Isabel Vorontsova

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Isabel Vorontsova
Isabel Vorontsova
Isabel Vorontsova por Aleksey Antropov
Nascimento Елизавета Романовна Воронцова
13 de agosto de 1739
Rússia
Morte 2 de fevereiro de 1792 (52 anos)
São Petersburgo
Sepultamento Cemitério Lazarevskoe
Nacionalidade russa
Cidadania Império Russo
Progenitores
  • Roman Vorontsov
  • Marfa Ivanovna Surmina
Parentesco Irmãos: Catarina Vorontsova-Dashkova
Simeão Vorontsov
Alexandre Vorontsov
Maria Romanovna Buturlin

Miguel Illarionovich Vorontsov (tio)
Cônjuge Aleksandr Polyansky
Filho(a)(s) Aleksandr Polyansky, Anna Aleksandrovna Polyanskaya
Irmão(ã)(s) Catarina Vorontsova-Dashkova, Semyon Vorontsov, Alexander Vorontsov
Ocupação dama de companhia

Isabel Romanova Vorontsova (em russo: Елизавета Романовна Воронцова ou Elizaveta Romanova Vorontsova; 13 de agosto de 1739 - 2 de fevereiro de 1792) foi uma amante do czar Pedro III da Rússia. Durante o seu caso amoroso, havia rumores de que Pedro tencionava divorciar-se da sua esposa Catarina (a futura imperatriz) para se casar com ela.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Isabel Vorontsova.

Isabel pertencia à famosa família Vorontsov que tinha atingido o auge do seu poder durante os últimos anos de reinado da imperatriz Isabel, quando o tio de Isabel, Miguel Illarionovich Vorontsov, se tornou o seu chanceler imperial. O seu pai, governava as províncias de Vladimir, Penza, Tambov e Kostroma, onde o seu nome era sinónimo de corrupção e incompetência.[2]

Após a morte da sua mãe em 1750, quando Isabel tinha apenas dez anos de idade, foi enviada para a corte de Oranienbaum que era governada pela esposa do grão-duque Pedro, a grã-duquesa Catarina Alekseyevna (nesta altura, Pedro era ainda herdeiro ao trono). Segundo testemunhos da época, Isabel era desmazelada: "dizia palavrões como um soldado, era vesga, cheirava mal e cuspia enquanto falava."[3] O barão de Breteuil comparou-a a "uma criada de copa do mais baixo nível possível".[4] Até Catarina viria a escrever sobre ela, descrevendo-a como "uma criança muito feia e extremamente suja com pele de azeitona."[5] Contudo, Pedro acabaria por afeiçoar-se a ela, algo que a corte nunca conseguiu explicar. Catarina chamava a Isabel a nova Madame de Pompadour[6], uma personagem histórica de quem não gostava, enquanto Pedro a apelidava de "a minha Romanova" (um trocadilho com o segundo nome da sua amante e o seu próprio apelido).

Quando o amante de Isabel se tornou czar em Janeiro de 1762, investiu-a com a ordem de Santa Catarina e mandou que se preparassem aposentos para ela no recém-construído Palácio de Inverno ao lado dos seus.[6] Isabel acompanhava Pedro em todas as suas excursões e aventuras e os embaixadores estrangeiros informavam os seus governos que o imperador tinha a intenção de enviar a sua esposa Catarina para um convento para se poder casar com a sua amante. Até o dia de hoje ainda não existe acordo sobre se Catarina participou no golpe que depôs Pedro em Julho de 1762 (depois de um curto reinado de seis meses) e na sua posterior morte três dias depois.[7] Alguns defendem que alguns rumores supracitados levaram Catarina a unir esforços com a própria irmã de Isabel, a princesa Catarina Dashkova, para encenar uma revolta no palácio que acabaria por tirar o seu marido do poder.

Nas sua autobiografia, Catarina II não poupou Isabel. Numa carta datada de Junho de 1762, afirmou que os Vorontsov tinham feito planos para a fechar num convento e colocar os seus parentes no trono.[4] Apesar de Isabel ter querido ir com o amante para o exílio em Holstein (a terra natal do czar), a sua morte súbita acabou com o seu desejo.[6]

Posteriormente, a imperatriz arranjou um casamento para a sua rival com um coronel de origens humildes e obrigou-os a retirar-se para o campo. Foi lá que Isabel passou o resto dos seus dias, angustiada e de má saúde enquanto os seus irmãos Alexandre e Simeão tiveram carreiras extraordinárias no serviço diplomático.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Anisimov, Evgeniĭ Viktorovich. 2004. Five empresses: court life in eighteenth-century Russia. Westport, CT: Greenwood.
  • Bolotov, Andrei. 1871. Жизнь и приключения Андрея Болотова, описанные самим им для своих потомков [A Vida e Aventuras de Andrei Bolotov, Contadas Pelo Próprio e Pelos Seus Descendentes]. Vol. 2. St. Petersburg.
  • Catarina II, Imperatriz da Rússia. 1907. Записки императрицы Екатерины II [Memórias da Imperatriz Catarina II]. St. Petersburg: Izdanie A. S. Suvorina (A. S. Suvorin Publishing).
  • Khronos (online encyclopedia of Russian history). Sem Data. Biografia de Romaon Vorontsov (em russo).
  • Kliuchevskii, Vasilii. 1997. A course in Russian history: the time of Catherine the Great. Armonk, NY: M.E. Sharpe. (Tradução de um trabalho do século XIX.)
  • Kaus, Gina. 1935. Catherine; the portrait of an empress. Traduzido do alemão por June Head. NY: Viking. Russian trans. online.
  • Sakharova Ya. M. 1974. Алексей Петрович Антропов [ Aleksei Petrovich Antropov ]. Moscow: Iskusstvo.
  • Sukhareva, O. V. 2005. Воронцова Елизавета Романовна [Vorontsova Elizaveta Romanovna]. Em Кто был кто в России от Петра I до Павла I [Quem Era Quem na Rússia de Peter I a Paul I]. Moscow.
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Referências

  1. Klyuchevsky 1997:47
  2. Khronos online encyclopedia
  3. Kaus 1935
  4. a b Anisimov 2004:276
  5. Memoirs, 1907:295
  6. a b c Sukhareva 2005
  7. "Embora Catarina provavelmente não tivesse intervindo diretamente no assassinato do seu marido, Pedro III, também não fez nada para castigar os responsáveis pelo crime. Pelo contrário: até os promoveu."