Karl Abraham

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Karl Abraham
Karl Abraham
Nascimento 3 de maio de 1877
Bremen
Morte 25 de dezembro de 1925 (48 anos)
Berlim
Sepultamento Parkfriedhof Lichterfelde
Cidadania Alemanha
Alma mater
Ocupação psiquiatra, psicanalista, filósofo, historiador de arte, roteirista

Karl Abraham (Bremen, 3 de maio de 1877Berlim, 25de dezembro de 1925) foi um psicanalista alemão, um dos primeiros discípulos de Sigmund Freud, com quem manteve correspondência. Em uma ocasião Freud se referiu a ele como «meu melhor aluno».[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Placa comemorativa na Casa de Abraham, em Grunewald, Berlim.

Abraham, nascido em uma família judia próspera de Bremen, acabou seus estudos de Medicina em 1901 e entrou em contato com a psicanálise em Zurique, através de Carl Gustav Jung. Em 1906 casou-se com Hedwig Bürgner, com quem teve um filho e uma filha; esta última também foi psicanalista e escreveu uma biografia de seu pai: Karl Abraham, biografia inacabada.

Em 1907 instalou-se em Berlim e conheceu Freud, que o incorporou ao grupo de seus colaboradores mais próximos, os que formavam o chamado Comitê dos Sete Anéis (chamado assim porque cada um dos membros recebeu um anel de Freud como símbolo de sua confiança).

Em 1908 fundou a Sociedade Psicanalítica de Berlim, que presidiu até sua morte. Sua iniciativa o transformou no primeiro psicanalista alemão a ter um consultório psicanalítico particular.

No congresso de Munique da Associação Internacional Psicanalítica de 1913, Abraham coordenou a oposição contra Jung, quando este renunciou à presidência da Associação e Abraham foi nomeado presidente provisório. A partir do nono congresso presidiu a instituição durante quinze anos. Durante a Primeira Guerra Mundial, criou uma unidade psiquiátrica na frente oriental e esteve quatro anos a cargo da mesma.

Foi analista de Melanie Klein entre 1924 e 1925, e preparou também outros psicanalistas ingleses. Na Alemanha, atuou como mentor de um influente grupo de analistas, como Karen Horney, Helene Deutsch e Franz Alexander.

Morreu em 25 de dezembro de 1925, aos 48 anos, vítima de uma doença de pulmão.

Comportamento[editar | editar código-fonte]

Ainda que tenha sido um dos discípulos mais fiéis de Freud, Abraham expressou algumas dúvidas sobre a ideia da pulsão de morte. Seu comportamento otimista lhe fez receber com interesse a oferta de Samuel Goldwyn, que, em 1924, quis produzir um filme sobre a psicanálise, com Freud como assessor. Abraham viu nesta oferta uma ocasião extraordinária para popularizar a psicanálise, mas se chocou com o repúdio indignado de Freud e de outros colegas.

Contribuição[editar | editar código-fonte]

Como Jung, Géza Róheim e Otto Rank, Abraham tratou de utilizar a teoria psicanalítica para explicar os mitos, lendas e tradições populares. Em sua concepção, "o mito é um fragmento da vida psíquica infantil dos povos, contém (em forma velada) os desejos da infância dos povos" (Abraham 2000: 42).

Colaborou com seu mestre no estudo dos transtornos maníaco-depressivos, aos quais Freud dedicou seu ensaio Luto e melancolia (1917). Revisou a teoria freudiana sobre as etapas do desenvolvimento da criança (oral e anal), propondo dividir cada uma delas em duas fases.[2]

Em sua obra abordou também outros temas, como a oralidade, as psicoses, as neuroses de guerra e o vício em drogas.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «FAQ do Freud Museum». Consultado em 11 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 26 de junho de 2007 
  2. «Abraham, Karl» na Enciclopedia Micronet, 2003.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Ángel Cagigas, Karl Abraham: el leal colaborador, em Sueño y mito, pp. 7–12.
  • Isabel Sanfeliú Santa Olalla, Karl Abraham o el descubrimiento de la melancolía, Madrid: Biblioteca Nueva, 2002.