Leo Schneider

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Membros do Orfeão Rio-Grandense envolvidos na apresentação da ópera Cavalleria Rusticana na temporada de 1934. Da esquerda para a direita: Antonio Porcello, João Gomes Falcão, o maestro Léo Schneider, Maria Helena Leão, o maestro Roberto Eggers, Olga de Siqueira Pereira, Conchita Frasca, Demófilo Xavier, Ruggiero Micheletto, não identificado, e o presidente Renaud Jung.

Leo Schneider (Porto Alegre, 1910 - 1978) foi um compositor, maestro, organista, pianista e pedagogo brasileiro.

Iniciou seus estudos musicais no antigo Instituto Livre de Bellas-Artes, sendo aluno de piano de João Schwarz Filho.[1] Foi o primeiro regente e depois colaborador do Orfeão Rio-Grandense,[2] e durante muitos anos foi membro da orquestra estável do Club Haydn, onde depois, tornou-se o regente, por muitos anos. Apresentou-se como concertista de piano e órgão em vários espaços da capital, interior do estado e fora do Brasil. A partir de 1949 seguiu para os Estados Unidos a fim de se aperfeiçoar, estudando com Paul van Katwijk na Universidade Metodista de Dallas.[1]

Em 1950 estava de volta a Porto Alegre, onde passou a ter destacada atuação como professor junto ao Instituto de Artes, onde criou a cadeira de Órgão, e o Colégio Americano e IPA, além de assumir a direção de vários grupos corais e lecionar canto coral no Ginásio Agrícola Senador Pinheiro Machado. Como professor da Escola Dominical da Comunidade Evangélica de Porto Alegre Centro deu especial atenção às crianças, tratando de evangelizá-las através da música a fim de que servissem de exemplo para os adultos. Mesmo ligado intimamente ao Protestantismo, tinha uma visão religiosa ecumênica onde a música era um elo entre as várias crenças, e desenvolveu atividades junto a organismos católicos, protestantes e judaicos. Foi pai da também organista Anne Schneider.[1]

Obra[editar | editar código-fonte]

Autor brasileiro que mais compôs Oratórios.Schneider se especializou na música sacra, gênero no qual foi figura isolada no estado em sua geração, o que lhe aumenta a importância. Seus oratórios, em número de cinco, formam o maior ciclo de música sacra brasileira do século XX. Sempre teve a preocupação de que suas obras fossem bem compreendidas pelo seu público, desenvolvendo uma escrita clara e simplificada. Deixou bom número de peças em várias formações, destacando-se:[1]

  • um ciclo de cinco oratórios completos (O Calvário, São João Batista, Purificação do Templo, Conversão de São Paulo e Jesus Nazareno, 1943-1950),
  • peças instrumentais especialmente para Piano e Órgão.
  • corais para o culto protestante.
  • um Kyrie eleison
  • um Magnificat
  • uma Benção
  • Entrega teu caminho ao Senhor, salmo 37

Além disso deixou obras teóricas: Desenvolvimento Musical: bosquejo histórico, onde defendeu a criação de uma música genuinamente brasileira, e A Missão da Música Sacra, onde discutiu o papel da verdade na arte.[1]

Referências

  1. a b c d e Dorfman, Paulo. A Música Sacra de Leo Schneider: uma voz no deserto. São Leopoldo: Escola Superior de Teologia, 2009
  2. Werner, Kênia Simone. Orpheão Rio Grandense (1930-1952): vinte e dois anos na vida cultural de Porto Alegre. Doutorado. Universidade Federal de Minas Gerais, 2019, pp. 28-29

Ver também[editar | editar código-fonte]