José Feliciano de Castilho Barreto e Noronha

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José Feliciano de Castilho Barreto e Noronha, retrato na Biblioteca Nacional de Portugal.

José Feliciano de Castilho Barreto e Noronha (Lisboa, 4 de Março de 1810 - Rio de Janeiro 11 de Março de 1879) foi um jornalista, escritor e advogado português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Era filho do Doutor José Feliciano de Castilho (1769-1826) e de D. Domicília Máxima Doroteia da Silva, irmão de António Feliciano de Castilho e tio de Júlio de Castilho. Estudou direito em Coimbra e aos 17 anos escreveu a comédia O estudante de Coimbra, ou um fidalgo como há muitos. Em 1829, depois de estar escondido dentro e fora de Lisboa partiu para França, onde os seus irmãos já se encontravam emigrados devido às perseguições absolutistas. Bateu-se na Revolução de 1830. Formou-se em medicina em França onde abriu cursos de mnemotecnia.

Em 1836, juntamente com outros escritores, fundou o Jornal da Sociedade dos Amigos das Letras, colaborou no Independente, na Guarda Avançada aos Domingos, entre outros, e em 1841 fundou a Revista Universal Lisbonense [1] com o seu irmão Alexandre Magno. Também se encontra colaboração sua no Jornal da Sociedade dos Amigos das Letras [2] (1836), Revista do Conservatório Real de Lisboa [3] (1842) e na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil [4] (1859-1865).

Em 1842 exerceu a redacção do Diário do Governo por apenas 15 dias, estabeleceu uma tipografia na rua do Abarracamento de Peniche, e tornou-se o redactor principal do jornal A Restauração da Carta.

Em 22 de Março de 1843 foi nomeado bibliotecário-mor da Biblioteca Nacional de Lisboa.

Em 1846 foi tenente-coronel do batalhão dos Voluntários da Carta, e foi ainda deputado nas legislaturas que ocorreram depois do golpe de Estado de Costa Cabral. Nessa altura publicou a Livraria Clássica com o seu irmão António Feliciano da Castilho.

Em 1846 estabeleceu-se com advogado no Rio de Janeiro, onde fundou o jornal Íris e colaborou em diversos periódicos.

Foi casado com a inglesa D. Mariana Maynard, de quem teve filhos.

Principais Obras[editar | editar código-fonte]

  • Os estudantes de Coimbra, ou um fidalgo com há muitos, comédia em cinco actos (1827)
  • Grito de Liberdade : canto dedicado aos emigrantes portuguezes / por um portuguez. (1830)
  • Recueil de souvenirs pour le cours de mnemotechnie (1831)
  • Traité de mnemotechnie (1831)
  • Dictionnaire de mnemotechnie (1831)
  • Arte de ser amado : romance historico em verso e em cartas / collígidas por Abel Christiano de Bettencourt (pseudónimo) (1837)
  • Traité du Consulat (1842), escrito com José Ribeiro dos Santos
  • Relatorio acerca da Bibliotheca Nacional de Lisboa, e mais estabelecimentos annexos, dirigido ao Exm.o Sr. Ministro e Secretario d'Estado dos Negocios do Reino. No 1º de Janeiro de 1844
  • Os amores de P. Ovídio Nasão / Ovidio Nasão; Trad. Paraphrastica (Inderessada Exclusivamente Aos Homens Feitos e Estudiosos Das Lettras Clássicas) Por Antonio Feliciano de Castilho; Grinalda Ovidiana, appendice á paraphrase dos Amores / por José Feliciano de Castilho Barreto e Noronha. (1858)
  • João Baptista Moreira, barão de Moreira : esboço biographico (1862)
  • Memória sobre a segunda egloga de Virgilio Corydon e Alexis (1862)
  • Os Serões do Convento (1862), por "M.L." -- obra erótica anónima, atribuída a José Feliciano de Castilho[5]
  • Prólogo da obra Excerptos de João de Lucena. Comentados por José Silvestre Ribeiro [18--].
  • A aguia no ovo e nos astros, sive A eschola coimbrã na sua aurora e em seo zenith (1866)
  • A escola coimbrã : cartas do sr. conselheiro José Feliciano de Castilho Barreto e Noronha ao Correio Mercantil do Rio de Janeiro (1866)
  • Manoel Maria du Bocage : excerptos ; seguidos de uma noticia sobre sua vida e obras, um juizo critico, apreciações de bellezas e defeitos e estudos de língua (1867)
  • Polémica litterária : pena de tallião : resposta pelo conselheiro J. F. de Castilho Barreto e Noronha a João Minimo a propósito de umas criticas deste à versão das Georgicas de Virgilio. (1868)
  • Memória sobre o exemplar dos Lusíadas da Biblioteca particular de S. M. o Imperador do Brasil (1880)
  • Relatorio acerca da Biblioteca Nacional de Lisboa e mais estabelecimentos annexos, José Feliciano de Castilho, Typographia Lusitana
Volume 1, 1844
Volume 4, 1845

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Grande enciclopédia portuguesa e brasileira, Edição de Editorial Enciclopédia, limitada, 1936, volume VI, p. 216-217.

Referências

  1. Rita Correia (30 de novembro de 2006). «Ficha histórica:Revista Universal Lisbonense.(1841-1853)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 15 de setembro de 2014 
  2. Helena Roldão (16 de abril de 2013). «Ficha histórica: Jornal da Sociedade dos Amigos das Letras (1836)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 2 de dezembro de 2014 
  3. Helena Roldão (28 de outubro de 2014). «Ficha histórica:Revista do Conservatório Real de Lisboa (1842)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 23 de julho de 2015 
  4. Pedro Mesquita (6 de dezembro de 2013). «Ficha histórica:Revista Contemporânea de Portugal e Brasil (1859-1865)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de abril de 2014 
  5. Publicado o romance Os Serões do Convento atribuido a José Feliciano de Castilho
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