Hetera

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Cópia romana da Afrodite de Cnido (c. 360 a.C.), obra de Praxíteles da qual Friné é o modelo

As hetaeras ou hetairas[1] (do grego ἑταίραι, transl. hetaírai: 'aquela que faz companhia', 'amigas'),[2] na sociedade da Grécia Antiga, eram prostitutas refinadas, que, além da prestação de serviços sexuais, ofereciam companhia e sabedoria, frequentemente tinham relacionamentos duradouros com seus clientes, diferenciavam-se das prostitutas comuns (pornoi) da época, pois além do prazer carnal, ofereciam prazer cultural para seus companheiros, tendo casos com os homens que as procuravam.

O nome Hetaira, significa aquela que faz companhia, e foi utilizado em alusão a Afrodite Hetera, um dos epítetos da deusa Afrodite.[2] A palavra Hetaera ou Hetaira, não deve ser confundida com a palavra Hetera (Ητερα), cujo significado e aplicação no grego antigo eram diferente e não tinha relação com Hetaera ou Hetaira.

Segundo Ateneu, Éfipo em sua obra disse o seguinte sobre as Hetairas:

"Elas nos lisonjeiam e nos acalmam, nos beijam gentilmente, não pressionam nossos lábios com força como se fossem seus inimigos, mas suave e abertamente como se fossem um pardal. Elas cantam, nos consolam e nos deixam alegres, e imediatamente banimos toda a nossa preocupação".[2]

Uma das mais famosas foi Aspásia, amante de Péricles. Originária de Mileto, sendo portanto uma estrangeira em Atenas, Aspásia conviveu com Sófocles, Fídias e com Sócrates e seus discípulos. Plutarco [3] refere-se a ela como uma personalidade detentora de poder, que teve sob sua influência os políticos mais importantes de sua época.

Além de Aspásia, há referências a outras hetairas do Período Clássico, como Teodota, companheira de Alcibíades e com a qual Sócrates dialoga nos Memoráveis (III, 11, 4); Neera, tema de um discurso do Pseudo-Demóstenes, e Friné, modelo da Afrodite de Cnido, obra-prima de Praxíteles, de quem foi amante.

Sua figura era tão admirada pelos homens, que era comum a vontade de substituir as esposas por elas, sendo muitas levadas ao tribunal na Ágora e sentenciadas à morte, um ato de hipocrisia, pois muitas esposas até apoiavam as relações de seus maridos com as heteras, mas quando se sentiam ameaçadas tinham apoio da sociedade da época de levá-las à justiça.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Dicionário Houaiss: hetera; hetaira (forma não preferencial)
  2. a b c Ateneu: Os Deipnosofistas. Traduzido em inglês por C.D. Young (1854).Disponível em: http://www.attalus.org/old/athenaeus13b.html
  3. Vida de Péricles, XXIV, 2
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