Janice Dickinson

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Janice Dickinson
Janice Dickinson
Nascimento 15 de fevereiro de 1955 (69 anos)
Brooklyn
Cidadania Estados Unidos
Estatura 178 cm
Irmão(ã)(s) Debbie Dickinson
Alma mater
  • South Broward High School
Ocupação fotógrafa, agente de talentos, escritora, atriz, modelo, fotógrafo de moda, atriz de televisão, atriz de cinema
Obras destacadas Wild Days

Janice Doreen Dickinson (Brooklyn, Nova Iorque, 15 de fevereiro de 1955)[1] é uma supermodelo[2], fotógrafa de moda, atriz, escritora e agente de modelos estadunidense.

Modelo bem sucedida na indústria da moda[3] nos anos 1970 e 1980, mais tarde expandindo suas atividades na televisão como jurada em quatro temporadas no concurso America's Next Top Model.

Após participar do America's Next Top Model (2003-2006), abriu a própria agência de modelos, com o nome The Janice Dickinson Modeling Agency.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Infância e juventude[editar | editar código-fonte]

Janice Dickinson nasceu no bairro de Brooklyn, na cidade de Nova Iorque, filha de Ray Dickinson, (de ascendência bielorrussa) e Jenie, conhecida como Dickinson Pietrzykoski, de ascendência polonesa/polaca.[4][5] Ela foi criada na cidade de Hollywood, no Estado americano de Flórida, com duas irmãs, a mais velha Alexis (uma agente imobiliária) e a mais nova Debbie (que é modelo).[4][6]

Dickinson sofreu abusos físicos e emocionais quando criança e adolescente [3][4][7][8] por parte do seu pai que costumava abusar sexualmente de uma das suas irmãs. Sobre a sua infância com um pai pedófilo e abusivo, Dickinson declarou: "Porque eu não iria ceder e deixá-lo fazer sexo comigo, eu fui abusada verbalmente e fisicamente numa base diária. Me disseram que eu parecia um menino e não iria ser ninguém na vida. Acho que se você abusar de uma criança, os testículos devem ser cortados. Você deveria ser imediatamente castrado."[8]

Carreira de modelo na juventude e adulta[editar | editar código-fonte]

No início dos anos 70, Dickinson voltou para Nova Iorque para prosseguir os trabalhos como modelo, após vencer um concurso nacional denominado "Miss High Fashion Model".[5][9] Numa época em que louros de olhos azuis dominavam a cena fashion,[9] Dickinson foi recusada várias vezes por agentes de modelos, incluindo Eileen Ford, que disse a Dickinson que ela era "demasiado étnica. Você nunca vai dar certo."[9] Ela foi descoberta pelo fotógrafo de moda Jacques Silverstein quando a namorada dele, Lorraine Bracco, mencionou que gostava da imagem de Dickinson.[10][11] Wilhelmina tornou-se a primeira agente de Dickinson. Seu trabalho como modelo levou-a para Paris, França, onde sua aparência exótica garantiu a sua reputação dentro da indústria da moda europeia.[9]

Voltou para Nova York em 1978 e passou nos anos seguintes em trabalho constante, ganhando US$ 2.000 por dia, quase quatro vezes a média estabelecida.[9] Dickinson assinou contrato com a Ford Models, para trabalhar em uma grande campanha publicitária para a nova câmara JVC.[12] Dickinson, que não tinha esquecido a rejeição inicial da Ford, tinha a intenção de se vingar.[12] Ela logo se tornou umas das vinte modelos da Ford contratadas por John Casablancas para o lançamento de sua agência, Elite Model Management.[13]

Nos anos 80, Dickinson foi considerada uma supermodelo, por ter o tipo de nome e de reconhecimento facial que a maioria das mulheres na indústria da moda se esforçam para conseguir.[5] Ela apareceu nas páginas e capas de revistas como a Harper's Bazaar, Cosmopolitan, Photo, Elégance, Vogue, Marie Claire e Playboy, trabalhou com alguns dos nomes mais conhecidos da moda, incluindo Giorgio Armani, Gianni Versace, Valentino, Azzedine Alaïa, Pino Lancetti, Halston e Calvin Klein.[14] Dickinson foi capa da Vogue (Americana e em edições internacionais) 37 vezes.[4] Ela apareceu na capa da revista Elle sete vezes seguidas e foi o rosto de campanhas publicitárias de produtos como cosméticos Revlon, Alberto VO5, Balmain, Obao, Christian Dior, Clairol, Hush Puppies, Jenny, Keiko, Orbit Gum, bolsas Lou Taylor, Max Factor, Virgina Slims e Cutex.[15]

Dickinson procurou maneiras de manter sua relevância dentro da indústria da moda, enquanto se tornava mais velha, começando uma carreira como fotógrafa de moda. Em 2008, Dickinson lançou sua própria linha de jóias do HSN.[16]

Reivindicando ser a primeira supermodelo[editar | editar código-fonte]

Dickinson se auto-proclamou a primeira supermodelo.[4] Numa entrevista para o programa E! True Hollywood Story, da E! Network, ela contou como inventou o termo Supermodel em 1979.[17] No auge da carreira, sua agente, preocupada com o facto dela estar trabalhando muito, disse que "você não é o Super-Homem" e Dickinson replicou: "eu não sou o Super-Homem, sou uma supermodelo".[18]

O termo "supermodelo" já era conhecido na década de 1940. A escritora Judith Cass usou o termo em 1942 por seu artigo no jornal Chicago Tribune, que intitulou "Super Models are Signed for Fashion Show" ("Super Models são assinados por Fashion Show").[19] Mais tarde, em 1943, Clyde Mateus Dessner usou o termo em seu livro sobre modelos.[20]

O termo foi popular durante a década de 1960 a 1970. Em 1968, um artigo na Glamour descreveu Twiggy, Cheryl Tiegs, Wilhelmina, Veruschka, Jean Shrimpton e quinze outras modelos superiores como "supermodelos".[21] Jean Shrimpton também foi descrita como uma supermodelo pela Time em 1971,[22] como eram Beverly Johnson pela Jet em 1977[23] e Naomi Sims em 1978 no book Total Beauty Catalog pelo K.T. Maclay.[24]

Dorian Leigh foi retroactivamente reconhecida como sendo uma das primeiras supermodelos do século XX,[25][26] e sua carreira começou e terminou antes mesmo de Dickinson nascer. Gia Carangi também foi chamada a primeira supermodelo,[27][28] bem como Lisa Fonssagrives.[29]

Referências

  1. Esta data de nascimento tem sido alvo de denúncias, pois algumas fontes dela mesma colocam seu ano de nascimento entre 1951 a 1960
  2. Walls, Jeannette. «Dickinson: Britney a 'hick,' should dump Kevin: Seventies supermodel Janice Dickinson» (em inglês). MSN. Consultado em 28 de novembro de 2007 
  3. a b «GLENN BECK. Encore Presentation: Behind the Cover Girl: Getting Real with Janice Dickinson». CNN. 10 de janeiro de 2007. Consultado em 6 de agosto de 2008 
  4. a b c d e «Celebrity Bios: Janice Dickinson». Us Weekly. Consultado em 9 de outubro de 2008 
  5. a b c «Janice Dickinson biography». AskMen.com. 18 de setembro de 2008. Consultado em 15 de janeiro de 2008. Arquivado do original em 9 de agosto de 2008 
  6. http://www.nndb.com/people/491/000047350/ The Notable Names Database (NNDB)
  7. «Dickinson: 'I Was Fired from Tyra Banks' Show'». www.hollywood.com. 20 de setembro de 2005. Consultado em 6 de agosto de 2008 
  8. a b «Supermodel Janice Dickinson May Have Facilitated Father's Death». starpulse.com. 26 de setembro de 2006. Consultado em 6 de agosto de 2008 
  9. a b c d e Phinney, Susan (setembro 28, 2002). «A moment with ... Janice Dickinson, model/photographer/author». Seattle Post-Intelligencer 
  10. Holland, Nicole. "Janice Dickinson: Breaking the Mold Arquivado em 13 de junho de 2009, no Wayback Machine." Independent Film Quarterly issue 13
  11. http://home.comcast.net/~jandix/bio.html
  12. a b Malkin, Marc S. "Janice Dickinson: Her Lips Aren't Sealed" New York Magazine maio 27, 2002
  13. Demarest, Michael. Harbison, Georgia. "Come with Me to Casablancas" TIME Magazine Monday, Aug. 25, 1980
  14. Janice Dickinson. «Biography». IMDB. I was Versace's muse, I was Valentino's muse, I was Alaia's muse, Lancetti's muse, Calvin Klein's, Halston's. I could go on and on. 
  15. «Modeling the '80s Look: The Faces and Fees are Fabulous». TIME Magazine. Fevereiro 9, 1981 
  16. «HSN Jewelry». Consultado em 14 de janeiro de 2010. Arquivado do original em 11 de outubro de 2011 
  17. Dickinson, Janice (1 de junho de 2006). «Instinct Magazine: Janice Dickinson». Instinct Magazine.com. Consultado em 9 de junho de 2009. Arquivado do original em 7 de dezembro de 2007 
  18. E! True Hollywood Story: Janice Dickinson, E!
  19. Chicago Tribune archives Cass, Judith. Chicago Daily Tribune. "'Super' Models Are Signed for Fashion Show". outubro 6, 1942. pg 21.
  20. Dessner, Clyde (1943). «So You Want to Be a Model!» 
  21. Cokal, Susann. St. James Encyclopedia of Popular Culture. 1999. Michigan: Gale Group.
  22. «People». Time. 17 maio 1971. Consultado em 16 junho 2009 
  23. Jet Magazine dezembro 22, 1977. Vol. 53, No. 14, page 40.
  24. Maclay, K.T. (1978). Total Beauty Catalog. [S.l.: s.n.] ISBN 0698108353 
  25. GROSS, Michael. "Model: The Ugly Business of Beautiful Women", 2003. Harper Paperbacks, ISBN 0060541636(em inglês)
  26. SCOTT, Walter. "Parade", página 2, 10 de Junho 10 de 2007. "Isso é absurdo. ...a primeira supermodelo americana foi Dorian Leigh, que trabalhou de fins da década de 1940 aos anos 1950."
  27. Vallely, Paul (10 de setembro de 2005). «Gia: The tragic tale of the world's first supermodel». The Independent. Consultado em 28 de maio de 2007. Arquivado do original em 1 de janeiro de 2008 
  28. Carolin, Louise. «Gia - the tragedy of a lesbian supermodel». Diva. Consultado em 17 de janeiro de 2008. Arquivado do original em 25 de março de 2007 
  29. Rosemary Ranck (fevereiro 9, 1997), «The First Supermodel», The New York Times, consultado em setembro 24, 2006 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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