Hierarquia do candomblé
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Setembro de 2013) |
Hierarquia no Culto de Ifá
- Babálawó ou Iyánifá Sacerdote do Orixá Orúnmilá-Ifá do Culto de Ifá.
Após duas iniciações ("Mãos"), e sob a obediência a rígidos códigos morais, o Babálawó recebe o direito de utilizar o Opele-Ifá (ou Rosário de Ifá) e os ikins (sementes de dendezeiro - igui ope, em yorubá). O Merindilogun (Jogo de búzios) é franqueado somente aos Obaoriates e os Awófakans (Aqueles que receberam a "primeira mão")são chamados também de Olwós. Às Iyápetebis (Mulheres iniciadas a Ifá) usam o jogo de buzios chamados Ekuró. As omoIfas também usam. Os BabaIfas, que são da rama brasileira, onde as cores são o azul claro e branco.
Hierarquia no Culto aos Egungun
Masculinos:
- Alapini (Sacerdote Supremo, Chefe dos alagbás),
- Alagbá Sacerdote (Chefe de um terreiro),
- Ojê (iniciado com ritos completos),
- Ojê agbá (ojê ancião),
- Atokun (ojê que guia de Egum),
- Amuixan (iniciado com ritos incompletos),
- Alagbê (tocador de atabaque).
Alguns oiê dos ojê agbá: Baxorun, Ojê ladê, Exorun, Faboun, Ojé labi, Alaran, Ojenira, Akere, Ogogo, Olopondá.
Femininos:
- Iyalode (responde pelo grupo feminino perante os homens),
- Iyá egbé (lider de todas as mulheres),
- Iyá monde (comanda as ató e fala com os Babá),
- Iyá erelu (cabeça das cantadoras), erelu (cantadora),
- Iyá agan (recruta e ensina as ató), ató (adoradora de Egun).
Outros oiê: Iyale alabá, Iyá kekere, Iyá monyoyó, Iyá elemaxó, Iyá moro.
- Assogba Supremo sacerdote do culto de Obaluaiyê
- Babalosanyin: Responsável pela colheita das folhas.
Hierarquia no candomblé Ketu
- Iyá / Babá: significado das palavras iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai.
- Iyalorixá / Babalorixá: Mãe ou Pai de Santo. É o posto mais elevado na tradição afro-brasileira.
- Alagbá: Cargo masculino, chefe dos Oyê. Em algumas casas é também chamado de Ogan. Pode desempenhar diversas tarefas de cunho espiritual e civil e não entra em transe.
- Mogbá: Cargo masculino específico do culto a Xangô. Ministro de Xangô.
- Tojú Obá: Cargo masculino específico do culto a Xangô. Olhos do Rei.
- Iyaegbé / Babaegbé: É a segunda pessoa do axé. Conselheira, responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia.
- Iyalaxé (mulher): Mãe do axé, a que distribui o axé e cuida dos objetos ritual.
- Iyakekerê (mulher): Mãe Pequena, segunda sacerdotisa do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos iniciados.
- Babakekerê (homem): Pai pequeno, segundo sacerdote do axé ou da comunidade. Sempre pronto a ajudar e ensinar a todos iniciados.
- Ojubonã ou Agibonã: É a mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação.
- Iyamorô: Responsável pelo Ipadê de Exu.
- Iyaefun ou Babaefun: Responsável pela pintura branca das Iaôs.
- Iyadagan e Ossidagã: Auxiliam a Iyamorô.
- Axogun: Sacerdote responsável pelo sacrificio dos animais. Dependendo do caso, no ritual de iniciação, este sacerdote pode assumir outro cargo, ja que axogun é um ogan.
- Aficobá: Responsável pelos sacrifícios dos animais de Xangô.
- Aficodé: Responsável pelos sacrifícios dos animais de Oxossi.
- Iyabassê: (mulher): Responsável no preparo dos alimentos sagrados as comidas-de-santo.
- Iyarubá: Carrega a esteira para o iniciando.
- Iyatebexê ou Babatebexê: Responsável pelas cantigas nas festas públicas de candomblé.
- Aiyaba Ewe: Responsável em determinados atos e obrigações de "cantar folhas.
- Aiybá: Bate o ejé nas obrigações.
- Ològun: Cargo masculino. Despacha os Ebós das obrigações, preferencialmente os filhos de Ogun, depois Odé e Obaluwaiyê.
- Oloya: Cargo feminino. Despacha os Ebós das obrigações, na falta de Ològun. São filhas de Oya.
- Iyalabaké: A guardiã do alá de osaala.
- Iyatojuomó: Responsável pelas crianças do Axé.
- Pejigan: O responsável pelos axés da casa, do terreiro. Primeiro Ogan na hirarquia.
- Alagbê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos instrumentos musicais sagrados. (não entram em transe). Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a alvorada. Se uma autoridade de outro Axé chegar ao terreiro, o Alagbê tem de lhe prestar as devidas homenagens. No Candomblé Ketu, os atabaques são chamados de Ilú. Há também outros Ogans como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé, etc.
- Ogâ ou Ogan: Tocadores de atabaques (não entram em transe).
- Ebômi: Ou Egbomi são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: meu irmão mais velho).
- Ajoiê ou ekedi: Camareira do Orixá (não entram em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Terreiro do Gantois, de "Iyárobá" e na Angola, é chamada de "makota de angúzo", "ekedi" é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil. (em edição)
- Iaô: filho-de-santo (que já foi iniciado e entra em transe com o Orixá dono de sua cabeça), nem todo Iaô será um pai ou mãe de santo quando terminar a obrigação de sete anos. Ifá ou o jogo de búzios é que vai dizer se a pessoa tem cargo de abrir casa ou não. Caso não tenha que abrir casa o mesmo jogo poderá dizer se terá cargo na casa do pai ou mãe de santo além de ser um egbomi.
- Abiã ou abian: Novato. É considerada abiã toda pessoa que entra para a religião após ter passado pelo ritual de lavagem de contas e o bori. Poderá ser iniciada ou não, vai depender do Orixá pedir a iniciação.
- Sarepebê ou sarapebê é responsável pela comunicação do egbe (similar a relações públicas).
- Otun e Osy Axogun são os auxiliares do Axogun
- Apokan responsavel pelo culto de Olwuaye e o Olugbajé
Hierarquia do candomblé Jeje
Os vodunsis da família de Dan são chamados de Megitó, enquanto que da família de Kaviungo, do sexo masculino, são chamados de Doté; e do sexo feminino, de Doné
No Jeje-Mahi
- Doté é o sacerdote, cargo ilustre do filho de Sogbô
- Doné é a sacerdotisa, cargo feminino, esse título é usado no Terreiro do Bogum onde também são usados os títulos Gaiaku e Mejitó. similar à Iyalorixá
No Jeje-Mina Casa das Minas
- Toivoduno
- Noche
- Gaiaku, cargo exclusivamente feminino
- Ekede
Os cargos de Ogan na nação Jeje são assim classificados: Pejigan que é o primeiro Ogan da casa Jeje. A palavra Pejigan quer dizer “Senhor que zela pelo altar sagrado”, porque Peji = "altar sagrado" e Gan = "senhor". O segundo é o Runtó que é o tocador do atabaque Run, porque na verdade os atabaques Run, Runpi e Lé são Jeje.
Hierarquia do candomblé Bantu
Títulos Hierárquicos Bantu, Angola, Congo
- Tata Nkisi - Zelador.
- Mametu Nkisi - Zeladora.
- Tata Ndenge - pai pequeno.
- Mametu Ndenge - Mãe pequena(há quem chame de Kota Tororó, mas não há nenhuma comprovação em dicionário, origem desconhecida).
- Tata NGanga Lumbido - Ogã, guardião das chaves da casa.
- Kambondos - Ogãs.
- Kambondos Kisaba ou Tata Kisaba - Ogã responsável pelas folhas.
- Tata Kivanda - Ogã responsável pelas matanças, pelos sacrifícios animais (mesmo que axogun).
- Tata Muloji - Ogã preparador dos encantamentos com as folhas e cabaças.
- Tata Mavambu - Ogã ou filho de santo que cuida da casa de Exu (de preferência homem, pois mulher não deve cuidar porque mulher mestrua e só deve mexer depois da menopausa, quando não mestruar mais, portanto, pelo certo as zeladoras devem ter um homem para cuidar desta parte, mas que seja pessoa de alta confiança).
- Mametu Mukamba - Cozinheira da casa, que por sua vez, deve de prefer~encia ser uma senhora de idade e que não mestrue mais.
- Mametu Ndemburo - Mãe criadeira da casa(ndemburo = runko).
- Kota ou Maganga - Em outras nações EKEJI (todos os mais velhos que já passaram de 7 anos, mesmo sem dar obrigação, ou que estão presentes na casa, também são chamados de Kota).
- Tata Nganga Muzambù - babalawo - pessoa preparada para jogar búzios.
- Kutala - Herdeiro da casa.
- Mona Nkisi - Filho de santo.
- Mona Muhatu Wá Nkisi - Filha de santo (mulher).
- Mona Diala Wá Nkisi - Filho de santo(homem).
- Tata Numbi - Não rodante que trata de babá Egun(Ojé).
Sacerdotes na África
BANTU (ANGOLA-KONGO).
- Kubama..................adivinhador de 1a categoria.
- Tabi....................adivinhador de 2a categoria.
- Nganga-a-ngombo.........adivinhador de 3a categoria.
- Kimbanda................feiticeiro ou curandeiro.
- Nganga-a-mukixi.........sacerdote do culto de possessão (Angola).
- Niganga-a-nikisi........sacerdote do culto de possessão (Kongo).
- Mukúa-umbanda...........sacerdote do culto de possessão (Angola-Kongo).
Divisão Sacerdotais no Brasil
Angola - língua quimbundo - Kongo - língua quicongo
- Mam’etu ria mukixi......sacerdotisa no Angola.
- Tat’etu ria mukixi......sacerdote no Angola.
- Nengua-a-nkisi..........sacerdotisa no Kongo.
- Nganga-a-nkisi.........sacerdote no Kongo.
- Mam’etu ndenge..........mãe pequena no Angola.
- Tat’etu ndenge..........Pai pequeno no Angola.
- Nengua ndumba...........mãe pequena no Kongo.
- Nganga ndumba...........pai pequeno no Kongo.
- Kambundo ou Kambondo....todos os homens confirmados.
- Kimbanda................Feiticeiro, curandeiro.
- Tat'a Ngunzo............responsável pelo ngunzo (axé) da casa. E segredos dos orôs.
- Kisaba.................pai das sagradas folhas.
- Tata utala..............pai do altar.
- Kivonda.................Sacrificador de animais (Kongo).
- Kambondo poko...........sacrificador de animais (Angola).
- Kuxika ia ngombe........Tocador (kongo).
- Muxiki..................tocador( Angola).
- Njimbidi................cantador.
- Kambondo mabaia.........responsável pelo barracão.
- Kota....................todas as mulheres confirmadas.
- Kota mbakisi............responsável pelas divindades.
- Hongolo matona..........especialista nas pinturas corporais.
- Kota ambelai............toma conta e atende aos iniciados.
- Kota kididi............toma conta de tudo e mantém a paz.
- Kota rifula.............responsável em preparar as comidas sagradas.
- Mosoioio................as (os) mais antigas.
- Kota manganza............título alcançado após a obrigação de 7 anos.
- Manganza.................título dado aos iniciados.
- Uandumba................designa a pessoa durante a fase iniciatória.
- Ndumbe..................designa a pessoa não iniciada.
Referências
- Faraimará, o caçador traz alegria: Mãe Stella, 60 anos de iniciação, Raul Giovanni da Motta Lody, Stella (de Oxóssi, Mãe.), Pallas, 1999
- Agadá: dinâmica da civilização africano-brasileira, Marco Aurélio Luz, Editora da Universidade Federal da Bahia, 2000
- A familia de santo nos canbombles Jejes-Nagos de Bahia, Vivaldo da Costa Lima, Bahia, 2003
- Diáspora africana Por Nei Lopes
- História e ritual da nação jeje na Bahia, Luis Nicolau Parés, Editora Unicamp, 2006
- Candomblé: agora é Angola Por Ivete Miranda Previtall
- Ancestralidade Africana no Brasil: Mestre Didi, 80 anos, Juana Elbein dos Santos, SECNEB, Sociedade de Estudos da Cultura Negra no Brasil, 1997
- Um vento sagrado: história de vida de um adivinho da tradição nagô-kêtu ... Por Muniz Sodré, Luís Filipe de Lima, 1942
- O candomblé da Bahia: (rito nagô), Roger Bastide, Companhia Editora Nacional/MEC, 1978