Homo antecessor

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Estado de conservação
Pré-histórica
Classificação científica
Domínio: Eukariota
Reino: Animalia
Sub-reino: Metazoa
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Infrafilo: Gnathostomata
Superclasse: Tetrapoda
Classe: Mammalia
Subclasse: Theria
Infraclasse: Placentalia
Superordem: Euarchontoglires
Ordem: Primates
Subordem: Haplorrhini
Infraordem: Simiiformes
Parvordem: Catarrhini
Superfamília: Hominoidea
Família: Hominidae
Subfamília: Homininae
Género: Homo
Espécie: H. antecessor
Nome binomial
Homo antecessor
(Bermudez de Castro et al., 1997)

Homo antecessor[1] é um hominídeo extinto que surgiu há cerca de 1,4 milhão de anos e perdurou, pelo menos, até cerca de 800 mil anos (Pleistoceno inferior). É considerado o hominídeo mais antigo da Europa.

Características[editar | editar código-fonte]

Eram indivíduos altos (entre 1,6 e 1,8 m), fortes (os machos chegavam a ficar com 90 kg) e com uma face com traços modernos, ainda que seu cérebro fosse menor que o homem atual que é o Homo sapiens. Enquanto o cérebro do Homo antecessor media entre 1000 e 1150 cm³, o do homem moderno mede aproximadamente 1350 cm³.

De acordo com seus descobridores, entre os caracteres anatômicos destes hominídeos, cabe destacar um conjunto de traços muito primitivos do aparelho dentário, que levaram a estabelecer uma relação entre estes e os hominídeos africanos do Pleistoceno inferior. Uma mandíbula muito bem conservada de uma mulher H. antecessor, com entre 15 e 16 anos de idade, recuperada do sítio de Gran Dolina, possui semelhanças muito evidentes com as do Homem de Pequim (Homo erectus pekinensis), o que sugere uma origem asiática de H. antecessor. Contudo, o padrão de desenvolvimento e erupção dos dentes é praticamente idêntico ao das populações modernas.

A morfologia facial é similar ao do H. sapiens, com orientação coronal e ligeira inclinação para trás da placa infraorbital, que determina a presença de uma fossa canina muito conspícua. A borda inferior desta placa é horizontal e ligeiramente arqueada. O arco superciliar é em arco duplo. A morfologia da mandíbula lembra a de certos hominídeos muito posteriores do Pleistoceno médio: a espécie H. H., também de Atapuerca. O esqueleto pós-cranial indica uma certa graciosidade em comparação com a maior robustez do Neanderthal da segunda metade do Pleistoceno médio.

Descoberta[editar | editar código-fonte]

A definição desta espécie é resultado dos mais de oitenta restos fósseis achados, desde 1994, no nível TD6 do sítio arqueológico de Gran Dolina, na Sierra de Atapuerca (Espanha).

Na atualidade, a validade dessa denominação como espécie diferente é defendida por seus descobridores e outros especialistas, que consideram que H. antecessor precede a H. heidelbergensis e, portanto, é também antepassado de H. neanderthalensis. Contudo, parte da comunidade científica a considera uma simples denominação, não específica, para referir-se aos restos encontrados em Atapuerca, que eles designam ser da espécie H. heidelbergensis ou uma variedade de H. erectus/H. ergaster.

Em março de 2008, foi divulgada a descoberta de novos restos fósseis de H. antecessor: uma mandíbula de um indivíduo de 20 anos de idade e 32 ferramentas de sílex olduvaienses, datados em 1,2 milhão de anos, o que faz retroceder consideravelmente a presença de hominídeos na Europa. Os restos foram achados em 2007, no nível TE9 do sítio arqueológico de Sima del Elefante, a uns 200 metros da Gran Dolina.[2]

De novo, na Sierra de Atapuerca, foi descoberto um fóssil deste antepassado humano, mas com 1,4 milhões de anos, batendo assim o atual recorde em mais de 200 mil anos.[3]

Imagens
Ficheiro:Homo antecessor male.jpg
Modelos do Homo antecessor: um macho...

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas

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