Liolaemus lutzae

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Estado de conservação
Espécie em perigo crítico
Em perigo crítico
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Família: Liolaemidae
Gênero: Liolaemus
Espécie: L. lutzae
Nome binomial
Liolaemus lutzae
Mertens, 1938

Liolaemus lutzae, conhecida como lagartinho-branco-da-praia, é uma espécie rara e ameaçada de réptil da família Liolaemidae.

Distribuição[editar | editar código-fonte]

É endêmica do Brasil, onde é encontrada em determinadas áreas de restinga no estado do Rio de Janeiro.[1][2]

Ocorre nas restingas dos seguintes municípios: Cabo Frio, Arraial do Cabo, Araruama, Saquarema, Maricá e Rio de Janeiro, na Restinga da Marambaia.[1]

Características[editar | editar código-fonte]

Mede em média 5 a 8 cm de comprimento e, como as outras espécies de Liolaemus, apresenta adaptações à vida na areia, como a cor camuflada e capacidade de enterrar-se e locomover-se na areia. Se alimenta de pequenos animais invertebrados.

Ameaça de extinção[editar | editar código-fonte]

Está ameaçada de extinção de acordo com órgãos estaduais, federais e internacionais,[3] classificada como criticamente em perigo de extinção, pois habita somente uma porção da costa do Estado do Rio de Janeiro, com seus habitats naturais sendo destruídos em larga escala.[1][2]

O principal fator de ameaça que vem provocando a redução da espécie está ligada a destruição de seu habitat. No Brasil, as regiões de praia e dunas de restinga têm o índice demográfico extremamente elevado, o que causa, consequentemente, maior impacto e risco à espécie.[2] A alteração do habitat tem suprimido a vegetação, que não apenas constitui abrigo e sítio térmico ao lagarto, mas também serve como alimento.

O aumento da temperatura do planeta leva a uma restrição no total de horas de atividade diária destes lagartos, causando prejuízo no forrageamento e na reprodução dessas populações, comprometendo o crescimento populacional, e consequentemente, aumentam o risco de extinção das suas subpopulações.[4]

Conservação[editar | editar código-fonte]

A espécie foi vista em diversas áreas protegidas, em 9 Unidades de Conservação diferentes.

Na Reserva Ecológica de Marapendi, um estudo estimando o status populacional de L. lutzae indicou que houve um declínio considerável entre 1984 e 1991; os problemas que haviam sido indicados como principais causadores permaneceram, até que, em 2001, a Secretaria de Meio Ambiente do município do Rio de Janeiro iniciou um programa de recuperação ambiental da área. Entre as ações realizadas estão a retirada de carretas comerciais e quadras de vôlei de areia instaladas na vegetação, a construção de uma cerca para impedir a entrada de veículos no habitat praiano e a implantação de passagens específicas para acesso à praia em a fim de reduzir o pisoteio vegetal e a recuperação da vegetação da orla por meio do plantio de mudas e adultos de diferentes espécies vegetais.

Após a implantação do programa, houve uma melhora significativa na recuperação da vegetação de praia da Reserva Ecológica de Marapendi. A recuperação do habitat não só provou a eficiência do projeto, como causou a espécie a começar a se estender às áreas onde era localmente extinta.[5]

Referências

  1. a b c WINCK, G.R.; ALMEIDA-SANTOS, P.; ROCHA, C.F.D. 2004. Potential distribution of the endangered endemic lizard Liolaemus lutzae Mertens, 1938 (Liolaemidae): are there other suitable areas for a geographically restricted species?. Braz. J. Biol., São Carlos ,  v. 74, n. 2, p. 338-348. Consulta em 05 de agosto de 2018.
  2. a b c Liolaemus lutzae: Silveira, A.L., da Rocha, C., Nogueira, C. de C., Werneck, F., de Moura, G.J.B., Winck, G., Ribeiro Júnior, M.A., Kiefer, M., de Freitas, M.A., Hoogmoed, M.S., Tinôco, M.S.T., Valadão, R., Cardoso Vieira, R., Perez Maciel, R., Gomes Faria, R., Recoder, R., D'Ávila, R., Torquato da Silva, S., de Barcelos Ribeiro, S. & Avila-Pires, T.C.S. (4 de agosto de 2014). «Liolaemus lutzae». The IUCN Red List of Threatened Species. doi:10.2305/iucn.uk.2021-3.rlts.t12006a137950625.pt. Consultado em 29 de março de 2023 
  3. Rocha, C.F.D. (2000). Liolaemus lutzae (em Inglês). IUCN 2014. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN de 2014 Versão 2. Consulta em 05 de agosto de 2018.
  4. Rocha, C. F. D.; Siqueira, C. C.; Ariani, C. V. (fevereiro de 2009). «A potential recovery of a population of the sand lizard Liolaemus lutzae Mertens, 1938 in an area within its range: a lizard endemic and threatened with extinction». Brazilian Journal of Biology (em inglês): 185–187. ISSN 1519-6984. doi:10.1590/S1519-69842009000100024. Consultado em 29 de março de 2023 
  5. Rocha, C. F. D.; Siqueira, C. C.; Ariani, C. V. (fevereiro de 2009). «A potential recovery of a population of the sand lizard Liolaemus lutzae Mertens, 1938 in an area within its range: a lizard endemic and threatened with extinction». Brazilian Journal of Biology (em inglês): 185–187. ISSN 1519-6984. doi:10.1590/S1519-69842009000100024. Consultado em 29 de março de 2023 
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