Lei da atração

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 Nota: Para o filme com Juliane Moore, veja Laws of Attraction.

A expressão lei da atração (em inglês, law of attraction), apesar de utilizada amplamente pelo movimento do Novo Pensamento (New Thought), possui várias definições, mas é mais frequentemente associada a um princípio pseudocientífico que motiva uma série práticas para realização de objetivos pessoais. Algumas referências do início do século XX conceptualizavam princípios físicos atrativos como fundamentais na estruturação da matéria já que, nas ciências físicas, são necessárias interações atrativas entre constituintes para a formação de equilíbrios estáveis. Essas referências, entretanto, se referem a 'interações' e 'atração' no sentido da dinâmica das teorias físicas, e não da interação entre pessoas, acontecimentos e ideias na vida cotidiana.[1] Um consenso mais moderno entre os pensadores do Novo Pensamento é que a lei da atração diz que os pensamentos das pessoas (tanto conscientes quanto inconscientes) ditam a realidade de suas vidas, estejam elas sabendo disso ou não. Essencialmente, "se você realmente quer alguma coisa e realmente acredita que é possível, você vai consegui-la", mas colocar muita atenção e pensamento em algo que você não queira significa que você também vai receber esta coisa.[2][3]

A atenção popular pela lei da atração atingiu seu pico após o lançamento do livro e do filme O Segredo. Depois do lançamento do filme, o livro Law of Attraction: The Basics of the Teachings of Abraham, por Esther Hicks e Jerry Hicks,[4] entrou para a lista de Best Sellers do New York Times, chamando mais atenção e interesse a este tópico. Antes disso, o casal já estava neste campo desde a década de 1980. Em 2007, Oprah Winfrey começou uma série de entrevistas durante seu talk show sobre a lei da atração.

A lei da atração não possui credibilidade na comunidade técnico-científica[5]. O físico Ali Alousi, por exemplo, criticou como não-mensurável (e portanto não científico), bem como questionou a probabilidade que pensamentos possam afetar qualquer coisa fora da cabeça.[2] A Associated Press também escreveu que "alguns profissionais médicos sugerem que este pensamento pode levar a uma mentalidade de "culpar a vítima", e ser realmente perigoso para pessoas que sofram de doenças sérias ou desordens mentais".[6]

Introdução[editar | editar código-fonte]

Muitos proponentes modernos dizem que a Lei da atração tem suas raízes na Física Quântica. A falta de evidências empíricas que corroborem com essas premissas faz com que sejam amplamente consideradas uma tipo de misticismo quântico. De acordo com os proponentes desta lei, os pensamentos possuem uma energia que atrai energias semelhantes[2] Para controlar esta energia, os proponentes dizem que as pessoas devem praticar quatro coisas:[7]

  1. Saber o que você quer.
  2. Pensar no que você quer com bastante convicção .
  3. Sentir e se comportar como se o objeto de seu desejo está a caminho.
  4. Estar aberto para recebê-lo.

Pensar no que você não tem, dizem, manifesta-se em não ter, enquanto que se alguém adere a estes princípios e evita pensamentos "negativos", o Universo irá manifestar os desejos da pessoa.[7]

Os cientistas criticam a falta de falseabilidade e testabilidade destas alegações. A evidência fornecida é normalmente anedótica e, por causa da natureza de auto-seleção dos relatos positivos, assim como à natureza subjetiva de qualquer resultados, são muito suscetíveis a erros de interpretação como a "tendência à confirmação" e à "tendência à seleção".[8] As referências a teorias científicas modernas também são criticadas. Apesar das ondas cerebrais terem um sinal elétrico, os princípios de física quântica não funcionam da forma que os proponentes da lei da atração descrevem-na.[5]

O próprio uso do termo "lei" tem sido atacado. Os críticos afirmam que o uso do termo e as referências vagas à física quântica para conectar quaisquer feitos não explicados ou aparentemente impossíveis são as marcas que distinguem a pseudociência moderna. Os proponentes da lei da atração entretanto dizem que a natureza da 'lei' não é definida cientificamente, e a palavra 'lei' possui o mesmo peso de outras 'leis' não científicas de outras religiões, como a 'lei do carma' e os dez mandamentos, de maneira que deve ser igualmente respeitada.

Controvérsias na área da saúde[editar | editar código-fonte]

Os princípios da lei da atração também tem sido interpretados no campo da medicina e das doenças. Em 1990, Bernie Siegel (um professor assistente clínico de cirurgia em Yale) publicou um livro popular, Love, Medicine and Miracles (Amor, Medicina e Milagres), que alega que o tratamento das doenças era relacionado à imaginação, vontade e crenças das pessoas.[8] Siegel afirmou que "amor" era a fonte da saúde e longevidade declarando que "se você quer ser imortal, ame alguém."[9][10]

A prescrição de Siegel tem sido rejeitada pela comunidade médica.[11] O crítico mais notável é o neuroendocrinologista e professor de Stanford Robert Sapolsky, que dedicou um capítulo inteiro em seu livro Why Zebras Don't Get Ulcers ("Por que zebras não desenvolvem úlceras") à crítica de Siegel. Sapolsky chama a ideia de Siegel como "bobagem benigna" mas é extremamente crítico ao que ele vê como culpar os pacientes pela suas doenças, baseado apenas em evidência anedótica questionável.[12] Sapolsky resume sua crítica assim:

Onde os problemas se tornam sérios é onde Siegel concentra-se no ponto principal de seu livro. Não importa quantas vezes ele diga que ele não está tentando fazer as pessoas se sentirem culpadas, a premissa do livro é que (A) o câncer pode ser causado por fatores psicossociais na pessoa; (B) o câncer (ou qualquer outra doença, até onde se percebe) é curável se o paciente possui coragem, amor e espírito suficientes; (C) se o paciente não for curado, é por causa de quantias insuficientes destes traços admiráveis. Como já vimos, não é assim que funciona o câncer, e um médico simplesmente não pode dizer a pacientes sérios outra coisa.[12]

História[editar | editar código-fonte]

Uma "lei da atração oculta", 1879[editar | editar código-fonte]

O New York Times foi o primeiro grande jornal a usar a expressão "lei da atração". A edição de 6 de abril de 1879 descreveu os vagões de trens da corrida do ouro do Colorado como "se movendo em obediência a alguma lei da atração oculta que sobrepuja todos obstáculos enquanto progridem em direção a seu destino"[13]

Uma "energia de atração" física, 1902[editar | editar código-fonte]

Desde 1902 podem ser encontradas referências a algo similar à lei da atração particularmente em discussões sobre a formação da matéria. John Ambrose Fleming, um engenheiro eletricista e físico da virada do século descreveu "toda manifestação completa, de qualquer tipo e em qualquer escala" como uma "irresistível energia de atração" que faz com que os objetos "aumentem em poder e definição de objetivo, até que o processo de crescimento seja completo e a forma madura surja como um fato realizado"[14]

O Movimento Novo Pensamento, 1904 - 1907[editar | editar código-fonte]

O Movimento Novo Pensamento foi imprescindível para a dispersão das ideias relacionadas à Lei de Atração. O movimento foi criado no século XIX por Phineas Parkhurst Quimby (1802-1866) e tinha como fundamento que o pensamento humano teria o poder de curar doenças se usado da maneira correta, e, que inclusive as próprias doenças derivariam da mente de cada indivíduo. O grupo alegava conseguir curar as pessoas por meio da hipnose, usando de técnicas como o Magnetismo animal (também conhecido por mesmerismo devido ao seu criador, Franz Mesmer).[15] Com o passar do século XIX, o movimento passou a tornar-se muito mais similar a um culto, levando a diferentes vertentes no grupo e culminando na criação de igrejas nos Estados Unidos por seguidores do movimento, como a Igreja da Ciência Divina em 1888 e a Igreja da Unidade em 1889.

Thomas Troward, que teve uma forte influência sobre o Movimento do Novo Pensamento, alegou que o pensamento precede a forma física, e que "a ação da Mente planta o núcleo que, se puder crescer sem interferência, eventualmente irá atrair para si todas as condições necessárias para sua manifestação em uma forma visível"[16]

Em 1906, William Walker Atkinson (1862 - 1932) usou a frase em seu livro Movimento do Novo Pensamento Thought Vibration or the Law of Attraction in the Thought World.[17] No ano seguinte, Elizabeth Towne, editor do "The Nautilus Magazine, a Journal of New Thought", publicou o livro de Bruce MacLelland Prosperity Through Thought Force ("Prosperidade pela Força do Pensamento"), em que ele resumiu o princípio: "Você é o que você pensa, não o que você pensa que é".[18]

Wallace Delois Wattles (1860-1911) e sua obra foram muito importantes no Novo Pensamento e na autoajuda. Seus livros A Ciência de ficar Rico[19] e A Ciência do Bem-Estar[20], tem sido amplamente citados e permanecem em circulação.

A "Lei da Atração" na Teosofia, 1915 - 1919[editar | editar código-fonte]

A expressão "lei da atração" aparece nos escritos dos autores teosóficos Willian Quan Judge em 1915,[21] e Annie Besant em 1919.[22]

Dos anos 1950 a 2000[editar | editar código-fonte]

No meio do século XX, vários autores abordaram o tópico e ideias relacionadas em uma grande variedade de termos religiosos, ocultos e seculares, como "pensamento positivo", "ciência da mente", "cristianismo pragmático", "Novo Pensamento", "metafísica prática", "Ciência da Mente"/"Ciência Religiosa" e "Ciência Divina".[2][23] Entre os vários autores que usaram tais termos destacam-se Florence Scovel Shinn (1925), Sri K. Parvathi Kumar, (1942),[24] Alice Bailey (1942).[25][26] [27] e Joseph Murphy, entre outros.

A "lei da atração" no século XXI[editar | editar código-fonte]

Em 2006, o filme O Segredo, baseado na "lei da atração", foi lançado e deu origem a um livro com o mesmo título em 2007. O filme e o livro receberam ampla atenção da mídia, como o Saturday Night Live para o The Oprah Winfrey Show nos Estados Unidos.[2] No mesmo ano o livro de Hickses The Law of Attraction estava na lista dos mais vendidos do New York Times.[28]

O sucesso do filme e vários livros levou a um aumento da cobertura da mídia. Oprah Winfrey dedicou dois episódios de seu show à discussão do filme e a lei da atração.[29] Larry King também discutiu-o em seu show mas criticou-o por várias razões. Ele apontou o sofrimento no mundo e perguntou "se o Universo manifesta abundância a um mero pensamento, por que há tanta pobreza, fome e morte?"

Esta crítica é semelhante a outras de que a lei da atração só funciona por que a maioria das histórias citadas nos livros e filmes são sobre pessoas que vivem em uma cultura que oferece alternativas que permitem à pessoa vencer as adversidades, o que não é verdade para grande parte do mundo.[2] Contudo é uma crítica errônea, pois o Universo manifesta a abundância por sentimentos. Pensar positivo não basta.

Em agosto de 2008, o livro de Esther e Jerry Hickses "Dinheiro e a Lei da Atração: Aprendendo a Atrair Saúde, Riqueza e Alegria" apareceu na lista de mais vendidos do New York Times.[30] Mais recentemente, os livros voltados à Lei de Atração continuam extremamente populares, como "A lei da atração: O segredo, de Rhonda Byrne, colocado em prática" de Michael J. Losier foi Best-Seller em mais de 20 países. [31] E, com a popularização das redes sociais nos últimos anos, a pseudociência propagou-se ainda mais em plataformas como Youtube e Instagram junto com outras desinformações relacionadas à ciência.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. “Waves in water, Air and Either,” pronunciada em 1902, na Royal Institution, por J. A. Fleming "“All branches of physical science demonstrate the fact that every completed manifestation, of whatever kind and on whatever scale, is started by the establishment of a nucleus, infinitely small but endowed with an unquenchable energy of attraction, causing it to steadily increase in power and definiteness of purpose, until the process of growth is completed and the matured form stands out as an accomplished fact." (Todos os ramos da ciência física demonstram o fato que toda manifestação completa, de qualquer tipo em qualquer escala, começa com o estabelecimento de um núcleo, infinitamente pequeno mas com uma irresistível energia de atração, fazendo com que cresça em poder e definição de propósito, até que o processo de crescimento esteja completo e a forma madura surja como um fato estabelecido)
  2. a b c d e f Whittaker, S. Secret attraction Arquivado em 4 de março de 2016, no Wayback Machine., The Montreal Gazette, May 12th 2007.
  3. Redden, Guy, Magic Happens: A New Age Metaphysical Mystery Tour, Journal of Australian Studies: 101
  4. The Law of Attraction: The Basics of the Teachings of Abraham,By (Spirit) Abraham, Abraham, Esther Hicks, Jerry Hicks,Published by Hay House, 2006,ISBN 1401912273, 9781401912277
  5. a b Scientific American; Jun2007, Vol. 296 Issue 6, p39-39: "The brain does produce electrical activity from the ion currents flowing among neurons during synaptic transmission, and in accordance with Maxwell's equations any electric current produces a magnetic field. But as neuroscientist Russell A. Poldrack of the University of California, Los Angeles, explained to me, these fields are minuscule and can be measured only by using an extremely sensitive superconducting quantum interference device (SQUID) in a room heavily shielded against outside magnetic sources. Plus, remember the inverse square law: the intensity of an energy wave radiating from a source is inversely proportional to the square of the distance from that source. An object twice as far away from the source of energy as another object of the same size receives only one-fourth the energy that the closer object receives. The brain's magnetic field of 10-15 tesla quickly dissipates from the skull and is promptly swamped by other magnetic sources, not to mention the earth's magnetic field of 10-5 tesla, which overpowers it by 10 orders of magnitude!" (Tradução: "O cérebro produz atividade elétrica pelo fluxo de correntes iônicas entre os neurônios durante as transmissões sinápticas, e de acordo com as equações de Maxwell qualquer corrente elétrica produz um campo magnético. Mas como o neurocientista Russel A. Poldrack da University of California, Los Angeles, me explicou, estes campos são minúsculos e podem ser medidos somente utilizando um dispositivo supercondutivo extremamente sensível de interferência quântica (SQUID) em uma sala protegida contra fontes magnéticas exteriores. Além disso, deve-se lembrar da lei do inverso do quadrado: a intensidade de uma onda de energia radiando de uma fonte é inversamente proporcional ao quadrado da distância daquela fonte. Um objeto que esteja duas vezes mais distante de uma fonte de energia em relação aoutro objeto do mesmo tamanho recebe somente um quarto da energia que o objeto mais próximo recebe. O campo magnético do cérebro de 10-15 teslas dissipa-se rapidamente do crânio e é rapidamente suplantado por outras fontes magnéticas, sem mencionar o campo magnético da Terra, de 10-5 teslas, que é 10 ordens de grandeza maior!")
  6. «Critics Express Concern About 'The Secret'». Consultado em 19 de novembro de 2008. Arquivado do original em 16 de dezembro de 2008  Associated Press, June 25th 2007.
  7. a b Whittaker, S. Three steps to the 'Law' Arquivado em 8 de junho de 2008, no Wayback Machine.. The Montreal Gazette, May 12 2007.
  8. a b Kaptchuk, T., & Eisenberg, D. (1998). The Persuasive Appeal of Alternative Medicine. Annals of Internal Medicine, 129(12), 1061.
  9. Woo, L. (1989, May 5). Doctor's prescription: Love yourself Caring can cure when science can't, Siegel tells 1,300. The Orange County Register.
  10. Siegel, B. S. (1990). Love, Medicine and Miracles: Lessons Learned about Self-Healing from a Surgeon's Experience with Exceptional Patients. Harper Paperbacks.
  11. Surviving terminal illness with big dose of optimism Surgeon prescribes peace of mind. (1991, June 18).The Atlanta Journal, E1.
  12. a b Sapolsky, R. M. (1998). Why Zebras Don't Get Ulcers, 2nd Edition: An Updated Guide To Stress, Stress Related Diseases, and Coping (2nd ed., p. 178-179). W. H. Freeman.
  13. «TO LEADVILLE IN WINTER, COLORADO'S NEW MINING CAMP»  - New York Times - April 6th, 1879
  14. A citação é de uma série de palestras sobre “Waves in water, Air and Either” (Ondas na Água, Ar e Éter) pronunciadas em 1902, na Royal Institution, por J. A. Fleming.
  15. Puiu, Tibi (13 de julho de 2022). «Is the Law of Attraction real or just bogus? We need to have a talk». ZME Science (em inglês). Consultado em 22 de setembro de 2023 
  16. Juiz Thomas Troward, “The Edinburgh Lectures on Mental Science,” 1904.
  17. «William Walker Atkinson. Thought Vibration or the Law of Attraction. Advanced Thought Publishing. 1906.»  Versão sem Copyright
  18. MacLelland, Bruce, Prosperity Through Thought Force, Elizabeth Towne, 1907
  19. Wattles, Wallace D. (2020). A Ciência de ficar Rico. São Paulo: Montecristo Editora. ASIN B08D59KXZD. ISBN 9781619651937 
  20. Wattles, Wallace D. (2020). A Ciência do Bem-Estar. São Paulo: Montecristo Editora. ASIN B08FGF8BNR. ISBN 9781619652088 
  21. Judge, William Quan (1915). The Ocean of Theosophy. [S.l.]: United Lodge of Theosophists. p. 103 
  22. Besant, Annie Wood (1919). Popular Lectures on Theosophy. [S.l.]: Theosophical Publishing House. p. 79 
  23. Griffiths, L. ‘Law of attraction’ has long history in inspirational writing Arquivado em 10 de dezembro de 2008, no Wayback Machine. East Valley Tribune, April 21st 2007.
  24. Kumar, Sri K. Parvathi (1942). Occult Meditations. [S.l.]: Dhanishta. p. 230. ISBN 8189467042 
  25. Bailey, Alice A. (1942). Letters on Occult Meditation. [S.l.]: Lucis Trust. pp. 53, 265 
  26. Bailey, Alice A. (1942). Esoteric Psychology II. [S.l.]: Lucis Trust. pp. 111–113. ISBN 0853301190 
  27. Bailey, Alice A. (1973). A Treatise on Cosmic Fire. [S.l.]: Lucis Trust. pp. 1166–1229. ISBN 0853301174. Section Two - Division F - The Law of Attraction 
  28. NY Times Bestseller information March 11, 2007
  29. A new spin on positive thinking[ligação inativa]
  30. NY Times Bestseller information August 31, 2008
  31. Losier, Michael J. (1 de janeiro de 2021). A lei da atração - Edição Slim: O segredo, de Rhonda Byrne, colocado em prática 2ª edição ed. [S.l.]: Leya 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]