado em HP Lovecraft em resposta às opiniões do autor sobre raça. Depois que o World Fantasy Award abandonou sua conexão com Lovecraft, The Atlantic comentou que "No final, Lovecraft ainda vence - as pessoas que nunca leram uma página de seu trabalho ainda saberão quem é Cthulhu nos próximos anos, Guillermo del Toro e Neil Gaiman." Em 2016, Lovecraft foi introduzido no Hall da Fama de Ficção Científica e Fantasia do Museu da Cultura Pop. Três anos depois, Lovecraft e outros autores de mitos receberam postumamente o Prêmio Retro-Hugo de 1945 de Melhor Série por suas contribuições para os Mitos de Cthulhu.[26]

Estudos de Lovecraft[editar | editar código-fonte]

A partir do início da década de 1970, um corpo de trabalhos acadêmicos começou a surgir em torno da vida e das obras de Lovecraft. Referido como estudos de Lovecraft, seus proponentes procuraram estabelecer Lovecraft como um autor significativo no cânone literário americano. Isso pode ser atribuído à preservação e disseminação de Derleth da ficção, não-ficção e cartas de Lovecraft através da Arkham House. Joshi credita o desenvolvimento do campo a este processo. No entanto, foi marcado por edições de baixa qualidade e interpretações errôneas da visão de mundo de Lovecraft. Após a morte de Derleth em 1971, entrou em uma nova fase. Houve um impulso para criar uma biografia do tamanho de um livro de Lovecraft.[27] L. Sprague de Camp, um estudioso de ficção científica, escreveu o primeiro grande em 1975. Esta biografia foi criticada pelos primeiros estudiosos de Lovecraft por sua falta de mérito acadêmico e sua falta de simpatia pelo assunto. Apesar disso, desempenhou um papel significativo na ascensão literária de Lovecraft. Expôs Lovecraft ao mainstream da crítica literária americana. Durante o final dos anos 1970 e início dos anos 1980, houve uma divisão no campo entre os "tradicionalistas derlethianos".[27]

As décadas de 1980 e 1990 viram uma maior proliferação do campo. A HP Lovecraft Centennial Conference de 1990 e a republicação de ensaios mais antigos em An Epicure in the Terrible representaram a publicação de muitos estudos básicos que seriam usados como base para estudos futuros. O centenário de 1990 também viu a instalação da "HP Lovecraft Memorial Plaque" em um jardim adjacente à Biblioteca John Hay, que apresenta um retrato do silhoutista EJ Perry. Depois disso, em 1996, ST Joshi escreveu sua própria biografia de Lovecraft. Esta biografia foi recebida com críticas positivas e se tornou a principal biografia no campo. Desde então, foi substituído por sua edição expandida do livro, I am Providenceem 2010. [27]

A crescente reputação literária de Lovecraft fez com que suas obras recebessem maior atenção por editores de clássicos e fãs acadêmicos. Suas obras foram publicadas por várias séries diferentes de clássicos literários. A Penguin Classics publicou três volumes das obras de Lovecraft entre 1999 e 2004. Esses volumes foram editados por ST Joshi. A Barnes & Noble publicaria seu próprio volume da ficção completa de Lovecraft em 2008. A Library of America publicou um volume das obras de Lovecraft em 2005. A publicação desses volumes representou uma inversão do julgamento tradicional de que Lovecraft não fazia parte do cânone ocidental. Enquanto isso, na bianual Convenção NecronomiCon em Providence foi realizada pela primeira vez em 2013. Seu objetivo é servir como uma convenção de fãs e acadêmica que discute Lovecraft e o campo mais amplo da ficção estranha. É organizado pela organização Lovecraft Arts and Sciences e é realizado no fim de semana do nascimento de Lovecraft. Em julho daquele ano, a Câmara Municipal de Providence designou a "Praça Memorial HP Lovecraft" e instalou uma placa comemorativa no cruzamento das ruas Angell e Prospect, perto das antigas residências do autor.[27]

Música[editar | editar código-fonte]

O "Mythos" fictício de Lovecraft influenciou vários músicos, particularmente no rock e no heavy metal. Isso começou na década de 1960 com a formação da banda de rock psicodélico HP Lovecraft, que lançou os álbuns HP Lovecraft e HP Lovecraft II em 1967 e 1968, respectivamente. Eles se separaram depois, mas canções posteriores foram lançadas. Isso incluiu "The White Ship" e "At the Mountains of Madness", ambos intitulados após histórias de Lovecraft. O metal extremo também foi influenciado por Lovecraft.[28]

Isso se expressou tanto nos nomes das bandas quanto no conteúdo de seus álbuns, e começou em 1970 com o lançamento do primeiro álbum do Black Sabbath, Black Sabbath, que continha uma música intitulada Behind the Wall of Sleep, derivando seu nome da história de 1919 "Beyond the Wall of Sleep". A banda de heavy metal Metallica também foi inspirada em Lovecraft. Eles gravaram uma música inspirada em "The Call of Cthulhu", "The Call of Ktulu" e uma música baseada em The Shadow over Innsmouth intitulada "The Thing That Should Not Be". Estas canções contêm citações diretas das obras de Lovecraft. Joseph Norman, argumentou que há semelhanças entre a música descrita na ficção de Lovecraft e a estética e atmosfera do black metal. Ele argumenta que isso é evidente através das qualidades "animais" dos vocais de black metal. O uso de elementos ocultos também é citado como um tema em comum. Em termos de atmosfera, ele afirma que tanto as obras de Lovecraft quanto o metal extremo focam fortemente na criação de um forte clima negativo.[28]

Jogos[editar | editar código-fonte]

Lovecraft também influenciou os jogos, apesar de pessoalmente não gostar de jogos durante sua vida. O jogo de RPG de mesa da Chaosium, Call of Cthulhu, lançado em 1981 e atualmente em sua sétima grande edição, foi um dos primeiros jogos a se basear fortemente em Lovecraft. Inclui uma mecânica de insanidade inspirada em Lovecraft, que permitia que os personagens dos jogadores enlouquecessem pelo contato com horrores cósmicos. Essa mecânica viria a aparecer em jogos de mesa e videogames subsequentes. O ano de 1987 viu o lançamento de outro jogo de tabuleiro Lovecraftiano, Arkham Horror, que foi publicado pela Fantasy Flight Games.[29]

 Embora poucos jogos de tabuleiro Lovecraftianos subsequentes tenham sido lançados anualmente de 1987 a 2014, os anos após 2014 viram um rápido aumento no número de jogos de tabuleiro Lovecraftianos. Segundo Christina Silva, esse renascimento pode ter sido influenciado pela entrada da obra de Lovecraft em domínio público e pelo ressurgimento do interesse pelos jogos de tabuleiro. Poucos videogames são adaptações diretas das obras de Lovecraft, mas muitos videogames foram inspirados ou fortemente influenciados por Lovecraft. Call of Cthulhu: Dark Corners of the Earth, um videogame em primeira pessoa de Lovecraft, foi lançado em 2005. É uma adaptação solta de The Shadow over Innsmouth, The Shadow Out of Time e "The Thing on the Doorstep" que usa temas noir. Essas adaptações se concentram mais nos monstros e na gamificação de Lovecraft do que em seus temas, o que representa uma ruptura com o tema central da insignificância humana de Lovecraft.[29]

Um simulador de dança da empresa sul coreana Andamiro, Pump It Up[30], contém músicas nomeadas com alguns seres no mundo ficcional de Lovecraft, como: Yog-Sothoth (versão Prime), Shub-Niggrath (v. Prime 2) Nyarlathotep (v. X), Ghroth (v. Phoenix)[31]; todas foram compostas pelo produtor musical sul coreano Nato (Baek Ji Hoon)[32]

Religião e ocultismo[editar | editar código-fonte]

Várias religiões contemporâneas foram influenciadas pelas obras de Lovecraft. Kenneth Grant, o fundador da Typhonian Order (aportuguesado: "ordem tifoniana", uma alusão a Tifão), incorporou os Mitos de Lovecraft em seu sistema ritual e oculto. Grant combinou seu interesse pela ficção de Lovecraft com sua adesão à "Thelema" de Aleister Crowley. A Typhonian Order considera as entidades Lovecraftianas como símbolos através dos quais as pessoas podem interagir com algo inumano. Grant também argumentou que o próprio Crowley foi influenciado pelos escritos de Lovecraft, particularmente na nomeação de personagens em O Livro da Lei. Da mesma forma, The Satanic Rituals, co-escrito por Anton LaVey e Michael A. Aquino, inclui a "Cerimônia dos Nove Ângulos", que é um ritual que foi influenciado pelas descrições em "Os Sonhos na Casa das Bruxas". Ele contém invocações de vários deuses fictícios de Lovecraft.[33]

Houve vários livros que afirmaram ser uma edição autêntica do Necronomicon de Lovecraft. O Simon Necronomicon é um exemplo. Foi escrito por uma figura desconhecida que se identificou como "Simon". Peter Levenda, um autor ocultista que escreveu sobre o Necronomicon, afirma que ele e "Simon" encontraram uma tradução grega oculta do grimório enquanto examinavam uma coleção de antiguidades em uma livraria de Nova York durante os anos 1960 ou 1970. Este livro foi reivindicado ter o selo do Necronomicon. Levenda continuou afirmando que Lovecraft tinha acesso a esse suposto pergaminho. Uma análise textual determinou que o conteúdo deste livro foi derivado de vários documentos que discutem o mito e a magia da Mesopotâmia. A descoberta de um texto mágico por monges também é um tema comum na história dos grimórios. Tem sido sugerido que Levenda é o verdadeiro autor do Simon Necronomicon.[33]

Correspondência[editar | editar código-fonte]

Embora Lovecraft seja conhecido principalmente por suas obras de ficção estranha, a maior parte de sua escrita consiste em cartas volumosas sobre uma variedade de tópicos, desde ficção estranha e crítica de arte até política e história. Os biógrafos de Lovecraft, L. Sprague de Camp e ST Joshi, estimaram que Lovecraft escreveu 100 000 cartas em sua vida, das quais acredita-se que um quinto tenham sobrevivido (cerca de 20 000). Estas cartas foram dirigidas a colegas escritores e membros da imprensa amadora. Seu envolvimento no último foi o que o levou a começar a escrevê-los.[34] 

Ele incluiu elementos cômicos nessas cartas. Isso incluía posar como um cavalheiro do século XVIII e assiná-los com pseudônimos, mais comumente "Vovô Theobald" e "E'ch-Pi-El". De acordo com Joshi, os conjuntos de cartas mais importantes foram aqueles escritos para Frank Belknap Long, Clark Ashton Smith e James F. Morton. Ele atribui essa importância ao conteúdo dessas cartas. Com Long, Lovecraft argumentou em apoio e em oposição a muitos dos pontos de vista de Long. As cartas para Clark Ashton Smith são caracterizadas por seu foco na ficção estranha. Lovecraft e Morton debateram muitos assuntos acadêmicos em suas cartas, resultando no que Joshi chamou de "a maior correspondência que Lovecraft já escreveu".[34]

Direitos autorais e outras questões legais[editar | editar código-fonte]

Apesar de várias alegações em contrário, atualmente não há evidências de que qualquer empresa ou indivíduo possua os direitos autorais de qualquer uma das obras de Lovecraft, e é geralmente aceito que tenha passado para o domínio público. Lovecraft havia especificado que R.H. Barlow serviria como executor de seu espólio literário, mas essas instruções não foram incorporadas ao seu testamento. No entanto, sua tia sobrevivente realizou seus desejos expressos, e Barlow recebeu o controle da propriedade literária de Lovecraft após sua morte. Barlow depositou a maior parte dos papéis, incluindo a volumosa correspondência, na Biblioteca John Hay, e tentou organizar e manter outros escritos de Lovecraft. O protegido de Lovecraft, August Derleth, um escritor mais velho e mais estabelecido do que Barlow, disputava o controle da propriedade literária. Ele e Donald Wandrei, um colega protegido e co-proprietário da Arkham House, alegaram falsamente que Derleth era o verdadeiro executor literário. Barlow capitulou e depois cometeu suicídio em 1951. Isso deu a Derleth e Wandrei controle completo sobre o os escritos de Lovecraft.[35] Em 9 de outubro de 1947, Derleth comprou todos os direitos das histórias que foram publicadas em Weird Tales. No entanto, desde abril de 1926, o mais tardar, Lovecraft reservou todos os direitos de segunda impressão para histórias publicadas em Weird Tales. Portanto, Weird Tales detinha apenas os direitos de no máximo seis contos de Lovecraft. Se Derleth obteve legalmente os direitos autorais desses contos, não há evidências de que eles tenham sido renovados antes que os direitos expirassem. Após a morte de Derleth em 1971, Donald Wandrei processou seu espólio para desafiar o testamento de Derleth, que afirmava que ele só detinha os direitos autorais e royalties das obras de Lovecraft que foram publicadas sob o nome dele e de Derleth. O advogado da Arkham House, Forrest D. Hartmann, argumentou que os direitos das obras de Lovecraft nunca foram renovados. Wandrei ganhou o caso, mas as ações da Arkham House em relação aos direitos autorais prejudicaram sua capacidade de reivindicar a propriedade deles.[35]

Em HP Lovecraft: A Life, S.T. Joshi conclui que as alegações de Derleth são "quase certamente fictícias" e argumenta que a maioria das obras de Lovecraft que foram publicadas na imprensa amadora provavelmente são de domínio público. Os direitos autorais das obras de Lovecraft teriam sido herdados pelo único herdeiro sobrevivente mencionado em seu testamento de 1912, sua tia Annie Gamwell. Quando ela morreu em 1941, os direitos autorais passaram para seus descendentes restantes, Ethel Phillips Morrish e Edna Lewis. Eles assinaram um documento, às vezes chamado de presente de Morrish-Lewis, permitindo que a Arkham House republicasse as obras de Lovecraft, mantendo a propriedade dos direitos autorais. Pesquisas da Biblioteca do Congresso não encontraram nenhuma evidência de que esses direitos autorais foram renovados após o período de 28 anos, tornando provável que essas obras sejam de domínio público. No entanto, o espólio literário de Lovecraft, reconstituído em 1998 sob Robert C. Harrall, afirmou que possui os direitos. oshi retirou seu apoio à sua conclusão e agora apoia as reivindicações de direitos autorais do espólio.[35]

Notas

  1. King citou-o na capa de 1982 da edição brochada de The Best of H.P. Lovecraft: Bloodcurdling Tales of Horror and the Macabre, publicado pela Del Rey Books, com introdução de Robert Bloch. Outras fontes citam King como chamando o juízo de Lovecraft de "inegável",[6] ou "além de qualquer dúvida".[7]

Referências[editar | editar código-fonte]

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Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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