Interpretação pretendida

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Aquele que constrói um sistema sintático normalmente tem em mente, desde o início, alguma interpretação específica para este sistema. Embora esta interpretação pretendida não possa ter qualquer indicação explícita nas regras sintáticas - uma vez que estas regras devem ser estritamente formais - a intenção do autor com relação à interpretação de seu sistema naturalmente afeta a escolha que ele fez das regras de formação e de transformação do sistema sintático. Por exemplo, o autor escolhe signos primitivos de tal forma que determinados conceitos possam ser expressos: ele escolhe fórmulas sentenciais de tal forma que os seus homólogos na interpretação pretendida possam aparecer como sentenças declarativas com significados; sua escolha de sentenças primitivas deve satisfazer o requisito de que essas sentenças primitivas sejam sentenças verdadeiras na interpretação; suas regras de inferência devem ser tais que, se por alguma destas regras a sentença j seja diretamente dedutível a partir de uma sentença i, então i j seja uma sentença verdadeira (sob a interpretação usual de ''). Estes requisitos asseguram que todas as sentenças demonstráveis também sejam verdadeiras. [1]

A maioria dos sistemas formais têm muito mais modelos do que se pretendia que eles tivessem (a existência de modelos não-padrão é um exemplo). Quando falamos de ' modelos' em ciências empíricas, queremos dizer, se desejamos que a realidade seja um modelo da nossa ciência, falar sobre um modelo pretendido. Um modelo nas ciências empíricas é uma interpretação pretendida descritiva fatualmente verdadeira (ou em outros contextos: uma interpretação não-pretendida arbitrária utilizada para esclarecer uma tal interpretação pretendida descritiva fatualmente verdadeira). Todos os modelos são interpretações que têm o mesmo domínio de discurso daquele que se pretedia, mas outras atribuições para constantes não-lógicas. [2]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Rudolf Carnap,Introduction to Symbolic Logic and its Applications
  2. The Concept and the Role of the Model in Mathematics and Natural and Social Sciences