João III de Constantinopla

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 Nota: Para outros significados, veja João Escolástico.
João III de Constantinopla
Nascimento 503
Morte 31 de agosto de 577
Cidadania Império Bizantino
Ocupação sacerdote
Religião Cristianismo calcedônio, Igreja Católica

João III (? — 31 de agosto de 577), dito João Escolástico e João, o Advogado, foi o patriarca de Constantinopla entre 12 de abril de 565 até a sua morte. Ele é considerado um santo pela Igreja Ortodoxa.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

João nasceu em Sirimis, na região da Cinégia, perto de Antioquia. Havia naquele tempo um florescente colégio de advogados em Antioquia, que ele ingressou e se tornou famoso. Ele foi suprimido em 533 pelo imperador bizantino Justiniano I. João foi ordenado e se tornou um agente e um secretário de sua igreja, o que o colocou em contato com a corte imperial em Constantinopla. Quando Justiniano, mais para o final de sua vida, tentou elevar a heresia dos Aftartodócetas ao status de ortodoxia doutrinária e ordenou a expulsão de Eutíquio por sua oposição, o hábil clérigo-advogado de Antioquia, que já tinha se distinguido por sua grande edição dos cânones, foi escolhido para levar a cabo o desejo do imperador[1].

Obras[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Sinagoga dos cinquenta títulos

Ele foi também creditado por sua metódica classificação da Lei canônica, a "Sinopse da Lei Canônica". Seguindo algumas obras mais antigas que ele menciona no prefácio, João abandonou o plano histórico de apresentar os decretos de cada concílio na ordem em que eles ocorreram e os arrumou sob um princípio filosófico, de acordo com a matéria. Os mais antigos escritores tinham sessenta cabeçalhos, mas ele conseguiu reduzi-los a cinquenta[1].

Os cânones dos concílios abaixo já tinham sido colecionados e traduzidos para o grego na época de João[1]:

A eles, João acrescentou os 89 cânones do Cânone dos Apóstolos, os 21 cânones do Concílio de Sárdica e os 68 da carta canônica de Basílio. Escrevendo a Fócio, o Papa Nicolau I cita uma harmonia de cânones que inclui os de Sárdica, que só pode ser a de João, o Advogado. Quando João veio para Constantinopla, ele editou o Nomocano, uma condensação de sua antiga obra, com a adição de uma comparação dos transcritos imperiais e as leis civis (especialmente as "Novelas de Justiniano") em cada cabeçalho. Teodoro Bálsamo o cita sem nomear o autor em suas notas sobre o primeiro cânone do concílio In Trullo. Num manuscrito da Biblioteca de Paris, o Nomocano é atribuído a Teodoreto, mas em todos os outros, a João. Em 1661, estas duas obras foram reimpressas no começo do volume ii da Bibliotheca Canonica de Justel, em Paris[1].

Fócio (cód. lxxv) menciona seu catecismo, no qual ele estabeleceu a doutrina da Trindade consubstancial, dizendo que ele o escrevera em 568, sob Justino II, e que ele foi depois atacado pelo ímpio João Filopono. Fabricius considera que a "Sinopse" e o "Nomocano" foram corretamente atribuídos a João, o Advogado, com toda probabilidade[1].

Patriarca de Constantinopla[editar | editar código-fonte]

Pouco se sabe de sua carreira episcopal. Sete meses após a sua ascensão, Justiniano morreu e o novo imperador, Justino II, foi coroado por ele em 14 de novembro de 565[1].

Ele organizou também um ponto de compromisso entre os calcedonianos e não calcedonianos em 567, reunindo temporariamente as duas facções em 571[1].

João morreu um pouco antes de Justino, em 577[1].

João III de Constantinopla
(565 - 577)
Precedido por:

Patriarcas ecumênicos de Constantinopla

Sucedido por:
Eutíquio 57.º Eutíquio

Referências

  1. a b c d e f g h i Este artigo incorpora texto do verbete Joannes Scholasticus, bp. of Constantinople no "Dicionário de Biografias Cristãs e Literatura do final do século VI, com o relato das principais seitas e heresias" (em inglês) por Henry Wace (1911), uma publicação agora em domínio público.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]