Imaginação ativa

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Imaginação ativa (IA) é uma técnica reinventada por Carl Gustav Jung, que a trouxe de volta dos alquimistas. Consiste em uma interação com os conteúdos do inconsciente através de sua personificação[1]. Diferencia-se de uma interpretação dos conteúdos do inconsciente na medida em que não envolve uma explanação de suas figuras, mas de um relacionamento com elas. Dessa forma não compreenderíamos o inconsciente a partir de um ponto de vista intelectual, mas a partir do sentimento, de um embate, de um confronto com os problemas que se nos deparam a partir de dentro. Segundo Jung, a IA é a melhor maneira de se ativar a função transcendente, que envolve uma espécie de síntese das funções da consciência, um encontro e grande interação com a totalidade da psique (self ou "eu interior") e tudo o que ela representa[2][3].

Para a integração do inconsciente na consciência, ou seja, para a produção da função transcendente, toma-se o estado afetivo inicial, ou a imagem que lhe corresponde, como ponto de partida do procedimento. A sistematização da técnica foi feita por Robert Johnson e não por Jung, ainda que este, em outras palavras, discorra sobre o tema em grande parte de suas Obras Completas. Em seus estudos da época, Jung menciona ter percebido duas tendências principais neste campo: a formulação criativa e a compreensão, fazendo surgir “então a função transcendente como um terceiro elemento decorrente da relação estabelecida entre o ego e o inconsciente”.[4] Como um diálogo travado entre duas pessoas com direitos iguais, cada um dos interlocutores considera o outro capaz de lhe apresentar um argumento válido e, por consequência achasse que valeria a pena aproximar os dois pontos de vista contrastantes, mediante uma comparação ou discussão minuciosa e exaustiva ou distinguí-los claramente um do outro,[5] sendo esta capacidade do diálogo interior um dos critérios básicos da objetividade.

Desta forma, através da Imaginação Ativa, a consciência pode então ser ampliada continuamente pela confrontação dos conteúdos até então inconscientes. A Imaginação Ativa pode contribuir de forma inestimável, por seus próprios meios, com o processo de cura[6] do paciente que se dispõe a praticá-la, sob a supervisão de um analista experiente.

Referências

  1. «PERSONIFICAÇÃO». Consultado em 23 de abril de 2019. Arquivado do original em 26 de janeiro de 2013 
  2. «IMAGINAÇÃO ATIVA». Consultado em 23 de abril de 2019. Arquivado do original em 11 de novembro de 2010 
  3. «Conceitos Jung - Voadores/Ajuda». www.voadores.com.br. Consultado em 23 de abril de 2019 
  4. LYRA, Sonia (2016). Imaginação Ativa e Criativa. Curitiba - PR: ICHTHYS. 28 páginas 
  5. JUNG, C. G. (1984). A dinâmica do inconsciente. Petrópolis: Vozes. 90 páginas 
  6. LYRA, Sonia (2016). Imaginação Ativa e Criativa. [S.l.]: ICHTHYS. pp. 28, 29 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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