Vale de Las Batuecas

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Vale de Las Batuecas.

O Vale de Las Batuecas encontra-se situado nas ladeiras da Penha de França, no município de La Alberca, ao sul da província de Salamanca, Espanha.

Localização[editar | editar código-fonte]

O parque natural de Vale de las Batuecas, está situado na província de Salamanca. A superfície do parque é de aproximadamente 32 300 hectares e ocupa 15 municípios cuja população é 5 578 habitantes. Está localizado no sul de Salamanca, na comunidade autônoma de Castela e Leão e foi oficialmente declarado parque natural no dia 11 de julho de 2000.

O vale tem uma incrível variedade de flora e fauna pela sua diversidade de altitude permite com que este possua zonas mais quentes e zonas de influência atlântica. O vale também é dono de uma magnífica riqueza cultural e um patrimônio histórico-artístico. As Batuecas está formado por um complexo cinturão de montanhas. Dos vales da região é possível localizar as bacias dos rios Tajo e Duero. Ele tem uma estrutura interna muito complexa, tendo de vales até montanhas e zonas de altitude baixa até altitude muito elevada.

Flora[editar | editar código-fonte]

A vegetação possui espécies de ambiente mediterrâmeo, embora possua algumas plantas da região atlântica. Nas zonas de altitude elevada, plantas como o piorno[desambiguação necessária] e o erizão foram obrigadas a se adaptar à crudeza da temperatura. Descendendo, podem-se ver bosques de castanhos, que, com o tempo foram substituidos por pinos silvestres e resina. Já nas áreas de menor altitude, e ao sul do Vale, começamos a notar a presença de especies esclorifelas como enebros, zimbro e alcornocaras. São muito comuns os cultivos de cereja, azeitona e vinha.

Fauna[editar | editar código-fonte]

O parque possui muita diversidade de espécies, como mamíferos (cabra montes, nutrias, veados e morcegos), aves (abutre preto, cegonha preta, aguia real e falcão peregrino, entre outras). Além de animais mamíferos, o Vale de las Batuecas possui uma grande quantidade de répteis, nos quais a lagartixa da Peña de França destaca-se. Alguns anfíbios do local são o sapo partero ibérico; a rã patilarga e o tritão ibérico.

Arte rupestre[editar | editar código-fonte]

Uma das maneiras do homem pré-histórico deixar sua marca foi a pintura. A partir dela, eles expressavam seus sentimentos e demonstravam como viviam a vida cotidiana. Essa arte aconteceu entre o Paleolítico Superior até o Neolítico. No Paleolítico Superior, destacavam-se as figuras de animais. Eles utilizavam para pintar sangue de suas presas, e as peles das mesmas serviam para esquentá-los. O maior objetivo era a comunicação entre ele, pois só sabiam reproduzir alguns sons, e eles eram nômades. No Mesolítico há diferenças na arte, pois eles utilizavam figuras mais geométricas e abstratas. O homem conseguiu dominar o fogo e aprendeu a agriculturas o tornando agora sedentário. O Neolítico substituiu a arte nas paredes por pequenas esculturas em pedras. Eles passaram a utilizavam instrumentos próprios pra pintura. As figuras apresentavam tons branco, vermelho, e preto. Eles já tinham inventado seus próprios instrumentos para utilizadar na caça e na agricultura. Entre os abrigos de quartzitos que configuram o vale, localiza-se um conjunto muito amplo de pinturas pré-históricas de clara tendência naturalista, cuja cronologia abrange desde o Paleolítico superior até ao Neolítico e o Calcolítico. No parque encontram-se os seguintes inventariados:

  • Canchal de las Cabras pintadas.
  • Canchal del Águila.
  • Canchales de la Pizarra.
  • Canchales del Zarzalón.
  • Cueva del Cristo.
  • Umbría del Canchal del Cristo.
  • Canchales de Mahoma.
  • Umbría de la Cotorrina.
  • Majadilla de las Torres.
  • Canchal de los Acerones.
  • Corral de Morcilla.
  • Covacho del Pallón.
  • Risco del Ciervo.
  • Canchal de Villita.
  • Canchal de las Torres.

Todos estes abrigos foram declarados Bem de Interesse Cultural na Lei 16/1985 de 25 de Junho do Patrimônio Histórico Espanhol. O Canchal de las Cabras Pintadas foi objeto duma declaração específica por Decreto de 25 de Abril de 1924.

Na península ibérica esta arte ocorreu entre   e 8 000 a.C. Só na Espanha Cantábrica há mais de 60 cavernas pintadas. Marcelino Sanz de Sautuola foi o primeiro a descobrir a arte rupestre na caverna de Altamira. A caverna de Altamira é uma caverna famosa por sua arte rupestre. Uma das teorias é que foi habitada pelo homem paleolítico. Nas figuras tem muitos animais, sendo o bisão o mais retratado.

A técnica desta arte é sumamente simples e uniforme, reduz-se em geral a tintas monocromáticas e traços lineais, geralmente a vermelho e ocre, e com menor intensidade a preto ou amarelo, bem como o branco, relativamente frequente. Quanto à temática predominam os traços e pontos seguidos em frequência pelos antropomorfos e os zoomorfos; ocasionalmente formando cenas, observando-se como peculiaridade das Batuecas uma clara tendência naturalista. A cronologia proposta para este ciclo da Pintura rupestre esquemática, arranca do Neolítico Médio, com o seu maior desenvolvimento durante o Neolítico Final e o Calcolítico.

Deserto carmelitano[editar | editar código-fonte]

À entrada do vale encontra-se o Convento do Deserto Carmelitano, construído em finais do século XVI, como lugar de vida retirada e eremítica, com ampliações durante os séculos XVII e XVIII. Dentro e fora do recinto conventual existem numerosas ermidas disseminadas na sua maioria pelos penhascos circundantes, cujas ruínas ainda se conservam.

Mosteiro de São José[editar | editar código-fonte]

Entrada do Mosteiro Carmelita de São José de Las Batuecas.

O Mosteiro de São José de Las Batuecas é um convento carmelita de clausura monástica situado neste vale e que responde à regra religiosa da simplicidade e austeridade. O recinto é constituído por duas cercas, dentro das quais se encontram o convento e as suas dependências. A sua igreja, construída em 1602, e ampliada em 1686, constitui o edifício central do conjunto conventual, encontra-se rodeada por uma rua empedrada de laje e amplos jardins a jeito de claustro. Encostadas à sua parede norte, encontram-se a sacristia e a biblioteca, o cemitério dos religiosos, a capela de São Jerónimo, a de São Paulo, o Ermitão, e São João Batista. A sul situam-se várias celas, oratório dos monges. No muro oeste, uma porta abre a passagem ao refeitório, cozinha, talheres, alojamentos dos criados, padaria, lavadouro, etc. Durante os séculos XVII, e XVIII, foi-se configurando a sua estrutura definitiva. Neste mosteiro habitou algum tempo a Madre Maria Maravilhas de Jesus, hoje santa canonizada pela Igreja Católica.

Desamortização[editar | editar código-fonte]

Em 1836 com a desamortização é privatizado, até que em 1915, o lugar foi adquirido pelos Carmelitas de Castela e em 1936 pelos Carmelitas Descalços do Cerro de los Ángeles, e desde 1950 residem os Carmelitas Descalços.

Parque natural[editar | editar código-fonte]

O Monte é Reserva Regional de Caça, catalogado como Zona de reserva do Parque Natural Las Batuecas-Sierra de Francia, além de constituir uma "zona de especial Proteção das Aves".

Lendas[editar | editar código-fonte]

Durante toda a história do Vale de las Batuecas, havia varias lendas decorrentes sobre o que o habitava. Já foi dito que lá havia demônios, grupos religiosos satânicos entre outros. Os agricultores evitavam entrar no Vale, com medo do desconhecido. Dizia-se também que o Vale era uma representação do paraíso. Lope de Vega mencionou em sua obra “Las Batuecas del Duque de Alba” o Vale de las Batuecas , o descrevendo um lugar onde existe a felicidade:[1]

Notas e fontes[editar | editar código-fonte]

  1. «Las batuecas do duque de Alba, peça de teatro de Lope de Vega» 🔗 (em espanhol) 
  • SANTAMARÍA POLO, Tomás. "Las mejores excursiones por el Parque Natural de las Batuecas-Sierra de Francia", Madrid 2002, ISBN 97-884-95368188
  • MARTÍN MARTÍN, Francisco e DÍEZ LAPLAZA, José María. "Batuecas y la Sierra De Francia" ISBN 8489183163. ISBN 9788489183162

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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