João Augusto Gerlinger

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João Augusto Gerlinger
João Augusto Gerlinger
Nascimento 1902
Nuremberg
Morte 1957
São Paulo
Nacionalidade Alemã-Brasileira
Ocupação desenhista, aquarelista e empresario

Nascido em 1902, em Nuremberg, Alemanha, João Augusto Gerlinger imigra ao Brasil em 1929 com a esposa Marie Sofia e a filha Maria Elisabeth, radicando-se inicialmente em São Paulo, onde nesse mesmo ano nasce a sua segunda filha, Marianna Leonore. Encantado e seduzido pelas paisagens do Brasil e, cativado pela alma brasileira, naturaliza-se brasileiro em 1934.

Muda-se com a família ao Rio de Janeiro em 1937, escolhendo o bairro de Santa Teresa para a moradia. Em cartas a familiares, Gerlinger escreveria mais tarde sobre aqueles anos, como sendo os que “foram os mais felizes da minha vida”. Dividindo o seu tempo entre os crescentes negócios e as freqüentes viagens dentro do Brasil e no exterior, matricula-se na antiga Escola Nacional de Belas Artes (1939-1945), onde aprimora os seus estudos academicos em curso regular.

Diante de novas imposições ao mercado importador face às dificuldades no período pós-guerra, João Augusto Gerlinger volta a residir em São Paulo, onde em 1953, com seus irmãos, funda a primeira indústria de alto-falantes no país.

Falece em São Paulo aos 55 anos de problemas cardíacos, deixando um legado artístico de mais de 600 obras, sendo que destas, um montante significativo foi doado pela sua filha Maria Elisabeth ao Museu de Arte de São Paulo em 1983, então sob a direção de Pietro Maria Bardi.

Pietro Maria Bardi assim referiu-se a João Augusto Gerlinger, "Eis hoje um outro desenhista. Inedito, totalmente desconhecido. Nunca fez questao de ser conhecido como profissional, apesar de todas as qualidades e capacidades de pintor. Desenhava para si mesmo, ciumento ate que o outro soubesse. Desenhista de excecao: interpretava as paisagens com meticulosidade, estudando cada minucia, compreendendo o espirito de cada coisa com o amor que nos faz pensar em Claude Geles ou em Corot."[1]

Maria Elisa Carrazzoni[2], diretora do Museu Nacional de Belas Artes, assim escreveu para o catálogo da exposição Paisagens Brasileiras em 1973[3], , “Fascinado pela paisagem, Gerlinger é um apaixonado pintor do Rio de Janeiro. Próspero comerciante, só lhe restam os domingos para sair ao encontro da natureza. E aqui estão os resultados desses passeios solitários em busca da beleza: o Rio nos parece interpretado com a minúcia e a ternura de um namorado que só vê a sua amada aos domingos. E sente que precisa captar para sempre a sua beleza, fixar para sempre a sua imagem. E aqui vemos Santa Tereza, seu casario e suas matas mil vezes desenhadas. Ao longe as montanhas, depois o mar. Com aquarela, crayon ou o simples lápis de cor, Gerlinger consegue todos os efeitos que procura, os planos se sucedem com nitidez, os tons e meio-tons são de perfeita harmonia, os horizontes se ampliam e no simples retângulo branco do papel surge a cidade, sua mata, seu mar e o céu.”

Referencias[editar | editar código-fonte]

  1. 1
  2. 2
  3. 3

1- Dicionario Brasileiro de Artistas Plásticos. Cavalcanti, Carlos. (Org). MEC, 1973

2- CARRAZZONI, Maria Elisa: Um Museu de Arte sob O Regime Autoritário. Rio de Janeiro: s/ed., 2ª edição, 2001

3- Jornal do Brasil, 1973: Artes

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  • [1] Joao Augusto Gerlinger: catálogo de exposição no Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro (1973)
  • [2] Obra: Araucária e Pinheiros
  • [3] Obra: Nus Femininos em Pé e Sentados
  • [4] Ayala, W., Arqueologia Artística, Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 16 de Outubro de 1972, Artes Plásticas
  • [5] Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 1 de Abril de 1973, Artes
  • [6] Art & Artists Files in the Smithsonian Librarie's Collection

Ver também[editar | editar código-fonte]


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