José António Caldas
José Antônio Caldas | |
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Nascimento | 1725 Salvador da Bahia, Brasil colônia |
Morte | 31 de outubro de 1782 (57 anos) Salvador da Bahia, Brasil colônia |
Ocupação | engenheiro militar, arquitecto |
José António Caldas (Salvador, 1725 -- Salvador, 31 de outubro de 1782) foi um engenheiro militar do Brasil colônia. Foi um pioneiro da utilização da câmara escura no Brasil. Foi Cavaleiro Professo da Ordem de Cristo.
Biografia
Desconhecem-se a sua data de nascimento e a sua filiação. Acredita-se que teve infância modesta na cidade de Salvador, até sentar praça como soldado de Infantaria (1745). Formou-se como Cabo de Esquadra na Aula de Fortificação da Bahia.
Seguiu para Lisboa, onde permaneceu por mais de um ano e retornou para trabalhar junto com um de seus mestres, o professor Manoel Cardoso de Saldanha. Juntos realizaram vários levantamentos, tendo desenhado e assinado diversas plantas, de que é exemplo a da estrada para as minas de salitre de Montes Altos.
Por indicação de Saldanha, foi contratado pela Coroa de Portugal para trabalhar nas fortificações do arquipélago de São Tomé e Príncipe (1757). Graças ao seu desempenho nessa comissão, recebeu a patente de capitão (1761).
No cargo de Sargento-mor, tornou-se professor da Aula militar em que estudara, tendo lecionado até ao seu falecimento, embora, injustamente, nunca lhe tenham pago a gratificação pedida pela função de Lente.
Também foi injustiçado por não ter recebido a promoção solicitada para Tenente-Coronel, mesmo sendo, à época, o mais antigo Sargento-mor.
Obra
Além dos trabalhos em engenharia militar foi autor de projetos significativos em Salvador. Desenhou a planta monumental da Cidade do Salvador (1779) e traçou diversos projetos de urbanização para aquela cidade, um deles para a Ribeira das Naus e outro para a zona dos trapiches na Cidade Baixa. Um de seus trabalhos mais importantes, pela sua exatidão, é o projeto do antigo Colégio dos Jesuítas, no Terreiro de Jesus, cujos originais encontram-se depositados no Arquivo Histórico do Exército, no Rio de Janeiro. Embora se trate de um documento apócrifo, foi-lhe atribuído em virtude de alusões em outros documentos e das características da caligrafia das legendas.
Cadastrou o Seminário de Belém, no Pará.
Publicou diversas obras, entre as quais a "Expedição do Maranhão" (1753), onde tratou sobre o uso de câmaras escuras, e "Notícia Geral de Toda esta Capitania da Bahia Desde o Seu Descobrimento Até o Presente Ano de 1759" (1760).
Foi ainda mediador do Senado da Câmara e presidente do Conselho de Guerra.
Ligações externas
- Obras digitalizadas de Caldas, José Antonio. in Biblioteca Nacional de Portugal
- VALLA, Margarida. "O papel dos arquitectos e engenheiros militares na transmissão das formas urbanas portuguesas". Comunicação apresentada no IV Congresso Luso-Afro-Brasileiro, Rio de Janeiro, 1996.