Joaquim Naegele

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Joaquim Naegele
Informação geral
Nome completo Joaquim Antônio Langsdorf Naegele
Nascimento 2 de junho de 1899
Local de nascimento Cantagalo
Brasil
Morte 3 de março de 1986 (86 anos)
Gênero(s) Clássico
Ocupação(ões) maestro, professor e fotógrafo

Joaquim Antônio Langsdorf Naegele (Cantagalo, 2 de junho de 18993 de março de 1986) foi um maestro, compositor e jornalista brasileiro.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascido na localidade de Santa Rita do Rio Negro, atualmente denominada de Euclidelândia, sendo o terceiro distrito do município de Cantagalo. O maestro Joaquim Naegele é uma das referências musicais no Brasil quando se trata de composição para bandas musicais.[1]

Começou a estudar música ainda menino, sendo um de seus professores o ilustre maestro Francisco Braga, com o qual completou sua formação teórica.[2]

Em 1942 fixa-se no Rio de Janeiro, onde criou a Sociedade Musical Flor do Ritmo[3], situada no subúrbio da Piedade, transferindo-se em 1952 para o Méier, ambos no Rio de Janeiro. Alguns personagens de destaque na cultura brasileira, como Wilson das Neves, Elza Soares, Zeca Pagodinho, Bezerra da Silva e muitos outros, iniciaram sua formação musical em sua escola.[1] Naegele destacou-se como regente e professor responsável pela formação e a profissionalização de muitos músicos da Baixada Fluminense e na cidade do Rio de Janeiro.[4]

Foi jornalista na cidade de Miracema e membro do Conselho de Cultura do Estado do Rio de Janeiro. Maestro por vinte e cinco anos da Sociedade Musical Beneficente Campesina Friburguense[1][5], seu acervo musical e sua batuta foram doados pela família ao maestro Affonso Gonçalves dos Reis, da Banda Musical do Colégio Salesiano Santa Rosa de Niterói, que o acompanhou nos últimos tempos.[1]

Atuou como militante político e patriota, destacando-se, sobretudo, como defensor na campanha O Petróleo É Nosso, nos anos 1950. Membro do Partido Comunista, Naegele foi preso e perseguido várias vezes, o que o motivou na composição de seu famoso dobrado A Voz do Cárcere. O dobrado Janjão, também de sua autoria, ficou conhecido internacionalmente ao virar prefixo da BBC de Londres, durante a Segunda Guerra Mundial.[2][1][6]

Composições[editar | editar código-fonte]

Suas composições, criadas exclusivamente para bandas de música, integram os acervos de partituras de todo o Brasil e sua lembrança é parte fundamental da memória das bandas centenárias.[7][8]

  • Ouro Negro
  • Janjão
  • Mão de Luva
  • A Voz do Cárcere
  • Professor Celso Wotzenlogel
  • Rio Quatrocentão
  • Carlos Rotay
  • Carlos Teixeira
  • Prefeito Wilder S. de Paula
  • Passeio Trágico
  • José Naegele
  • A Estrela de Friburgo
  • A Canjerana
  • Dobrado Mestre Filó
  • Jornalista Zair Cançado
  • A Vida Pela Flor (Fantasia para clarineta e banda)
  • Estrela de Friburgo (Polca para trompete e banda)
  • Batuquinho
  • Maestro Adoasto
  • Pagé

Homenagens[editar | editar código-fonte]

A cidade de Cantagalo nomeou uma rua em memória ao maestro Joaquim Antônio Naegele nascido na cidade,[9] onde também foi erguido um busto no principal jardim público da cidade, a Praça Papa João XXIII.[1]

De semelhante modo, em homenagem a Naegele, um extenso logradouro público no bairro de Conselheiro Paulino, na cidade de Nova Friburgo recebeu a denominação de Avenida Maestro Joaquim Naegele[10]; já na cidade do Rio de Janeiro a homenagem foi feita em nomeclatura de uma rua no bairro de Campo Grande, na Zona Oeste da cidade.[11]

Referências

  1. a b c d e f FRAUCHES, Celso (21 de abril de 2021). «Joaquim Naegele: um passeio ao passado». Jornal da Região. Consultado em 9 de abril de 2023 
  2. a b «Filhos Ilustres». Portal da Prefeitura Municipal de Cantagalo (RJ). Consultado em 15 de dezembro de 2014. Arquivado do original em 16 de dezembro de 2014 
  3. José Campos Reinato (2010). Música Ao Seu Alcance Vol Ii. [S.l.]: Clube de Autores. p. 85. 214 páginas 
  4. «Joaquim Naegele». Casa do Choro. Enciclopédia Ilustrada do Choro no Séc. XIX. 21 de abril de 2021. Consultado em 9 de abril de 2023 
  5. «Maestro Joaquim Naegele». Sociedade Musical Beneficente Campesina Friburguense. Consultado em 24 de dezembro de 2014. Arquivado do original em 25 de dezembro de 2014 
  6. BORGES, Daniel Daumas (2016). «Joaquim Naegele: A voz dos subalternos ressoando de uma banda de música em Nova Friburgo(RJ)» 17 ed. Revista Debates, da UNIRIO. Consultado em 9 de abril de 2023 
  7. «Série Repertório de Ouro das Bandas de Música do Brasil» (PDF). Fundação Nacional de Artes - FUNARTE. Consultado em 15 de dezembro de 2014 
  8. «memória do teatro musical do Rio de Janeiro». El Bufon. Consultado em 15 de dezembro de 2014. Arquivado do original em 16 de dezembro de 2014 
  9. «102 R. Maestro Joaquim Antônio Naegele». Google Street View. Consultado em 1 de abril de 2023 
  10. «CEP: Avenida Maestro Joaquim Naegele». site CEPs Brasil. Consultado em 1 de abril de 2023 
  11. «102 R. Maestro Joaquim Naegele». Google Street View. Consultado em 1 de abril de 2023