Linha do Tua

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Linha do Tua
Linha do Tua, na estação de Codeçais
Linha do Tua, na estação de Codeçais
Linha do Tua, na estação de Codeçais
Bitola:Bitola estreita
Unknown route-map component "exCONTg"
L.ª DãoViseu (proj. ab.)
Track turning from left Unknown route-map component "xKRZ" Continuation to right
L.ª DouroErmesinde
Right side of cross-platform interchange Unknown route-map component "exCPICr"
0,0 Tua
Unknown route-map component "CONTd" Unknown route-map component "exSTR"
L.ª DouroPocinho
Unknown route-map component "exSBRÜCKE"
Unknown route-map component "exBRÜCKE"
Viaduto das Presas
Unknown route-map component "exTUNNEL1"
Túnel das Presas
Unknown route-map component "exHST"
4,3 Tralhariz
Unknown route-map component "exTUNNEL1"
Túnel de Tralhariz
Unknown route-map component "exHST"
7,6 Castanheiro
Unknown route-map component "exTUNNEL1"
Túnel das Fragas Más I
Unknown route-map component "exBRÜCKE"
Viaduto das Fragas Más
Unknown route-map component "exTUNNEL2"
Túnel das Fragas Más II
Unknown route-map component "exTUNNEL2"
Túnel da Falcoeira
Unknown route-map component "exWBRÜCKE" Transverse water
Ponte de Paradela
Unknown route-map component "exBHF"
13,4 Santa Luzia
Unknown route-map component "exHST"
15,6 São Lourenço
Unknown route-map component "exHST"
17,8 Tralhão
Unknown route-map component "exBHF"
21,2 Brunheda
Unknown route-map component "exHST"
25,1 Codeçais
Unknown route-map component "exWBRÜCKE" Transverse water
Ponte da Cabreira
Unknown route-map component "exWBRÜCKE" Transverse water
Ponte do Vieiro
Unknown route-map component "exBHF"
29,3 Abreiro
Unknown route-map component "exHST"
33,9 Ribeirinha
Unknown route-map component "exBHF"
37,8 Vilarinho
Unknown route-map component "exWBRÜCKE" Transverse water
Ponte da Carvalha
Unknown route-map component "exBUE"
PN
Unknown route-map component "KBHFxa"
41,9 Cachão
Station on track
45,0 Frechas
Level crossing
PN
Enter and exit tunnel
Túnel de Frechas
Stop on track
48,5 Latadas
Level crossing
PN
Station on track
54,1 Mirandela
Station on track
Mirandela-Piaget
Stop on track
Tarana
Enter and exit tunnel
Túnel de Mirandela
Unknown route-map component "RP4o"
Viaduto de Mirandela
Stop on track
Jacques Delors
Stop on track
55,2 São Sebastião
Level crossing
PN
Level crossing
PN
Bridge over water Transverse water
Pontão de Mirandela
Level crossing
PN
Stop on track
Jean Monet
Unknown route-map component "KBHFxe"
58,2 Carvalhais
Unknown route-map component "exBUE"
PN
Unknown route-map component "exWBRÜCKE" Transverse water
P.te Carvalhais × Rib. Carvalhais
Unknown route-map component "exHST"
61,1 Vilar da Ledra
Unknown route-map component "exHST"
65,3 Avantos
Transverse water Unknown route-map component "exWBRÜCKE"
P.te Assureira × Rib. Assureira
Unknown route-map component "exBUE"
PN
Unknown route-map component "exBHF"
67,2 Romeu
Unknown route-map component "exBHF"
74,1 Cortiços
Transverse water Unknown route-map component "exWBRÜCKE"
Ponte de Carrasqueiros
Transverse water Unknown route-map component "exWBRÜCKE"
Ponte de Grijó
Unknown route-map component "exBHF"
78,9 Grijó
Unknown route-map component "exBUE"
PN
Unknown route-map component "exBUE"
PN
Unknown route-map component "exBHF"
82,8 Macedo de Cavaleiros
Unknown route-map component "exBUE"
PN
Unknown route-map component "exBUE"
PN
Unknown route-map component "exHST"
85,3 Castelãos
Unknown route-map component "exBHF"
89,3 Azibo
Transverse water Unknown route-map component "exWBRÜCKE"
Ponte do Azibo × Rio Azibo
Unknown route-map component "exHST"
91,8 Salselas
Unknown route-map component "exHST"
94,6 Valdrez
Unknown route-map component "exBHF"
96,9 Sendas
Unknown route-map component "exHST"
99,3 Vila Franca
Unknown route-map component "exHST"
100,8 Chãos
Unknown route-map component "exHST"
101,8 Fermentãos
Unknown route-map component "exBHF"
104,6 Salsas
Unknown route-map component "exRP4o"
Viaduto do IP4 I × IP4
Unknown route-map component "exSTRSummit"
Cume ferroviário de Portugal (850 m)
Unknown route-map component "exBHF"
110,3 Rossas
Unknown route-map component "exTUNNEL2"
Túnel de Arufe
Unknown route-map component "exTUNNEL2"
Túnel de Sortes
Unknown route-map component "exBHF"
117,1 Sortes
Unknown route-map component "exTUNNEL1"
Túnel de Remisquedo
Unknown route-map component "exBUE"
PN
Unknown route-map component "exHST"
119,8 Remisquedo
Transverse water Unknown route-map component "exWBRÜCKE"
Ponte de Remisquedo
Unknown route-map component "exBUE"
PN
Unknown route-map component "exHST"
122,1 Rebordãos
Transverse water Unknown route-map component "exWBRÜCKE"
Ponte de Rebordãos
Unknown route-map component "exBUE"
PN
Unknown route-map component "exBHF"
125,6 Mosca
Unknown route-map component "exRP4o"
Viaduto do IP4 II × IP4
Unknown route-map component "exBUE"
PN
Unknown route-map component "exSBRÜCKE"
Unknown route-map component "exWBRÜCKE" Transverse water
Ponte da Coxa I
Unknown route-map component "exKRW_+l" Unknown route-map component "exKRWrf"
antigo traçado (até 1960)
Unknown route-map component "exLUECKE" Unknown route-map component "exRP2o"
Viaduto da Coxa
Unknown route-map component "exLUECKE" Unknown route-map component "exRP2o"
Pontão da Estação de Bragança
Unknown route-map component "exKRW_l" Unknown route-map component "exKRWlg"
antigo traçado (até 1960)
Scenic interest Unknown route-map component "exBHF"
133,8 Bragança(museu)
Unknown route-map component "exCONTf"
Espanha (proj. ab.)

A Linha do Tua é uma ligação ferroviária em bitola métrica (via estreita), que liga a estação do Tua (partilhada com a Linha do Douro) à estação de Bragança, em Portugal. A linha encontra-se actualmente em funcionamento apenas no troço Cachão - Carvalhais, numa distância de 16 km.

Caracterização

Descrição física

O comprimento total da linha é de 133,8 km.

Serviços e material circulante

Em 1982, encontravam-se a circular, em toda a extensão desta linha, composições rebocadas por locomotivas da Série 9020.[1] Em 1989, circulavam, entre as Estações de Tua e Bragança, vários serviços de passageiros, rebocados por locomotivas da Série 9020.[2]

MCLT

O MCLT - Movimento Cívico pela Linha do Tua, é um movimento criado em Outubro de 2006 numa reunião em Coimbra. Fruto da alta instabilidade na política ferroviária, na qual todas as vias estreitas foram apontadas para encerramento, os seus fundadores avançaram com a ideia de um grupo de acção em prol da divulgação e vivência da Linha do Tua.

Tem desenvolvido várias formas de protesto, além de exposições e intervenções em eventos ligados ao caminho-de-ferro. Lançou neste ano a Petição pela Linha do Tua Viva, a qual reúne a voz de discórdia de milhares de cidadãos pela eventual construção de uma barragem e subsequente destruição da Linha do Tua.

História

Construção do troço entre Tua e Mirandela

O concurso público para a instalação do caminho de ferro entre Foz-Tua e Mirandela foi autorizado por uma lei de 26 de Abril de 1883, e aberto por um decreto de 29 de Setembro do mesmo ano; a garantia de juro foi fixada nos 5,5%, com um prazo de resgate após 15 anos, devendo a via ter 1 metro de bitola.[3] No entanto, não apareceram pretendentes, pelo que um decreto de 22 de Novembro lançou um novo concurso em 14 de Dezembro, com condições de resgate mais vantajosas, pois acreditava-se que tinha sido esta a razão do insucesso do primeiro concurso; só apareceu, no entanto, uma proposta, do Conde da Foz, que foi aceite, tendo o contrato provisório sido assinado em 24 de Dezembro.[3] Após ter sido autorizado pela lei de 26 de Março do ano seguinte, o contrato tornou-se definitivo em 30 de Junho; no entanto, a concessão foi trespassada à Companhia Nacional de Caminhos de Ferro em 1 de Outubro de 1885, tendo esta empresa construído e aberto o troço entre Foz-Tua e Mirandela, denominado de Linha de Mirandela, à exploração em 29 de Setembro de 1887.[3]

Troço entre Mirandela e Bragança

Entretanto, já se tinha iniciado o planeamento para prolongar a Linha, entre Mirandela e Bragança, porque iria atenuar o problema das vias de comunicação nesta região, que detinha uma elevada importância económica, devido à sua produção de gado, cereais e minérios, especialmente estanho; com efeito, em 1902, já tinham sido exportados, pelo troço aberto da Linha do Tua, até Mirandela, mais de 4 milhões de quilogramas de cereais por ano.[4] Em 1900, o número de passageiros no troço entre Tua e Mirandela foi de 33.928, valor que ascendeu a 35.920 em 1901; no mesmo troço, foram movimentadas, em regime de Grande Velocidade, 625 toneladas de carga em 1900, e 694 toneladas em 1901, tendo-se verificado apenas uma redução ligeira no movimento de mercadorias em Pequena Velocidade, de 26.153 toneladas em 1900, para 26.017 em 1901.[5]

O orçamento do Caminho de Ferro de Mirandella a Bragança, efectuado em 1888 pela Direcção d'Estudo da Rêde Complementar ao Norte do Mondego, estabelecia um custo quilométrico de 19:680$000 réis; no entanto, este orçamento teve de ser revisto, devido a alterações cambiais, e ao aumento dos custos da mão de obra e dos materiais, resultando num valor não inferior a 22:000$000 réis por quilómetro.[4]

O engenheiro José Ferro Madureira Beça, que exercia como deputado pelo Distrito de Bragança, foi um dos principais defensores da continuação da linha até Bragança, tendo apoiado o ministro das Obras Públicas, José Gonçalves Pereira dos Santos, no planeamento deste projecto; baseado numa proposta, feita por Moses Zagury e apresentada por Madureira Beça, foi aberto um concurso público, com uma garantia de 4 ½ %.[6] Este processo, organizado pelo conselho de Administração dos Caminhos de Ferro do Estado, terminou no dia 14 de Fevereiro de 1902, tendo havido uma única proposta, do empresário João Lopes da Cruz, que pediu que o estado assegurasse o complemento do rendimento líquido de 4½ %, em relação ao preço quilométrico de 26:880$000 réis.[4] Nesse ano, o Governador Civil de Bragança deslocou-se até Lisboa, para falar com o presidente do Conselho e com o Ministro das Obras Públicas, Comércio e Indústria, com o propósito de apoiar a candidatura de João da Cruz, visto que foi o único concorrente que se apresentou; neste convénio, falou-se em aprovar e legalizar a proposta, o que provocou várias manifestações de apoio por todo o Distrito de Bragança, tendo sido realizado, em Macedo de Cavaleiros, um comício de todos os partidos políticos, para a formação de uma comissão que iria pedir ao Rei e ao governo para as obras se iniciarem o mais rapidamente possível.[7] Este projecto também foi defendido pelo par do reino Eduardo José Coelho, que informou o ministro das Obras Públicas que o empresário João da Cruz detinha o apoio de um importante grupo de financiadores, e que esta linha seria um melhoramento indispensável para todo o Distrito.[7] No entanto, este processo provocou vários protestos da parte do autor da proposta original, Moses Zagury, apesar deste não ter participado no concurso; o ministro, abriu, então, um novo concurso, para eliminar quaisquer suspeitas de favoritismo.[6] O empresário João Lopes da Cruz foi, de novo, o único concorrente, tendo-lhe sido atribuída, de forma provisória a concessão; enquanto isso, Madureira Beça procurava reunir apoios financeiros para este projecto, tarefa que não pôde concluir devido ao seu falecimento.[6]

Em 24 de Março, o Rei D. Carlos I, após ter verificado os resultados do concurso efectuado em Fevereiro, recusou as propostas e ordenou que fosse aberto um novo concurso para este troço, no dia 15 de Abril; a linha deveria passar por Macedo de Cavaleiros e terminar em Bragança, e a empresa responsável pela construção poderia fazer a sua exploração durante 99 anos.[8][9]

A concessão provisória foi consignada a João Lopes da Cruz em 19 de Abril, e oficializada no dia 24 de Maio; no entanto, e tal como acontecera com o troço até Mirandela, a Companhia Nacional de Caminhos de Ferro conseguiu obter a concessão em 30 de Junho de 1903.[3] Assim, a linha chegou a Romeu em 2 de Agosto de 1905, Macedo de Cavaleiros em 15 de Outubro, Sendas em 18 de Dezembro, Rossas em 14 de Agosto de 1906, e Bragança em 31 de Dezembro.[3]

A linha durante o Século XX

Um dos nove concorrentes apurados para o Festival RTP da Canção de 1979 foi o tema “O comboio do Tua”, interpretado por Florência, que recebeu 63 pontos, sendo classificado em oitavo lugar.[10]

Declínio e encerramento

O troço Carvalhais - Bragança encontra-se encerrado a todo o tráfego ferroviário desde 1992. Esta data está envolta em controvérsia, uma vez que em Dezembro de 1991 se encerrou o troço Mirandela - Macedo de Cavaleiros, deixando o troço até Bragança isolado da rede ferroviária nacional. Poucos dias depois, um descarrilamento em Sortes veio ditar o encerramento do troço Macedo de Cavaleiros - Bragança, de forma indeterminada, finalmente confirmada em 1992.

A operação de encerramento definitivo do troço Mirandela - Bragança ocorreu durante a noite, sem aviso prévio, e simultaneamente em Bragança e Macedo de Cavaleiros. Foi registada a presença de forças policiais, tanto para evitar ao máximo o registo de imagens, como para afastar a população, que ao saber da operação acorreu às estações destas localidades. O material circulante estacionado nestas foi retirado não por via ferroviária, mas via rodoviária. Foi relatado nessa noite um súbito corte nas telecomunicações. Devido a estes acontecimentos, o evento é recordado como A Noite do Roubo.

Parte do trajecto da Linha do Tua encontra-se neste momento ameaçado de submersão pela albufeira prevista para a Barragem do Tua. Se for concretizada a construção, será submergida parte da linha, deixando-a isolada da restante rede nacional ferroviária.[11]

Criação do Metro de Mirandela

A Linha do Tua em Mirandela.

Após o conturbado processo de encerramento do troço Mirandela - Bragança, dividindo-o em dois troços entre as localidades de Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança, que se arrastou entre Dezembro de 1991 e finais de 1992, a Câmara Municipal de Mirandela assumiu um projecto audacioso da reabertura de parte desta via encerrada. Desta forma, nascia em 1995 o Metropolitano de Superfície de Mirandela, aproveitando 4 km de via encerrada, entre as estações de Mirandela e de Carvalhais, assumindo assim o lugar do 2º Metro de Portugal. Aproveitando as duas estações mencionadas atrás, mais o antigo apeadeiro de São Sebastião, foram criadas adicionalmente as paragens de Tarana, Jacques Delors e Jean Monet. A par dos nomes das automotoras que compunham a frota inicial do MM, Lisboa, Paris, Estrasburgo e Bruxelas, os nomes das estações novas (excepção feita à de Tarana) pretendem ser uma homenagem à União Europeia, que financiou todo este projecto.

O seu propósito original foi o de garantir aos estudantes do pólo do ensino superior sito em Carvalhais um transporte mais fácil. Com o objectivo de estender este conceito aos alunos de outros níveis de ensino, e população em geral, foi desde logo projectado um acordo para uma rede de Metro entre o Cachão e Carvalhais, algo que nunca veio a acontecer. O troço entre a estação de Mirandela e a estação do Tua é actualmente explorado pela CP com colaboração do Metro de Mirandela, circulando as unidades pertencentes a este último.

Referências

  1. «FEVE 1600». Barcelona: Associació d'Amics del Ferrocarril-Barcelona. Carril (em espanhol) (1): 16, 20. 1982 
  2. VIVES, Enrique (1996). «Via Metrica: Las 1600». Maquetren (em espanhol). 5 (46). 38 páginas 
  3. a b c d e TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 71 (1686). 134 páginas 
  4. a b c «Caminhos de Ferro de Mirandella a Bragança». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (341). 65 páginas. 1 de Março de 1902 
  5. «Linhas Portuguezas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (342). 91 páginas. 16 de Março de 1902 
  6. a b c «A linha da Régua a Chaves e à fronteira». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (365). 65 páginas. 1 de Março de 1903 
  7. a b «Caminho de ferro de Bragança». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (342). 91 páginas. 16 de Março de 1902 
  8. «Concursos». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (343). 108 páginas. 1 de Abril de 1902 
  9. «Parte Official». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (343). 101 páginas. 1 de Abril de 1902 
  10. [1]
  11. «Título ainda não informado(favor adicionar)» 
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Ligações externas