Kyoto (livro)

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Kyoto (Koto) é um romance escrito em 1962, pelo escritor japonês Yasunari Kawabata, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1968.

Sumário[editar | editar código-fonte]

O livro conta a história de Chieko, uma jovem que testemunha a falência tanto da loja de sua família, assim como de vários outros estabelecimentos comerciais da antiga capital japonesa, Kyoto. Regida pelas mudanças culturais impostas pelo período pós-guerra, Kyoto vive então sob a influência ocidental, e a história se passa no período imediatamente posterior à retirada das tropas de ocupação norte-americanas. Abandonada quando bebê, Chieko é filha adotiva de um fabricante de quimonos tradicional em Kyoto, e seu pai adotivo, Takichiro Sada, é um artista frustrado, que vê a decadência de sua loja mediante a ocidentalização do Japão.

Num passeio pelo interior, na aldeia de Kitayama, surge um encontro acidental entre Cheiko e sua irmã gêmea Naeko, desde a infância criada em ambiente hierarquicamente diverso do seu. A partir de então, as duas irmãs tentam uma aproximação, embaladas pelo destino que constantemente as surpreende. O leitor se vê envolvido pela sutileza do brotar da sexualidade nas duas irmãs, conhecendo aos poucos as paisagens e os festivais da antiga capital, que permaneceu sendo o centro da cultura milenar japonesa.

Ao final, Kawabata deixa suspensa a resolução, o leitor fica incerto quanto ao futuro das irmãs, pois o autor não oferece a solução para os dramas pessoais, mas insinua a continuidade da existência.

Características[editar | editar código-fonte]

“As páginas iniciais do romance são um exemplo da delicada escritura de Kawabata. Com suas frases curtas e objetivas, sem qualquer pressa, ele adiciona, camada após camada, novos elementos à descrição da primavera, introduzindo-nos em um cenário no qual Chieko e a natureza acabam por se fundir em uma fascinante empatia[1]”.

Nesse romance, “o ideal de beleza de Kawabata, intimamente relacionado à tradição, está mais uma vez comprometido com as mudanças e com a ocidentalização de seu país[2]”.

A passagem das estações do ano tem grande importância para a cultura japonesa, e o romance "Kyoto" acompanha esse movimento estético, através de escrita intimista e lírica, haja vista Kawabata ter sido um dos partidários da corrente neo-sensorialista shinkankakuha ("Sensações Literárias") da vanguarda japonesa.

Outra tradição secular que ocorre no romance é o ritual da fabricação de quimonos, que vai desde a elaboração das estampas até a adequação a determinada situação ou estação do ano, e suas cores e desenhos expressam traços da personalidade de quem os veste.

Referências bibliográficas[editar | editar código-fonte]

  • KAWABATA, Yasunari (2006). Kyoto. Estação Liberdade. [S.l.: s.n.] ISBN 8574481165 

Notas

  1. GURGEL, Rodrigo. Yasunari Kawabata. Arquivo. In: http://www.storm-magazine.com/novodb/arqmais.php?id=522&sec=&secn=
  2. LISBOA, Adriana. “Mil Tsurus'” e “Kyoto”, de Yasunari Kawabata. In: http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/post.asp?cod_post=46837
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