João Scognamiglio Clá Dias

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
João Scognamiglio Clá Dias
Monsenhor da Igreja Católica
Cônego honorário da Basílica Papal de Santa Maria Maior
Protonotário Apostólico
Info/Prelado da Igreja Católica

Título

Fundador de Virgo Flos Carmeli, Regina Virginum e dos Arautos do Evangelho
Hierarquia
Papa Francisco
Atividade eclesiástica
Congregação Arautos do Evangelho
Diocese Diocese de Roma
Ordenação e nomeação
Ordenação presbiteral 15 de junho de 2005 (65 anos)
Dados pessoais
Nascimento São Paulo
15 de agosto de 1939 (84 anos)[1]
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Annita Scognamiglio
Pai: Antonio Clá Diaz
Categoria:Igreja Católica
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

João Scognamiglio Clá Dias EP (São Paulo, 15 de agosto de 1939) é um religioso brasileiro, fundador dos Arautos do Evangelho, uma associação privada de fiéis de Direito Pontifício[2] e das Sociedades de Vida Apostólica Regina Virginum e Virgo Flos Carmeli.

Monsenhor Clá Dias é autor de várias obras, que incluem O Inédito sobre os Evangelhos (2013-2016), em 7 volumes, e a sua biografia de Plinio Corrêa de Oliveira, O Dom de Sabedoria na Mente, Vida e Obra de Plinio Corrêa de Oliveira (2016), em 5 volumes, ambas editadas pela Libreria Editrice Vaticana.[3]

Em 12 de junho de 2017, foi publicada uma carta, datada em 2 de junho de 2017, na qual Monsenhor João Clá Dias anuncia sua renúncia ao cargo de Superior Geral dos Arautos do Evangelho[4] em meio a investigações do Vaticano de abusos nos Arautos do Evangelho.[5]

Vida[editar | editar código-fonte]

Filho de Antonio Cla Díaz, espanhol nascido em Ceuta, e de Annita Scognamiglio, paulistana filha de imigrantes italianos, sempre teve forte formação religiosa em família.[6][7]

Foi membro da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP) durante décadas, associação civil de cunho católico que combateu o comunismo e o progressismo no Brasil, e se espalhou pelo mundo sob a liderança do leigo Plinio Corrêa de Oliveira.[8] Como membro da sociedade, escreveu um livro sobre a mãe de Plinio, Lucilia Corrêa de Oliveira, chamado Dona Lucilia,[9] com prefácio do Pe. Antonio Royo Marín, O.P..

No dia 15 de agosto de 2009, o Papa Bento XVI conferiu-lhe, pelas mãos do cardeal Franc Rodé, a medalha Pro Ecclesia et Pontifice, concedida àqueles que se distinguem por sua atuação em favor da Igreja Católica e do papado.[carece de fontes?]

Monsenhor João Clá é cônego honorário da Basílica Papal de Santa Maria Maior, em Roma, e protonotário apostólico. É também membro da Sociedade Internacional Tomás de Aquino, da Academia Marial de Aparecida e da Pontifícia Academia da Imaculada.[carece de fontes?]

Foi condecorado em diversos países por sua atividade cultural e científica, recebendo a Medalha de Ciências do México e o título de Doutor Honoris Causa, outorgado pela UniÍtalo,[10] de São Paulo. É licenciado em Humanidades pela Pontifícia Universidade Católica Madre y Maestra, da República Dominicana, doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino (Angelicum) e em Teologia pela Universidad Pontifícia Bolivariana, de Medellín, Colômbia.[carece de fontes?]

Tendo em vista a necessidade de formação intelectual, espiritual e doutrinária dos Arautos do Evangelho, Monsenhor João fundou o Instituto Filosófico Aristotélico Tomista (IFAT) e o Instituto Teológico São Tomás de Aquino, bem como o Instituto Filosófico-Teológico Santa Escolástica para o setor feminino. Para ajudar a cuidar das vocações dos jovens, promoveu a abertura de vários colégios de Ensino Médio, entre os quais o Colégio Internacional Arautos do Evangelho, na Grande São Paulo.[carece de fontes?]

Desde o seu AVC e sequelas decorrentes,[11] iniciadas nos anos 2000, raramente aparece em público.[12]

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Em 12 de junho de 2017, foi publicada uma carta, datada em 2 de junho de 2017, na qual Monsenhor João Clá Dias anunciava sua renúncia ao cargo de Superior Geral dos Arautos do Evangelho[4] em meio a investigações do Vaticano. Um elemento nesta investigação foi um vídeo apresentado por Andrea Tornielli,[13] em um artigo publicado no jornal italiano La Stampa, que mostrava vários membros dos Arautos do Evangelho, incluindo o Monsenhor Clá, ouvindo uma descrição de um "exorcismo", a qual, dentre outros relatos, "as chaves Pontifícias estavam na mão do diabo mas iam passar para as mãos" do Monsenhor.[5][14]

Segundo a revista Veja, o ponto máximo da descrição do exorcismo é quando o Papa Francisco se torna o assunto. “E o Vaticano?”, pergunta o sacerdote do diálogo. Resposta: “Estou na cabeça. Ele é meu. Eu mexo na cabeça. Ele faz tudo o que quero. Ele é um estúpido. Ele me serve.” Pergunta o sacerdote: “Como será a morte dele?” Diz o demônio: “Ele vai escorregar e vai cair. Vai bater a cabeça. Mas ainda falta um pouco. Vai ser no Vaticano. E virá outro papa, Rodé. E será bom.”[15]

Naquela época, os Arautos emitiram uma nota de esclarecimento afirmando que este era um vídeo antigo e que o vazamento havia ocorrido de forma inadequada e fora de contexto. Além disso, esclareceu que todas as medidas apropriadas foram tomadas de acordo com o Direito Canônico e à luz da teologia católica.[16]

Em outubro de 2019, uma investigação do Ministério Público foi aberta devido a diversas denúncias de maus tratos, tortura e humilhação. Há vídeos onde o próprio João Clá agride e humilha jovens.[17] Ao Fantástico, três representantes dos Arautos do Evangelho repudiaram todas as acusações e disseram que são vítimas de perseguição religiosa.[18]

Há também um relato de abuso sexual que teria sido cometido por João Clá Dias,[19] porém a Polícia Civil do Estado de São Paulo concluiu que não há indícios de materialidade para esta denúncia.[20]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Certid%C3%A3o_de_Nascimento_de_Jo%C3%A3o_cl%C3%A1_Dias.jpg
  2. Repertório das Associações Internacionais de Fiéis (em espanhol)
  3. «Libreria Editrice Vaticana e Arautos do Evangelho lançam a obra "O Dom de Sabedoria na Mente, Vida e Obra de Plínio Corrêa de Oliveira"». Gaudium Press. 29 de julho de 2016. Consultado em 3 de dezembro de 2019 
  4. a b «Destinado a mais alta missão». Gaudium Press. 12 de junho de 2017. Consultado em 24 de novembro de 2019 
  5. a b Tornielli, Andrea (12 de junho de 2017), «Heralds of the Gospel, the founder leaves while the Vatican investigates», La Stampa, consultado em 30 de setembro de 2019 
  6. Estado de São Paulo (8 de agosto de 1912). «Registro de matrícula na Hospedaria de Imigrantes de São Paulo» (PDF). Consultado em 11 de maio de 2020 
  7. «Religião no Cyberspace: Cultura do Imaterial e Estética Classicista no Portal dos Arautos do Evangelho» (PDF). Revista Eletrônica CoMtempo, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero 
  8. João Clá Dias, Comentário sobre o Fundador dos Arautos. [/05/2015 «Considerações sobre a Igreja Católica hoje»] Verifique valor |url= (ajuda). Estudos dos artigo, pg1 e pg2 
  9. Em duas edições: 1995 (Artpress) e 2011 (Libreria Editrice Vaticana), quando João Clá já havia se tornado Monsenhor. A segunda edição suprime certos trechos. Um exemplo é a Carta de Outubro de 1962 para D. Lucilia, na qual seu filho critica o Concílio Vaticano II (Primeira edição, vol.III, p. 117). Outro é a supressão de parte da carta do vol.III (Primeira edição, cap.XIV, pg.120), na qual havia uma crítica ao clergyman eclesiástico.
  10. Discurso de titulação Honoris Causa[ligação inativa]
  11. «Igreja Católica investiga denúncia contra associação Arautos do Evangelho». cbn.globoradio.globo.com. Consultado em 4 de maio de 2021 
  12. Oliveira, Thais Reis (4 de novembro de 2019). «Contra a Globo, Arautos assumem afinidade com o governo Bolsonaro». CartaCapital. Consultado em 4 de maio de 2021 
  13. «What is the intention of Mr. Andrea Tornielli in attacking the Heralds of the Gospel? To Create a Schism in the Church?». Heralds of the Gospel, Canada. 17 de junho de 2017 
  14. «Return of the Vocations Crisis | Marco Tosatti». First Things (em inglês). Consultado em 28 de setembro de 2018 
  15. «Com o demônio não se brinca». VEJA. Consultado em 12 de janeiro de 2020 
  16. Arautos do Evangelho: Nota de Esclarecimento, Arquidiocese de São Salvador da Bahia, 29 de junho de 2017 (Portuguese)
  17. «MP investiga denúncias contra grupo católico conservador Arautos do Evangelho por tortura, estupro e humilhação». G1. Consultado em 21 de outubro de 2019 
  18. Fantástico, ed. (27 de outubro de 2019). «Fundador do Arautos do Evangelho dá tapas em jovens em novo vídeo». Consultado em 28 de outubro de 2019 
  19. «Igreja Católica investiga denúncia contra associação Arautos do Evangelho». CBN. Consultado em 1 de novembro de 2019 
  20. «Polícia Civil conclui inquérito sem indiciamento do fundador da Arautos do Evangelho». CBN. Consultado em 3 de janeiro de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]