Insígnia de nacionalidade das aeronaves militares

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Insígnia da Força Aérea Francesa, a primeira em forma de cocar.

A insígnia de nacionalidade das aeronaves militares, geralmente conhecida como cocar, é utilizada pelas diferentes aviações militares como distintivo nacional dos respectivos países nas suas aeronaves.

Pode se dizer que os cocares se tornaram símbolos distintivos da diferentes Forças Aéreas, similar ao que ocorreu com as bandeiras navais (Marinhas de Guerra) e os Brasões de Armas (Forças Terrestres).

A maioria destas insígnias são de formato redondo e baseiam-se nas cocares ou laços nacionais dos respectivos países. No entanto há algumas excepções:

História do seu uso militar[editar | editar código-fonte]

Insígnias de nacionalidade de Espanha, Itália, Reino Unido e Alemanha num protótipo do Eurofighter.
A-10 da Força Aérea dos Estados Unidos com pintura e insígnias de baixa visibilidade.
Antigo T-37 da Patrulha Acrobática Asas de Portugal com insígnias e pintura de alta visibilidade.

O primeiro uso de uma cocar num avião militar foi feito durante a Primeira Guerra Mundial pelo Exército Francês. O desenho reproduzia uma cocar ou laço nacional francês com as cores azul-branco-vermelho. Os restantes países aliados, na sua maioria, seguiram o exemplo francês e identificaram as suas aeronaves com cocares baseados nas respectivas cores nacionais.

Os britânicos, que até aí usavam como distintivo de nacionalidade bandeiras nacionais pintadas nas fuselagens, começaram a substituí-las por uma cocar com as cores inversas das francesas, uma vez que as cruzes daquelas bandeiras se confundiam com as cruzes identificativas da aviação militar alemã. O desenho da cocar britânica foi também utilizados pelas forças aéreas do império britânico, que, mais tarde procederam à substituição do ponto central vermelho por emblemas específicos de cada país (Folha de bordo para o Canadá, Canguru para a Austrália e Quivi para a Nova Zelândia).

Actualmente, nas aeronaves susceptíveis de utilização em combate de diversas forças aéreas, as insígnias de nacionalidade coloridas foram substituídas por reproduções em cores de baixa visibilidade.

Uso pelas aeronaves militares portuguesas[editar | editar código-fonte]

Em 1914, à semelhança do que vinha sendo feito pela maioria das aviações dos países aliados, o Exército Português começou a identificar as suas aeronaves com as cocares nacionais portuguesas de cores verde-vermelha. Os mesmos distintivos foram utilizados a partir de 1917, pelas aeronaves da Marinha Portuguesa. Nessa altura, as cocares eram pintadas normalmente apenas nas asas (parte superior dos extremos das asas superiores e parte inferior dos extremos das asas inferiores). Os aviadores portugueses que combateram em esquadrilhas francesas e britânicas na frente ocidental da Primeira Guerra Mundial identificavam a sua nacionalidade de duas maneiras: ou pintando bandas diagonais verdes e vermelhas nas fuselagens dos seus aviões ou pintando as partes azuis e brancas das cocares francesas, da cor verde, deixando a parte vermelha original e formando assim as cocares verde-vermelha de Portugal.

Em 1918 a Aeronáutica Militar começou a utilizar outra insígnia de nacionalidade, a Cruz de Cristo. A mesma insígnia foi também adoptada pela Aviação Naval que, contudo, ainda utilizou cocares verde-vermelhas até ao princípio da década de 1920. Na Aeronáutica Militar a Cruz de Cristo era normalmente colocada sobre um círculo branco e passou, além das asas, a ser aplicada também na lateral das fuselagens. Já nos aviões da Marinha, a Cruz de Cristo continuou, na maioria dos casos, a ser aplicada apenas nas asas e sem o círculo branco. A partir da década de 1940 a Aviação Naval adoptou o sistema de colocar as insígnias de nacionalidade apenas sobre a parte superior da asa direita e sob parte inferior da asa esquerda.

Com a unificação das aviações do Exército e da Marinha, na Força Aérea Portuguesa em 1952 foi também adoptado um sistema único de identificação das aeronaves. No que diz respeito às Cruzes de Cristo, passaram ser aplicadas na fuselagem traseira e na parte superior da asa direita e na inferior da asa esquerda das aeronaves.

No início da década de 1970, fruto da experiência da Guerra do Ultramar que então decorria, com o objectivo de aumentar o grau de camuflagem das aeronaves empregues em operações de combate, além da mudança da sua pintura base, procedeu-se também à redução do tamanho das insígnias de nacionalidade. Algumas das aeronaves foram inclusivamente empregues sem as Cruzes de Cristo.

A partir da reforma das pinturas das aeronaves da Força Aérea em 1980, as Cruzes de Cristo deixaram de ser aplicadas nas asas dos aparelhos camuflados. Na década de 1990, em alguns aviões, começaram a ser utilizadas Cruzes de Cristo de baixa visibilidade pintadas em cinzento.

Uso pelas aeronaves militares brasileiras[editar | editar código-fonte]

Inicialmente a nacionalidade das aeronaves das aviações do Exército e da Marinha do Brasil era identificada por uma cocar azul-amarela-verde.

Em 1934 a insígnia das aeronaves do Exército foi alterada para uma reprodução simplificada da estrela das armas nacionais (estrela gironada de verde e vermelho, subposta a um círculo azul, com uma coroa branca). As aeronaves da Marinha mantiveram a cocar tricolor.

Em 1941 dá-se a unificação das aviações do Exército e da Marinha, dando origem à Força Aérea Brasileira. As aeronaves da FAB passam a ostentar as estrelas usadas até então pela aviação do Exército.

Durante a Segunda Guerra Mundial para facilitar a sua identificação pelas forças aliadas, os Aviões da Força Aérea Brasileira a operar na Itália usam uma insígnia baseada na dos EUA, onde a estrela branca destes era substituída pela estrela brasileira.

Em 1957 a aviação da Marinha foi reativada, voltando a identificar as suas aeronaves com as cocares azul-amarelo-verde.

Insígnias de nacionalidade de aviões militares por país[editar | editar código-fonte]

Insígnias de Força Aéreas de países extintos[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]