Iago Victoriano Pimentel

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Iago Victoriano Pimentel (São João del-Rei, 22 de março de 1890 - 22 de março de 1962) foi um médico. Filho de Aureliano Pimentel.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu em São João del-Rei, em Minas Gerais. Em 1913 doutorou-se em Medicina pela Faculdade Nacional de Medicina, apresentando a tese Causas Sociais da Moléstia. Na cidade de Formiga praticou sua profissão de médico até 1921e em 1922 foi convidado para ocupar o cargo de psiquiatria no Instituto Neuro-Psiquiátrico de Belo Horizonte, hoje chamado de Instituto Raul Soares, onde em conjunto com Aureliano Tavares Bastos usava práticas psicológicas para auxiliar no diagnostico psiquiátrico. [1]

Em 1925 foi autor da primeira tradução de uma obra de Freud no Brasil, publicando o texto "Cinco Lições de Psicanálise". Em meados da década de 1920, com a Reforma do Ensino Primário e Normal realizada por Francisco Campos, Iago Pimentel começou a trabalhar na Escola Normal Modelo de Belo Horizonte, ministrando a cadeira de Psicologia Educacional. Entretanto a Igreja Católica Mineira se opôs à sua contratação devido à tendência positivista que Iago Pimentel revelava ao escolher os conteúdos a serem ensinados nessa disciplina, mas ainda assim por meio de Mário Casasanta, inspetor geral da Instrução Pública nessa época, o problema foi resolvido.[1]

Em 1932 mobilizado pelas preocupações de Helena Antipoff participou do grupo que prestava assistência às crianças excepcionais e prestou serviço no consultório médico-pedagógico instalado pela Sociedade Pestalozzi em 1934. Como membro do grupo de profissionais - em sua maioria trabalhadores do Instituto Raul Soares - participou também da Fundação da Sociedade de Neurologia e Medicina Legal de Belo Horizonte proposta pelo Dr. Galba Veloso em 1936, sendo eleito, na sessão inaugural, seu primeiro vice-presidente.

Foi morar no Rio de Janeiro em 1938, trabalhando como professor de Psicologia e Lógica no Colégio Universitário da Universidade do Brasil. Em 1943 retornou a Belo Horizonte e às suas atividades de professor e de psiquiatra no Instituto Raul Soares. No governo de Nísio Batista de Oliveira entre novembro de 1945 e fevereiro de 1946 foi Secretário da Educação e Saúde Publica, realizando a Exposição de Motivos para a transformação da Escola de Aperfeiçoamento de Professores de Minas Gerais. Nos anos de 1950 atuou como professor de Psicologia da Educação no curso de Administração Escolar e de Psicologia Social e Individual na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Minas Gerais, atual Universidade Federal de Minas Gerais.[1]

Faleceu no dia 22 de março de 1962 e hoje é o patrono da cadeira número sessenta da Academia Mineira de Medicina.

Obras do autor[editar | editar código-fonte]

Publicou livros como "Noções de Psicologia Aplicada à Educação" em 1930 onde trata de questões relacionadas à evolução biológica do homem, as bases orgânicas do funcionamento psicológico e as diferentes escalas para medida de inteligência. E "Notas de Psicologia", publicado em 1959, quando considerava além dos fatores hereditários, a influencia do meio físico e social na constituição dos indivíduos. Não obstante, a visão que prevalecia em sua obra era a da Psicologia como um ramo das ciências naturais. [1]

Referências

  1. a b c d CAMPOS, R. H. F. (2001). Dicionário biográfico da psicologia no Brasil: pioneiros. Rio de Janeiro: Imago/CFP. ISBN 9788531207600 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • ANTUNES, M. A. M. (Org.) ; CAMPOS, R. H. F. (Org.) ; CONDE, H. (Org.) ; GUEDES, Maria Do Carmo (Org.) ; MASSIMI, Marina (Org.) ; PACHECO FILHO, R. A. (Org.) ; GOMES, W. B. (Org.). Dicionário biográfico da psicologia no Brasil: Pioneiros (Edição Virtual). 2. ed. São Paulo, SP: BVS-PSI - Ministério da Saúde, 2007. v. 1.
  • CASASANTA, Ana Maria. Mário Casasanta. In: FÁVERO, Maria de Lourdes Albuquerque; Brito, Jader de Medeiros. Dicionário de educadores. Rio de Janeiro: Editora UFRJ/MEC-Inep, 1999. P.402-411.