Jorge Coutinho

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Jorge Coutinho
Dados pessoais
Nascimento 6 de setembro de 1934 (89 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileiro
Partido MDB (1990-2020)
PROS (2020-2023)
Solidariedade (2023-presente)
Ocupação Ator, radialista, diretor, produtor e roteirista

Jorge Coutinho (Rio de Janeiro, 6 de setembro de 1934) é um ator, radialista, diretor, produtor e roteirista brasileiro filiado ao Solidariedade. Dirigiu o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (Sated/RJ) por quatro mandatos. Atua no movimento negro há décadas e tem longa experiência na área de cultura.

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Filho caçula da dona de casa Mercedes Antônia Coutinho, natural de Vassouras, e do marmorista Manoel Coutinho, Jorge Coutinho veio ao mundo pelas mãos de sua avó, a parteira Marta Rocha. Passou a infância nos bairros de São Cristóvão e Cordovil, enfrentando muitas dificuldades: por falta de condições da família, estudava sob luz de lamparina e carregava latas d’água na cabeça.

Na adolescência, trabalhou como lixador em uma fábrica de sapatos no bairro Triagem. Foi também nessa época que começou a frequentar o mundo do samba, pelas mãos de sua avó paterna, Hercília, integrante da Escola de Samba Unidos da Capela, de Parada de Lucas. Com a separação de seus pais e a morte de sua avó paterna, muda-se  para o Parque Proletário da Gávea, onde passa a viver com sua mãe. Aos 18 anos, alista-se ao Exército e, no cumprimento do serviço militar, aprende o ofício de bombeiro eletricista.

De volta à vida civil. Jorge Coutinho começa a trabalhar no Copacabana Palace, como bombeiro hidráulico. Um emprego que mudaria a sua vida: ao assistir aos ensaios de grandes companhias artísticas, o rapaz se encanta pelo teatro e se matricula no Tablado. Em 1958 estreia com a peça “Do mundo nada se leva”, com direção de Maria Clara Machado. Dois anos depois, participa do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (CPC/UNE), iniciando sua missão de levar a cultura às classes menos favorecidas. Foi também por esse motivo, que ele se fez presente na criação do Cinema Novo e do Grupo Opinião.

Durante o regime militar, Jorge Coutinho, em parceria com Leonides Bayer, produziu o “espetáculo Noitada de samba”, que ficou dez anos em cartaz, abrindo espaço para artistas da periferia. O movimento cultural e político que surgiu ao redor do espetáculo desagradou ao governo e Jorge Coutinho precisou se exilar na Argentina, onde ficou dois anos. Na TV, protagonizou o primeiro beijo entre um negro e uma branca, na novela “Passo dos ventos”, de Janete Clair.

Vida profissional[editar | editar código-fonte]

Na vice-presidência da Funarj, Jorge Coutinho idealizou a Assessoria para Assuntos Afrodescendentes da Secretaria de Estado de Cultura, possibilitando  a realização de cinco filmes dirigidos por cineastas negros. Também comandou o Departamento de Música da Rio Arte/Fundação Rio, órgão ligado à Prefeitura.

Esteve à frente dos teatros Cacilda Becker e Glauce Rocha. Dirigiu o Sistema Radiobrás/RJ que envolvia cinco emissoras. Diretor-Presidente da Rádio Roquette Pinto 94.1 FM, foi responsável, em apenas cinco meses, pelo retorno da Rádio Roquette Pinto AM 630, que estava havia oito anos desativada. Criou o programa "Dicas de uma raça", retransmitido em cerca de 700 emissoras de todo o país.

Em 2004, inicia sua carreira sindical, à frente do Sated/RJ. De lá para cá, foi reeleito três vezes para representar os cerca de 31 mil associados.

Filmografia[editar | editar código-fonte]

Trabalhos na televisão[editar | editar código-fonte]

Ano Título Personagem
2011 A Vida da Gente
2008 Duas Caras Celestino Soares da Costa
2007 Bicho do Mato Hercílio
2006 Filhos do Carnaval Joel da Paixão
2004 Da Cor do Pecado Ítalo
1999 Andando nas Nuvens Roberto
1997 Por Amor José
1995 História de Amor Ernani
1993 Agosto Pai Miguel [1]
1988 Abolição André Rebouças[2]
1985 Tenda dos Milagres Zé da Inácia
Roque Santeiro homem humilhado de vila miséria
1984 Meu Destino É Pecar Capanga
Partido Alto Daniel
1979 Carga Pesada Torto
1975 Escalada Felício
1969 A Cabana do Pai Tomás Angelus
Véu de Noiva
1968 Passo dos Ventos Bienaimé

Cinema[editar | editar código-fonte]

Ano Título Personagem Notas
2013 O Concurso Desembargador Anastácio
2008 A Ilha dos Escravos Abílio
2006 O Veneno da Madrugada
2004 Cascalho Zé de Peixoto [3]
2001 A Breve Estória de Cândido Sampaio Marido da Emergente Curta-metragem
1999 Uma Aventura do Zico
1990 Stelinha Calça-curta
1984 Quilombo Sale
Memórias do Cárcere
1980 Parceiros da Aventura Delegado
1979 A Deusa Negra Oluyole
1978 Chuvas de Verão Sanhaço
O Cortiço Alexandre
1977 Ladrões de Cinema
1971 Crioulo Doido Felisberto
1969 O Matador Profissional
1967 Perpétuo Contra o Esquadrão da Morte Matroca
1965 Os Vencidos
1963 Ganga Zumba
Gimba, Presidente dos Valentes Ruy
1962 O Assalto ao Trem Pagador Irmão de Tião Bonifácio
Cinco Vezes Favela Segmento: "Escola de Samba Alegria de Viver"

Referências

  1. «Agosto». teledramaturgia.com.br. Consultado em 1 de outubro de 2023 
  2. «Abolição». teledramaturgia.com.br. Consultado em 1 de outubro de 2023 
  3. «Cascalho». adorocinema.com. Consultado em 1 de outubro de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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