João Carneiro da Silva Rego

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João Carneiro da Silva Rego (17?? - 18??) foi um político brasileiro do período Imperial, indicado vice-Presidente da Província da Bahia durante a Sabinada e governador de fato durante o período.

Era bacharel em direito,[1] senhor de terras e escravos, tendo sido eleito deputado para a Assembleia Provincial,[2] no ano de 1835 - com inexpressiva votação e político de pouca participação e iniciativa.[3]

Em 1837, sendo proclamada em Salvador a independência da Província, com o nome de República Bahiense, é adotado o sistema republicano de governo; Silva Rego foi eleito Vice do Presidente Inocêncio da Rocha Galvão, célebre participante da Revolta dos Periquitos de 1824, mas como este encontrava-se nos Estados Unidos, o Vice-Presidente Silva Rego foi levado a interinamente ocupar a governadoria[2] e encaminhou à Câmara de Vereadores da capital uma proposta que faria com que tal emancipação durasse somente até a maioridade do Imperador-criança, D. Pedro II.[4]

Durante o movimento demonstrou pouca ou nenhuma combatividade.[3] Lançou, efetivamente, proclamações ambíguas, no começo afirmando a total secessão da cidade, mais tarde como situação interina até a maioridade do Imperador-criança. Também assinou um decreto autorizando fossem arrombados os cofres públicos.[5]

Consta, ainda, que no interior do movimento houve uma tentativa de golpe, no qual se procuraria derrubá-lo para que, no seu lugar, ficasse o Francisco Sabino, e que este teria sido sustado pelo negro major Santa Eufrásia, que então ganhara notoriedade.[6]

Mais tarde, fracassado o movimento secessionista, seu filho homônimo declarou que somente assinou a Ata que proclamara a República porque no Paço Municipal se encontravam muitas "pessoas de beca" e que a assinara sem ter lido o conteúdo.[7]

Durante seu julgamento alegou que não promovera a insurreição de escravos, sendo ele senhor de muitos deles - mas foi condenado também por este crime.[8]

Em maio de 1838 ele e seu filho estavam presos na corveta 7 de Abril, quando solicitaram fossem transferidos para uma cadeia em terra. [9]

Referências

  1. LOPES, Juliana Serzedello Crespim, Identidades Políticas e Raciais na Sabinada (Bahia, 1837-1838), USP, São Paulo, 2008, pág. 36
  2. a b LOPES, op. cit., pág. 13
  3. a b LOPES, op. cit., pág. 55
  4. Hendrik Kraay (13 de novembro de 2009). «A república suicida». Revista de História da Biblioteca Nacional. Consultado em 6 de abril de 2011. Arquivado do original em 19 de maio de 2011 
  5. LOPES, op. cit., nota 157, pág. 85.
  6. LOPES, op. cit., pág. 119
  7. LOPES, op. cit., pág. 36
  8. LOPES, op. cit., pág. 133.
  9. Cláudia Moraes Trindade (junho. 2008). «A reforma prisional na Bahia oitocentista». Revista de História, n.158 São Paulo. Consultado em 1 de abril de 2011 
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