Imagem

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Imagem

Imagem (do latim: imago) significa a representação visual de uma pessoa ou de um objeto.[1][2][3] Em grego antigo corresponde ao termo eidos, raiz etimológica do termo idea ou eidea, cujo conceito foi desenvolvido por Platão. A teoria de Platão, o idealismo, considerava a ideia da coisa, a sua imagem, como sendo uma projeção da mente. Aristóteles, pelo contrário, considerava a imagem como sendo uma aquisição pelos sentidos, a representação mental de um objeto real, fundando a teoria do realismo. A controvérsia estava lançada e chegaria aos nossos dias, mantendo-se viva em praticamente todos os domínios do conhecimento.

Em senso comum, envolve tanto o conceito de imagem adquirida como a gerada pelo ser humano, em muitos domínios, quer na criação pela arte, quer como simples registro foto-mecânico, na pintura, no desenho, na gravura, em qualquer forma visual de expressão da ideia.

Nas ciências exatas, como a matemática, o termo "imagem" é entendido como representação de um objeto especializado, que exige técnicas e ferramentas especiais.

Em senso comum, hoje em dia, entre outras, imagens são as veiculadas pelos anúncios publicitários impressos em páginas de revistas ou expostos nas paredes de edifícios; os cartazes afixados em muros e murais; a própria arquitetura dos edifícios e das obras de engenharia; os utensílios domésticos e todas as ferramentas; as vestimentas; os veículos de transporte; as representações sagradas; todo material impresso e finalmente toda exibição em telas de cinema e de televisão.

Imagem pictórica[editar | editar código-fonte]

Uma imagem é pictórica quando produzida por ordenação de pigmentos sobre algum suporte, geralmente utilizando técnicas de fotografia, desenho, pintura, gravura e outras das Artes Visuais. A imagem pictórica pode ser figurativa, se representar algo existente materialmente na natureza (ou supostamente existente, como no caso de figuras mitológicas), ou abstrata, se não se prender a nenhuma representação material. Em design, o termo se refere principalmente à qualquer representação gráfica não tipográfica ou esquemática.

Imagem estática e imagem em movimento[editar | editar código-fonte]

Por alguma razão, o termo "imagem" tem sido utilizado como restrito à imagem em movimento, fotográfica ou eletrônica, dos meios audiovisuais. O conceito, na verdade, transcende em muito esse pequeno recorte e diz respeito a toda visualização construída pela ação do Homem. Neste sentido, inclui todo e qualquer objeto que possa ser percebido visualmente — e, portanto, esteticamente.

Análise da imagem[editar | editar código-fonte]

A Análise da Imagem é uma atividade semelhante à Análise do Discurso, mas tendo por objeto analítico especificamente imagens. Hoje em dia estamos rodeados por imagens impostas pela mídia, propagandas, ideias, comportamentos etc. E é muito importante que saibamos analisa-las e fazer uma leitura precisa dessas imagens. Sendo assim, podemos compreende-las melhor, fazendo com que despertamos um olhar mais critico, uma atitude reflexiva, entendendo o que ela nos quer passar e o sentimento que nos traz, pois toda imagem tem seu significado e passa uma mensagem. As propagandas e anúncios são um bom exemplo disso, sempre tem algo a nos dizer.

Precisamos explorar mais uma imagem, uma obra, quando à vemos em algum lugar, assim entenderemos e não nos enganaremos com tudo aquilo que vimos, não ficando presos a um só pensamento, sobre um determinado assunto.

Segundo Ana Mae Barbosa (Carioca,criada em Pernambuco, graduada em Direito e primeira brasileira com doutorado em Arte-Educação): "Saber ler imagens é uma exigência da sociedade contemporânea, tendo em vista a grande quantidade de informações que nos são transmitidas por meio dessa linguagem. Conhecer a "gramática visual" nos tornaria capacitados para ler e interpretar imagens com consciência".

Barbosa, também criou metodologias que ajudam a desenvolver a capacidade de critica da obra, da imagem, por parte do aluno. [...] " Os professores, tradicionalmente no Brasil, tem medo da imagem na sala de aula. Da televisão às artes plásticas, a sedução da imagem os assusta porque não foram preparados para decodifica-lá e usá-la em prol da aprendizagem reflexiva de seus alunos. (BARBOSA 1988)

Imagem na educação[editar | editar código-fonte]

Antigamente, o ensino de determinadas áreas tornava-se difícil, pois não existiam bancos online de imagens (Keegan, 2007), desta forma, a informação corria de maneira abstracta não havendo percepção visual do que estava a ser lecionado, para além das imagens que estavam presentes nos manuais escolares.

De acordo com Carney & Levin (2002), o recurso a imagens não serve apenas como elemento decorativo, mas sim como complemento importante para a interpretação e percepção do leitor, tornando mais fácil a memorização de conteúdos uma vez que um conceito abstracto passa a estar associado a um elemento gráfico.

Um bom exemplo deste fenómeno ocorre nas salas de aula, e, segundo Blight (1998), o recurso a um elemento estimulante, como é o caso da imagem, pode trazer benefícios, não só para o aluno, mas também para o educador.

No entanto, é importante ter em atenção a forma como se utiliza a imagem, por um lado temos o reforço positivo, mas a sua incorrecta utilização poderá prejudicar tanto aluno como professor, sendo a imagem encarada apenas como elemento de distracção, levando à escassa aquisição de conteúdos.

Mas o crescente recurso a elementos multimédia e a sua prática diária nas salas de aula vieram facilitar o uso correcto de imagens, trazendo benefícios para diversas áreas, como é o caso das Artes, onde o professor pode rapidamente mostrar exemplos aos seus alunos através de uma rápida pesquisa sem haver necessidade de deslocação para visualização de uma determinada obra.

Trata-se apenas de um exemplo, mas demonstra que o recurso a este elemento pode ser essencial e imprescindível na área da educação, uma vez que não só auxilia no desenvolvimento cognitivo, como também é um elemento motivador para a aprendizagem.

Imaginário / Imaginador (escultura)[editar | editar código-fonte]

Imaginário ou imaginador pode designar um escultor de imagens (ilustrações ou figuras), nomeadamente de estátuas de santos (santeiro).[4][5]

Muitos destes escultores (ou artífices) limitavam-se à "produção repetitiva da imagem devocional".[6]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Wikcionário
Wikcionário
O Wikcionário tem o verbete imagem.

Referências

  1. «Definição da palavra "imagem" no dicionário». Dicionário Priberam. Consultado em 16 de fevereiro de 2009 
  2. «Diocese de Franca - CNBB SUL 1». Boletim Diocesano. Consultado em 16 de fevereiro de 2009. Arquivado do original em 20 de setembro de 2004 
  3. «UOL - Michaelis». Dicionário Michaelis, site UOL. Consultado em 16 de fevereiro de 2009 
  4. «Significado de Imaginário». Léxico.pt: Dicionário Online de Português. Consultado em 21 de novembro de 2014 
  5. «Imaginador». Dicionário Web. Consultado em 21 de novembro de 2014 
  6. Pereira, Fernando António Baptista – História da arte portuguesa: época moderna (1500-1800). Lisboa: Universidade Aberta, 1992, p. 118, 119

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Daniela Neves, Eder Zanella, Fernanda Vasconcelos, Silmara Gonçalves e Thais Leardine/ Pedagogia - Universidade Padre Anchieta. A importância da imagem no Ensino da Arte: Diferentes Metodologias, Ana Mae Barbosa Jundiaí, 2013.
  • FARINA, Modesto. Psicodinâmica das cores em comunicação, São Paulo: Edgar B., 2006.
  • ARNHEIM, Rudolf. Arte & Percepção Visual, São Paulo: Pioneira/EDUSP, 1997.
  • AVELLAR, José Carlos. Imagem e Som, Imagem e Ação, Imaginação, Paz e Terra, 1982.
  • DONDIS, Donis A.. Sintaxe da Linguagem Visual, São Paulo: Martins Fontes, 1999.
  • FELDMAN-BIANCO, Bela & LEITE, Míriam L. Moreira. Desafios da Imagem; fotografia, iconografia e vídeo nas ciências sociais, Campinas: Papirus, 1998.
  • FRANCASTEL, Pierre. Imagem, Visão e Imaginação. Portugal: Edições 70, 1987.
  • GAUTHIER, Guy. Veinte Lecciones sobre la Imagen y el Sentido, Madrid: Catedra, 1986.
  • GOMES FILHO, João. Gestalt do Objeto: Sistema de Leitura Visual da Forma, Escrituras, 2001.
  • JOLY, Martine. Introdução à Análise da Imagem, Campinas, Papirus, 1996.
  • METZ, Christian et alii. A Análise das Imagens, Petrópolis: Vozes, 1973.
  • AUMONT, Jacques. A imagem, Campinas: Papirus, 2004.
  • NOTH, Winfried & SANTAELLA, Lucia. Imagem: Cognição, Semiótica, Mídia, Iluminuras.
  • RAHDE, Maria Beatriz Furtado. Imagem: Estética Moderna e Pós-Moderna, Porto Alegre: EdiPUC-RS.
  • VILCHES, Lorenzo. Teoría de la Imagen Periodística, Barcelona: Paidós, 1997.
  • VILCHES, Lorenzo. La Lectura de la Imagem, Buenos Aires: Paidós, 1991.
  • ZUNZUNEGUI, Santos. Pensar la imagen, Madrid: Catedra, 1989.
  • BLIGH, D.. What's the Use of Lectures?, 1998.
  • CARNEY, R. & Levin, J. R. Pictorial illustrations still improve students learning from text. Educational Psychology Review, 2002.
  • DALEY, E. Expanding the concept of literacy. EDUCAUSE Review, 2003.
  • KEEGAN, S. N. Importance of Visual Images in Lectures: Case Study on Tourism Management Students. Journal of Hospitality, Leisure, Sport and Tourism Education (Vol. 6), 2007.