Igreja Batista

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Igreja Batista
Igreja Batista
Primeira Igreja Batista da América, organizada em 1638.
Orientação Tradicional
Fundador John Smyth
Origem Países Baixos, século XVII
Número de membros Cerca de 75 milhões.
3 723 853 de membros no Brasil (segundo o censo de 2010)
Número de igrejas 6.000 igrejas no Brasil

As Igrejas Batistas são uma denominação protestante de origem inglesa, que surgiu na Holanda no início do século XVII. As Igrejas batistas interpretam o batismo — imergir em água — como uma exposição bíblica e pública de sua fé. A denominação historicamente é ligada aos dissidentes ingleses, ou movimentos de anticonformismo do século XVI. O movimento batista surgiu em uma colônia inglesa na Holanda, num tempo de reforma religiosa intensa.

Os batistas são uma denominação histórica. A maioria das igrejas batistas escolhem associar-se com grupos que fornecem apoio sem controle. A maior associação batista é a Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, com pouco mais de 16 milhões de membros e mais de 42 mil igrejas filiadas, mas há muitas outras associações de batistas no mundo; Esta organização, porém, não faz parte da Aliança Batista Mundial (WBA), que congrega a maior parte - 231 convenções e associações nacionais batistas em 121 países, com pouco mais de 42 milhões de membros e 177 mil igrejas; no Brasil, as maiores são a Convenção Batista Brasileira e a Convenção Batista Nacional, ambas filiadas à Aliança.

As Igrejas Batistas formam uma família denominacional protestante de origem inglesa.

Nome

O termo batista vem da palavra grega (baptistés, "batista," também descrevia João o batista), que é relacionado ao verbo (baptízo, "batizar, lavar, mergulho, imerge"), e o baptista latino, e está em conexão direta a "o batizador", como em "João, o batista". Como um prenome que foi usado na Europa também como Baptiste, Jan-Baptiste, Jean-Baptiste, John Baptist. E na Holanda, frequentemente em combinações como Jan Baptiste ou Johannes Baptiste. Foi usado como um sobrenome. Outras variações também comumente usadas são Baptiste, Baptista, Battiste, Battista. Anabaptistas na Inglaterra foram chamados batistas em 1569.[1]

História

Origem

A história academicamente aceita sobre a origem das Igrejas Batistas é o surgimento como um grupo de dissidentes ingleses no século XVII. A primeira igreja batista nasceu quando um grupo de refugiados ingleses que foram para a Holanda em busca da liberdade religiosa em 1608, liderados por John Smyth, um clérigo e Thomas Helwys, um advogado, organizaram em Amsterdã, em 1609 uma igreja de doutrinas batistas. John Smyth discordava da política e de alguns pontos da doutrina da Igreja Anglicana da qual ele era pastor após uma aproximação com os menonitas e, examinando a Bíblia, creu na necessidade de batizar-se com consciência e em seguida batizou os demais fundadores da igreja, constituindo-se assim a primeira igreja batista organizada. Até então, o batismo não era por imersão, só os batistas particulares, por volta de 1642, adotaram oficialmente essa prática tornando-se comum depois a todos os batistas. A primeira confissão dos particulares, a Confissão de Londres de 1644, também foi a primeira a defender o imersionismo no batismo.

Depois da morte de Joelma, da decisão de Thomas batatans e seus seguidores de regressarem para a Inglaterra, a igreja organizada na Holanda desfez-se e parte dos seus membros uniram-se aos menonitas. Thomas Helwys organizou a Igreja Batista em Spitalfields, nos arredores de Londres, em 1612. A perseguição aos batistas e a outros dissidentes ingleses, fez com que muitos emigrassem. O mais famoso foi John Bunyan, que escreveu sua obra-prima O Peregrino enquanto estava preso. Nos Estados Unidos, a primeira igreja batista nasceu através de Roger Williams, que organizou a Primeira Igreja Batista de Providence em 1639, na colônia que ele fundou com o nome de Rhode Island, e John Clark que organizou a Igreja Batista de Newport, também em Rhode Island em 1648. Em terras americanas os batistas cresceram principalmente no sul, onde hoje sua principal denominação, a Convenção Batista do Sul, conta com quase 15 milhões de membros, sendo a maior igreja protestante dos Estados Unidos.

Igreja Batista no interior do Estado de Nova York.

Existem ainda outras teorias sobre a origem dos batistas, mas que são rejeitadas pela historiografia oficial. São elas a teoria de Sucessão Apostólica, ou JJJ (João - Jordão - Jerusalém) e a teoria anabaptista. Ambas são rejeitadas pelos historiadores batistas Henry C. Vedder e Robert G. Torbet. A teoria de sucessão apostólica postula que os batistas atuais descendem de João Batista e que a igreja continuou através de uma sucessão de igrejas (ou grupos) que batizavam apenas adultos, como os montanistas, novacianos, donatistas, paulicianos, bogomilos, albigenses e cátaros, valdenses e anabatistas. Os batistas landmarkistas utilizam este ponto de vista para se auto-proclamar única igreja verdadeira.

Essa teoria apresenta alguns problemas, como o fato que grupos como bogomilos e cátaros seguiam doutrinas gnósticas e o gnosticismo é contrário às doutrinas batistas de hoje. Também, alguns desses grupos que sobrevivem até o presente, igrejas como a dos valdenses (que desde a Reforma é uma denominação Calvinista) ou dos paulicianos, não se identificam com os batistas. A teoria anabatista é aquela que afirma que os batistas descendem dos anabatistas, que pregaram sua mensagem no período da Reforma Protestante.

Igreja Batista no oeste do Canadá.
Igreja Batista na Suécia.

O evento mais citado para apoiar essa teoria foi o contato que John Smyth e Thomas Helwys com os menonitas na Holanda. Todavia, além de em 1624 as cinco igrejas batistas existentes em Londres terem publicado um anátema contra as doutrinas anabatistas, também os anabatistas modernos rejeitam ser denominados batistas e há pouca relação entre os dois grupos.

Ambos grupos possuem algumas similaridades:

Existem contudo algumas diferenças entre os batistas e os anabatistas modernos (por exemplo os menonitas):

  • Os anabatistas normalmente praticam o Batismo adulto por aspersão e não por imersão como os batistas;
  • Os anabatistas são pacifistas extremos e se recusam a jurar;
  • Os anabatistas creem em uma doutrina semi-nestoriana sobre a Natureza de Cristo, que não recebeu nenhuma parte humana de Maria;
  • Os anabatistas enfatizam a vida comunal enquanto os batistas a liberdade individual;
  • Os anabatistas recusam a participar do Estado, enquanto os batistas podem ser funcionários públicos, prestar serviço militar, possuir cargos políticos;
  • Os anabatistas creem em um estado de "sono da alma" entre a morte e a ressurreição.

Existem algumas Associações batistas, dentre elas a Associação Batista Missionária da América - BMAA, a Associação Batista Brasileira, a Associação Batista Missionária Boliviana que defende escritos do autor Carrol (1972 - O rasto do sangue) que sustenta a ideia de que os pontos doutrinários que os batistas sustentam são da igreja primitiva, sustentado por várias igrejas dentre elas a Igreja Pauliciana, a Igreja Menonita. a Igreja Anabatista, e posteriormente a Igreja Batista Inglesa. Estas associações também sustentam o Manual das Igrejas Batistas escrito pelo Dr. Cobb de 1941 publicado nos Estados Unidos da América que ajudam essas associações a interpretar a Bíblia. O rasto do Sangue. Dr. J. M. Carrol. Associação Batista Missionária Americana.

Expansão mundial

Igreja Batista de Hong Kong.

Em 1791, um jovem pastor inglês chamado William Carey criou a Sociedade de Missões no Estrangeiro, para dar suporte no envio de missionários, sendo a Índia o primeiro campo missionário.

As Igrejas Congregacionais americanas enviaram Adoniram e Ana Judson em 1812, para evangelizar a Índia, com destino a Calcutá. O casal encontrou-se com o missionário batista William Carey e seu grupo de pastores, e aceitou a doutrina de imersão dos batistas e foram batizados pelo Pastor William Ward. Outro missionário congregacional, também enviado a Índia, Luther Rice tornou-se batista. Os Judsons permaneceram na Birmânia, atual Myanmar, e Luther Rice voltou aos Estados Unidos para mobilizar os batistas para a obra missionária.

Consequentemente em maio de 1814, foi fundada uma Convenção em Filadélfia com o nome de "Convenção Geral da Denominação Batista nos Estados Unidos para Missões no Estrangeiro". Desde então missionários batistas foram enviados à América Latina, África, Ásia e Europa.

A maior parte das convenções e associações batistas em todo o mundo estão filiadas à Aliança Batista Mundial, WBA, com a notável ausência da Convenção Batista do Sul (Southern Baptist Convention, e de parte de algumas organizações, como a Associação Geral das Igrejas Batistas Regulares (GARBC), Batistas do Sétimo Dia, associações de igrejas negras, como os Batistas Primitivos, e outras, fundamentalistas, igrejas sem filiação ou independentes.

Igrejas Batistas no Brasil

Os imigrantes dos Estados Unidos fundaram a primeira igreja batista do Brasil. Na foto a Capela do Campo, no Cemitério do Campo em Santa Bárbara d'Oeste.

Por força da Guerra Civil Americana de 1865, confederados do Sul dos Estados Unidos, começam a buscar outras terras de potencial agrônomo. O Brasil foi um dos países escolhidos. Logo, em 1867, grupos de estadunidenses que somaram mais de 50.000 pessoas desembarcam nos portos brasileiros em busca de refúgio e terra fértil, vasta e barata. Avançando para o continente, escolhem a cidade de Santa Bárbara d'Oeste, para adquirirem terras e fixarem residência. Entre os emigrados, a maioria professava o protestantismo e entre esses, muitos eram batistas. Já em 1870 fizeram publicar um "Manifesto para Evangelização do Brasil." Tal manifesto, assim que publicado contou com assinaturas de Presbiterianos, Metodistas, Congregacionais e, por um batista, o jovem Pastor Richard Raticliff, um dos emigrados, cuja família havia convertido através de Thomas Jefferson Bowne nos Estados Unidos. Em 1871, Batistas emigrados dos Estados Unidos organizam a Primeira Igreja Batista do Brasil em Santa Bárbara d'Oeste. Anos mais tarde, em 1879, outro grupo de emigrados faz surgir a segunda Igreja Batista em solo brasileiro em Santa Bárbara d'Oeste no bairro da Estação, onde atualmente se localiza a cidade de Americana.

Os Batistas de então, em Santa Bárbara d'Oeste, se unem para solicitar a Junta de Richmond, dos Estados Unidos, o envio de missionários ao Brasil. O trabalho de evangelização é intenso e brasileiros tornaram-se menos preconceituosos quanto à nova doutrina. Em 1881 chegam, William Buck Bagby e Ana Luther Bagby; Zacarias Taylor e Katarin Taylor. Os primeiros missionários são recebidos em Santa Bárbara d'Oeste e logo filiam-se à Igreja Batista existente e começam a estudar a língua portuguesa, tendo Antonio Teixeira de Albuquerque como professor.

Pouco tardou para que os dois casais de missionários, unindo-se a Antonio Teixeira de Albuquerque rumassem para o Estado da Bahia, onde em 1882, organizaram a primeira congregação formada por brasileiros e a chamou de Primeira Igreja Batista do Brasil em Salvador. Em um ano aquela igreja já contava 70 membros. Salvador também possuía uma comunidade de estadunidenses que fugiram da Guerra de Secessão.

Enquanto isto, no Recife o missionário batista William Buck Bagby participa da conversão do sacerdote católico, Antonio Teixeira de Albuquerque. Por causa de perseguição, Teixeira de Albuquerque tentou refugiar-se em Maceió, sua terra natal, mas acabou mais tarde escolhendo Capivari, no Estado de São Paulo. Vindo a conhecer os batistas em Santa Bárbara d'Oeste, batiza-se, é ordenado pastor e ajuda a comandar a evangelização que se iniciava entre brasileiros, franceses, ingleses e estadunidenses.O Pastor Antonio Teixeira de Albuquerque, casado, rumou a Maceió, onde organiza a Primeira Igreja Batista e prega para seus pais. A vida de Teixeira de Albuquerque foi curta, vindo a falecer aos 46 anos de idade. O Brasil não resistiu às pressões sociais e políticas, internas e externas, vendo capitular o Império, sendo proclamada a República, em 1889. Nela a liberdade religiosa estava consagrada na Constituição, ainda que, por enquanto, apenas no papel.

De Salvador, os missionários seguiram para outras capitais, plantando igrejas. De volta a São Paulo, com outros missionários recém-chegados foram organizando outras novas igrejas a partir de 1899 em São Paulo, Jundiaí, Santos, Jacareí, Campinas, São José dos Campos, entre outras cidades. Já em 1904 eram 7 Igrejas Batistas no Estado de São Paulo. Essas, reunindo-se em Jundiaí, organizaram em 1904 a Convenção Batista do Estado de São Paulo, então chamada de União Baptista Paulistana. Em 1914, eclode a Primeira Guerra Mundial, que faria ferver até 1918 toda a Europa. A Europa, destruída, vê muitos de seus habitantes saírem em busca de novas terras. O Brasil, e, principalmente o Estado de São Paulo, com um grande avanço na agricultura, (café, cana de açúcar e cereais) torna-se alvo de muitos desses europeus. Fugindo da guerra, aportam no Brasil muitos protestantes, somaram-se a eles as dezenas de casais de missionários dos Estados Unidos que continuavam chegando.

Associações Batistas no Brasil

A Convenção Batista Brasileira (tradicional) foi organizada em 1907. Em 2013 possuía 8.357 igrejas organizadas, 1.200 congregações ou missões espalhadas em todo o território nacional e mais de 1.600.000 membros; a mesma também possui vários colégios, seminários, orfanatos, faculdades, hospitais, centros de recuperação para usuários de drogas, todos mantidos em convênios com as convenções estaduais e igrejas locais. Na área da educação teológico-ministerial, atualmente são reconhecidos pela CBB: O Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil (o o mais antigo seminário batista da América Latina), o Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, o Seminário Teológico Batista Equatorial, Seminário Teológico Batista do Nordeste, a Faculdade Teológica Batista do Estado de São Paulo, Centro de Educação Teológica Batista do Espírito Santo, Faculdade Teológica e Seminário Batista Ana Wollerman e a Faculdade Teológica Batista do Paraná. Todos oferecem cursos de graduação e pós-graduação[2] .

A Convenção Batista Nacional (renovada) nasceu em 1958, quando foi aceito o batismo pentecostal por alguns batistas em Belo Horizonte. Em 1967, o pastor Enéas Tognini organizou a CBN, reunindo 60 igrejas. Grande parte dessas igrejas denominam-se "Batistas Renovadas". Hoje, a CBN conta com 2.271 igrejas organizadas, quase 2 mil congregações ou missões, e 412.750 membros espalhados pelo Brasil (dados de 2015). A Convenção adota o pentecostalismo, mas continua filiada à Aliança Batista Mundial[3].

As Igrejas Batistas Independentes no Brasil têm a sua origem no trabalho da Missão de Örebro, um movimento na Suécia. O missionário Erik Jansson veio em 1912 para atender colonos suecos residentes no município de Guarani, Rio Grande do Sul, mas mais tarde o grupo espalhou-se por outros estados. Conta com pelo menos 68 mil membros filiados à CIBI, com grande presença nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, em pouco mais de 800 igrejas, dados de 2013, e também são filiados à Aliança Batista Mundial.

A partir da década de 1930 surgiram grupos de cunho mais conservador e fundamentalista, como a Igreja Batista Conservadora fundada em Bagé, Rio Grande do Sul, que não teve origem e nem possui ligação direta com a de mesmo nome Norte Americana, trata-se de divisão ocorrida no início dos anos 80, onde um grupo de igrejas oriundas da Convenção das Igrejas Batistas Independentes (CIBI), formaram a União Conservadora Batista Independente (UCBI), e posteriormente adotou sua atual denominação; a Igreja Batista Bíblica Nacional que organizou a Comunhão Batista Bíblica Nacional desde 1973, com cerca de uma centena de igrejas e congregações, a Igreja Batista Fundamentalista e a Igreja Batista Regular que são pouco numerosos, correspondendo-se aos de sua denominação norte-americana e canadense. Os Batistas Regulares possuem quase 700 Igrejas no país, sendo 400 ligadas à sua Associação (AIBREB) e à Associação Geral (GARBC).

Embora a Convenção Batista Brasileira aceite as doutrinas da eleição, há igrejas batistas que se proclamam também calvinistas, e são filiadas às diversas convenções ou simplesmente, independentes. No Brasil, há um grupo cujo objetivo é estreitar laços de comunhão entre seus membros, em geral filiados a igrejas batistas reformadas: trata-se da Comunhão Reformada Batista no Brasil.

Há também no Brasil os chamados Batistas do Sétimo Dia( tem-se o sábado como dia de santificação). Eles vieram de um grupo de Adventistas do Sétimo Dia de Curitiba/PR, que não concordou com vários pontos doutrinários da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Foram organizados de forma autônoma, passaram a ter comunhão doutrinária com a Igreja Batista do Sétimo Dia de Hamburgo, Alemanha e depois foram afiliados à Federação Mundial Batista do Sétimo Dia, na década de 60. Hoje há igrejas batistas do Sétimo Dia nas 5 (cinco) regiões do Brasil. A diferença deles para os Adventistas quanto à guarda do sábado é que o dia de descanso é um sinal da aliança com Deus e, não são fundamentalistas ao ponto de relacionar a salvação com a observância do sábado como dia de descanso. Parte das Igrejas Batistas do Sétimo Dia são também filiadas à Aliança Batista Mundial.

Existem também centenas de Igrejas Batistas sem filiação, tais como a Igreja Batista da Floresta em Belo Horizonte, com mais de 6 mil membros, Filadélfia, Calvário em Niterói, ou ainda a Igreja Batista Missionária Central em Petrolina, todas de orientação carismático-pentecostal, ou ainda mesmo, outras pequenas convenções batistas de orientação pentecostal. Todas essas igrejas batistas independentes, e pequenas convenções, somam hoje mais de 1 milhão de membros em todo o país, conforme dados do censo do IBGE de 2010. Boa parte destas Igrejas independentes adotaram sistema episcopal, mantém filiais ao invés de igrejas associadas, e não são filiadas a qualquer associação ou convenção.

Em 1953, várias Igrejas Batistas de orientação landmarkista, afiliadas à Associação Batista Missionária da América, formaram a Associação Batista Brasileira. Atualmente esta associação é presidida pelo Pastor Osvaldo de Andrade Freitas desde 2012.

Ainda no Brasil, uma das mais jovens convenções é a Convenção Batista Renovada- CBR, anteriormente denominada de Conbras-IBR, que reúne as Igrejas Batista Renovadas, em pelo menos 40 cidades brasileiras.  No dia 16 de dezembro de 1984 foram 27 pessoas desligadas da Igreja Batista Brasileira em Teresópolis-RJ por motivos Doutrinários (abertura Pentecostal). O diácono Roberto Damas Cardoso e sua esposa Joventina Rosa Satyro eram os responsáveis pela Congregação, e ficaram sem local onde reunir.

Após o aconselhamento de alguns Pastores renovados, decidiram se filiar à Igreja Batista Monte Hermon, que tem sede em Teresópolis-RJ. Assim permaneceram durante o ano de 1985. Em quatro de Maio de 1986, formou-se o Concílio com o qual ordenou-se ao Ministério Pastoral José Carlos Cardoso e Carlos dos Santos Morelli.

Este Concílio foi formado pelos seguintes Pastores: Célio de Lima Medeiros ( Igreja na Obra de Restauração em Corrêas - Petrópolis - RJ), Manoel de Souza ( Igreja na Obra de Restauração em São José do Rio Preto - Petrópolis - RJ), Vítor Amorim Claveland ( Igreja Metodista Wesleyana em Posse - Petrópolis -RJ), Alfredo Cândido Conceição ( Igreja Cristã de Camboatá - São José do Rio Preto - Petrópolis - RJ), José da Silveira Matoso (in memorian) ( Igreja Cristã em Laginha - Petrópolis - RJ), Manoel Gomes Chaves ( Igreja Metodista Wesleyana de Jaguara - São José do Rio Preto - RJ), Francisco Carlos da Rosa ( Igreja Batista Renova de Areal - Três Rios - RJ), Sebastião Francisco e Luís Soares de Souza ( Igreja Revelação de Cristo - Petrópolis - RJ). Incluiu-se a essa cerimônia a consagração Diaconal de : José Francisco de Assumpção e João Teixeira Neto.

Ao constituir-se o Ministério em 07 de dezembro de 1985, tomou o nome de PRIMEIRA IGREJA BATISTA NA OBRA DE RENOVAÇÃO ESPIRITUAL EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, mais conhecida como IGREJA BATISTA RENOVADA. Assim permaneceu até maio de 1993, quando, em Assembléia, no dia 21 de maio de 1993, foi decidido simplificar juridicamente o nome, porque as Igrejas Batistas Renovadas já existiam e são conhecidas quando levam um nome de natureza Bíblica. Dentre várias opções, a Assembléia reunida optou por IGREJA BATISTA JERUEL, do Hebraico: “FUNDADO POR DEUS”.

Alguns anos mais tarde, o nome da Igreja seria novamente mudado para ter uma conotação de Convenção, e não de Igreja Local. Em 2011, a Convenção Brasileira das Igrejas Batistas Renovadas (Conbras-IBR), passa a chamar-se Convenção Batista Renovada - CBR, deixando de ser brasileira, para ter abrangência internacional.

Atualmente a Missão Internacional CBR mantém missões nos seguintes paises: Marrocos África - Pastores Jamal e Michele, França Europa - Pastores Benjaman e Rita, Inglaterra Europa - Pastores Mariano e Jaris, India Asia - Pastores Naia e Juliana, Bangladesh Asia - Pastores Josué e Ana, África - Pr. Epitácio, Venezuela América - Pr. Brasil. 

Tabernáculo Baptista do Porto

Batistas em Portugal

Em Portugal os Baptistas estão presentes desde o século XIX, quando missionários e expatriados britânicos fundaram a igreja no país. Em 1888 o missionário inglês Joseph Charles Jones (1848-1928) organiza uma comunidade baptista de comunhão aberta no Porto.[4]. Em 1920 já havia congregações baptistas o bastante para fundar a Convenção Baptista Portuguesa.

Estão agrupados na Associação das Igrejas Baptistas Portuguesas (19 igrejas); Convenção Baptista Portuguesa (90 igrejas, pouco mais de 4 mil membros, filiada à WBA); (Campo Missionário das Igrejas Baptistas de Carreiros Rio Tinto Gondomar, Trofa (Valderigo), Santo Tirso (Cavadas) e Sequeirô (Rosal, Santo Tirso) constituída por 4 Igrejas e 10 Missões e Núcleos e um Templo em Água Longa Agrela.); Associação das Igrejas Baptistas para o Evangelismo Mundial (AIBEM) (10 igrejas); Igrejas Baptistas Independentes (grupo pentecostal-batista de origem sueco-brasileira, 7 igrejas) e outras congregações e igrejas.

Batistas em outros países de Língua Portuguesa

Na África surgiram no século XX várias igrejas batistas fundadas por missionários britânicos, sul-africanos, norte-americanos, brasileiros e portugueses.

Em 2009/2010, obteve os seguintes números:

  • Igreja Evangélica Baptista de Angola: 300 congregações com 90.000 membros;
  • Convenção Baptista de Angola: 315 congregações com cerca de 40.000 membros;
  • Igreja Batista Livre em Angola: 45 congregações com 17.123 membros;
  • Associação Batista de Macau: 6 congregações com 750 membros;
  • Convenção Batista de Moçambique: 120 igrejas com 40.000 membros.

Doutrina

João, o Batista.

Embora não haja uma unidade organizacional ou doutrinária entre os batistas, alguns pontos de crença são comuns aos batistas:

  • Crença no Batismo por imersão - assim como os anabaptistas eles creem que o batismo seja uma ordenança para as pessoas adultas que deve ser respeitada a menos que o indivíduo não tenha oportunidade de ser batizado. A diferença em relação aos anabaptistas, é que os batistas praticam o batismo por imersão.
  • Celebração das ordenanças do batismo e também da ceia memorial (não-sacramental), repetindo o gesto de Cristo e os apóstolos ("fazei isso em memória de mim") partilhando-se o pão e o vinho entre todos os membros da Congregação.
  • Ordenança distinta de sacramento para os batistas ordenança é diferente de sacramento: deve ser obedecida, mas é apenas ato simbólico e não obrigatório para salvação.
  • Separação entre Igreja e Estado - antes mesmo do Iluminismo, já havia a consciência da separação entre Igreja e Estado entre os batistas.
  • Liberdade de Consciência do Indivíduo - o crente deve escolher por sua própria consciência a servir a Deus, e não por pressão estatal ou de Igreja Estabelecida.
  • Autonomia das Igrejas locais - como os batistas originaram do Congregacionalismo, enfatizam a autonomia total das comunidades locais, que podem agrupar-se em convenções, associações ou uniões de Igrejas. A exceção são os Batistas Reformados, que se originaram do Presbiterianismo e dos Batistas Episcopais, que surgiram de missões anglicanas no Zaire.

Organização

Em termos de organização, a maior parte das igrejas batistas operam no sistema de governo congregacional, isto é, cada igreja batista local possui autonomia administrativa, regida sob o regime de assembleias de caráter democrático. A grande maioria das igrejas batistas são associadas a "convenções", que são, na verdade, associações de igrejas batistas que procuram auxiliar umas às outras em diversos aspectos, como jurídico, financeiro e formacional (criação de novas igrejas). Essas associações não possuem qualquer poder interventor nas igrejas, pois uma das características da maioria dos batistas é a autonomia de cada igreja local.

Os batistas tradicionalmente evitaram o sistema hierárquico episcopalista como é encontrado na Igreja Católica Romana ou Igreja Anglicana, entre outras, como entre os metodistas. Todavia, existem variações entre grupos batistas, como a Igreja Episcopal Batista (de governo, obviamente, episcopal), presente em vários países da África e a Igreja Batista Reformada, de governo presbiterial, ou em poucas igrejas independentes, como a Igreja Batista da Floresta, no Brasil (que recentemente aderiu ao episcopalismo), de orientação pentecostal.

A maior parte das igrejas batistas e suas associações encontra-se filiada à Aliança Batista Mundial, fundada em 1905, reunindo atualmente pouco mais de 42 milhões de membros em cerca de 121 países, mas împortantes organizações como a Southern Baptist Convention (Convenção Batista do Sul dos EUA) com 16,6 milhões de membros, se desligaram da Aliança, ou simplesmente, centenas de convenções e associações remanescem sem filiação internacional (quase 1 milhão de batistas no Brasil não participam da organização), mas estima-se que o número de batistas no mundo, esteja em cerca de 75 milhões de membros.

Ver também

Ligações externas

Bibliografia

  • Leonard, Bill J. Baptist Ways: A History (2003)
  • John H. Y. Briggs (ed.): A Dictionary of European Baptist Life and Thought. Paternoster, Milton Keynes u.a. 2009 (564 p.), ISBN 978-1-84227-535-1.
  • H. Leon McBeth: A Sourcebook for Baptist Heritage. Broadman Press, Nashville (Tennessee) 1990.
  • Ernest A. Payne: The Fellowship of Believers – Baptist Thought and Practice Yesterday and Today. London 1944.
  • Ian M. Randall: Communities of Conviction. Baptist Beginnings in Europe. Neufeld Verlag, Schwarzenfeld 2009, ISBN 978-3-937896-78-6.
  • Albert Wardin: Baptists Around the World – A Comprehensive Handbook. Nashville, USA, 1995.
  • Charles Willams: The Principles and Practices of the Baptists – A Book for Inquirers. London 1880.

Referências

  1. Origem do nome Batista
  2. A Convenção Batista Brasileira - História
  3. História da CBN
  4. Felizardo, Herlânder. História dos Baptistas em Portugal Cebapes: Lisboa, 1995.