Hipocalemia

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 Nota: Não confundir com Hipocalcemia.
Hipocalemia
Hipocalemia
ECG de nível de potássio 1.1 caracterizado por depressão no segmento ST, onda T invertida, longa onda U waves e intervalo PR mais prolongado.
Sinónimos Hipopotassemia[1]
Especialidade endocrinologia, medicina de urgência
Sintomas Fadiga, cãibras nas pernas, obstipação, arritmias cardíacas[2]
Complicações Paragem cardíaca[2]
Causas Diarreia, medicamentos como a furosemida e esteroides, diálise, diabetes insípida, hiperaldosteronismo, deficiência de magnésio, ingestão insuficiente de potássio na dieta[2]
Método de diagnóstico Potássio no sangue < 3,5 mmol/L[2][3]
Tratamento Modificações na dieta, suplementos de potássio, tratamento da causa subjacente[4]
Frequência 20% das admissões hospitalares[5]
Classificação e recursos externos
CID-10 E87.6
CID-9 276.8
CID-11 1586177000
DiseasesDB 6445
MedlinePlus 000479
eMedicine article/242008 emerg/273
MeSH D007008
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Hipocalemia é a concentração de potássio no sangue inferior ao normal.[2] Uma concentração ligeiramente inferior geralmente não causa sintomas.[4] Quando a concentração é significativamente inferior, os sintomas mais comuns são fadiga, cansaço, cãibras nas pernas e obstipação.[2] Uma concentração baixa de potássio aumenta também o risco de anomalias no ritmo cardíaco, que em muitos casos é muito baixo e pode causar paragem cardíaca.[2][4]

Entre as causas mais comuns de perda excessiva de potássio estão vómitos, diarreia, medicamentos como a furosemida e esteroides, diálise, diabetes insípida, hiperaldosteronismo, deficiência de magnésio e ingestão insuficiente de potássio na dieta.[2] A concentração normal de potássio no sangue é de 3,5 a 5,0 mmol/L (3,5 a 5,0 mEq/L), definindo-se hipocalemia como uma concentração inferior a 3,5 mmol/L.[2][3] Quando a concentração é inferior a 2,5 mmol/L classifica-se como hipocalemia grave.[2] Entre os meios de diagnóstico estão análises ao sangue e electrocardiograma.[2] Por oposição, hipercalemia é a condição em que a concentração de potássio no sangue é superior ao normal.[2]

A velocidade a que o potássio deve ser reposto depende da existência ou não de sintomas ou de anomalias num electrocardiograma.[2] Quando a concentração de potássio é apenas ligeiramente inferior ao normal, a condição pode ser tratada com alterações na dieta.[4] Em concentrações mais baixas, a reposição requer a administração de suplementos de potássio por via oral ou potássio por via intravenosa.[4] Quando é reposto por via intravenosa, o potássio é geralmente reposto a uma taxa inferior a 20 mmol/hora.[2] As soluções com elevadas concentrações de potássio (>40 mmol/L) são geralmente administradas via catéter venoso central.[4] Em alguns casos pode ser também necessária reposição de magnésio[2]

A hipocalemia é um dos distúrbios eletrolíticos mais comuns, afetando cerca de 20% das pessoas admitidas em hospitais.[5] O termo "hipocalemia" tem origem no grego hypo- (inferioridade), kalium (potássio), e -emia (condição do sangue).[6]

Causas[editar | editar código-fonte]

As causas mais comum de perda excessiva de potássio são[7]:

Outra possível causa são infecções que causem excreção excessiva do potássio pela urina ou fezes ou vômitos, tirem o apetite e diminuam o fluxo de íons pelas células.

Também inclui-se entre as causas o aumento da secreção de renina pelos rins ou de angiotensinógeno pelo fígado, pois esses hormônios regulam a perda de potássio na urina.

Na síndrome de Cushing há um aumento nos níveis de glucocorticóides e mineralcorticóides como a aldosterona, causando retenção de íons nos rins.

Anorexia[editar | editar código-fonte]

Anoréxicos que usam diuréticos, se alimentam mal e forçam o vômito costumam sofrer tanto com esse transtorno, como com outros desequilíbrios de íons, como hipernatremia (excesso de sódio) e hipocalcemia (falta de cálcio) e déficits vitamínicos. Essas complicações frequentemente geram arritmias cardíacas fatais.

Sinais e sintomas[editar | editar código-fonte]

O potássio se encarrega de facilitar a transmissão do impulso nervoso através da membrana celular, logo seus sintomas envolvem por distúrbios neuromusculares como[8]:

É muito perigosa em pacientes cardíacos e com dificuldade respiratória.

Diagnóstico[editar | editar código-fonte]

Pode manifestar-se numa debilidade progressiva com hipoventilação e o acometido pode apresentar comportamentos anormais no eletrocardiograma (elevação da onda U e depressão da onda T), por doenças renais e por distúrbios gastrintestinais.[9]

Tratamento[editar | editar código-fonte]

Primeiro, deve ser feita a reposição do potássio por soro fisiológico oral ou intravenoso. Para evitar reincidência é importante incluir alimentos ricos em potássio na dieta como (comparação de 100g)[10]:

  • Café: 3256mg
  • Damasco seco: 1179mg
  • Feijão: 1100 a 1450mg
  • Gérmem de trigo: 930mg
  • Grão de bico: 971mg
  • Soja: 927mg
  • Massa de tomate: 888mg
  • Lentilha seca: 866mg
  • Ameixa seca: 744mg
  • Amendoim torrado: 740mg

E tratar as causas primárias desse déficit. Suplementos podem ser necessários em casos graves.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Hipocalemia». Dicionário de Termos Médicos da Porto Editora. Consultado em 27 de novembro de 2019 
  2. a b c d e f g h i j k l m n o Soar, J; Perkins, GD; Abbas, G; Alfonzo, A; Barelli, A; Bierens, JJ; Brugger, H; Deakin, CD; Dunning, J; Georgiou, M; Handley, AJ; Lockey, DJ; Paal, P; Sandroni, C; Thies, KC; Zideman, DA; Nolan, JP (outubro de 2010). «European Resuscitation Council Guidelines for Resuscitation 2010 Section 8. Cardiac arrest in special circumstances: Electrolyte abnormalities, poisoning, drowning, accidental hypothermia, hyperthermia, asthma, anaphylaxis, cardiac surgery, trauma, pregnancy, electrocution.». Resuscitation. 81 (10): 1400–33. PMID 20956045 
  3. a b Pathy, M.S. John (2006). «Appendix 1: Conversion of SI Units to Standard Units». Principles and Practice of Geriatric Medicine. 2 4. ed. Chichester: Wiley. p. Appendix. ISBN 9780470090558. doi:10.1002/047009057X.app01 
  4. a b c d e f Zieg, J; Gonsorcikova, L; Landau, D (julho de 2016). «Current views on the diagnosis and management of hypokalaemia in children.». Acta Paediatrica. 105 (7): 762–72. PMID 26972906 
  5. a b Marx, John; Walls, Ron; Hockberger, Robert (2013). Rosen's Emergency Medicine - Concepts and Clinical Practice (em inglês) 8 ed. [S.l.]: Elsevier Health Sciences. p. 1639. ISBN 978-1455749874. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2016 
  6. Herlihy, Barbara (2014). The Human Body in Health and Illness (em inglês). [S.l.]: Elsevier Health Sciences. p. 487. ISBN 9781455756421. Cópia arquivada em 1 de outubro de 2016 
  7. http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/spanish/ency/article/000479.htm
  8. http://www.mayoclinic.org/symptoms/low-potassium/basics/when-to-see-doctor/sym-20050632
  9. Hipopotassemia - www.lookfordiagnosis.com
  10. http://www.tuasaude.com/fontes-de-potassio/

Ligações externas[editar | editar código-fonte]