João de Bagauna

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de João de Bagaran)
João de Bagauna
João de Bagauna
Bandeira da Igreja Apostólica Armênia
Nascimento
Bagauna
Morte 611
Nacionalidade Armênio
Ocupação Religioso
Título
  • Anticatólico da Armênia
Religião Igreja Apostólica Armênia

João de Bagauna (em armênio/arménio: br; Hovhannes Bagarantsi; m. 611) foi o anticatólico instalado pelos bizantinos em oposição ao católico de todos os armênios da Igreja Apostólica Armênia Moisés II e Abraão I, de 590/1 a 611.

Contexto[editar | editar código-fonte]

Após a divisão da Armênia entre o imperador Maurício (r. 582–602) e o Cosroes II (r. 590–628) em 590/1, Maurício convidou o católico de todos os armênios Moisés II e os bispos armênios para um sínodo greco-armênio em Constantinopla; anticalcedônio, Moisés, em sua sede no território persa, em Dúbio, declinou o convite.[1] Maurício então nomeou o anticatólico João (a pedido do bispo pró-calcedônio Teodoro de Teodosiópolis, de acordo com Moisés de Dascurene[2]), provocando um cisma na Igreja Armênia.[3]

Vida[editar | editar código-fonte]

João é originário de Bagauna, do cantão de Cogovita, na província história de Airarate; o historiador armênio do século VII Moisés de Dascurene chama-o de "Estilita".[2] Mudou sua sede de Dúbio para a zona bizantina, em Avã.[4] Construiu uma catedral, dedicada a São João,[5] e um palácio catolicossal do qual restam apenas ruínas. Se foi bem sucedido, não está claro como se apossou dos vasos sagrados da catedral de São Gregório em Dúbio e os transferiu para Teodosiópolis, porém foi expulso de Avã quando as hostilidades entre persas e bizantinos recomeçaram em 602-603.[6] Capturados pelos persas em 610 em Teodosiópolis, foi então exilado para Hamadã, onde morreu em 611. Seu corpo foi trazido de volta a Avã.[7] Sua morte pôs fim ao cisma e permitiu que Abraão I de Albatã sucedesse Moisés II sem nenhum adversário,[8] após intervalo de três anos no qual a Igreja foi chefiada pelo lugar-tenente Vertanes, o Gramático.[9] Embora tenha sido consideravelmente criticado, nem todos os historiadores armênios foram desfavoráveis a ele: João V de Drascanacerta (católico do século X) mostra o anticatólico como de boa-fé,[1] e Sebeos menciona-o sua santidade.[8]

Referências

  1. a b Grousset 1947, p. 265.
  2. a b João V de Drascanacerta 2004, p. 130.
  3. Dédéyan 2007, p. 205.
  4. Hovannisian 1997, p. 112.
  5. Donabédian 1987, p. 68.
  6. Donabédian 1987, p. 500-501.
  7. Grousset 1947, p. 272.
  8. a b Grousset 1947, p. 266.
  9. Grousset 1947, p. 267.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Donabédian, Patrick; Jean-Michel Thierry (1987). Les arts arméniens. Paris: Éditions Mazenod. ISBN 2-85088-017-5 
  • Grousset, René (1947). Histoire de l’Arménie des origines à 1071. Paris: Payot 
  • Hovannisian, Richard G. (1997). Histoire d'Arménie, Introduction, traduction et notes par Patricia Boisson-Chenorhokian. Nova Iorque: Palgrave Macmillan. ISBN 978-1-4039-6421-2