Itaboraí

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 Nota: Não confundir com Itaberaí (em Goiás).
Itaboraí
  Município do Brasil  
Vista parcial de Itaboraí.
Vista parcial de Itaboraí.
Vista parcial de Itaboraí.
Símbolos
Bandeira de Itaboraí
Bandeira
Brasão de armas de Itaboraí
Brasão de armas
Hino
Gentílico itaboraiense
Localização
Localização de Itaboraí no Rio de Janeiro
Localização de Itaboraí no Rio de Janeiro
Localização de Itaboraí no Rio de Janeiro
Itaboraí está localizado em: Brasil
Itaboraí
Localização de Itaboraí no Brasil
Mapa
Mapa de Itaboraí
Coordenadas 22° 44' 51" S 42° 51' 21" O
País Brasil
Unidade federativa Rio de Janeiro
Região metropolitana Rio de Janeiro
Municípios limítrofes Guapimirim, Cachoeiras de Macacu, Tanguá, Maricá, São Gonçalo
Distância até a capital 45 km
História
Fundação 16 de agosto de 1696 (327 anos)
Emancipação 22 de maio de 1833 (190 anos)
Administração
Prefeito(a) Marcelo Delaroli[1] (PL, 2021 – 2024)
Vereadores 11
Características geográficas
Área total [2] 429,961 km²
População total (IBGE/2022) 224 267 hab.
Densidade 521,6 hab./km²
Clima tropical
Altitude 17 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[3]) 0,704 alto
PIB (IBGE/2016[4]) R$ 4 353 576,41 mil
PIB per capita (IBGE/2020[2]) R$ 22 338,03

Itaboraí é um município brasileiro no estado do Rio de Janeiro, Região Sudeste do País. Pertence ao Leste Metropolitano,[5][6] na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, e sua população, conforme o Censo do IBGE 2022, é de 224.267 habitantes.

Topônimo[editar | editar código-fonte]

"Itaboraí" é uma palavra de origem tupi que admite duas etimologias:

  • "rio da pedra bonita", através da junção dos termos itá (pedra), porã (bonita) e 'y (rio)[7]
  • "rio das pedras brilhantes", através da junção de itá (pedra), berab (brilhante) e y (rio).[8]

História[editar | editar código-fonte]

Por volta do ano 1000, povos de língua tupi procedentes dos vales dos rios Madeira e Xingu, na margem direita do rio Amazonas, invadiram a maior parte do atual litoral brasileiro, expulsando seus habitantes anteriores, falantes de línguas pertencentes ao tronco linguístico macro-jê, para o interior do continente. No século 16, quando os portugueses chegaram à região da baía de Guanabara, esta era ocupada por um desses povos tupis: os tupinambás, também chamados tamoios.[9] Os índios tamoios que habitavam a região da atual Itaboraí foram reunidos no aldeamento jesuíta de São Barnabé.[10]

Ao mesmo tempo, a região começou a ser ocupada por colonizadores portugueses, que, nela, implantaram engenhos de açúcar baseados no trabalho escravo de índios e negros. Em 1612, foi construída uma capela dedicada a santo Antônio. Em 1672, foi inaugurada a capela de São João Batista. Em 1696, foi fundada a freguesia de São João Batista de Itaboraí. Em 1697, foi fundada a vila de Santo Antônio de Sá.

De 1700 a 1800, a freguesia de São João de Itaboraí apresentou um notável desenvolvimento. Em 1759, os jesuítas foram expulsos da região e o aldeamento de São Barnabé passou para administração leiga.[10] Em 1778, a freguesia de São João de Itaboraí era a mais importante da vila de Santo Antônio de Sá, considerada um grande centro agrícola. Em 1780, grande parte do açúcar produzido pelos oitenta engenhos das freguesias próximas era embarcado em caixas de madeira nos catorze barcos pertencentes ao porto (daí o nome Porto das Caixas). O açúcar era também embalado em cerâmicas produzidas nas próprias fazendas, o que gerou a tradição das olarias que persiste até hoje no município.

Em 1829, a freguesia de São João de Itaboraí foi atingida por uma epidemia de malária, causando muitas mortes e grande prejuízo para a região. Em 15 de janeiro de 1833, através de um Decreto Imperial, a freguesia foi elevada à categoria de Vila e, a 22 de maio do mesmo ano, instalou-se a primeira Câmara de Vereadores (daí, o nome da atual avenida 22 de Maio).

A partir de 1850, os transportes fluviais foram gradualmente substituídos pelos ferroviários e, em 23 de abril de 1860, com a inauguração do primeiro trecho da Estrada de Ferro Cantagalo, Itaboraí consolidou a sua importância econômica, pois recebia toda a produção de gêneros do nordeste fluminense pela ferrovia e a enviava em embarcações pelo Rio Aldeia até o Rio Macacu, deste seguinte até a Baía de Guanabara para ser comercializada. Contudo, a Vila de Santo Antônio de Sá começou a entrar em decadência, pois perdia a sua condição de entreposto comercial.

Itaboraí, 1956. Arquivo Nacional

Em 5 de julho de 1874, foi inaugurada a Estrada Ferro-Carril Niteroiense, partindo de Maruí, em Niterói, até Porto das Caixas. A estrada fazia a ligação de Nova Friburgo e Cantagalo diretamente ao porto da capital da província, Niterói, substituindo o transporte fluvial realizado através de Porto das Caixas. A construção da estrada foi uma das principais causas do declínio do porto e, por consequência, da Vila de São João de Itaboraí – este último, também agravado pela libertação dos escravos em 1888, que levou muitos fazendeiros à falência.

No ano de 1887, a Estrada de Ferro Cantagalo e a Estrada Ferro-Carril Niteroiense foram absorvidas pela Estrada de Ferro Leopoldina, da qual ambas tornaram-se parte de seu sistema ferroviário como as linhas do Cantagalo e do Litoral. [11]

No século XX, entre as décadas de 1920 e 1980, teve grande destaque, na economia do município, a produção de laranjas, quando o município ganhou a alcunha de "terra da laranja" por ser o segundo maior produtor nacional dessa fruta.

Em 2012, com os avanços na construção do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (COMPERJ), a cidade experimentou um "boom" imobiliário, com a construção de modernos edifícios corporativos, shopping center, hotéis de bandeira nacional e internacional, empreendimentos residenciais e o advento de novas lojas e negócios para Itaboraí.[12] Com isso, a cidade passou a ser considerada o "El Dorado" fluminense , com excelente expectativa de crescimento e expansão populacional, proporcionando à cidade recordes jamais presenciados pela cidade ainda em clima rural. Desta forma, Itaboraí passou a atrair investimentos secundários à Refinaria.

Com o esquema descoberto pela Operação Lava-Jato, o COMPERJ[13] foi paralisado mediante uma demissão em massa, o que afetou diretamente a economia do município.[14]

Subdivisões[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Subdivisões de Itaboraí
Venda das Pedras, bairro do distrito-sede de Itaboraí.

O município é dividido em oito distritos: Itaboraí (sede), Porto das Caixas, Itambi, Sambaetiba, Visconde de Itaboraí, Cabuçu, Manilha e Pachecos.

Geografia[editar | editar código-fonte]

De acordo com a divisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística vigente desde 2017,[15] o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária e Imediata do Rio de Janeiro.[16] Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, o município fazia parte da microrregião do Rio de Janeiro, que por sua vez estava incluída na mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro.[17]

O município de Itaboraí possui clima tropical, chuvoso no verão e seco no inverno. Sua temperatura média anual é de 25 °C.

Vegetação[editar | editar código-fonte]

Serra do Lagarto, no limite entre Itaboraí e Maricá.

A vegetação atual do município é composta em maior parte por pastagens, mata de encosta, mangues e brejos. Os remanescentes de matas são observados nos setores mais íngremes e elevados nas serras do Barbosão e do Lagarto. São matas tipicamente secundárias resultantes da regeneração natural, pois concentraram muita exploração de madeira para a obtenção de carvão e lenha no passado. No restante do município, as matas encontram-se muito fragmentadas e aparecem em locais isolados.

Os manguezais ocupam grande parte da desembocadura dos rios que desaguam na baía de Guanabara em áreas de pouco declive cortadas pelos rios Macacu e Guaxindiba.

Maciço do Barbosão[editar | editar código-fonte]

Uma das ultimas área verdes de estado do Rio de Janeiro, abriga fauna e flora remanescente de Mata Atlântica e varias nascentes de rio de pequeno curso que contribui com o Rio Casseribu.

Relevo[editar | editar código-fonte]

As características do relevo do município são bem peculiares entre si. As maiores altitudes da cidade são encontradas na serra do Barbosão, a leste, na divisa com Tanguá; nas serras do Lagarto e Cassorotiba do Sul, na divisa com o município de Maricá. Nas demais localidades, no norte e no oeste do município, predominam as planícies, onde estão concentrados os rios que convergem para a baía de Guanabara. Entre as planícies e as serras, observa-se um relevo suavemente ondulado, com morros que raramente ultrapassam os cinquenta metros.

Hidrografia[editar | editar código-fonte]

Os principais rios de Itaboraí são:

  • Macacu
  • Casseribu
  • Iguá
  • Aldeia
  • Várzea

Economia[editar | editar código-fonte]

As principais atividades econômicas do município são:

De janeiro a abril de 2015, foi o oitavo município do país que mais perdeu postos de trabalho com carteira assinada em decorrência da crise econômica de 2014.[18]

Esporte[editar | editar código-fonte]

A cidade possui o estádio municipal Alziro de Almeida (Alzirão), com capacidade para 900 espectadores. A principal agremiação futebolística da cidade é a Associação Desportiva Itaboraí, que se sagrou vice-campeã estadual do antigo estado do Rio de Janeiro em 1977 e foi campeã da Terceira Divisão do Campeonato Carioca em 2015.

Datas comemorativas[editar | editar código-fonte]

  • 22 de maio - Dia do Município (aniversário da cidade)
  • 24 de junho - Dia de São João, padroeiro do município

Festividades[editar | editar código-fonte]

  • Festa de São Pedro;
  • Itaflores;
  • Festa de São João;
  • Comemoração do dia das mães;
  • Desfile cívico de Comemoração do aniversário da cidade;
  • Encontro de motociclistas;
  • Feira do livro;
  • Semana Municipal do Ciclismo
  • Festa de São Barnabé

Filhos ilustres[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Prefeito e vereadores de Itaboraí tomam posse Portal G1 - acessado em 2 de janeiro de 2021
  2. a b Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2021). «Cidades e Estados». Consultado em 26 de dezembro de 2022 
  3. Atlas do Desenvolvimento Humano (29 de julho de 2013). «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento]] (PNUD). Consultado em 4 de dezembro de 2013. Cópia arquivada (PDF) em 8 de julho de 2014 
  4. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2016). «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2016». Consultado em 5 de março de 2019 
  5. https://journals.openedition.org/espacoeconomia/5980?lang=fr
  6. https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/RJ/Anexos/Sebrae_INFREG_2014_LesteFlu.pdf
  7. BRAGANÇA JR. A. A. A morfologia sufixal indígena na formação de topônimos do estado do Rio de Janeiro. Disponível em http://www.filologia.org.br/pub_outras/sliit01/sliit01_29-48.html. Acesso em 20 de janeiro de 2013.
  8. NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 571.
  9. BUENO, E. Brasil: uma história. 2ª edição. São Paulo. Ática. 2003. p. 19.
  10. a b Jornal da Unicamp. Disponível em http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/novembro2002/unihoje_ju197pag5b.html. Acesso em 4 de janeiro de 2014.
  11. «Visconde de Itaboraí -- Estações Ferroviárias do Estado do Rio de Janeiro». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 8 de setembro de 2020 
  12. «Instalação do Comperj em Itaboraí provoca 'boom' imobiliário». Consultado em 31 de julho de 2016 
  13. «Comperj dará prejuízo de R$ 45 bilhões à Petrobras». Consultado em 31 de julho de 2016 
  14. «Crise no Comperj, em Itaboraí, já gerou 200 demissões por dia». Consultado em 31 de julho de 2016 
  15. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2017). «Divisão Regional do Brasil». Consultado em 21 de novembro de 2017. Cópia arquivada em 21 de novembro de 2017 
  16. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome IBGE_DTB_2017
  17. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1990). «Divisão regional do Brasil em mesorregiões e microrregiões geográficas» (PDF). Biblioteca IBGE. 1: 89–90. Consultado em 21 de novembro de 2017. Cópia arquivada (PDF) em 21 de novembro de 2017 
  18. «As 100 cidades que mais fecharam empregos no Brasil». EXAME. Consultado em 26 de julho de 2017. Cópia arquivada em 27 de novembro de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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