Lagoinha (São Paulo)

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Lagoinha
  Município do Brasil  
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, construída em 1863
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, construída em 1863
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, construída em 1863
Símbolos
Bandeira de Lagoinha
Bandeira
Brasão de armas de Lagoinha
Brasão de armas
Hino
Gentílico lagoinhense
Localização
Localização de Lagoinha em São Paulo
Localização de Lagoinha em São Paulo
Localização de Lagoinha em São Paulo
Lagoinha está localizado em: Brasil
Lagoinha
Localização de Lagoinha no Brasil
Mapa
Mapa de Lagoinha
Coordenadas 23° 05' 27" S 45° 11' 24" O
País Brasil
Unidade federativa São Paulo
Região metropolitana Vale do Paraíba e Litoral Norte
Municípios limítrofes Aparecida, Cunha, Guaratinguetá, Pindamonhangaba, Roseira, São Luiz do Paraitinga e Taubaté.
Distância até a capital 190 km
História
Fundação ca. 1863 (160–161 anos)
Emancipação 23 de dezembro de 1953 (70 anos)
Administração
Prefeito(a) Tiago Magno de Oliveira (PL, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 255,472 km²
População total (Estimativa IBGE/2019[1]) 4 896 hab.
Densidade 19,2 hab./km²
Clima clima oceânico (Cfb)
Altitude 913 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[2]) 0,693 médio
PIB (IBGE/2008[3]) R$ 43 503,268 mil
PIB per capita (IBGE/2008[3]) R$ 8 847,52
Sítio Sítio oficial (Prefeitura)
Sítio oficial (Câmara)

Lagoinha é um município brasileiro do estado de São Paulo, na Região Imediata de Taubaté-Pindamonhangaba. Localiza-se a uma latitude 23º05'26" sul e a uma longitude 45º11'25" oeste, estando a uma altitude de 913 metros. Sua população estimada em 2019 era de 4 896 habitantes, distribuídos por uma área de 255,472 km², resultando em uma densidade demográfica é de 19,16 hab/km².

Os municípios limítrofes são Aparecida e Guaratinguetá a norte, Cunha a leste, São Luiz do Paraitinga a sul, Taubaté a oeste e Roseira a noroeste.

História[editar | editar código-fonte]

Em função da localização, do clima e à qualidade da terra, o Vale do Paraíba foi, no século XIX, uma das principais áreas brasileiras produtoras de café, principal produto econômico do país à época. Durante o ciclo do café, estradas eram abertas onde antes existiam apenas trilhas e por elas transitavam os tropeiros, que levavam o café das regiões produtoras para os portos de Ubatuba, Caraguatatuba e Paraty.

O percurso médio que as mulas dos tropeiros percorriam em um dia era em torno de 25 km, então havia a necessidade de paradas para o descanso dos tropeiros, assim surgindo pontos de descanso para os tropeiros. Um destes pontos de pouso era um rancho que estava localizado nas terras do município. Este rancho estava localizado nas margens de uma pequena lagoa, daí o nome da cidade.

Em 20 de julho de 1863, Joaquim Antônio Ribeiro e sua esposa Justina Maria da Conceição, Antônio Alves da Silva e sua esposa Ana Clara de Jesus, Francisco Antônio Ribeiro, Delfina Isabel de Oliveira e Balbina Maria da Conceição, vindos de Ubatuba, descendentes de ibéricos e indígenas e apelidados de "Antocas", doaram um terreno próximo ao pouso de tropa, no qual foi erigido uma capela cujo orago era Nossa Senhora da Conceição. Ao redor da mesma, foram surgindo algumas casas, assim originando o povoado de Lagoinha.

Para a oficialização da capela e a visita periódica da mesma por padres e missionários, conforme as exigências do Código de Direito Canônico, os Antocas, bastante católicos, doam quase todas as terras ao redor da capela para a Cúria diocesana de Taubaté, exceto alguns lotes, que ficaram para si e seus compadres.

A Lei n° 22, de 26 de março de 1866, eleva o povoado à categoria de freguesia, com o topônimo de Nossa Senhora da Conceição de Lagoinha, sendo subordinada ao município de São Luiz do Paraitinga.

Surge o período de maior crescimento urbano da região na época do café.

A Lei n° 128, de 25 de abril de 1880, elevou a freguesia à categoria de vila, mantendo o topônimo, se desmembrando de São Luiz do Paraitinga.

Em 19 de fevereiro de 1900, através da Lei n° 38, a Vila de Nossa Senhora da Conceição de Lagoinha recebe o título de cidade, tendo seu topônimo simplificado para Lagoinha.

Com o fim do ciclo do café, em meados do século XX, a economia do município passou a ser baseada na agricultura e pecuária, preservando várias características deste tempo, como a festa do Divino Espírito Santo.

Devido ao atraso econômico e à baixa população, o Decreto-Lei n° 6448, de 21 de maio de 1934, rebaixa o município à categoria de distrito, sendo anexado ao município de Cunha.

Como era difícil a comunicação entre a sede municipal de Cunha e o distrito de Lagoinha, por causa das longas distâncias e estradas precárias, um grupo de moradores do distrito, liderados pelo comerciante Pedro Alves Ferreira, organizaram um plebiscito para que o distrito voltasse a pertencer a São Luís do Paraitinga, o que conseguiram por meio do Decreto-lei n° 14.334, de 30 de novembro de 1944.

O Decreto-Lei n° 34334, de 23 de dezembro de 1953, eleva o distrito de Lagoinha à categoria de município, se desmembrando de São Luiz do Paraitinga. O primeiro prefeito do município, eleito pelo povo em 3 de outubro de 1954, foi Pedro Alves Ferreira.

A energia elétrica em Lagoinha, que teve como marco inicial a inauguração de uma usina hidrelétrica inaugurada em dezembro de 1942 para gerar energia para iluminar os arredores da Matriz, ganhou, em 31 de agosto de 1957, uma usina termoelétrica, doada pelo então Governador de São Paulo Jânio Quadros, gerando energia elétrica para toda a sede municipal.

Em 27 de Maio de 1975, a CESP traz a Lagoinha o fornecimento regular de energia elétrica, trazendo energia elétrica para a sede municipal e inúmeros bairros do município.

A população lagoinhense tem diminuído nas últimas décadas, pois muitos lagoinhenses têm deixado a cidade à procura de melhor qualidade de vida e oportunidades de emprego.[4][5][6]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Localização[editar | editar código-fonte]

Lagoinha está localizada numa região montanhosa do Alto Vale do Paraíba, entre a Serra do Quebra-Cangalha e a Serra do Mar. A cidade está distante 190 km de São Paulo, capital do estado.

Clima[editar | editar código-fonte]

O clima de Lagoinha é um Temperado Marítimo, tipo Cfb. Apesar de o índice pluviométrico cair bastante entre o verão e o inverno, a umidade e a precipitação no mês mais seco, junho, está em torno de 60 mm. Enquanto em São Paulo a precipitação decai a 44 mm em julho, em Lagoinha a precipitação ascende e chega até 63,6 mm no mesmo mês. A temperatura média máxima no mês mais quente(Fevereiro) é de 24,6 °C e a média mínima no mês mais quente é de 17°C. Tem uma temperatura média de 20,8°C no mês mais quente(fevereiro) e de 13,6°C no mês mais frio(Julho).

De acordo com as características climáticas para a cidade de Lagoinha, o clima da mesma tem precipitações acima dos 42 mm de chuva para mês mais seco do ano, junho, o que determina a letra "f" para o regime de chuvas da Classificação climática de Köppen-Geiger, Possui 20,8°C de temperatura no mês mais quente do verão, média abaixo de 22 °C para o mês mais quente do ano, o que determina a letra "b" para o radical climático, determinando então que esta estação possui verões temperados e não subtropicais úmidos e quentes como ocorre na capital São Paulo.

O clima de Lagoinha é classificado como do tipo oceânico (Cfb), chamado também de temperado marítimo ou mesmo subtropical.

Hidrografia[editar | editar código-fonte]

Seu território é cortado pelo Rio Paraitinga, principal afluente do Rio Paraíba do Sul. As águas do Rio Paraitinga oferecem a pesca como lazer aos habitantes locais. Nos primeiros dias de janeiro de 2010, a bacia hidrográfica sofreu com forte inundação.

Demografia[editar | editar código-fonte]

Dados do Censo - 2010

População total: 4 841

Taxa de urbanização: 64,82%

Expectativa de vida: 72,8 anos

Densidade demográfica: 18,95 hab./km²

Taxa de analfabetismo (população de 15 anos ou mais de idade): 10,5%

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M): 0,693

  • IDH-M Renda: 0,686
  • IDH-M Longevidade: 0,797
  • IDH-M Educação: 0,609

Rodovias[editar | editar código-fonte]

Comunicações[editar | editar código-fonte]

Lagoinha vista de uma das suas ruas

A cidade foi atendida pela Companhia de Telecomunicações do Estado de São Paulo (COTESP) até 1973, quando passou a ser atendida pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP)[7], que construiu em 1982 a central telefônica utilizada até os dias atuais. Em 1998, esta empresa foi privatizada e vendida para a Telefônica, sendo que em 2012 a empresa adotou a marca Vivo para suas operações de telefonia fixa[8][9][10].

Economia[editar | editar código-fonte]

A economia lagoinhense é baseada na agropecuária, sendo a agricultura praticada em um relevo acidentado, com solos não tão férteis. O setor secundário é quase inexistente no município, sendo o município mais um exportador de matérias-primas para indústrias. O Setor terciário também é uma importante fonte econômica do município.

Curiosidades[editar | editar código-fonte]

  • A Cachoeira Grande, principal local de lazer da população, foi cenário de vários filmes de Mazzaropi e de propagandas comerciais.
  • A cidade também possui uma belíssima fanfarra chamada de Fapach (Fanfarra Padre Chico), campeã em várias cidades brasileiras, além de uma belíssima banda denominada Corporação Musical São Benedito (CMSB), a qual sempre embeleza as festas da própria cidade e das cidades vizinhas, já tendo inclusive apresentado para a Rede Vanguarda e sido destaque em apresentações como em São Paulo, na Assembleia Legislativa.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «Estimativa Populacional 2019». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 1 de julho de 2019 
  2. «Perfil do Município - Lagoinha (SP)». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2013. Consultado em 30 de maio de 2020 
  3. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  4. FERREIRA, J. P. et. al. (1957). Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. XXIX. Rio de Janeiro: IBGE. p. 57 
  5. «A Gazeta dos Municípios - Edição de 23/24/25 de Dezembro de 2015» (PDF). Gazeta dos Municípios. 23 de dezembro de 2015 
  6. SANTOS, Rosângela Isabel T. C. dos (2008). As Capelas De Roça No Município De Lagoinha, Sp. Lagoinha: Universidade de Taubaté 
  7. «Área de atuação da Telesp em São Paulo». Página Oficial da Telesp (arquivada) 
  8. «Convênio de incorporação da COTESP pela TELESP em 25 de outubro de 1973». Portal da Câmara dos Deputados 
  9. «Nossa História». Telefônica / VIVO 
  10. GASPARIN, Gabriela (12 de abril de 2012). «Telefônica conclui troca da marca por Vivo». G1 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]