L'image du monde des babyloniens à Newton

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L'image du monde des babyloniens à Newton
Autor(es) Arkan Simaan, Joëlle Fontaine
Arte de capa Ettore Bottini (gravura de 1661 do Sistema Copernicano, atlas Harmonia Macrocosmica de Andreas Cellarius)
Editora Adapt éditions
Lançamento 1998
Páginas 352
ISBN ISBN 85-359-0404-2
Edição brasileira
Tradução Dorothée de Bruchard
Editora Companhia das Letras
Lançamento 2003

A imagem do mundo dos babilônios a Newton é um livro de história da ciência e das ideias.

Como indica o nome primitivo do livro, em francês, “L’Image du Monde des Babyloniens à Newton”, trata-se da evolução das representações sucessivas feitas pelo homem do universo, desde os pastores babilônicos até a primeira síntese cientifica de Newton, no século XVII. São, então, três mil anos de história.

Características da obra[editar | editar código-fonte]

Escrita a quatro mãos por Arkan Simaan e Joëlle Fontaine, esta obra se destina a favorecer um ensino interdisciplinar: ele é professor de física e ela de história, duas matérias muito distantes no currículo escolar da França, onde os autores lecionam. Isto contribuiu muito ao primeiro sucesso do livro: um mês após o lançamento, em dezembro de 1998, o editor teve que reeditá-lo. Uma outra razão é a simplicidade do texto, que exclui o abuso de termos eruditos. Além disso, ele utiliza quadros biográficos e explicativos, dando assim informações sucintas sobre os personagens históricos e elucidando noções difíceis, tanto em física quanto em história. Não somente isto dispensa ao leitor a consulta de um dicionário, mas facilita a leitura porque transforma o livro em revista.

Uma das características fundamentais do livro é que ele está na encruzilhada da astronomia, da física, da filosofia e da história. Os autores mostram os cientistas como homens de carne e osso, muitas vezes geniais outras vezes mesquinhos, fincados na mentalidade de suas épocas, hesitando entre ciência e crenças, elaborando teorias que vão ser discutidas, abandonadas, retomadas e assim por diante. Pior ainda, algumas ideias justas vão ser repudiadas, como a de Aristarco de Samos, filósofo grego que no terceiro século antes da nossa era defendeu o heliocentrismo – o Sol está no centro do mundo – contra o geocentrismo – a Terra no centro do mundo. Arkan Simaan e Joëlle Fontaine explicam que a sociedade grega da época não estava preparada para aceitar a ideia heliocêntrica. Com efeito, o heliocentrismo supõe um universo excessivamente grande, indo, então, de encontro com a mentalidade da época. “A imagem do mundo dos babilônios a Newton” situa cada teoria no seu contexto histórico.

Os principais capítulos são: “Números e perfeição”, onde se apresenta e analisa o balbucio da ciência na Babilônia e na Grécia, em torno de Pitágoras, Platão, Aristóteles, Aristarco, Ptolomeu etc. Durante esta época se formam os dogmas que vão marcar a ciência futura, principalmente durante a Idade Média: a imutabilidade do céu, o dogma do circulo e outros. O segundo capítulo que se intitula “O cristianismo e a herança da Antiguidade” explica o recuo da ciência grega, principalmente no que tange a forma da Terra, onde alguns como o monge Cosmas vão promover a ideia de uma Terra plana com forma de tabernáculo. O terceiro capítulo, o “Questionamento dos dogmas”, apresenta as teorias de Nicolau Copérnico, de Tycho Brahe e de Johannes Kepler, dos quais os autores dão as biografias detalhadas. Em seguida vem um longo capítulo, “Uma imagem arrancada a fórceps” onde as biografias e os trabalhos de Giordano Bruno e de Galileu são minuciosamente discutidos. O capítulo seguinte é “Uma visão renovada do mundo” onde são apresentadas as teorias de René Descartes e de Newton. Enfim, na última parte, as “Confirmações” discute-se a violenta querela entre os cartesianos e os newtonianos, que marcou o século XVIII.

Dados sobre o livro[editar | editar código-fonte]

Original:

Arkan Simaan e Joëlle Fontaine, “L’Image du Monde des Babyloniens à Newton”, Adapt-Éditions, 1998.

Tradução brasileira por Dorothée de Bruchard: “A imagem do mundo dos babilônios a Newton", Companhia das Letras, São Paulo, 2003. ISBN 85-359-0404-2

Em 2005, Arkan Simaan escreveu sozinho a continuação: “L’Image du Monde de Newton à Einstein”. Este livro ainda não está disponível em português.

Apresentação do editor brasileiro[editar | editar código-fonte]

Orelha[editar | editar código-fonte]

Arkan Simaan e Joëlle Fontaine conduzem o leitor pela história da ciência tomando por eixo a astronomia, desde suas mais elementares manifestações entre marinheiros e pastores — os primeiros observadores do céu —, até alcançar as descobertas dos fundadores da ciência moderna, sem deixar de lado também a contribuição de poetas e sacerdotes. Os autores reconstroem a representação que sucessivas civilizações fizeram da Terra e do Universo. Cada hipótese ou descoberta científica é apresentada em seu contexto histórico e uma série de dados biográficos — por vezes espirituosos e anedóticos — conferem leveza e humanidade às trajetórias de grandes cientistas e filósofos. Kepler teve de defender, perante a Inquisição, a própria mãe, acusada de bruxaria. Galileu, conhecido por sua arrogância, costumava destratar os adversários intelectuais. Um dos primeiros observatórios celestes de que se tem notícia foi a Torre de Babel. “Planeta”, em grego, significava “astro errante”, e indicava corpos que se moviam desordenados no céu, em oposição às “estrelas fixas”. É por meio de explicações como essas que o livro apresenta a história surpreendente da ciência astronômica, em diálogo e conflito com crenças, medos, dogmas e mitos de cada época. A beleza e a profundidade de A imagem do Mundo residem na demonstração de um paradoxo: o pensamento científico, objetivo e racional, surgiu do convívio com o pensamento mítico, com a alquimia e com a astrologia. Como demonstram os autores, a confluência entre ciência e mito contribui para a formação de uma cultura científica, sem a qual não há consciência crítica, tampouco imagem nítida do mundo em que vivemos.

Quarta capa[editar | editar código-fonte]

A astronomia é o ramo do conhecimento que concentrou as maiores atenções dos homens desde a Antiguidade — milhares de anos transcorreram até que ela se transformasse em ciência, depois de superar obstáculos como os limites da observação comum e da interferência religiosa. Num estilo despojado e envolvente, os autores apresentam as transformações do pensamento astronômico ao longo de três mil anos. Arkan Simaan e Joëlle Fontaine — ele professor de física, ela de história —, somaram conhecimentos para elaborar uma obra original, que combina religião, filosofia, história e ciência. Pontuam o livro com quadros explicativos que esmiúçam detalhes biográficos de cientistas como Galileu, Copérnico e Kepler, aprofundam aspectos técnicos, tais como as definições de inércia ou de estrela supernova, e contextualizam fatos históricos. Os autores desfazem estereótipos e evidenciam o caráter fascinante da evolução do conhecimento científico desde a Antiguidade — entre babilônios, egípcios, gregos e árabes — até o Iluminismo, para verificar a imagem que os homens fazem do mundo em que vivem.

Site do editor[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]