Gyldenstolpia fronto

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Gyldenstolpia fronto
Gyldenstolpia fronto
Estado de conservação
Espécie em perigo
Em perigo (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Rodentia
Família: Cricetidae
Subfamília: Sigmodontinae
Género: Gyldenstolpia
Espécie: G. fronto
Nome binomial
Gyldenstolpia fronto
(Winge, 1887)

Gyldenstolpia fronto[2][3] é uma espécie de roedor da família Cricetidae. Pode ser encontrada na Argentina e Brasil.[1] O seu habitat natural conhecido é a savana árida.[1]

Nomenclatura e taxonomia[editar | editar código-fonte]

A espécie foi descrita em 1887 por Herluf Winge como Scapteromys fronto.[4] Philip Hershkovitz em 1966 reconheceu duas subespécies: para Kunsia fronto fronto, em Lagoa Santa (MG), localidade-tipo conhecida apenas por espécimes fósseis, e Kunsia f. chacoensis, conhecida para a região de Oro, na província de Chaco, na Argentina.[5] Avila-Pires (1972) descreveu Kunsia f. planaltensis, com ocorrência para Brasília, no Distrito Federal. Musser & carleton (1993) consideram as subespécies Kunsia fronto chacoensis (Gyldesntalpe, 1932) e Kunsia f. planaltensis Avila-Pires, 1972 como sinônimos de Kunsia fronto. Em 2008, Pardiñas, D'Elía e Teta recombinaram a espécie para Gyldenstolpia fronto.[3]

Duas subespécies são reconhecidas:[3]

  • Gyldenstolpia fronto fronto (Winge, 1887) - conhecida apenas da localidade-tipo em Lagoa Santa, Minas Gerais, Brasil;
  • Gyldenstolpia fronto chacoensis (Gyldenstolpe, 1932) - conhecida paenas da localidade-tipo em rio de Oro, província do Chaco, Argentina;

Informações Gerais[editar | editar código-fonte]

Kunsia Fronto é uma espécie de hábitos semifossoriais, encontrada em áreas abertas do Cerrado e do Chaco argentino, associada a áreas úmidas. Não existe informação sobre a sua dieta, mas, como outros roedores akodontinos semifossoriais (e.g. Juscelinomys, Scapteromys e Oxynycterus), deve alimenta-se de insetos e de material vegetal, como raízes e gramíneas. No Brasil, há 25 espécimes da série-tipo de K. f. planaltensis (holótipo e parátipos) depositados no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Os registros mais recentes da espécie são três exemplares coletados na década de 1990 (Marinho-Filho et al., 1998), provenientes da Estação Ecológica de Águas Emendadas, em Planaltina, no Distrito Federal, e depositados na Coleção de Mamíferos do Departamento de Zoologia da Universidade de Brasília. Este material foi coletado em campo úmido e erroneamente identificado e publicado como K. tomentosus.[6]

Distribuição Geográfica[editar | editar código-fonte]

A única informação disponível sobre a distribuição da espécie no passado são os espécimes da localidade-tipo, situada nos depósitos pleistocênicos das cavernas de Lagoa Santa, em Minas Gerais. Atualmente, ocorre em populações disjuntas no noroeste da Argentina (Vale do Rio de Oro) e no Brasil Central, em Lagoa Santa, Minas Gerais (Hershkovitz, 1996) e Distrito Federal (Avila-Pires, 1972).

Presença em Unidades de Conservação[editar | editar código-fonte]

A única Unidade de Conservação com registro da espécie é a EE de Águas Emendadas (DF) (registrada inicialmente como K.tomentosus , por Marinho-Filho et al.,1998).

Principais Ameaças[editar | editar código-fonte]

Trata-se de espécie especialista de habitat, semifossorial e de difícil captura com as técnicas mais habituais. A perda e degradação de habitats parecem ser as principais ameaças à sobrevivência da espécie.

Estratégias de Conservação[editar | editar código-fonte]

Face à escassez de informação biológica sobre a espécie, a principal estratégia de conservação indicada é o investimento em pesquisa científica priorizando o inventariamento em áreas desconhecidas e conhecidas do Cerrado, bem como sobre a sua taxonomia, distribuição, biologia e ecologia.

Referências

  1. a b c Pardinas, U.; D'Elia, G.; Teta, P.; Patterson, B. (2008). "Kunsia"%20fronto "Kunsia" fronto (em inglês). IUCN 2014. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2014. Página visitada em 29 de dezembro de 2014..
  2. Musser, G.G. (2005). «Superfamily Muroidea». In: Wilson, D.E.; Reeder, D.M. Mammal Species of the World 3º ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  3. a b c Pardiñas, U.F.J.; D'Elía, G.; Teta, P. (2008). «Una introducción a los mayores sigmodontinos vivientes: Revisión de Kunsia Hershkovitz, 1966 y descripción de un nuevo género (Rodentia: Cricetidae)». Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro. 66 (3–4): 509–594 
  4. Winge, H. (1887). «Jordfundne og nulevende Gnavere (Rodentia) fra Lagoa Santa, Minas Geraes, Brasilien». E Museo Lundii. 1 (3): 1-178 
  5. Hershkovitz, P. (1966). «South American swamp and fossorial rats of the Scapteromyine Group (Cricetinae, Muridae) with comments on the glans penis in murid taxonomy». Zeitschrift für Säugetierkunde. 31: 81-149 
  6. MACHADO, Angelo Barbosa Monteiro; et al. (2008). Livro Vermelho da Fauna Brasileira. Rio de Janeiro: ICMBIO 
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