Angola Avante!

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Angola Avante!

Hino Nacional de  Angola
Letra Manuel Rui, 11 de novembro de 1975
Composição Ruy Mingas, 11 de novembro de 1975
Adotado 11 de novembro de 1975 (48 anos)
Letra do hino (Wikisource)
Angola Avante
noicon

Angola Avante! é o hino nacional de Angola. É um dos símbolos nacionais da Angola.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Antes da independência, a canção "Angola é Nossa" era utilizada, principalmente pelos portugueses em Angola, como um hino colonial não oficial, mas após o início das negociações de independência já não estava mais em uso.[2]

O hino Angola Avante! foi encomendado por Agostinho Neto e Lúcio Lara em 9 de novembro de 1975.[3] Quem primeiro recebeu a incumbência foi Ruy Mingas, que compôs os primeiros acordes da melodia, mesmo ainda sem a letra, e os apresentou a Manuel Rui.[4] Segundo o relato de Manuel Rui, o autor da letra, a canção foi feita sob muita pressão em função do curto prazo que deveria ser entregue.[3] Este, no entanto, considera que a letra tenha sido fruto de criação colectiva, uma vez que procurou, entre 9 e 11 de novembro, ouvir os combatentes angolanos que estavam em Luanda nas batalhas finais pela independência angolana.[3] Ainda segundo Manuel Rui, o hino foi pensado principalmente para "marcar a identidade angolana, o patriotismo de quem sofreu durante muitos anos para ver o país livre do colonialismo português".[5]

A partir da letra de Manuel Rui,[3] Ruy Mingas providenciou os arranjos finais e a finalização da composição da melodia.[6][7] O "4 de fevereiro" mencionado na letra do hino refere-se aos ataques à Luanda em fevereiro de 1961, a ação que deu início à Guerra de Independência de Angola.[8]

O hino foi aprovado pelo Comité Central do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e pelo Conselho Revolucionário do Povo em 11 de novembro de 1975.[9] A canção foi oficialmente designada como hino nacional do país em 11 de novembro de 1975, quando foi proclamada a independência de Angola.[3][10] Está consagrada no artigo 18 e no Anexo III da Constituição angolana de 2010.[11]

A canção foi cantada ao público pela primeira vez no Largo da Independência no dia de sua oficialização pelo Grupo Coral Gigante[12] que incluía, além de Ruy Mingas e Manuel Rui, nomes como Carlos Lamartine (regente do coral) e Katila Mingas, dentre outros.[9] Sua primeira gravação oficial foi feita pela Rádio Nacional de Angola pelos mesmos nomes que estavam no Grupo Coral Gigante.[9]

Referências

  1. «Símbolos». Portal Oficial do Governo da República de Angola. Consultado em 16 de julho de 2019 
  2. «"Angola é Nossa" - Canções da Guerra». Canções da Guerra. RTP. 11 de setembro de 2015. Consultado em 26 de janeiro de 2020 
  3. a b c d e «O Hino Nacional foi feito sob muita pressão». Jornal de Angola. 11 de novembro de 2015 
  4. Joana Simões Piedade (14 de novembro de 2014). «Fazer nascer uma nação». Buala 
  5. Zuleide Duarte; Izabel Cristina Oliveira Martins (2018). «No Largo do Kinaxixi, o território é sagrado». Novo Hamburgo: Universidade Feevale. Revista Prâksis. 2: 36-50 
  6. Tiago José Berg (2008). Hinos de todos os países do mundo 1ª ed. São Paulo: Panda Books. p. 20. 304 páginas. ISBN 9788578882358 
  7. «Angola Avante». National Anthems. 6 de janeiro de 2007. Cópia arquivada em 19 de janeiro de 2012 
  8. «Was war am 04. Februar 1961» (em alemão). Chroniknet. Consultado em 6 de janeiro de 2024 
  9. a b c «Manuel Rui escritor angolano: "Não somos especiais. Tivemos uma história diferente"». Observatorio da África. 12 de novembro de 2018 
  10. Angola Country: Strategic Information and Developments. [S.l.]: International Business Publications. 20 de março de 2009. p. 182. ISBN 9781438701677 
  11. Assembleia Constituinte (2010). Constituição da República de Angola (PDF). Luanda: Assembleia Nacional de Angola. p. 10 e 102 
  12. Analtino Santos (17 de setembro de 2023). «Carlos Lamartine confirma o seu lado de pesquisador». Jornal de Angola 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]