The Lancet

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The Lancet
Disciplina(s) académica(s) Medicina
Língua inglês
Editor Richard Horton
Detalhes de publicação
Editora Elsevier ( Reino Unido)
História 1823-presente
Periodicidade semanal
Acesso livre não
Licença Elsevier
Fator de impacto
(2014)
45.217
Indexação
ISSN 0140-6736 (print)
1474-547X (web)
LCCN sf82002015
CODEN LANCAO
OCLC 01755507
Ligações
Sítio
Revista
Página na editora

The Lancet é uma revista científica sobre medicina e com revisão por pares que é publicada semanalmente. É uma das mais antigas e conhecidas revistas médicas do mundo e descrita como uma das mais prestigiadas.[1][2][3] Entretanto, tornou-se muito conhecida do público leigo por haver publicado um artigo com bases científicas falseadas que relacionava o autismo à vacina tríplice viral, cuja retratação levou doze anos para ser feita e contribuiu para o surgimento de grupos anti-vacinas.[4]

É publicada pela Elsevier no Reino Unido pelo Lancet Publishing Group. O periódico foi fundado em 1823 pelo cirurgião e membro do parlamento inglês Thomas Wakley (1795 - 1862), que manteve-se como editor até a velhice, auxiliado e sucedido por um de seus filhos.[5][6] Foi classificado como um "periódico de alto impacto" pelo Superfund Research Program.[7]

Sua sede principal fica na rua London Wall, 125, Londres, Inglaterra, mas a revista tem filiais também nos Estados Unidos e na China.[8]

História[editar | editar código-fonte]

Artigo sobre transfusão de sangue (1828)

Segundo a própria revista, a "The Lancet começou como uma publicação médica semanal, independente e internacional, fundada em 1823 por Thomas Wakley. Desde sua primeira edição (5 de outubro de 1823), a revista tem se empenhado em tornar a ciência amplamente disponível para que a medicina possa servir e transformar a sociedade e impactar positivamente a vida das pessoas. Nos últimos dois séculos, procurou abordar tópicos urgentes em nossa sociedade, iniciar debates, colocar a ciência em contexto e influenciar os que toma decisão em todo o mundo. Evoluiu como uma família de periódicos em Saúde Infantil e Adolescente, Diabetes e Endocrinologia, Saúde Digital, Gastroenterologia e Hepatologia, Saúde Global, Hematologia, HIV, Doenças Infecciosas, Neurologia, Oncologia, Saúde Planetária, Psiquiatria, Saúde Pública, Respiratória Medicina, Biomedicina, Clínica Médica".[6]

Visão[editar | editar código-fonte]

"A medicina deve servir à sociedade, o conhecimento deve transformar a sociedade e a melhor ciência deve levar a uma vida melhor".[6]

Prêmios e destaques[editar | editar código-fonte]

Exposição da revista durante a International AIDS Conference em 2012

Segundo o ranking Scimago de 2019, a revista The Lancet possui um fator H de 747 (747 artigos com 747 ou mais citações), sendo o segundo fator H mais alto entre todas as publicações sobre medicina, e o quinto fator H mais alto entre publicações de qualquer área.[9]

Publicação de pesquisas falseadas[editar | editar código-fonte]

A Lancet envolveu-se em casos de publicação de artigos com premissas falsas que alimentaram situações de risco à saúde pública e negação de eficácia comprovada de vacinas ou dando falsa eficácia a remédio contra o SARS-CoV-2.

Falácia da vacina como causa de autismo[editar | editar código-fonte]

O ex-médico inglês Andrew Wakefield publicou em suas páginas um artigo onde relacionava a vacina tríplice viral (contra caxumba, sarampo e rubéola) ao aumento dos casos de autismo; além das informações falseadas, o médico era dono de uma vacina concorrente e omitiu seu interesse em desacreditar o imunizante. A revista levou doze anos para se desmentir, numa breve nota publicada em 2 de fevereiro de 2010. Hélio Schwartsman declarou, então: "A retratação é extemporânea. O texto de Wakefield, que gerou um volume inédito (e desnecessário) de pesquisas com o objetivo de provar a segurança das vacinas, já havia há muito caído em descrédito"; ele ainda lembrou que, com a diminuição da vacinação provocada pela mentira nos Estados Unidos e Reino Unido, os casos de autismo não sofreram nenhuma queda. O das doenças que as vacinas protegiam, por outro lado, aumentaram.[4]

Polêmica e erro durante a pandemia de Covid-19[editar | editar código-fonte]

Em 2020, em plena pandemia de COVID-19, a revista publicou um estudo conduzido por uma empresa que falava sobre os benefícios do uso da cloroquina para a cura dos doentes. No entanto, outros estudos já haviam provado que o medicamento, usado para tratar malária, não tinha efeitos positivos. Dias depois da publicação do artigo, a The Lancet se retratou, dizendo que o estudo divulgado não havia mostrado elementos suficientes para ter sido publicado. "Nossos revisores independentes nos informaram que a [empresa do estudo] não transferiria o conjunto de dados completo (...), assim, nossos revisores não foram capazes de conduzir uma revisão, portanto, notificaram-nos de sua retirada do processo", escreveu a publicação.[10][11][12]

Referências

  1. «The Lancet | British medical journal» (requer pagamento). Encyclopedia Britannica (em inglês). Consultado em 27 de fevereiro de 2016 
  2. BBC (2009). «Pope 'distorting condom science'». BBC (em inglês) 
  3. «Prestigious Medical Journal, The Lancet, Issues Family Planning Series». Population Media Center. Consultado em 27 de fevereiro de 2016 
  4. a b Hélio Schwartsman (3 de fevereiro de 2010). «"Lancet" se retrata por artigo que ligava vacina a autismo». Folha de São Paulo. Consultado em 30 de dezembro de 2023. Cópia arquivada em 26 de fevereiro de 2021 
  5. «About The Lancet medical journal». www.thelancet.com. Consultado em 27 de fevereiro de 2016 
  6. a b c Meunier, Y. (junho de 1984). «O que se deve fazer quando se suspeita do diagnóstico de síndrome de imunodeficiência adquirida?». Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (2): 107–108. ISSN 0037-8682. doi:10.1590/s0037-86821984000200011. Consultado em 5 de setembro de 2020 
  7. «High Impact Journals (Superfund Research Program)». National Institute of Environmental Health Sciences (em inglês). Consultado em 4 de fevereiro de 2023 
  8. «Contact Us». www.thelancet.com. Consultado em 5 de setembro de 2020 
  9. «SJR : Scientific Journal Rankings». www.scimagojr.com. Consultado em 1 de julho de 2020 
  10. «Por que cientistas tiveram que se retratar por estudo que negava efeito da cloroquina contra o coronavírus». BBC News Brasil. 4 de junho de 2020. Consultado em 5 de setembro de 2020 
  11. «Autores pedem 'retratação' de estudo sobre cloroquina publicado na 'The Lancet' e pesquisa é 'despublicada'». G1. Consultado em 5 de setembro de 2020 
  12. «O impacto do erro da Lancet, segundo esta editora científica». Nexo Jornal. Consultado em 5 de setembro de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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