Diocese da Itália Anonária

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Dioecesis Italia Annonaria
Diocese da Itália Anonária
Diocese do(a) Império Romano
324–final do século VI


Diocese da Itália Anonária, c. 400
Capital Mediolano
Líder vigário

Período Antiguidade Tardia
324 Reformas administrativas de Constantino
643 Conquista lombarda sob Rotário

A Itália Anonária foi uma diocese do Império Romano tardio, com capital em Mediolano (atual Milão), cujos habitantes tinham obrigação de fornecer provisões, vinho e madeira, à corte, à administração e às tropas estacionadas em Mediolano e em Ravena. Estava subordinada à prefeitura pretoriana da Itália.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Sob Constantino, a Diocese de Itália foi subdividida em duas partições administrativas, ou vicariatos, cada uma governada por um vigário da Itália: a Itália Suburbicaria e a Itália Anonária.[1]

A Itália Anonária instituída pela reforma de Constantino em 324 e compreendia a parte setentrional da península Itálica e algumas regiões da Ilíria. Foi subdividida nas seguintes províncias:[nt 1]

As províncias seguintes faziam parte da Itália Anonária durante o governo de Constantino (r. 306–337), mas foram colocadas sob a jurisdição da Diocese da Panônia sob Teodósio (r. 378–395):

A máxima autoridade civil era o vigário da Itália, residente em Mediolano. Numa reforma posterior, o imperador Teodósio II criou uma nova diocese na Ilíria, destacando-a da Itália Anonária.

A diocese parece ter sobrevivido também à queda do Império Romano do Ocidente, porque o vigário da Itália ainda aparece em fontes da época em Gênova no final do século VI. Evidentemente, como sustentou Diehl no passado, o vigário da Itália Anonária, inicialmente residente em Milão, depois da conquista lombarda (569) se refugiou em Gênova. De todo modo, devido à militarização da Itália bizantina, reorganizada no Exarcado de Ravena em seguida à invasão lombarda, e da conquista pelos lombardos, o vigário perdeu muito de sua autoridade, ocupando-se somente da gestão das finanças. Provavelmente o vigário da Itália desapareceu com a conquista lombarda da atual região italiana da Ligúria sob Rotário (643) ou pouco antes.[5]

Notas

  1. A fonte primária, o Laterculus Veronensis contém lacunas. Segundo tal fonte, a Itália era subdividida em 16 províncias, mas dessas, só 8 estão listadas (Venetia et Histria, Flaminia et Picenum, Tuscia et Umbria, Apulia et Calabria, Lucania, Corsica, Alpes Cottiae e Raetia). Porena [2]corrige o número de províncias de 16 a 12, hipotizando um possível erro do copista e preenchendo a lacuna com as províncias de Campania, Aemilia et Liguria, Sicilia et Sardinia. Em vez disso, Jones[3] chega a listar 15 províncias hipotizando que Emilia & Liguria e Piceno & Flaminia fossem à época separadas e acrescentando Sannio; Jones nota ainda que se poderia chegar a 16 se a Récia fosse dividida em duas províncias (o que realmente aconteceu, mas na época da Notitia Dignitatum) já na era de Constantino, porém que é mais provável um erro de transcrição do número 16 por parte do copista.
  2. Cujo território abrangia também a Transpadânia.

Referências

  1. Porena, Pierfrancesco (2013). «La riorganizzazione amministrativa dell'Italia. Costantino, Roma, il Senato e gli equilibri dell'Italia romana». Enciclopedia Costantiniana. Treccani. Consultado em 5 de março de 2022 
  2. Porena, Pierfrancesco (2013). «La riorganizzazione amministrativa dell'Italia. Costantino, Roma, il Senato e gli equilibri dell'Italia romana». Enciclopedia Costantiniana. Trecacni. Consultado em 12 de março de 2022 
  3. Jones, Arnold Hugh Martin (1964). The later Roman Empire, 284-602: a social, economic, and administrative survey. Norman: University of Oklahoma Press. ISBN 9780801833540 
  4. «Roma antica origini e imperatori». Consultado em 29 de fevereiro de 2012 
  5. Diehl, Charles (1888). Etudes sur l'administration byzantine dans l'Exarchat de Ravenne (568-751). Paris: Ernest Thorin 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]