Lucinha (política)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Lucinha
Lucinha (política)
Lucinha
Vereadora do Rio de Janeiro
Período 1 de janeiro de 1997 até 31 de janeiro de 2011[1]
Deputada estadual do Rio de Janeiro
Período 1 de fevereiro de 2011 até a atualidade
Dados pessoais
Nome completo Lúcia Helena de Amaral Pinto
Nascimento 25 de setembro de 1960 (63 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Partido PSDB (1995-2022)
PSD (2022-presente)
Profissão política

Lúcia Helena de Amaral Pinto (Rio de Janeiro, 25 de setembro de 1960)[2], mais conhecida como Lucinha, é uma política brasileira filiada ao Partido Social Democrático (PSD). Com base eleitoral na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, foi a vereadora mais votada da cidade no pleito de 2008, reelegendo-se por mais três mandatos. Em 2014, foi eleita deputada estadual e reeleita duas vezes.

No final de 2023, uma operação da Polícia Federal descobriu associações suas com a milicia carioca. Ela foi afastada do cargo por ordem judicial.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Após o primeiro turno, envolveu-se numa polêmica com o candidato majoritário de sua coligação, Fernando Gabeira, que a chamou de "analfabeta política" e de possuidora de uma "visão suburbana".[3] Mais tarde, porém, ambos apareceram abraçados num ato de campanha, e Lucinha pediu votos a Gabeira até o fim da campanha,[4] quando este acabou derrotado pelo peemedebista Eduardo Paes.

Lucinha recentemente entrou em grande polêmica com a população carioca, ao criar projeto de lei que objetiva legalizar as favelas do bairro do Recreio dos Bandeirantes.[5]

Foi eleita ao cargo de deputada estadual do Rio de Janeiro, em 2010, com 67.035 votos, pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).[6]

Nas eleições de 2014, foi eleita deputado estadual do Rio. Naquele mandato, votou em abril de 2015 a favor da nomeação de Domingos Brazão para o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), nomeação que foi muito criticada na época.[7]

Votou contra a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) em fevereiro de 2017.[8] Em 17 de novembro de 2017, se ausentou da votação pela revogação da prisão dos deputados Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, denunciados na Operação Cadeia Velha, acusados de integrar esquema criminoso que contava com a participação de agentes públicos dos poderes Executivo e do Legislativo, inclusive do Tribunal de Contas, e de grandes empresários da construção civil e do setor de transporte.[9]

Foi presidente da CPI dos Trens, comissão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) que investigava problemas no sistema ferroviário.[10]

Na sua reeleição à ALERJ em 2022, recebeu mais 60 mil votos.[11]

Operação Batismo[editar | editar código-fonte]

Em 18 de dezembro de 2023, Lucinha foi alvo de uma operação da Polícia Federal do Brasil (PF), suspeita de integrar e apoiar o grupo miliciano "Bonde do Zinho", um dos grupos mais fortes do Rio. Lucinha era chamada de "Madrinha" pela cúpula da organização criminosa e agiu para apoiá-los em diversas situações.[12] Entre as ações políticas de Lucinha mapeadas pela polícia, ela atuou para remover comandantes da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) que incomodavam os criminosos.

Em certa ocasião, ajudou a soltar quatro milicianos presos em flagrante numa operação do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidões da PMERJ. Mensagens interceptadas mostram que os milicianos pediram ajuda na tarde do dia 6 de novembro de 2021; mais tarde naquele dia, a PMERJ divulgaria que a apreensão de armas e outros objetos, mas nenhuma prisão. A PF acredita que a intervenção da Madrinha funcionou para que os policiais soltassem os bandidos presos.[12] O Coronel Luís Henrique Marinho Pires, comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, também mencionado nos diálogos interceptados, negou qualquer pedido de políticos para tentar trocar os chefes de batalhão.[13]

Na casa da deputada, foram encontrados 140 mil reais em espécie, menos da metade do valor declarado ao Tribunal Superior Eleitoral na ocasião da eleição de 2022.[14]

O desembargador Benedicto Abicair, do Tribunal de Justiça do Rio (TJERJ), também determinou o afastamento cautelar da deputada de suas funções.[15]

Em 7 de fevereiro de 2024, os deputados da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro derrubaram a decisão do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do mesmo estado que, no final do ano anterior, determinou o afastamento da deputada Lucinha por tempo indeterminado.[16]

Referências

  1. «Mandatos do Ver. Lucinha». Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Consultado em 19 de dezembro de 2023. Cópia arquivada em 19 de dezembro de 2023 
  2. «Quem é a Deputada Lucinha, a "Madrinha da Milícia" do Rio de Janeiro». BM&C News. 18 de dezembro de 2023. Consultado em 21 de fevereiro de 2024 
  3. Italo Nogueira (9 de outubro de 2008). «Gabeira chama vereadora de "analfabeta política" no Rio». Folha de S.Paulo. Consultado em 18 de dezembro de 2023 
  4. André Zahar (10 de outubro de 2008). «Em nota, Gabeira pede desculpas à vereadora Lucinha por declarações divulgadas». Folha de S.Paulo. Consultado em 18 de dezembro de 2023 
  5. Lucinha quer liberar a favelização do Recreio
  6. «UOL - Eleições 2010 - Apuração - Rio de Janeiro». Consultado em 6 de outubro de 2010 
  7. Pedro Zuazo (29 de abril de 2015). «Conselheiro vapt-vupt: veja quem votou em Brazão para o TCE». Jornal Extra. Consultado em 8 de dezembro de 2016 
  8. G1 (20 de fevereiro de 2017). «Saiba como votou cada deputado sobre a privatização da Cedae e veja opiniões». Consultado em 18 de setembro de 2017 
  9. G1 (17 de novembro de 2017). «ALERJ revoga prisões de Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi». Consultado em 17 de novembro de 2017 
  10. Márcia Brasil (18 de dezembro de 2023). «Saiba quem é a deputada Lucinha, afastada do cargo pela Justiça e alvo de buscas da PF e do MPRJ». G1. Consultado em 18 de dezembro de 2023 
  11. «Veja quem são os 70 deputados estaduais eleitos; Márcio Canella, do União Brasil, foi o mais votado». G1. 3 de outubro de 2022. Consultado em 18 de dezembro de 2023 
  12. a b Malu Gaspar (18 de dezembro de 2023). «Chamada de 'Madrinha' por milicianos, deputada atuou para soltar presos em flagrante e trocar comando de batalhão». O Globo. Consultado em 18 de dezembro de 2023 
  13. «Comandante diz que nunca recebeu pedido de 'Madrinha' da milícia para intervir em batalhão». O Globo. 18 de dezembro de 2023. Consultado em 20 de dezembro de 2023 
  14. «Com R$ 140 mil em casa, deputada afastada por suspeita de elo com a milícia declarou ter menos da metade em 2022». O Globo. 18 de dezembro de 2023. Consultado em 18 de dezembro de 2023 
  15. «Justiça do Rio afasta deputada por suspeita de conluio com milícia de Zinho». UOL. 18 de dezembro de 2023. Consultado em 18 de dezembro de 2023 
  16. Rafael Nascimento (7 de fevereiro de 2024). «Comissão de Constituição e Justiça da Alerj determina que Lucinha permaneça no cargo; plenário da Casa vai confirmar decisão». G1. Consultado em 8 de fevereiro de 2024 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]