Itaúna

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Itaúna
  Município do Brasil  
Vista parcial da cidade
Vista parcial da cidade
Vista parcial da cidade
Símbolos
Bandeira de Itaúna
Bandeira
Brasão de armas de Itaúna
Brasão de armas
Hino
Gentílico itaunense
Localização
Localização de Itaúna em Minas Gerais
Localização de Itaúna em Minas Gerais
Localização de Itaúna em Minas Gerais
Itaúna está localizado em: Brasil
Itaúna
Localização de Itaúna no Brasil
Mapa
Mapa de Itaúna
Coordenadas 20° 04' 30" S 44° 34' 33" O
País Brasil
Unidade federativa Minas Gerais
Região metropolitana Belo Horizonte[1]
Municípios limítrofes Carmo do Cajuru, Itatiaiuçu, Pará de Minas, Igaratinga, Mateus Leme[2].
Distância até a capital 76 km
História
Fundação 16 de setembro de 1901 (122 anos)
Administração
Prefeito(a) Neider Moreira de Faria[3] (PSD, 2021 – 2024)
Vereadores 17
Características geográficas
Área total [5] 495,875 km²
População total (censo IBGE/2022[6]) 97 669 hab.
Densidade 197 hab./km²
Clima tropical de altitude
Altitude 880 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 35680-000 a 35684-999[4]
Indicadores
IDH (PNUD/2010 [7]) 0,758 alto
PIB (IBGE/2014[8]) R$ 2 510 796 mil
PIB per capita (IBGE/2014[8]) R$ 27 657,12
Sítio itauna.mg.gov.br (Prefeitura)
cmitauna.mg.gov.br (Câmara)

Itaúna é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Está localizado no Quadrilátero Ferrífero, no Colar Metropolitano da Região Metropolitana de Belo Horizonte, a 76 km da capital. Limita-se ao sul com Itatiaiuçu (Região Metropolitana de Belo Horizonte), ao leste com Mateus Leme (Grande Belo Horizonte), ao oeste com Carmo do Cajuru, ao norte com Pará de Minas e, ao noroeste, com Igaratinga.

História[editar | editar código-fonte]

Até emancipar-se politicamente, Itaúna pertenceu administrativamente aos municípios: Sabará: 1711, Pitangui: 1715, Pará de Minas: 1848, Pitangui: 1850, Pará de Minas: 1858, Pitangui: 1872, Pará de Minas: 1874 e Itaúna: 1901.

O município foi instalado em 2 de janeiro de 1902 e sua criação deu-se pela Lei Estadual número 319, sancionada pelo Governador Silviano Brandão em 16 de setembro de 1901. Os distritos que compunham o território de Itaúna quando de sua criação foram os de Santana do São João Acima (sede do município e correspondente ao que ficou reduzido o território atual), Carmo do Cajuru e o povoado dos Tinocos, desmembrados de Pará de Minas; os de Itatiaiuçu e Conquista (hoje Itaguara), desmembrados do município de Bonfim. A maior contribuição para a historiografia da cidade é do historiador João Dornas Filho, itaunense nascido em 7 de agosto de 1902. Sua obra mais conhecida de seus conterrâneos é, evidentemente, a que tem por tema sua cidade natal: "Itaúna - Contribuição para a História do Município", publicada em 1936. De acordo com João Dornas Filho, o primeiro morador do município foi Antônio Gonçalves da Guia, do que discordou o engenheiro e empresário itaunense, já falecido, Osmário Soares Nogueira, também estudioso da história da região, para quem o habitante pioneiro foi Manuel Pinto.

A polêmica sobre o primeiro povoador da região não se encerra nesses dois nomes. Guaracy de Castro Nogueira, historiador e genealogista itaunense, ex-reitor da Universidade de Itaúna, sustenta que o pioneiro na região foi o Sargento-mor Gabriel da Silva Pereira, cujo penta neto, Osmando Pereira da Silva, veio a ser prefeito da cidade.

Sobre os primórdios do município, assim narra João Dornas na obra citada: "O que se conhece da história do Município de Itaúna está entrelaçado com a história de Pitangui, Bonfim e Pará de Minas, pois o arraial de Santana de São João Acima pertenceu, por muitos anos, a esses municípios".

Continua o historiador na obra editada em 1936: "Lugar de escassa tradição na história do nosso Estado na época em que as minas de Vila Rica, Ribeirão do Carmo e Sabarabuçu enchiam a imaginação e os alforges dos intrépidos paulistas, Santana dormitava sossegadamente, lavrando a terra e criando o gado nas margens do pobre e escachoante S. João, que ainda hoje carreia nas suas águas o nosso minguado aluvião aurífero para as venturosas paragens do Pitangui...". Ainda comentando o que chamou de descobrimento do município: "Naquele tempo em que a descoberta do ouro era a preocupação dominante dos paulistas, lugar que o não escondesse nas suas entranhas não merecia a atenção do bandeirante. E esse era o caso de Santana, que humilde e ignorada, plantava e criava para o sustento dos mineradores vorazes" Um fato importante a ser salientado é a grande riqueza que sempre pairou entre Itaúna e Itatiaiuçu terras de grandes fazendeiros que levaram suas famílias a formarem o povoado de Itatiaiuçu e Itaúna, em Itaúna o Bairro de Nossa Senhora de Lourdes bem como a região do bairro Padre Eustáquio é formada em sua maioria por descendentes destes grandes fazendeiros que tinham inclusive amizade com a família real.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Localização[editar | editar código-fonte]

Itaúna tem uma população de 97 669 habitantes, conforme o censo do IBGE de 2022,[6] e uma área de 495,875 quilômetros quadrados. Localiza-se na região cortada pelo paralelo 20º 04' 32" de latitude sul e pelo meridiano 44º 34' 35" de longitude oeste.[9]

Itaúna limita-se ao norte com Igaratinga e Pará de Minas, a leste com Mateus Leme, ao sul com Itatiaiuçu e a oeste com Carmo do Cajuru[9]

Relevo[editar | editar código-fonte]

O relevo do município é 40% montanhoso, 40 % ondulado e 20% plano.[10] O ponto de altitude máxima em itaúna situa-se na Serra Azul, com 1.330 metros de altitude, no limite com o município de Itatiaiuçu.[11][12] Já o ponto de altitude mínima é a Fazenda Córrego do Sítio, com 727 metros de altitude.[9]

Hidrografia[editar | editar código-fonte]

Rio São João em Itaúna

A cidade é cortada pelo Rio São João, afluente do Rio Pará, que, por sua vez, é afluente do Rio São Francisco. São afluentes do Rio São João: o Córrego do Soldado, o Ribeirão dos Capotos, o Ribeirão Calambau, o Ribeirão dos Coelhos[9], o Ribeirão Joanica e o Ribeirão Bagaço.

Há duas represas no território: do Benfica e dos Britos. O município faz parte das bacias hidrográficas: Bacia do Rio Pará (afluente do Rio São Francisco) e Bacia do Rio Paraopeba (afluente do Rio São Francisco).

O rio tem grande importância na cidade, e recentemente, a prefeitura de Itaúna vem realizando projetos de limpeza e conservação do rio.

A localidade rural de Freitas, próxima a Itatiaiuçu é o local da nascente do Ribeirão Serra Azul, que é conhecido na região pelo nome de Ribeirão dos Freitas. O ribeirão é represado no município de Juatuba para formação do reservatório Serra Azul. O empreendimento, denominado Sistema Serra Azul, pertence à Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA). A represa é a terceira maior do Sistema Integrado do Paraopeba. Nesse sistema as populações da Região Metropolitana de Belo Horizonte são atendidas conjuntamente pelos sistemas de abastecimento do rio Manso, Serra Azul e Vargem das Flores.[13][14]

Clima[editar | editar código-fonte]

Pela classificação de Köppen, o clima de Itaúna é do tipo Cwa: Tropical de Altitude com verões quentes.[9]

  • Temperatura média de 21,8 °C
  • Temperatura mínima anual: 13,2 °C
  • Temperatura máxima anual: 32,2 °C
  • Temperatura mínima absoluta: 7 °C
  • Temperatura máxima absoluta: 35 °C
  • Índice pluviométrico anual: 1.419 mm
  • Umidade relativa do ar média: 64,15%
  • Umidade relativa mínima do ar: 53,5 %
  • Umidade relativa máxima do ar: 74,8%

Bairros[editar | editar código-fonte]

O município possui atualmente cerca de 76 bairros: Aeroporto, Aeroporto II, Alaita, Antunes, Bela Vista, Belvedere,Centenário, Centro, Cerqueira Lima, Chácara do Quitão, Cidade Nova, Cidade Nova II, Bairro das Graças, Distrito Industrial, Dona Jovenila, Eldorado, Fazenda da Chácara, Garcias, Godofredo Gonçalves, Irmãos Auler, Itaunense, Itaunense II, Jadir Marinho, João Paulo II, JK, Leonane, Lourdes, Morada Nova I, Morada Nova II, Morro do Engenho, Morro do Sol, Murilo Gonçalves, Nogueira Machado, Nogueirinha, Nova Vila Mozart, Novo Horizonte, Olímpio Moreira I, Olímpio Moreira II, Palmeiras, Parque Jardim Santanense, Parque Jardim América, Parque Primavera, Padre Eustáquio, Piaguassu, Piedade, Pio XII, Recanto dos Peixotas, Residencial Santanense, Residencial São Geraldo, Res. Santa Edwiges, Santa Edwiges, Santa Mônica, Santa Mônica II, Santanense, Santiago, Santo Antônio, São Bento, São Geraldo, São Judas Tadeu, Três Marias, Tropical, Universitário, Vale das Aroeiras, Vale dos Pequis, Várzea da Olaria, Veredas, Veredas II, Vila Augusto Chaves, Vila Israel, Vila Mozart, Vila Nazaré, Vila Santa Maria, Vila Tavares, Vila Vilaça e Vitória, Vila Washington.[9]

Povoados rurais[editar | editar código-fonte]

Angu Seco, Arrudas, Barragem, Barreiro, Braúna, Brejo Alegre, Cachoeirinha, Cafuringa, Calambau, Camilot, Campos, Carneiros, Coelhos, Córrego do Soldado,Deus me Livre, Freitas, Fundão, Grota dos Paulistas, Lopes, Marques, Mato Grosso, Mamonal, Morro Grande, Paulas, Retiro dos Farias, São José de Pedras, Sumidouro, Tocas, Três Barras e Vista Alegre,Vila Maçonaria.[9]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Do tupi itá (pedra), + un (preto, negro) + o sufixo -a, formando o que na gramática do tupi é conhecido como uma composição atributiva. O -a ao final é o sufixo substantivador, e não faz parte do adjetivo un.

"Itaúna" é um topônimo de origem tupi que significa "pedra negra", através da junção dos termos itá ("pedra"), un ("negro"), e o sufixo substantivador -a.[15].

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

Educação[editar | editar código-fonte]

Itaúna recebeu da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, em 1975, o título de Cidade Educativa do Mundo, pela alta qualidade do ensino municipal e envolvimento da sociedade civil para a melhora dos índices de educação. Itaúna é a sede da Universidade de Itaúna com campi em Itaúna e Almenara. Aproximadamente 8 000 alunos estudam diversos cursos de graduação e de pós-graduação.

A cidade possui ainda uma unidade do SENAI/CETEF. Respeitada instituição de cursos técnicos, de aprendizagem, de qualificação e de aperfeiçoamento profissional, já recebeu diversos prêmios em nível nacional.

Saúde[editar | editar código-fonte]

O Hospital Manoel Gonçalves (Bairro São Judas Tadeu) é mantido por uma entidade e também possui parceria com a Prefeitura Municipal no funcionamento do Pronto-Socorro 24 horas. O hospital possui cerca de 150 leitos. O município mantém também a Policlínica Municipal Doutor Ovídio Nogueira Machado (São Geraldo) habilitada em exames especializados pelo SUS. Existem postos de saúde em diversos bairros. Na área de psicologia a Prefeitura mantém o CAPS-NAPS (Hospital Dia - Núcleo de atendimento psico-social) e o CAPS-AD (Álcool e drogas).

Saneamento básico[editar | editar código-fonte]

O Serviço Autônomo de Água e Esgoto é uma autarquia municipal responsável pelo abastecimento de água e coleta de esgoto no município. A água distribuída no município é captada na Barragem Velha após a Barragem do Benfica e é tratada na ETA (Estação de tratamento de água) no bairro de Lourdes, sendo distribuída pelas adutoras e armazenada em diversos reservatórios nos bairros da cidade. Nos povoados rurais a maioria conta com o sistema de captação através de poço artesiano e armazenamento.

Segurança pública[editar | editar código-fonte]

O município conta com os serviços de segurança pública de diversos órgãos.

Energia[editar | editar código-fonte]

A CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais) é responsável pela distribuição de energia no município. A empresa possui uma subestação localizada na Rodovia MG-431 ao lado do Campus Verde da Universidade de Itaúna, com capacidade de 65 mega watts, que atende aos municípios de Itaúna e Itatiaiuçu. A iluminação pública municipal é gerenciada pela Prefeitura Municipal.

Transportes[editar | editar código-fonte]

Rodovias[editar | editar código-fonte]

Cortam o município duas rodovias estaduais: MG-050 (Rodovia Newton Penido) e MG-431 (Rodovia Nilo Penido).

Ferrovias[editar | editar código-fonte]

Itaúna é cortada pela Linha Garças a Belo Horizonte da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, que possui três estações no município (Centro (museu), Leonane e Santanense) e o liga à cidade de Iguatama e à capital mineira, Belo Horizonte. A ferrovia se encontra atualmente concedida à Ferrovia Centro Atlântica para o transporte de cargas. [16]

Personalidades[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Categoria:Naturais de Itaúna

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Itaúna em Dados (Região Metropolitana: Pertence ao Anel Metropolitano da Região Metropolitana de Belo Horizonte)» (PDF). Prefeitura Municipal de Itaúna. 1 de outubro de 2012. Consultado em 19 de setembro de 2017 
  2. «Municípios de Minas Gerais». Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais. Consultado em 14 de dezembro de 2014 
  3. Prefeito e vereadores de Itaúna tomam posse Portal G1 - acessado em 2 de janeiro de 2021
  4. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. «Busca Faixa CEP». Consultado em 1 de fevereiro de 2019 
  5. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010 
  6. a b «Itaúna». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 19 de julho de 2023 
  7. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. IBGE. 2010. Consultado em 27 de julho de 2017 
  8. a b Produto Interno Bruto dos Municípios 2014 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - acessado em 27 de julho de 2017
  9. a b c d e f g Matos, Ângelo Braz de, Itaúna, 2010, Editora Vile.
  10. Prefeitura Municipal de Itaúna – Relevo
  11. «Informações Municipais – Itaúna – MG». Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais – INDI. 13 de outubro de 2016. Consultado em 14 de outubro de 2016. Arquivado do original em 18 de outubro de 2016 
  12. «Carta do Brasil – Igarapé SF-23-X-A-II-1». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. 13 de outubro de 2016 
  13. «APE Manancial Serra Azul». Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA. 29 de setembro de 2016 
  14. «Parecer Único SUPRAM CM n.º 238/2010» (PDF). Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD. 18 de junho de 2010. Consultado em 14 de outubro de 2016. Arquivado do original (PDF) em 2 de outubro de 2016 
  15. http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/vocabulario.htm
  16. «Itaúna -- Estações Ferroviárias do Estado de Minas Gerais». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 29 de setembro de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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