Igreja de São Martinho (Cantuária)

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Catedral de Cantuária, Abadia de Santo Agostinho e a Igreja de São Martinho 

Vista da igreja e da Catedral ao fundo

Tipo Cultural
Critérios i, ii, vi
Referência UNESCO
Região Europa e América do Norte
Países Reino Unido
Histórico de inscrição
Inscrição 1988

Nome usado na lista do Património Mundial

  Região segundo a classificação pela UNESCO

A Igreja de São Martinho em Cantuária, Inglaterra, situada um pouco além do centro da cidade, é a mais antiga igreja paroquial inglesa em uso constante desde a sua fundação. Tanto a igreja de São Martinho como a vizinha igreja de São Paulo são utilizadas regularmente para serviços religiosos.

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

São Martinho era a capela privada da rainha Berta de Kent no século VI d.C., antes de Agostinho chegar com a Missão gregoriana. Ela era uma princesa cristã franca que foi à Inglaterra com seu capelão, o bispo Leotardo. O rei Etelberto de Kent, seu marido, permitiu que ela continuasse a praticar sua religião numa igreja preexistente que, segundo o Venerável Beda, remontava ao final do período romano, mas que estava em desuso. Há uma grande probabilidade que seja esta a mesma igreja de São Martinho, principalmente por que Beda dá a ela este mesmo nome.

Imediatamente antes de 1844, um tesouro de moedas de ouro foi encontrado no jardim da igreja, uma das quais é a medalha de Leotardo, que traz uma imagem de uma pessoa usando um diadema com uma legenda identificando-a como sendo o bispo franco.[1]

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

Fachada da igreja

Achados locais provam que o cristianismo de fato já existia nesta área da cidade na época e a igreja contém muitos tijolos romanos reutilizados (chamados de spolia) e seções completas de azulejos romanos. Várias seções das paredes são claramente muito antigas e é possível que uma passagem quadrangular no coro seja a antiga entrada para a igreja de Berta, enquanto que outras seções das paredes são posteriores à missão gregoriana, dos séculos VII e VIII, incluindo a maior parte da nave. A abside, que estava originalmente a leste, foi removida.[2] A torre é muito mais recente, em estilo "Gótico Perpendicular".

Túmulos[editar | editar código-fonte]

O jardim da igreja abriga diversos túmulos de famílias locais e pessoas conhecidas, como Thomas Sidney Cooper e Mary Tourtel, a criadora do Urso Rupert.

Música[editar | editar código-fonte]

A igreja tem uma forte e contínua tradição musical advinda dos monges de Santo Agostinho até os dias de hoje. O primeiro domingo do mês é, geralmente, celebrado com uma missa renascentista, acompanhada por um quarteto de cantores.

Referências

  1. Grierson, Philip (1979). «The Canterbury (St. Martin's) Hoard of Frankish and Anglo-Saxon Coin-Ornaments». Dark Age Numismatics: Selected Studies (em inglês). London: Variorum Reprints. pp. 38–51, Corregida 5. ISBN 0-86078-041-4 
  2. Service, pp. 14-17 and: John Julius Norwich, The Architecture of Southern England, p.313, Macmillan, London, 1985, ISBN 03333220374

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • F. Haverfield (1896). «Early British Christianity». The English Historical Review (em inglês). 11 (43) 
  • Service, Alastair (1982). «The Buildings of Britain, A Guide and Gazetteer, Anglo-Saxon and Norman». London: Barrie & Jenkins (em inglês). ISBN 0091501318